quinta-feira, 29 de setembro de 2016
O ROTEIRO DO BEIJO...
O beijo é uma forma linda de demonstrar amizade, carinho e ardor. Uma doce e sublime ternura ou um desejo comum de amor. O beijo mecânico: O beijo que é dado no rosto. Um beijo quase sem beijo que a gente nem sente o gosto. O beijo abstrato: Naquela moça simples. Na inatingível atriz que a gente vê na TV. O beijo fraterno: Um beijo confortante do pai ou da mãe que faz alegrar o semblante. O beijo humorístico: O beijo de uma linda mulher na ponta do nariz que deixa a gente com cara de palhaço porque esperava que fosse um pouquinho mais embaixo. O beijo da traição: Este beijo não deveria existir. Assim como ninguém deveria conhecer. O beijo da traição mais famoso fez Cristo padecer. O beijo frio: É o beijo da morte. Este beijo é sombrio que só de pensar já nos dá arrepio. O beijo da amizade: É simbólico e lindo, quando é dado com sinceridade no amigo ou na amiga com profunda lealdade. O beijo sem amor: Pode não ser tão importante, mas ajuda a excitar quando se beija quem não se ama e quer apenas transar. O beijo francês: Este beijo é sensual, sexual, nem todos dão, nem todos recebem, mas se nunca aceitarem, coitados! Não sabem o que perdem! O beijo com amor: Este beijo é sem igual, no rosto, na boca... não importa onde,mas na pessoa amada,é sempre especial. O beijo ardente: Este sim é um beijo especial, que é dado na boca, com corpo quente. Pode ser no pescoço ou no rosado ventre. Um beijo assim tão quente, em meio a sussurros e devaneios, em que, a sensualidade só explode, quando a boca adormece nos seios. (ES – O Guardião de Memórias)
quarta-feira, 28 de setembro de 2016
EU-TE-AMO...
EU-TE-AMO. A figura não se refere à declaração de amor, à confissão, mas ao repetido proferimento do grito de amor.
Posso passar dias seguidos dizendo “eu-te-amo” sem poder talvez nunca passar a “eu o amo”: resisto a fazer passar o outro por uma sintaxe, uma predicação, uma linguagem (a única assunção do “eu-te-amo” seria apostrofá-lo, dar a ele a expansão de um nome: Ariane, “eu te amo”, diz Dionísio).
“Eu-te-amo” não tem empregos. Essa palavra, tanto quanto a de uma criança, não está submetida a nenhuma imposição social; pode ser uma palavra sublime, solene, frívola, pode ser uma palavra erótica, pornográfica. É uma palavra que se desloca socialmente.
“Eu-te-amo” não tem nuances. Dispensa explicações, as organizações, os graus, os escrúpulos. De uma certa forma – paradoxo exorbitante da linguagem – dizer “eu-te-amo” é fazer como se não existisse nenhum teatro da fala, e é uma palavra sempre “verdadeira” (não tem outro referente a não ser seu proferimento: é um performativo).
“Eu-te-amo” não tem distanciamento. É a palavra da díade (maternal, apaixonada); nela, nenhuma deformação vem clivar o signo; não é metáfora de nada.
“Eu-te-amo” não é uma frase: não transmite um sentido, mas se prende a uma situação limite: “aquela em que o sujeito está suspenso numa ligação especular com o outro.” É uma holofrase.
(Embora seja dito milhões de vezes, “eu-te-amo” não está no dicionário; é uma figura cuja definição não pode exceder o título.)
A palavra (a palavra-frase) só tem sentido no momento em que eu a pronuncio: não há nela outra informação a não ser seu dizer imediato: nenhuma reserva, nenhum depósito do sentido. Tudo está no “lançamento”: é uma “fórmula”, mas essa fórmula não corresponde a nenhum ritual; as situações em que eu digo “eu-te-amo” não podem ser classificadas: “eu-te-amo” é irreprimível e imprevisível.
O que quero é receber a fórmula, o arquétipo da palavra de amor, como uma chicotada em cheio, inteiramente, literalmente sem fuga: ponto de escapatória sintática, ponto de variação: que as duas palavras se respondam em bloco, coincidindo significante por significante (“Eu também” seria exatamente o contrário de uma holofrase); o que importa, é o proferimento físico, corporal, labial da palavra: abre teus lábios e que isso saia daí (sê obsceno). O que eu quero, desesperadamente, é “obter a palavra”. Mágica? Mítica? A Fera – que foi encontrada na sua feiúra – ama a Bela; a Bela, evidentemente, não ama a Fera, mas, no final, vencida (pouco importa porquê; digamos: pelas “conversas” que tem com a Fera), lhe diz a palavra mágica: “Eu te amo, Fera”; e imediatamente, através do rasgo suntuoso de um acorde de harpa, aparece um novo sujeito. Essa história é arcaica? Eis uma outra: um cara sofre porque sua mulher o abandonou: ele quer que ela volte, ele quer – precisamente – que ela lhe diga “eu te amo”, e ele corre, por sua vez, atrás da palavra; para terminar, ela o diz: e então ele desmaia: é um filme de 1975. E ainda o mito, de novo: o Holandês Voador erra à procura da palavra: se ele a obtiver (por juramento de fidelidade), ele não errará mais (o que importa no mito, não é o domínio da fidelidade, é seu proferimento, seu canto).
