sexta-feira, 25 de maio de 2012

HOMEM E MULHER: YIN E YANG SE COMPLEMENTAM




Na história da Terra, os homens fecharam o centro dos sentimentos para comandarem o planeta. Guerrearam, mataram, violaram e dominaram por terem bloqueado as suas emoções. E as mulheres concordaram em emudecer para que os homens tivessem a oportunidade de comandar. Tempos difíceis para ambos. Nem homens nem mulheres foram inteiramente felizes. Se a polaridade masculina complementa a feminina, e vice-versa, por que tantas oposições?

O masculino se soma ao feminino. Não será mais o oposto. Não se trata de competição mas de complemento, o fim das oposições, os pólos se reconciliando. A harmonia dos opostos. Quando começam a se olhar como seres inteiros, ser masculino ou feminino será apenas uma opção sexual para que a vida se adeqüe aos padrões que cada um precisa desenvolver.

Quanto sofrimento se esconde nessas mulheres que resolveram adotar modelos masculinos de comportamento como uma tentativa, quase desesperada, de sobreviverem em um mundo predominantemente masculino. Transitaram na história de um extremo ao outro, se despolarizaram e hoje se sentem traídas em seus sentimentos. São livres na forma, mas o seu real poder, a feminilidade, está enfraquecido. A energia feminina – enquanto consciência e vibração – aquela que gera a vida, precisa tomar o seu lugar de volta, porque representa o amor. E o amor é a chave do coração.

A harmonia destes opostos – masculino e feminino – é fundamental. Vocês são como a bagagem de uma mala. Ela leva tudo o que irão precisar: o romantismo, a força, a lógica, a alegria, a intuição, os dois pólos da bateria, o positivo e o negativo. A sua bagagem é o seu recurso.

Não existem receitas prontas, mas importantes atalhos para esta reintegração. Conquistar a harmonia significa se render ao comando da polaridade masculina quando for necessário, e quando a regência feminina for mais produtiva, deixar que ela atue. Isto se aplica a homens e mulheres, pois, independente do sexo, todo ser integra as duas energias: masculino e feminino. E o seu equilíbrio é o sonho da realidade, o grande acerto de encontrar o par perfeito, depois de descobrirem que a conquista e a crença de cada um gera a atração da sua polaridade que, também em equilíbrio, é o complemento. Aquele com que vocês somam e não dividem.

As guerras continuam porque homens e mulheres desconhecem o conceito de amor – do amor verdadeiro. É missão das mulheres despertar os homens para a sua real essência. Elas devem não apenas tocar o corpo destes homens, mas suas almas. E, acima de tudo, entender que os homens não nascem companheiros. Eles se tornam companheiros quando encontram uma mulher que os complementa. Vão se sentir plenos, satisfeitos, impulsionados, motivados. Estarão cheios de amor e prazer, mergulhados em um estado de encantamento consciente, onde já conseguem identificar a origem desse sentimento de plenitude. O coração passa a transbordar, irradiar e expandir.

Não há mais guerras entre os sexos, porque ambos foram criados para se complementar, para harmonizarem seus pólos opostos. Estar nesta simbiose é acessar o amor dos inteiros.

(Eugenio Santana, FRC – fragmento/copidesque)

quarta-feira, 2 de maio de 2012

UM ANO SEM MEU PONTO DE LUZ - INFINITA ASA DE SAUDADE




MÃE...
Mãe carinhosa e dengosa
Mãe amiga, mãe irmã
Mãe de todos nós, mãe das mães
Mãe dos filhos
Mãe-pai: duas vezes mãe
Mãe lutadora e companheira
Mãe educadora, mãe mestra
Mãe analfabeta, sábia mãe
Mãe do silêncio, mãe comunicação
Mãe dos doentes e dos sãos
Mãe de quem magoou e de quem perdoou
Mãe rica, mãe pobre
Mãe dos que já foram, mãe dos que ficaram
Mãe dos guerreiros e dos derrotados
Mãe que sorri, mãe que chora
Mãe que abraça e afaga
Mãe presente, mãe ausente
Mãe do sagrado, mãe da luz
Mãe de Jesus e mãe nossa.
Mãe, simplesmente mãe.

