domingo, 23 de dezembro de 2018
PERDER E GANHAR. CHEGAR E PARTIR. RECOMEÇAR...
Chega um instante em que você tem que decidir o seu destino. Permaneço no meu querido sofá rasgado que já tem a forma do meu corpo? Ou pego a mochila, umas mudas de roupa, e saio de fininho antes do amanhecer? Todos passam por momentos de decisão onde um passo pode levar tanto para a glória, quanto para a beira de um abismo. A sensação que tenho é que quanto mais amadurecemos, mais precisamos tomar as rédeas da nossa vida. Quando somos crianças sempre existe alguém que decide por nós; o que vamos comer, aonde ir, o que vestir… Com o passar do tempo o fato de ser pessoa começa a nos cobrar decisões. Vem bem de mansinho e sem que a gente se dê conta passamos a decidir com quem nos relacionar, que profissão escolher, fazer um plano de carreira. Vamos pouco a pouco tomando o controle da nossa existência, conduzindo nossos caminhos, até que, num piscar de olhos, somos pilotos de Fórmula 1 disparados na carreira da vida, entre ultrapassagens e colisões lutando para chegar ao pódio. Você é o piloto, o condutor, quem tem a posse da direção. A vida é representada pelo carro. Os seus adversários e companheiros de equipe são as pessoas que você interage. Todos buscam a vitória. A vitória afetiva, a vitória profissional, o reconhecimento, a recompensa. Mas cuidado, porque o percurso é escorregadio, chuvas torrenciais surgem sem trovoadas. Preste atenção quando houver neblina e tente não se dispersar com a paisagem. Na vida a gente só muda diante do novo. Livros já lidos, músicas que a letra se sabe de cor, receitas que não precisamos mais espiar… Isso faz parte da nossa essência, do que construímos, são parte de nós e da nossa estrutura como indivíduo. No passado nós já arriscamos ao ler aquele livro, escutar aquela canção e preparar aquela receita. Na maioria das vezes o que nos mantém em pé diante das dificuldades não é o que temos, mas sim, o que queremos ter. Temos quem nos ama, temos amigos. Essas pessoas são pivôs na nossa existência, pilastras que nos ancoram e nos escoram. Gratidão a parte, mas para exercer o ofício do novo é fundamental arriscar. O que nos faz sair do lugar é exatamente a busca pelo desconhecido, perseguir a melhoria, vislumbrar a mudança. É sonhar. Como saber que é hora de mudar? Pergunta difícil, cheia de possibilidades. Ir ou ficar? Se ir, para onde? Esquerda, direita, em frente? Ficar é mais fácil porque não exige nada de nós. Entretanto é provável que, mais adiante, você terá que conviver com as dores do reumatismo por ter ficado tanto tempo no sofá da vida. Eu costumo dizer que a hora de soltar as correntes e dar o primeiro passo é justamente quando se sentir incomodado. Atenção à luz amarela do semáforo. Quando ela começar a piscar e você se descobrir enfadado, molestado na situação na qual vive é hora de mudar o trajeto. O incômodo gera infelicidade, frustração, te sucumbe à sensação de incapacidade. Ele é como a febre que denuncia quando algo vai mal no organismo. É o pisca-alerta da vida.Esse peso faz enxergar que aquilo que andava bem e te fazia feliz, já não te completa mais. O que era bom transformou-se em algo penoso, enfadonho, inoportuno. Chegou a hora de botar mais combustível, trocar o óleo, calibrar os pneus, ou talvez só mudar o trajeto para evitar um acidente de percurso lá na frente. Portanto, segure firme o volante. Derrape, mas ultrapasse lá na frente. Esbarre, mas faça a curva com segurança. Tenha precaução em tempos de chuva, mas acelere nas retas quando o sol brilhar! (Copydesk/fragment by EUGENIO SANTANA)
sexta-feira, 21 de dezembro de 2018
OS PORTAIS QUE NOS ENSINAM A LIDAR COM A DOR (*)