Como proferimento, “eu-te-amo” está do lado do gasto. Aqueles que querem o proferimento da palavra (líricos, mentirosos, errantes) são sujeitos do Gasto; eles gastam a palavra como se fosse impertinente (vil) que ela fosse recuperada em algum lugar; eles estão no limite extremo da linguagem, lá onde a própria linguagem (e quem no seu lugar o faria?) reconhece que não tem proteção, trabalha sem rede. (EUGENIO SANTANA é jornalista, escritor, ensaísta e redator publicitário. Autor de nove livros publicados)
segunda-feira, 26 de setembro de 2016
VIDA EFÊMERA
À medida que envelheço, presto menos atenção ao que as pessoas dizem; simplesmente observo o que fazem. Os projetos de vida foram substituídos por estratégias de sobrevivência. Quem não é belo aos 20, nem forte aos 30, nem rico aos 40, nem sábio aos 50, nunca será nem belo, nem forte, nem rico, nem sábio. Na idade de 60 anos, não se deve adiar um instante feliz que nos promete prazer. Pelas estatísticas, o lugar mais perigoso do mundo é a cama, pois é o lugar onde mais se morre. Aniversário: aquela festa onde comemoramos estar um ano mais próximos da morte. Hoje, quando me pedem autógrafo, dizem que é para a mãe. Quando a gente acorda depois dos 50 anos e nada dói, é porque já morremos. Espero morrer aos 110 anos, assassinado por uma mulher ciumenta. Existem dois legados duradouros que podemos deixar para nossos filhos. Um deles, raízes. O outro, asas. (Copydesk/fragment by Jornalista/escritor Eugenio Santana)
ROSAS-VERMELHAS PARA BÁRBARA - A MULHER (*)
“... Onde está ela? Onde está aquela que viverá comigo todas as aventuras do corpo e do coração? E também da alma. Aquela que comigo construirá a alta torre da vida partilhada? Há entre vós quem não atravesse mares, desertos, montanhas e vales para encontrar-se com a mulher que sua alma escolheu”?
Cogito na possibilidade de todas as mulheres do mundo amalgamadas numa só expressão feminina. Pelo menos há três décadas iniciou-se de vez a impressão gráfica em cores nas revistas brasileiras. Descobri ao acaso este sugestivo título, acima epigrafado, numa publicação muito lida dos velhos tempos. Desde então, volta e meia, essa frase platonicamente romântica adeja minha cabeça, instigando uma lacônica crônica. Vasta experiência concernente a tão decantada alma feminina – expressão de Lilith-Eva, sabe lá... Não sei porquê nesse momento aflora-me a “Crônica do Amor Louco”; efêmeros passeios sobre as memórias de Casanova me alegram a alma e numa perplexidade de Adônis de Paracatu, um Alain Delon revigorado, e com o olho de Hórus, me lembro de um comentário pleno de conteúdo de uma amiga que se referiu a mim dizendo: “você me lembra o personagem Dom Juan – interessante filme estrelado por Johnny Deep e Marlon Brando”. E o meu Diretor de RH, em uma Empresa em que atuei como seu Assistente, em Brasília, extrapolou: “Você, Eugenio, me faz lembrar aquela música do Martinho da Vila: “já tive mulheres...”. Inefáveis lembranças... Cada experiência traz em si o sabor singular do verdadeiro conhecimento. E conhecer é saborear. Insofismável iniciação: compartilhei romances via corpo, alma e coração com um número razoável de mulheres especiais que cruzaram os meus caminhos. Delas recebi lições inesquecíveis de vida, luz e amor e o aperfeiçoamento da libido, o despertar da kundalini fez a serpente emplumada levitar e, de quebra, algumas performances básicas do Kama-Sutra foram incorporadas. E quanto mais as conheço e vivencio, mais as considero um planeta inexplorado de seres mutantes. Muito embora, um famigerado poeta disse antes: “as mulheres foram feitas para serem amadas e não para serem