Sobre todas as desolações, sobre todos os abismos, sobre todas as tragédias, há o Sol com os seus raios vivificantes, a noite com a sua sombra, a lua com a sua luz prateada, a aurora com suas esperanças, o crepúsculo com seus sombrios pressentimentos, a vida, enfim, vida infinita.

HOJE completou um ano que o meu PONTO DE LUZ aqui na TERRA viajou como uma missionária para o PLANO INFINITO... Saudade, MÃE, é um sentimento ínfimo para expressar a extensão do meu amor por você. Lembrança... Memória. Para sempre!

(Eugenio Santana – o seu eterno mineiro-menino Toninho)

ADÍLIA SANTANA * 25/10/1929 + 02/05/2011

segunda-feira, 30 de abril de 2012

SER JORNALISTA É NÃO ACEITAR MORDAÇA... (*)




SER JORNALISTA É NÃO ACEITAR MORDAÇA: VAI CUIDAR DE TUA VIDA, DA MINHA CUIDO EU!

Existem certos tipos de personas que não têm alcance para dimensionar os gritantes contrastes sociais deste país corrupto. Covardes e ociosos temem tomar partido ou se posicionar sobre temas graves que afetam pelo menos 80 milhões de brasileiros. Amam o meio-termo e o melhor lugar que apreciam é sentar-se encima do muro.

Ficam, comodistas, na toca, apreciando de camarote com seu riso hipócrita de hiena.

Criticam quem FAZ, tentam - mas não conseguem - ridicularizar os heróis do nosso tempo: repórteres destemidos, prontos para DENUNCIAR as lambanças que proliferam de Porto Velho a Porto Alegre. A IMPRENSA - e sou integrante dela - continua a ocupar, honrosamente, na hierarquia dos poderes, o 4º lugar.

Escolhi essa profissão por que sou um humanista/socialista de carteirinha desde o final dos anos 70, quando terminava o regime ditatorial - triste memória do medo!
Ao estilo de Arnaldo Jabor, continuarei na estrada com a boca seca - insaciável por Justiça Social neste país das falcatruas intermináveis; da fome e da exclusão.

A Educação tem um papel primordial. Mestre Darcy Ribeiro, profetizou: "Os professores fingem que ensinam e os alunos fingem que aprendem." E isto contribui para que o país continue elegendo seus hilários facínoras. Continua sendo uma nação sem cultura e sem educação de qualidade.

JORNALISTA kamikaze? Com muito orgulho, por sinal. E minha caneta da VERDADE será empunhada até o último dia de minha vida. Diariamente cometo um "delito": SINCERICÍDIO!


(*) Eugenio Santana é jornalista profissional e foi Superintendente de Imprensa no Rio de Janeiro

quarta-feira, 18 de abril de 2012

DANCE (*)




Dance, dance, dance...
Tua música vulgar, clássica ou xamânica?

Baila e solte-se, sinta-te flutuando
Nas geleiras da inconsciência
E, depois, voe, em pensamento,
Para a Lua Azul.

Dance, flutue
Conquiste o espaço vasto
Levita e ame tua silhueta
Fotografe, registre tua aura.
Raros momentos mágicos.

Pra quê sexo
Se a cachoeira acaricia-te
E engole e absorve teu corpo nu?

Ame e não diz o nome.
Símbolos, arquétipos, mitos.
Pra quê revelá-los?
Creia, tenha fé!
Grite.
Celebre. Anuncie. Propague.
É possível conquistar
O imponderável.

O depravado mora em ti,
E dúvidas, também.
Coragem!
Abre lentamente a porta da cabana
Sente-se na cama, acende a lareira; ascenda.
Faça tudo o que quiseres.
O universo pede versos?
Não o decepcione...

Flutue, levita.
Dance.
Ergue tuas mãos
Toque as estrelas.
A vida não quer rima
Ela quer rir
E sobreviver de asas...
Asas de luz e de sonhos.

Goiânia-GO, outono, 2012.