Primeiro, existe a porta do sono. O sono nos oferece uma retirada do mundo e de todo o sofrimento que há nele. Marca a passagem do tempo, dando-nos um distanciamento das coisas que nos magoaram. Quando uma pessoa é ferida, é comum ficar inconsciente. Do mesmo modo, quem ouve uma notícia dramática comumente tem uma vertigem ou desfalece. É a maneira de a mente se proteger da dor, cruzando a primeira porta. Segundo, existe a porta do esquecimento. Algumas feridas são profundas demais para cicatrizar, ou profundas de mais para cicatrizar depressa. Além disso, muitas lembranças são simplesmente dolorosas e não há cura alguma a realizar. O provérbio 'O tempo cura todas as feridas' é falso. O tempo cura a maioria das feridas. As demais ficam escondidas atrás dessa porta. Terceiro, existe a porta da loucura. Há momentos em que a mente recebe um golpe tão violento que se esconde atrás da insanidade. Ainda que isso não pareça benéfico, é. Há ocasiões em que a realidade não é nada além do penar, e, para fugir desse penar, a mente precisa deixá-la para trás. Por último, existe a porta da morte. O último recurso. Nada pode ferir-nos depois de morrermos, ou assim nos disseram. (Copydesk/fragment by Jornalista/escritor Eugenio Santana)
quarta-feira, 12 de dezembro de 2018
AS CONSEQUÊNCIAS DO EXCESSO DE INFORMAÇÃO (*)
Um dos motivos por que somos aconselhados a mandar e-mails curtos é o fato de que informação demais dá à outra pessoa do outro lado muito mais razão para entender tudo errado – ou matutar às três da manhã. O outro é que se você envia uma mensagem longa, o destinatário pode se sentir obrigado a responder com outro calhamaço e aí é você que vai ter que rebolar para entender o que ela quis dizer ou por que simplesmente nem respondeu.
É claro que sabemos desse perigo desde o início dos tempos; no entanto, nunca estivemos na posição de devorar (ou fornecer) tanta informação como hoje em dia, na era das redes sociais e dos ciclos ininterruptos de notícias – e, consequentemente, nunca ficamos tão tentados a esquecer que o volume de conhecimento é limitado; para nós, infinitos são os mal-entendidos, as especulações e a ignorância.
Basta analisar nossa recente temporada de surpresas – do Prêmio Nobel de Bob Dylan à eleição de Donald Trump – para ver que ela nos mostra que sabemos muito pouco. No dia sete de novembro de 2016, graças ao maior volume de dados jamais coletado antes, atualizado a cada segundo durante 16 meses ou mais, todos sabíamos o que ia acontecer; à meia-noite do dia seguinte, percebemos que toda a informação do mundo não corresponde necessariamente à vida real.
Lembra, em “Otelo”, como o guerreiro experiente é convencido a se afastar dos domínios do conhecimento para se aventurar nos territórios da inferência e da especulação pelo velho amigo Iago? No minuto em que se afasta da vida real, na “tormenta” dos próprios pensamentos, declarando que “Iago é o mais honesto”, após este nos ter segredado “Não sou o que sou”, o nobre mouro não tem certeza de mais nada. Nossas pesquisas, nossos analistas, nossas fontes de “notícias” – o nosso próprio saber – funciona mais ou menos da mesma forma, embora talvez com menos malícia, para nos convencer de que insinuação + opinião + suposição = verdade.
Recentemente tive uma boa lição sobre essa realidade ao visitar um campus – não é o que acontece a todos nós hoje em dia, em encontros ou entrevistas de emprego, em simples ocasiões sociais? Fiquei sabendo que o Professor X ia me oferecer um jantar, então é claro que decidi dar uma espiada na rede para saber quem ele era – e também por saber que, se fosse o contrário, ele faria o mesmo. Precisava lhe mostrar que tinha pensado nele de antemão; mais que isso, tinha que estar preparado para duas horas de bate-papo.