compreendidas”. Sinceramente, faz sentido. Aqueles ou aquelas que insistirem em ir mais fundo no tema, sugiro a leitura do ensaio para as mulheres, escrito por mim, em 9/9/1999. História completa com riqueza de detalhes e comprovados dados científicos consta do insólito romance autobiográfico “Os Pessegueiros Florescem no Outono”, de nossa autoria, a ser publicado brevemente. Aguardem-me, adoráveis leitores... Reflito: qual dessas protagonistas de minha vida, mais se aproximou de constituir-se em minha alma-irmã? Humano, demasiadamente humano, tenho minhas dúvidas cruciais, inseguranças e incertezas, quero ter à disposição um leitmotiv e uma nova utopia, porque carrego comigo, na bagagem do coração, idêntica filosofia de um amigo dos velhos tempos, que sempre me repetia esse surrado lugar-comum: “sou movido a estímulo”. Certeza, uma única: O Amor é o Caminho. E o seu poder, absoluto. O amor é a Perfeição. Não precisamos de milenares gurus para absorver essa conclusão definitiva. O Mestre da Luz e Sol do Verbo: Jesus – O Cristo Cósmico nos legou esse fundamental e maravilhoso ensinamento. Em “A Ponte para o Sempre”, meu querido autor e confrade Richard Bach, encontrou seu par ideal. A busca obstinada teve um final feliz: o encontro com sua alma-irmã Leslie Parrish. Apesar das críticas irrelevantes, estou seguindo suas pegadas, meu caro Richard. Só posso dizer que só me arrependo daquilo que não fiz. A vida é muito breve para atos mesquinhos, hipocrisia, mediocridade e falso moralismo. Nas asas da memória arquivei o recado especial do Holandês Voador: “aqueles que mais procuram o AMOR já estão plenos dele”. Não procuro uma mulher “bárbara”, mas Bárbara – a mulher. Sei que toda luta é vã mal começa a manhã. E a guerra só está perdida quando rompemos o último fio de prata do invólucro material ou corpo físico. Enquanto a vida ávida e a fome de viver estiverem impulsionando o coração partido, estarei na estrada – como diria Bob Dylan - à sua procura flor-estrela, Asa guardiã; Vênus-Afrodite. Leal e única companheira da última jornada. Gostaria, sinceramente, de apostar, hoje, todas as minhas fichas em um novo amor platônico. Rosas-rúbidas para "Bárbara"... Impressões da infância e do início da adolescência de um mineiro-menino. Sinais vitais de êxtase nos complexos caminhos de Eros. Não sei ao certo, em que ano o episódio aconteceu. Só posso afirmar que ao folhear aleatoriamente aquela romântica revista de fotonovelas, deparei com uma estória que marcou a minha vida: uma jornada do ser à procura do par ideal. Hoje quero despertar e acreditar que é possível encontrar “Bárbara” – a mulher. E viver plenamente (asa de um sonho?) os altos e baixos de um grande, único, verdadeiro e definitivo amor. Quem é essa "Vênus-Afrodite", singular mulher, disposta a receber o meu buquê de rosas-vermelhas e ser feliz até que outra vida nos espere?... Finalizo com as belas palavras de Rilke: “Ainda não sabias? Lança o vazio aprisionado nos braços para os espaços que respiramos! Talvez os pássaros sintam, num vôo de maior intimidade, o ar mais amplo. As primaveras se valem de ti. Muitas estrelas te dão a coragem para percebê-las. Ao passares por uma janela aberta, um violino se entregou a ti. Será que respondeste? Não estavas sempre distraído à espera, como se tudo anunciasse uma amada?”
(*) EUGENIO SANTANA é jornalista, ensaísta e escritor. Redator chefe da Revista Cenário Goiano, Revisor de textos do jornal Diário da Manhã, Editor-geral do Blog Guardião da Palavra. Foi Superintendente de Comunicação no Governo do Rio de Janeiro
terça-feira, 13 de setembro de 2016
VOCÊ TEM RAÍZES PROFUNDAS?