(*) By Eugenio Santana, escritor, jornalista, poeta, publicitário,
editor, ensaísta literário, relações públicas e Assessor de Comunicação.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

RENASÇO DOS AMORES EXTINTOS (*)




Fênix, eu também sei renascer das cinzas...

Renasço a cada manhã, da fogueira
em que me consomem pensamentos;
renasço da geena impiedosa
das intempéries da alma;
renasço dos tempos que foram,
renasço dos amores extintos,
dos desejos insaciados, das paixões frustradas,
da melancolia outonal;
renasço do cansaço de renascer e morrer,
e de ver renascer e morrer.

Renasço como o sol renasce da noite,
como a primavera renasce do inverno,
o bem renasce do mal,
a verdade da mentira,
a justiça da injustiça,
a virtude do vício,
como os rios renascem do degelo das neves.

Fênix, eu sei renascer no sorriso da criança
que corre atrás de uma bolha de sabão;
no verde que renasce do estio,
nos botões que encerram promessas,
na grama que cresce para ser podada;
eu só não tenho, Fênix, tuas asas auri-rubras,
nem sou bem-vindo ao Templo do Sol,
nem verei mais que o espaço de uma vida.

Mas, Fênix, eu renasço como as estrelas renascem na noite,
como o azul renasce nos nimbos,
como os povos renascem das guerras,
como a liberdade renasce da opressão,
como a bem-aventurança renasce da desgraça,
como o perdão renasce do ódio,
como a vida renasce da morte
e o amor renasce da mágoa.

E seguirei renascendo a cada dia,
a cada dia, Fênix,
a cada dia...

(*) Copydesk by EUGENIO SANTANA, FRC – Jornalista, Escritor, Ensaísta literário, Publicitário, Assessor de Comunicação, Editor, Coordenador de RH, Relações públicas, Gerente Administrativo/Comercial. Integrante da ALNM-MG, UBE/GO, Greenpeace/SP, ADESG-DF. Autor de livros publicados. 18 Prêmios literários nos gêneros conto, crônica e poesia; Self-mad man e Verse maker)

domingo, 15 de abril de 2012

NÃO NADAR EM PISCINA QUANDO SE TEM O MAR À VISTA (*)




Tenho três regras bem minhas: a) a vida é efêmera demais para gestos medíocres; b) o que me pertence ninguém me tira; c) fazer o melhor possível, o resto é problema dos outros. Cada momento que passa deve ser vivido com um sentido eterno; se me tiraram algo é porque não era realmente meu, era algo que eu tinha simplesmente, não estava integrado no meu ser. Preocupo-me em ser e fazer o melhor que posso, a reação é problema alheio.

Viver é expandir, iluminar. Muita receita de viver é fuga da própria vida. Viver é derrubar barreira entre os homens e o mundo. Compreender. Saber que, muitas vezes, nossa jaula somos nós mesmos, que vivemos polindo as grades em vez de libertar-nos.

No fundo de cada ser humano existe uma dimensão universal e única, ao mesmo tempo. Descobrir nos outros essa dimensão.

Não podemos viver, permanentemente, grandes momentos, mas podemos cultivar sua expectativa. A gente só é o que faz aos outros. Somos conseqüência dessa ação.

Talvez a coisa mais importante da vida seja não vencer na vida. Não se realizar. O homem deve viver se realizando. O realizado botou ponto final.

Um profundo respeito humano. Um enorme respeito à vida. Acredito nos homens. Até nos arrivistas.

Desenvolver um sentido de identificação com o resto da humanidade. Não nadar em piscina quando se tem o mar à frente. Não salvar peixe em balde, mas devolvê-lo ao mar. “Saber esquecer o mal também é ter memória.” Das melhores coisas da vida é aprender a gostar. Gostar de gostar. Gostar de fazer. Não fazer... me deixa estressado.

O dinheiro não enriquece ninguém. Acreditar mais na verdade que na bondade. A verdade é a quintessência da bondade, é a bondade a longo prazo.