Assim que joguei seu nome no Google, apareceu o Mário Castelo Branco e descobri que meu futuro anfitrião era arrogante, ignorante, cruel e até sádico. Cada comentário era mais terrível que o anterior. Só mais tarde pensei que talvez esse verdadeiro assassinato de personalidade fosse uma conspiração engendrada por alguns poucos alunos que receberam nota baixa; não parei para pensar que não necessariamente confiaria nessa garotada de 18 ou 19 anos em nenhum outro aspecto, muito menos quando o futuro dela está em jogo; nem me dei ao trabalho de levar em consideração o fato de que aqueles que defendem uma ideia com mais fervor são os que fazem questão de escrever resenhas on-line.
Cheguei à casa do meu anfitrião com o pé atrás – e quase não soube o que fazer com o homem gentil, educado e engraçado que vi à minha frente. Sem dúvida, ele não deve ter entendido por que eu me mostrava tão reservado e arisco – ou, quem sabe, pode ter lido as resenhas a meu respeito e já sabia que eu era arrogante, ignorante e cruel.
O maior acesso ao conhecimento é uma das glórias do nosso tempo. Mesmo o nosso vizinho mais desprovido de bens materiais tem a Biblioteca de Alexandria, multiplicada por um valor infinito, na palma da mão, como nenhuma outra geração anterior teve. Em parte, o volume de dados sob nosso controle é o que torna a vida mais rica e mais feliz do que nunca.
Zanzando entre os monumentos mais emblemáticos de São Paulo, tive que lembrar a mim mesmo de que aqueles edifícios à minha volta quase todos eram só fachada, já que a grande maioria só tinha fantasmas circulando entre os andares; que a mulher no vagão de metrô impecável, simpática, pode ter me cumprimentado em inglês só porque o governo mandou, como um verdadeiro acessório humano. Assim que voltei para o que considero o Planeta Terra, entrei na internet e fiquei feliz ao me deparar com o que é quase universalmente tido como “verdades reconhecidas”.
Porém, uma coisa que acontece quando adquirimos “conhecimento” excessivo é que, como Otelo, às vezes não conseguimos distingui-lo daquilo que nunca será conhecido e que, por sua vez, talvez não seja falso. Outra é que somos tentados a não enxergar a separação entre os limites de um e de outro, como no caso da ciência e da saúde – em que quanto mais dados tivermos, melhor –, e o das relações humanas, onde o que vale pode ser o contrário.
O conhecimento parece ter se tornado um fim em si próprio e bebemos avidamente de sua fonte sem parar para perceber que é Iago – ou aquele autor anônimo de um item qualquer da Wikipédia – quem nos serve e que, às vezes, a sabedoria depende de ver o quanto o conhecimento não conhece e o tanto da rotina que é moldado pelo inesperado.
Quando menino, eu sabia que o conhecimento era a melhor fonte de poder que existia; praticamente todo adolescente quer saber das coisas. O que eu não conseguia entender é que justamente nas questões de maior importância – amor, terror, a existência de Deus, por que Iago é possuído pelo demônio? – estão fora desse domínio. Que quanto mais informações reunirmos sobre qualquer um, seja Angelina Jolie ou Donald Trump, menos parecemos saber. E que ninguém confiável agora quer concorrer a cargos públicos, em parte porque, na era do conhecimento, ninguém é imaculado perante o júri global da internet.
Quem leu este artigo até aqui terá acumulado mais conhecimento hoje do que Shakespeare ao longo de toda a sua vida, mas ele sabia muito mais sobre o que temos dificuldade de ver. Enquanto meus amigos ficam me dizendo o que vai acontecer durante o governo de Bolsonaro, eu me lembro de tudo o que falaram há alguns meses que ia mudar o Brasil. Graças aos céus o presidente tem sabedoria o bastante para lembrar que nenhum de nós sabe nem o que vai acontecer hoje à noite.
