quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

SUTIL ENCANTAMENTO

Abrasear e silenciar nossas vozes, Edla, sentados à relva fresca, úmidos de orvalho e orgasmo. Ouvir o sussurro do vento nas flores do campo e nas folhas da relva. Voar nas asas dos pássaros e na canção da brisa, vivenciar a paz silenciosa do horizonte sem limites. Afagar-te, Edla, e tocar com emoção as maçãs róseas do teu rosto-luz; despertar com a claridade da manhã rasgada de Sol que doura e acaricia nossa epiderme... Visualizar no teu talismã o espaço de céu infinitamente azul; voar na vastidão da luz plena de vivas cores e inebriantes olores. Trago-te, Edla, flores do campo para adornar teus cabelos dourados. O sorriso enluarado que trago comigo mostra-te multiformes caminhos, visão onírica de um rosto serenamente iluminado. O negro véu da noite calou nossas vozes, uma aura azul envolveu nossos corpos. A madrugada chega pela cavalgada alada das asas do vento. Os pássaros noturnos voam, os cães ladram ao longe, Edla, e os loucos e os poetalados acordaram e dominam a etérea cidade. Precisamos partir. Protege-me, no teu secreto refúgio. Conduze-me ao insólito templo do Amor. Façamos, então, a Viagem Cósmica por caminhos esvoaçantes de risonhos fantasmas, silfos, elfos, salamandras, gnomos, duendes, unicórnios, colibris, crisálidas, névoa, neblina e fascinação! Retornemos ao vale místico e sagrado onde tu me encontraste e, cedeste, fugaz, o teu coração de fada no caminho cármico de remoto passado de sonhos azuis, dispersos e alados. (Escritor, jornalista e ensaísta EUGENIO SANTANA, FRC – Autor de nove livros publicados)

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