Acreditar mais no sobrenatural. O natural, para mim, não existe. Tudo que está aí é milagre. Pássaro. Gente. Amor.

Os sábios vivem debruçados no milagre. A verdade é caminho, não é fim. Não crer em Deus é pretensioso. Não num Deus que deixa negro apanhar, gente morrer na guerra, nem barbado e sentado numa poltrona de ouro. Mas tudo que está acima de nossas limitações terrenas. O pulo do astronauta é ridículo diante do Universo. No fim do meu caminho Deus perdoará minhas falhas humanas. Afinal de contas, Ele não sabe fazer outra coisa. Perdoar é o grande vício de Deus.

(*) copidesque/fragmento/releitura por Eugenio Santana - Escritor e Jornalista. Autor, entre outros, de “Crepúsculo e Aurora”, Editora Kelps, Goiânia-GO, 2006. Ex-superintendente de Imprensa no Rio de Janeiro.

domingo, 8 de abril de 2012

ENSAIO SOBRE A IDADE MÉDIA




O clima denso e tenso da Idade Média sempre me fascinou: os contrastes violentos, a vida dos camponeses e dos senhores feudais, as catedrais, as cruzadas, clero, a corte, os mosteiros, a pestilência, os sofrimentos, as trevas, a luz, e o sangue jorrados por quase mil anos.

Aprecio poemas e livros em que os costumes, as cenas criam-se com objetos, utensílios, palavras e expressões que poderiam estar ligadas à Idade Média, como estas que pesquisei num livro de história: teares; moinhos; moringas; batedores; hastes secas de linho; rebanhos e pastores; pátios de castelo; ervilhas, lentilhas e feijões; arado; chuvas de abril; falcões; panos de lã; couro de Córdova; pastéis de cotovia; alfaiates, boticários, ourives e monges.

Sinto um clima assim neste poema “A Hóspede”, de Guilherme de Almeida:

“Não precisas bater quando chegares.
Toma a chave de ferro que encontrares
Sobre o pilar, ao lado da cancela,
E abre com ela
A porta baixa, antiga e silenciosa.
Entra. Aí tens a poltrona, o livro, a rosa,
O cântaro de barro e o pão de trigo.
O cão amigo
Pousará nos teus joelhos a cabeça.
Deixa que a noite, vagarosa, desça.
Cheiram a relva e sol, na arca e nos quartos,
Os linhos fartos,
E cheira a lar o azeite da candeia.
Dorme. Sonha. Desperta. Da colméia
Nasce a manhã de mel contra a janela.
Fecha a cancela
E vai. Há sol nos frutos dos pomares.
Não olhes para trás quando tomares
O caminho sonâmbulo que desce.
Caminha – e esquece.”

Fica claro que quando falo em “Idade Média” ou “Idade da Fé” não estou me referindo exclusivamente a um período espacial, temporal, mas a um certo “clima”, valores, lembranças e imagens insondáveis do passado, retidos há séculos na noite da memória, no inconsciente coletivo. Esse “clima”, ao contrário, faz com que não existam delimitações espaciais ou temporais, tudo poderia ter acontecido ontem ou estar acontecendo agora, em qualquer parte do universo. Nessa região de neblina mágica é que desejo penetrar para revigorar o meu trabalho literário.

(Copydesk/fragment/releitura by Eugenio Santana, escritor, jornalista, ensaísta)

ÚLTIMA FLOR DO LÁCIO




Quando falamos em amor à língua portuguesa, na sua história e importância, logo nos vem à memória o poema “Língua Portuguesa”, de OLAVO BILAC:
Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, que ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...

Amo-te assim, desconhecida e obscura,
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela
E o arrolo da saudade e da ternura!

Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,

Em que da voz materna ouvi: “meu filho”
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o Amor sem brilho!

(Eugenio Santana, Escritor,jornalista, poeta e ensaísta literário)

sexta-feira, 2 de março de 2012

EU ME ARREPENDO DA MINHA FALA, NUNCA DO MEU SILÊNCIO




É BEM VERDADE QUE RARAMENTE A OLHAMOS NO ESPELHO. Nunca paramos para pensar na beleza da língua. Muito menos marcamos um horário com um esteticista especializado em línguas.