(*) EUGENIO SANTANA é Gestor editorial, Assessor de imprensa, Analista de Marketing digital, Crítico literário, Outsider, Blogueiro; Self-made man. Escreve Biografias. Autor de "Ventos Fortes, Raízes Profundas", autoajuda, Madras editora. (41) 99547-0100 ZapZap
terça-feira, 11 de dezembro de 2018
A MISSÃO DO ESCRITOR (*)
A tarefa de um escritor se desenrola com mais facilidade quando existe uma ou mais fontes de inspiração das quais ele pode utilizar.
Escritores precisam beber constantemente das fontes de inspiração para inspirar. Como diz o escritor americano Stephen King, “essa água é de graça, então beba-a”.
Existem dois tipos básicos de inspiração: externa, que vem por meio de livros, artes ou quaisquer outras referências de conteúdo; e interna, que flui naturalmente a partir da observação, criatividade e imaginação.
A inspiração interna depende não só de inteligência, mas também de senso crítico, boa linguagem e capacidade de compreender pessoas, interpretar emoções e associar coisas. A inspiração externa é igualmente importante, dependendo dos aprendizados conquistados.
Escritores veteranos necessitam de inspiração externa tanto quanto os escritores iniciantes, pois uma bagagem intelectual consistente só pode ser adquirida com muito estudo, conhecimento e a devida experiência.
Ao longo da história, inúmeros escritores consagrados deixaram sua marca no mundo e possibilitaram que gerações subsequentes de leitores aproveitassem seus trabalhos para diferentes fins, inclusive o de escrever.
Esses profissionais da literatura desenvolveram, cada um à sua maneira, um estilo de trabalho peculiar que incentiva outros escritores a desnudar sua própria personalidade de escrita.
Talvez por seu jeito autêntico de escrever, por suas obras literárias grandiosas e pelo significado que têm para muitos leitores, esses escritores renomados costumam ser lembrados de uma forma ou outra.
Nessa lista de frases a seguir, faltou a presença de centenas (senão milhares) de escritores que mereciam ter sido citados, mas não foram, porque a amostra aqui é pequena e os créditos são limitados.
Não só para escritores, mas também para atender a uma demanda popular de leitores, aqui estão 30 frases inspiradoras de escritores renomados como, por exemplo, Stephen King, George R.R. Martin, J.K. Rowling, J.R.R. Tolkien, Ernest Hemingway, Charles Bukowski e George Orwell.
1. Stephen King
“Escrever não é sobre ganhar dinheiro, ficar famoso, conseguir encontros, transar ou fazer amigos. Escrever é magia, tal como é a água da vida ou qualquer outra arte criativa. Essa água é de graça, então beba-a.”
2. J.K. Rowling
“Palavras são nossa inesgotável fonte de magia. Capazes de ferir e de curar.”
3. George R.R. Martin
“Todo voo começa com uma queda.”
4. J.R.R. Tolkien
“Nem todos que vagam estão perdidos.”
5. Friedrich Nietzsche
“O destino dos homens é feito de momentos felizes, não de épocas felizes.”
6. George Orwell
“A escrita não é um negócio sério. É uma alegria e uma celebração. Você deve estar se divertindo com isto.”
7. Oscar Wilde
“Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe.”
8. Dan Brown
“Às vezes, basta uma pequena mudança de perspectiva para vermos algo familiar a uma luz completamente diferente.”
9. Charles Dickens
“O coração humano tem cordas que é melhor não tocar.”
10. Malcolm Gladwell
“Quem nós somos não pode ser separado de onde viemos.”
11. Edgar Allan Poe
“Aqueles que sonham acordados têm consciência de mil coisas que escapam aos que apenas sonham adormecidos.”
12. Scott Fitzgerald
“Nada tão bom não é difícil.”
