quinta-feira, 30 de agosto de 2012

RECOMEÇAR... (*)




Nossas vidas também estão sujeitas a ciclos e estações. Todos nós experimentamos um fluxo interminável de começos e fins. Todas as estações de nossas vidas têm começos e fins, que levam a novos começos. Quando termina a infância, começa a adolescência, quando a idade adulta termina, começa a meia-idade, terminando a meia-idade, começa a velhice.

Como gostamos dos começos, temos costume de celebrar o novo. Geralmente resistimos aos finais e tentamos adiá-los. Muitas vezes, deixamos de sentir a alegria dos começos porque sabemos que todos eles escondem as sementes de algum fim. Talvez alguns finais possam ser dolorosos, mas essas dores diminuem se não resistirmos e considerarmos o tempo como um processo natural: como brotos que surgem na primavera e se desenvolvem em folhas verdes, no verão amadurecendo e tornando-se douradas no outono e desfolhando no inverno. Compreender que somos parte integrante do grande projeto do Criador é um grande consolo.

Muito de nossa resistência aos finais é proveniente de nosso desconhecimento sobre novos começos e de nossa incapacidade de acreditar na possibilidade do novo começo. Quanto mais nos permitirmos confiar no fato de que todos os finais trazem um novo ciclo, mais diminuirá a nossa resistência ao novo.

Imagine ser uma lagarta, sentindo um estranho desejo de tecer um casulo ao redor do corpo – morte certa! Como deve ser difícil desistir da única vida que se conhece, essa vida de rastejar na terra, em busca de alimento. No entanto, o final dessa vida de verme confinado à terra significará o começo de uma outra vida, sob a forma de uma linda borboleta...

O poderoso potencial das transformações se baseia na possibilidade, inerente a cada novo começo, de trazer alegria e liberdade em proporções nunca antes imaginadas. Se isso verdadeiramente acontece ou não – se continuamos ou não a evoluir por meio dos ciclos de nossas vidas – depende em grande parte de nós.

Podemos considerar todos os finais como tragédias – lamentando-os e resistindo a eles – ou podemos considerar cada um como um novo começo e uma abertura para maiores oportunidades. O que para a lagarta é a tragédia da morte, para a borboleta é o milagre do nascimento.

(*) EUGENIO SANTANA é escritor, jornalista, ensaísta literário, publicitário, poeta e Editor-fundador da Hórus9 Editora. Foi Superintendente de Imprensa no Rio de Janeiro (2009/2011). Atualmente, é CONSULTOR na Empresa NWI.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

O AMOR ACONTECE NO TEMPO CERTO (*)






Sim, é verdade que existe um dito popular avisando que "quem muito escolhe acaba escolhido". Entretanto, o lembrete serve para nos alertar sobre o excesso de críticas, o orgulho exagerado ou a análise que paralisa e impede a tomada de decisão.

Ou seja, o ideal é aprender a calibrar o coração para que não haja nem negligência no ato de decidir se é hora de exercitar o amor ou de esperar, nem um medo sem sentido de tentar de novo. Pessoas carentes demais, que aceitam qualquer relacionamento para aplacar seu pavor de ficar só e ter de encarar a si mesmo e suas limitações, certamente, vão terminar e começar relações sem se questionarem qual o aprendizado, qual o amadurecimento para um futuro encontro que seja mais satisfatório e harmonioso.

Por outro lado, pessoas críticas demais, orgulhosas demais ou que morrem de medo de se entregar a uma relação e vir a sofrer, também pagarão um preço alto, muitas vezes amargando a solidão e se privando da alegria e do privilégio de vivenciar o amor.

Minha sugestão é para que você, em primeiro lugar, tenha muito claro para si o que realmente deseja viver quando o assunto é amor. O que tem para oferecer? Quanto se sente preparado para lidar com as dificuldades que vêm à tona num relacionamento, sejam elas ciúme, insegurança, falta de auto-estima, ausência do outro, diferenças de ritmo etc.? Quanto já aprimorou sua habilidade de se comunicar, de falar sobre o que sente, o que quer e, principalmente, de ouvir o outro e tentar uma conciliação sempre que necessário?

Depois, com um mínimo de autoconhecimento, sugiro que você se questione e reflita sobre sua noção de merecimento e crenças. Quanto você realmente acredita que merece viver um amor baseado na confiança, na lealdade e na intensidade? Quanto você realmente acredita que possa existir um amor assim? Pode apostar: se você não acredita nesta possibilidade, dificilmente vai viver uma relação que valha a pena, simplesmente porque esta opção não faz parte do seu universo, do seu campo de visão.

E, por último, mais do que ansioso ou distraído, mantenha-se tranqüilo e seguro de que o amor acontecerá no momento certo. Nem antes e nem depois. Não é preciso que você busque desesperadamente. Apenas viva a partir do que existe de melhor em você e permaneça presente, atento ao que acontece ao seu redor. E todo o universo estará conspirando a seu favor, porque, afinal de contas, nascemos para amar e sermos amados.

(*) Eugenio Santana é escritor, jornalista, publicitário, poeta e ensaísta literário. Autor dos livros publicados: “Asas da Utopia” (1993); “Guiado pelos Pássaros” (1994); “Florestrela” (2002); “Crepúsculo e Aurora” (2006) e “InfinitoEfêmero” (2012)