NÃO COMPRAMOS COSMÉTICOS PARA EMBELEZÁ-LA. Nem vamos à academia por causa dela e não fazemos regime para colocá-la em forma. Ninguém fica observando. Assobiando ou sorrindo para línguas e muito menos escrevendo poemas sobre elas. Tampouco a língua é assunto dos artigos de capa das revistas especializadas em beleza.

Apesar disso tudo, é a língua que determinará se somos ou não pessoas belas. Ela fala muito mais alto do que o formato do nosso rosto, as medidas do nosso corpo, a força física que possuímos, a quantidade de peças que temos no guarda-roupa, o quanto ganhamos ou a importância do cargo que ocupamos na empresa.

MAS A LÍNGUA É TÃO VOLÁTIL QUANTO VITAL. Washington Irving foi o primeiro a dizer: "Uma língua afiada é o único instrumento de corte que se torna mais afiado com o uso permanente." Tiago, meio-irmão do Mestre Jesus, foi o primeiro a alertar: "A língua é um fogo... É um mal incontrolável, cheio de veneno mortífero."
MORTE VERBAL. Um letal e brilhante míssil que ataca com poder infernal, aniquilando e destruindo a vontade.

E NÃO SE PARECE NEM UM POUCO COM A FERA BRUTAL QUE É. Habitualmente escondida atrás dos portões de marfim, seus movimentos são intrigantes. Ela pode enrolar-se para um assobio camarada ou convidar um preguiçoso bocejo à tarde. Sem nenhuma dificuldade consegue retirar restos de pipoca entre os nossos dentes ou segurar um termômetro. É trapaceira! Pode ajudar a saborear uma bala super forte de hortelã, já que vira um lado para o outro sem se queimar nenhuma vez. Momentos depois ela segue as ordens de um trompetista, permitindo que toque "o vôo do besouro" sem um único erro.

MAS, CUIDADO! É só o dedão ser acertado por um martelo, ou seu dedinho preso pela cadeira, que essa criatura escorregadia que fica em sua boca subitamente mostrará o lado violento de sua natureza. Ela desafia a domesticação. Incrível! Nós podemos adestrar golfinhos, baleias e cães. Podemos treinar falcões para pousar em nossos jornais, elefantes para se equilibrar sobre barris, tigres para sentar em tamboretes e jacarés para se virarem e terem as suas barrigas acariciadas. Mas a língua? É impossível ser treinada!

MUITOS OFERECERAM CONSELHOS sobre como evitar os transtornos causados pela irascível língua. Publius, um filósofo grego, nos aponta uma excelente técnica que tendemos a esquecer. O silêncio, diz Publius: "Eu me arrependo freqüentemente da minha fala, nunca do meu silêncio."

A FORMA COMO A UTILIZAMOS é que determinará, em grande parte, a reputação que teremos. Isso porque aquilo que dizemos deixa uma impressão permanente a nosso respeito, ou seja, rotula nosso caráter. As palavras que proferimos, muito mais do que a aparência que temos, revelam quem verdadeiramente somos.

PENSE PRIMEIRO. Antes de movimentar seus lábios, pare por dez segundos e mentalize suas palavras. Elas são precisas ou exageradas? Gentis ou cortantes? Necessárias ou supérfluas? Benéficas ou más? De gratidão ou de lamúrias?

FALE MENOS. Suas chances de estragar tudo são diretamente proporcionais à quantidade de tempo que você gastar com sua boca aberta. Tente fechá-la um pouco. Faladores compulsivos encontram dificuldades em manter amigos. Eles são irritantes. Então conserve sua energia verbal!