13. Charles Bukowski
“Escrever é como ir para a cama com uma linda mulher.”
14. Søren Kierkegaard
“A decepção mais comum é não podermos ser nós próprios, mas a forma mais profunda de decepção é escolhermos ser outro antes de nós próprios.”
15. Viktor Frankl
“A tentativa de desenvolver um senso de humor e ver as coisas sob uma luz bem-humorada é algum tipo de truque aprendido ao se dominar a arte de viver.”
16. Mark Twain
“Daqui a alguns anos, você estará mais arrependido pelas coisas que não fez do que pelas que fez. Então solte as amarras. Afaste-se do porto seguro. Agarre o vento em suas velas. Explore. Sonhe. Descubra.”
17. Isabel Allende
“Mostre-se, mostre-se, mostre-se e, depois de um tempo, a musa aparecerá, também.”
18. Confúcio
“A única maneira de não cometer erros é fazendo nada. Este, no entanto, é certamente um dos maiores erros que se poderia cometer em toda uma existência.”
19. Henry Miller
“Trabalhe em uma coisa de cada vez até terminá-la. Não fique nervoso. Trabalhe com calma, alegremente e de forma prudente sobre o que estiver na mão. Plante uma semente a cada dia, em vez de adicionar fertilizantes.”
20. Sun Tzu
“As oportunidades multiplicam-se à medida que são agarradas.”
21. Nicolau Maquiavel
“Todos veem o que você parece ser, mas poucos sabem o que você realmente é.”
22. Leandro Karnal
“Ser louco é a única possibilidade de ser sadio nesse mundo doente.”
23. Zadie Smith
“Evite seus pontos fracos, mas faça isso sem dizer a você mesmo o que não pode ou não deve fazer. Não mascare autodúvida com desprezo.”
24. John Steinback
“Abandone a ideia de que você está cada vez mais terminando algo.”
25. E.B. White
“Escritores não se limitam a refletir e interpretar a vida: eles informam e moldam-na.”
26. Ernest Hemingway
“Como escritor, você não deve julgar. Você deve compreender.”
27. Mary Gordon
“Enquanto exaustivamente nos perdemos nos vórtices de nossos próprios inventos, nós desabitamos o mundo corpóreo.”
28. Mário Sérgio Cortella
“A tragédia não é quando um homem morre. A tragédia é o que morre dentro de um homem quando ele está vivo.”
29. Zygmunt Bauman
“A vida é muito maior que a soma de seus momentos.”
30. Immanuel Kant
“Toda reforma interior e toda mudança para melhor dependem exclusivamente da aplicação do nosso próprio esforço.”
(*) EUGENIO SANTANA é Gestor editorial, Assessor de imprensa, Analista de Marketing digital, Crítico literário, Outsider, Blogueiro; Self-made man. Escreve Biografias. Autor de "Ventos Fortes, Raízes Profundas", autoajuda, Madras editora. (41) 99547-0100 ZapZap
A FUNÇÃO DA LITERATURA (*)
Mas afinal de contas, a literatura serve para quê? Na maioria das vezes, lemos uma obra literária e não nos perguntamos qual é a função que ela desempenha em nossas vidas.
No artigo A literatura e a formação do homem, o crítico literário e sociólogo brasileiro Antonio Candido declara que a literatura tem força humanizadora; ela é capaz de exprimir o homem, sem deixar de atuar, ao mesmo tempo, em sua formação.
E como se dá esse tal processo humanizador? Candido destaca que esse processo de humanização se realiza a partir de três funções:
1.psicológica, pois todo homem, seja criança, adolescente ou adulto, precisa consumir fantasia porque ninguém pode passar um dia sem criar, imaginar, contar piadas ou histórias mais elaboradas;
2. formadora, que não se deve ser confundida com pedagógica ou moralizadora, pois a arte literária não é inofensiva, ao transfigurar o real ela carrega tanto o bem como o mal;
3. reconhecimento do mundo e do ser, pois ao sintetizar o real, o texto de uma obra oferece aos leitores uma visão de mundo em que vivem de modo que possam compreender os papeis que desempenham nele.