É inevitável que os ventos gelados e fortes nos atinjam e aos nossos filhos. Sei que eles encontrarão inúmeros problemas e que, portanto, minhas orações para que as dificuldades não ocorram, têm sido ingênuas demais. Sempre haverá uma tempestade, ocorrendo em algum lugar. Portanto, pretendo mudar minhas orações. Farei isso porque, quer nós queiramos ou não, a vida não é muito fácil. Ao contrário do que tenho feito, passarei a orar para que meus filhos cresçam com raízes profundas, de tal forma que possam retirar as melhores lições, que se encontram nos locais mais remotos. Oramos demais para termos facilidades, mas na verdade o que precisamos fazer é pedir para desenvolver raízes fortes e profundas, de tal modo que quando as tempestades chegarem e os ventos gelados soprarem, resistiremos bravamente, ao invés de sermos subjugados e varridos para longe. (EUGENIO SANTANA é jornalista, escritor, ensaísta e consultor em gestão de pessoas. Membro efetivo da ALNM – Academia de Letras do Noroeste de Minas, cadeira 2. Sócio-correspondente do Centro Artístico e Literário de Portugal; Autor da Biografia de João de Deus – o médium de Abadiânia)
segunda-feira, 5 de setembro de 2016
A HUMILDADE DORME PROFUNDAMENTE À NOITE
O ORGULHO VIVE ACORDADO, TEMEROSO DA PRÓPRIA QUEDA - As promessas são a única maneira verdadeiramente humana de pôr ordem no futuro, pois o tornam tão previsível e confiável quanto seria humanamente possível. Aquilo que esperamos raramente ocorre; aquilo que não esperamos costuma acontecer. Enquanto a palavra permanece calada, você a controla; assim que ela é pronunciada, você se torna seu escravo. Seja lá o que você tem na cabeça, esqueça; seja lá o que você tem na mão, doe a alguém; seja qual for o seu destino, enfrente-o! O sábio aprecia mais o desprezo arrogante do que o elixir dos deuses. A humildade dorme profundamente à noite. O orgulho vive acordado, temeroso da própria queda. Quando perdemos o discernimento e somos incapazes de controlar a mente, nossos sentidos não nos obedecem, do mesmo modo que cavalos selvagens não obedecem ao cocheiro. Se a clareza da água vem de sua imobilidade, o mesmo se pode dizer da mente. Em repouso, a mente do sábio se torna o espelho do universo e de toda a criação. Aqueles que voam acima dos mares trocam de céu, mas não de alma. Com freqüência tentamos conseguir a paz interior mudando de ambiente, mas sempre levaremos conosco a bagagem de nossos pensamentos e sentimentos. A verdadeira jornada em direção ao contentamento e à serenidade é uma viagem de autoconhecimento. Na Grécia antiga, o oráculo de Delfos recebia a visita de muitas pessoas em busca de uma resposta aos seus problemas ou de uma afirmação sobre o futuro. Freqüentemente, contudo, a resposta era ambígua. Creso, o poderoso rei da Lídia, ouviu que sua guerra contra os persas destruiria um grande império. Ele partiu sem medo, mas o império que caiu foi o dele. A verdade pode parecer o seu oposto. (EUGENIO SANTANA é jornalista, escritor, ensaísta, publicitário, relações públicas, copidesque e revisor de textos. Autor de nove livros publicados)
domingo, 4 de setembro de 2016
AMAR É ARRISCAR-SE A NÃO SER AMADO...
Esperar é arriscar-se à dor. E: Tentar é arriscar-se ao fracasso. Mas os riscos têm que ser corridos, pois o maior perigo na vida é não arriscar nada. A pessoa que não arrisca nada não faz nada, não tem nada e não é nada. Pode evitar o sofrimento e o pesar, mas não pode aprender, sentir, mudar, crescer, viver ou amar. Acorrentado por suas certezas e vícios, é um escravo. Sacrificou o seu maior predicado, que é a sua liberdade individual. Só a pessoa que arrisca é livre. (copydesk/fragment by EUGENIO SANTANA – Escritor, jornalista, ensaísta, redator publicitário, copidesque e revisor de textos)
sábado, 3 de setembro de 2016
OVERDOSE DE BELEZA
Influenciadas pela mídia e preocupadas em corresponder aos inatingíveis padrões de beleza que são apresentados, inúmeras mulheres mutilam sua autoestima – e, muitas vezes, seus corpos – em busca da aceitação social e do desejo de se tornarem iguais às modelos que brilham nas passarelas, na TV e nas capas de revistas. A beleza está nos olhos de quem vê. Devemos ter um romance com nossa própria história, pois cada ser humano é um personagem único no palco da vida. (copydesk/fragment by escritor, jornalista e ensaísta EUGENIO SANTANA)
PLANETA PSÍQUICO
Muitos vivem em sociedades livres, porém são escravos de suas emoções. Escravos modernos, algemados pelo medo, insegurança e angústia; sem amarras físicas, mas acorrentados por preocupações irrefreáveis, por pensamentos perturbadores e por uma mente inquieta, ansiosa, agitada, que pensa descontroladamente e teima em não relaxar. O grande desafio das sociedades modernas não é ter espaço para manifestar, protestar, ambiente para expressar suas idéias e emoções, para consumir produtos e serviços. Não, o grande desafio é treinar nossa mente para ser livre e serena num dos territórios mais difíceis de explorar do universo: o Planeta Psíquico. Tão perto e tão longe. (copydesk/fragment by EUGENIO SANTANA – Escritor, jornalista, ensaísta e redator publicitário)
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