(*) Eugenio Santana, Jornalista e Escritor. Membro da ALNM – Academia de Letras do Noroeste de Minas, cadeira nº 2. Sócio da UBE-GO/SC – União Brasileira de Escritores, seção Goiânia e Florianópolis, respectivamente. Ex-Superintendente de Imprensa no Rio de Janeiro/RJ. Articulista do jornal “Diário da Manhã”.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

AZUL




BLUE – Poucas palavras têm uma carga lírica tão forte quanto a palavra “azul”. Basta colocar o adjetivo azul ao lado de um substantivo para que ele se ilumine, cresça em significados: pássaro azul, luz azul, rosazul, cavalo azul, tarde azul. Essa cor imprime o toque divino, infinito, que faz a alma voar pelo céu e pelo mar:
Colocar um toque de poesia,
de magia
é pintar de azul.
É bom deitar a cabeça numa nuvem
e sonhar azul,
como uma asazul
ou uma rosazul
que se abre de boca para o céu.
Os jornais podem contar que um homem matou a amante,
o poeta vem e diz
que seu vestido era de organdi azul.
O poeta é dono de um tinteiro
e grava de azul as peles,
os lábios dos sexos,
deixando estranhas marcas de abismo.
O poeta é dono de uma estrada
por onde anda nu,
atento,
com seu cavalo azul.
Por enquanto o poeta deixou aqui um pingo azul.

(copydesk/fragment by Eugenio Santana)

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

UM POUCO DE MAR E UM POUCO DE FLORESTA...




Havia os Vazios, Desejos, Ausência imensa, Saudade de algo que lhe faltava. E ela sonhava com coisas longínquas, e as amava: florestas que nunca vira, e pensava que seria bom se, um dia, o mar e a selva se encontrassem e o azul e o verde se misturassem. Ela amava o mar que nela morava, e a selva, ausência, pedaço que lhe faltava. Mas ele também tinha um sentimento triste, vazio, doía-lhe o lugar da Falta. E quando o sol se punha sobre o mar, ele sentia uma nostalgia imensa. Como se a floresta não lhe bastasse, o desejo por algo belo-distante, ausente. E, da sombra verde das árvores, olhava a luz azul do mar, solene no horizonte, brincalhão na areia, e desejava mergulhar nele, e pensava que felicidade é isto: a selva penetrando o mar. Um dia os dois se encontraram, se amaram, a floresta mergulhou no mar, o mar abraçou a floresta, suas sementes se misturaram e uma criança nasceu... E ela tinha no seu corpo um pouco de mar e um pouco de selva...

(Eugenio Santana – fragmento/copidesque)

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

É HORA DE MUDAR E DE ALÇAR NOVOS VÔOS...




Sinto que esse momento de percepção é uma liberação... Antes, sentia-me preso como se estivesse em um casulo que eu não queria abandonar... que me limitava só ao que era conhecido e, mesmo assim, parece que ficava cada vez mais limitado por medos e preocupações.

Depois me senti livre e aberto a todas as possibilidades... Em um segundo de clareza, o casulo se rompeu e eu voei.

É que as transformações tão necessárias, às vezes, não são muito fáceis e podemos nos apegar ao que deve ser deixado... prolongando o tempo do casulo, retardando o vôo da borboleta... o vôo da liberdade.

A nossa natureza é sábia... e quando estamos prontos para dar mais um passo adiante, onde podemos ter uma visão mais ampla da nossa realidade, isso se dá suavemente, quando não resistimos ao fluxo natural da vida... ou nem tanto... quando resistimos e tentamos segurar a todo custo o que já passou.

Nesses casos é quando o Universo costuma puxar nosso tapete... e alguma coisa inesperada e aparentemente ruim nos chama atenção para as transformações necessárias.

Ficamos tão acostumados com determinados "casulos" que já não nos cabem mais que, mesmo apertados e desconfortáveis, preferimos ficar ali a arriscar um mergulho no desconhecido.

Mesmo sem perspectiva nenhuma, existem situações nas nossas vidas que nos prendem até o ponto em que algo acontece para nos mostrar que é realmente hora de mudar e de alçar novos vôos.

Saber fluir com os ciclos faz nossa vida mais leve e sem esforço... mas, quase sempre nos agarramos às beiradas tentando segurar o tempo... as coisas... as pessoas... e nem percebemos que a vida passa e nós ficamos estagnados e presos ao que passou.