Ao contrário do que se pensava antigamente sobre a literatura – sobretudo a destinada para os jovens –, que tinha um papel formativo tradicional, pedagógico e moralizador, Candido considera que esta nobre arte possui papel formador, sim, todavia de personalidade do homem, e não de convenções sociais, saberes didáticos, direitos e deveres. A literatura permite ao homem conhecer a si mesmo e a própria realidade, o que, consequentemente, direciona um poderoso despertar de senso crítico.
O texto literário sintetiza o real e, ao fazer isso, oferece aos leitores uma visão do mundo em que vivem de modo que possam compreender os papéis que nele desempenham. Embora a obra literária constitua um mundo autônomo, ou seja, não é o mundo real, essa autonomia não a desliga de suas fontes da realidade e não inviabiliza a capacidade que a obra tem de atuar sobre o real que a motiva.
A literatura, portanto, serve para o conhecimento do mundo e do ser. Sua função formadora não deve ser confundida com uma missão pedagógica.
(*) EUGENIO SANTANA é Gestor editorial, Assessor de imprensa, Analista de Marketing digital, Crítico literário, Outsider, Blogueiro; Self-made man. Escreve Biografias. Autor de "Ventos Fortes, Raízes Profundas", autoajuda, Madras editora. (41) 99547-0100 WhatsApp
quinta-feira, 6 de dezembro de 2018
A FALSA ALEGRIA ENTRE O VIRTUAL E O REAL (*)
Há pessoas tão preocupadas em se mostrar bem e agradar, que acabam se perdendo de si mesmas. São tantos que vivem iludidos por espelhos de pequenas ilusões e escondidos atrás de cortinas de grandes mentiras, que com o passar do tempo, perdem a noção da realidade: já não conseguem viver sendo verdadeiros. E existe uma cobrança coletiva por baixo disso. Somos cobrados pelo sucesso alheio e incentivados a sermos iguais. Por detrás de uma foto postada, quase sempre há máscaras. Há pessoas com a alma ferida tentando se mostrar fortalecidas. Quando a pessoa se deixa seduzir pelas tentações de ego e de vaidade, acaba entregando a vida para uma viagem só de ida. Só na tela. Tentar competir com o mundo é a melhor e mais rápida maneira de ser derrotado. Quando a pessoa se deixa seduzir pelas tentações do ego e da vaidade, acaba entregando a vida para uma viagem só de ida. Só na tela. São tantos que vivem iludidos por espelhos de pequenas ilusões e escondidos atrás de cortinas de grandes mentiras, que com o passar do tempo perdem a noção da realidade. Já não conseguem viver sendo verdadeiros. É há uma cobrança coletiva por baixo disso. Somos cobrados pelo sucesso alheio e incentivados a sermos iguais. Mal sabemos que, em algumas situações, por detrás de uma foto postada, quase sempre há máscaras, quase sempre há pessoas com a alma ferida, tentando se mostrar fortalecidas. Quando a pessoa se deixa seduzir pelas tentações do ego e da vaidade, acaba entregando a vida para uma viagem só de ida. Só na tela. Tentar competir com o mundo é a melhor e mais rápida maneira de ser derrotado. Existe um enquadramento relacionado entre as redes sociais e sua fábrica de ilusões. Parece absurdo, mas, na maioria das vezes, só postamos aquilo que queremos que os outros vejam. Postamos aquilo que queremos ser (e muitas vezes não somos). A verdade nem sempre é mostrada. Poses e mais poses, filtros e mais filtros para se chegar na foto perfeita. Quantas são as vezes que em busca de aprovação de outras pessoas, pintamos um quadro totalmente disforme da realidade. Nem sempre é o que parece, por vezes as pessoas estão prestes a cair num precipício, mas querem que todos pensem o contrário. A busca doentia por “likes” transforma fulanos e fulanas em reféns de suas próprias mentiras. Na verdade, há casos em que a diferença de imagem entre a pessoa real e a pessoa mostrada na tela do computador é tão grande, que, na grande parte das vezes, é algo inacreditável. São figuras distintas, quase que irreconhecíveis quando colocadas lado a lado. A sociedade se reconfigura quando se projeta uma imagem vitoriosa. Há uma aceitação maior. Há uma glorificação da figura do ser bonito, rico e perfeito e não se enquadrar nisso é dolorido para pessoas (em sua maioria) com a autoestima abalada demais ou elevada demais. Umas de um lado, outras de outro. Paradoxos difíceis de compreender. Um sonho de consumo que faz muitos se sentir inseguros e tristes. Um sonho de consumo que faz muitos se mostrar alegres e bem-sucedidos. Um sonho de ser além do que as outras pessoas comuns aparentemente são. Os perfis são tão perfeitos, as pessoas tão alegres, as fotos tão bonitas, as comidas tão gostosas, as selfies mais incríveis, as festas mais chiques, os amigos tão sorridentes, as famílias tão impecáveis, empregos poderosos, romances maravilhosos, viagens inesquecíveis, as roupas mais caras: A melhor vida possível! Depois desse prazer dos diversos likes, essas ações viciam e tendem a se repetir. Ostentar sucesso e trabalhar o marketing pessoal, pode fazer parte, saudavelmente, do dia a dia do vaidoso. Quando é sem muitos exageros, melhor ainda. O perigo é quando muita parte do que é exibido não é real, é montado, disfarçado, é fake. Existe o risco de ser descoberto e o castelo cair, o prazer pode virar dor, a luxúria pode virar amargura, aplausos viram vaias, beleza vira vergonha e sorrisos viram choro. É complicado pensar que atualmente os níveis de felicidade, realização e sucesso das pessoas são calculados pelo número de likes e coraçõezinhos em seu perfil. Cliques esses, muitas vezes feitos por pessoas que nem se conhecem.
(*) EUGENIO SANTANA é Gestor editorial, Assessor de imprensa, Analista de Marketing digital, Crítico literário, Outsider, Blogueiro; Self-made man. Escreve Biografias. Autor de "Ventos Fortes, Raízes Profundas", autoajuda, Madras editora. (41) 99547-0100 ZapZap
terça-feira, 4 de dezembro de 2018
A SOCIEDADE CIVIL É CORRUPTA E RECLAMA DA CORRUPÇÃO DA CLASSE POLÍTICA (*)
O assunto político tem tomado grandes proporções ultimamente. As mídias sociais estão repletas de revoltas contra os políticos em geral e afirmações extremas sobre os mesmos, o ódio contra a corrupção que afeta a população é mais do que aceitável, é necessário. As páginas nas redes sociais esbravejando contra a corrupção dos poderosos ganham milhares e milhares de seguidores todos os dias e defensores mais que calorosos. Pessoas que votaram em um candidato se sentem superiores e adoram gritar aos quatro ventos que não colaboraram com o caos regrado à corrupção que temos vivido atualmente. Será? Quando nos perguntamos o porquê de ser praticamente impossível encontrar um candidato com a ficha limpa bem posicionado no Brasil, dificilmente obtemos respostas. O problema em geral está na população. É isso aí, somos nós mesmos, que não apenas tememos o desconhecido como colaboramos diretamente para a corrupção geral. Sabe aquele dinheiro que você, mesmo vendo o rapaz derrubar, botou no bolso correndo antes que ele percebesse que caiu? Aquele dinheiro que, ao dar o troco, o atendente do supermercado te passou sobrando e você manteve silêncio e se sentiu satisfeito, sortudo? Àquele produto que você comprou baratinho mesmo desconfiando que era roubado, àquela prestação que você espera “caducar” no sistema de proteção de crédito e não pretende pagar nunca? E aquele dia que você fingiu estar dormindo no banco colorido do ônibus para não precisar ceder o lugar para a gestante ou o idoso que entrou? Você entrou pelas portas traseiras do ônibus se sentindo o maioral e ainda é cheio de desculpas? Pois é. Sabia que os políticos corruptos também inventam um monte de desculpas para justificar seus atos? Você é tão corrupto e egoísta quanto os odiosos políticos que você acusa com tanto ardor. Você sai por ai, xingando contra todos e se sentindo vítima da corrupção que você mesmo alimenta, mas está sempre tentando levar vantagem em tudo. A diferença entre você e os nossos políticos é que você tem menos poder. Do contrário, seria mais um se divertindo com o dinheiro público. Se você aproveita todas as oportunidades, mesmo que incorretas, para se dar bem nas situações, comece a pensar em suas atitudes antes de sair acusando por aí. Vamos aprimorar nosso próprio caráter para garantir melhores pessoas no poder futuramente, a começar por nós mesmos? (DA REDAÇÃO - JORNALISTA EUGENIO SANTANA)
domingo, 2 de dezembro de 2018
A PASSAGEM PARA A OUTRA DIMENSÃO (*)
A morte é o maior mistério da vida. Sempre pensei: “E se os mortos pudessem continuar convivendo conosco, mesmo que em forma de espírito, e nos contando tudo o que acontece do outro lado, será que ficaríamos menos mal com a morte de entes queridos?”.
A morte é algo que não estava no script. Deus nos projetou para sermos eternos, e de fato somos. Mas, a partir do momento em que o pecado e a maldade entraram no mundo, como coexistirem maldade e imortalidade em um mesmo lugar? Aí Deus teve que separar a imortalidade do mal. E aí veio a morte, que nada mais é do que o caminho para a eternidade.
Imagina se o mal tivesse entrado no mundo, e todos nós continuássemos imortais? Imagina uma pessoa atirando em outra várias vezes, e essa não morrendo nunca? Não dá, o mundo seria um caos muito maior do que já é.
Só existe imortalidade onde existe convivência pacífica, harmoniosa, onde existe apenas o bem. A morte é o preço mais doloroso que pagamos por termos deixado o mal entrar no mundo. Sentimos uma enorme dor quando pessoas queridas se vão, pois sabemos que só iremos revê-las quando partirmos também.
Mas sabe qual a solução? Não nos apeguemos a este mundo. Ele é material, físico, acaba. O mundo espiritual, esse sim é eterno. Nossa alma continua existindo depois da passagem, ela não acaba nunca. Fique tranquilo. E os vínculos que construímos por aqui continuam para sempre.
Acho que se os que já se foram pudessem falar conosco, diriam assim:
“Pessoal, está tudo bem. Estamos em um lugar maravilhoso! E não existe o mal e nem a dor por aqui. Sim, é muito ruim ficar aí sem a gente. Mas vocês tem que continuar vivendo, de alguma forma. Pensem que nós viajamos para outra dimensão, e nessa dimensão não pega sinal, não tem internet. Ficamos incomunicáveis com vocês. Mas temos a certeza de que um dia vocês estarão aqui também, do outro lado, com a gente.”
Essa palavra "morte" não deveria nem existir no nosso vocabulário. É muito pesada, triste, carrega um peso enorme. Ela deveria ser excluída do dicionário, e falarmos apenas "passagem para a outra vida", ficaria melhor assim.
(*) EUGENIO SANTANA é Gestor editorial, Assessor de imprensa, Analista de Marketing digital, Crítico literário, Outsider, Blogueiro; Self-made man. Escreve Biografias. Autor de "Ventos Fortes, Raízes Profundas", autoajuda, Madras editora. (41) 99547-0100 ZapZap
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