Quando mudamos de ciclo é como se chegássemos a um patamar um pouco acima de onde estávamos... na subida da montanha... e dali nossa vista alcança um pouco mais longe e podemos ver com mais clareza as coisas... que eram verdade, até então, agora... vista desse ponto, não são mais.

Aprendemos que as verdades que nos alimentam em determinados momentos não são as que nos alimentam em outros... nessa realidade de impermanência, tudo vai se transformando, na medida em que nos abrimos para essas transformações.

Podemos nos prender aos casulos que nos servem de morada... e de caminho... durante nossa jornada aqui... mas o casulo não é uma morada permanente e é pura perda de tempo e de energia acreditarmos que é...

Deixar ir o que passou, sem julgamentos e com Amor, por entender que era o aprendizado que precisávamos naquela hora, mas que já cumpriu seu papel... nos deixa livres para mergulhar por inteiro nas infinitas possibilidades que se apresentam quando soltamos as amarras do passado e nos abrimos para o risco e a maravilha que é viver sem garantias... no presente.

(copydesk/fragment By Eugenio Santana - Místico Rosacruz, Escritor, Jornalista, Editor, Crítico literário, Relações públicas, Assessor de Comunicação, Redator publicitário)

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

NÃO REPRIMA SEUS SENTIMENTOS. NÃO OS ESCONDA DE VOCÊ MESMO


Sentimentos que insistimos em não enfrentar, ou seja, que não queremos sentir e, por isso os reprimimos é o verdadeiro "sepulcro caiado" mencionado por Cristo. Lindo por fora, mas que esconde algo que está apodrecido por dentro. Não reprima seus sentimentos, tenha coragem de aceitá-los e deixá-los ir embora. Não os esconda de você mesmo, pois isso só o prejudica e o mantém em estagnação.

São esses "sentimentos enterrados vivos", ou seja, sentimentos mal resolvidos que fomentam a maioria dos insucessos que experimentamos, seja na saúde ou na profissão, seja até mesmo no relacionamento.

Não seja resignado com os seus sentimentos, pois também é uma forma de agravar os problemas, por isso muitas vezes é necessário procurar a ajuda de alguém habilitado o suficiente para fazê-lo encarar esses sentimentos, clareando a sua visão de mundo para que você vivencie exatamente tudo o que sempre quis. Não pense que sofrimentos vivenciados no passado que nem sempre são lembrados, não influenciam a sua vida hoje. Reflita sobre você e sua vida de hoje e veja se na sua história não está repetindo um padrão de comportamento de alguém como seu pai ou sua mãe.

Veja se você hoje não tem o sucesso almejado porque na sua infância não ouvia muitas vezes as seguintes frases: "esse menino(a) não faz nada direito!"; "do jeito que é preguiçoso(a), não vai conseguir nada na vida!"; ou ainda, se você cresceu ouvindo as frases: "trabalhar muito para ganhar muito pouco, a vida é injusta!"; "trabalhar é muito difícil e árduo"; ou ainda "é preciso sacrifício para se ter muito dinheiro"; "dinheiro não traz felicidade".

São frases comuns e carregadas de sentimentos fracassados que geram e criam padrões de dificuldades em diversos setores da vida. Resultado de "sentimentos enterrados vivos que não morreram". Imaginem a quantidade de pessoas talentosas que se encontram inertes por não conseguirem realizar seus objetivos, como se existisse algo que as tivessem impedindo de fazê-los.

(Copydesk/Fragment by EUGENIO SANTANA, FRC - Jornalista, Escritor, Editor, Publicitário, Relações públicas, Assessor de Comunicação)

domingo, 1 de janeiro de 2012

CÍNICAS MÁSCARAS


A MÁSCARA te oprime. Não a deixas, ainda que o desejes. Não te livras da prisão pessoal a que te obrigas sem saber bem por quê, qual o motivo que te imponha envergá-la sobre o rosto e vais a qualquer sítio, qualquer porto perdido nesses mares que navegas, portando a mesma identidade obscura, o falso rosto, a péssima figura que não diz o que és nem o que pensas, nem o riso ou a dor que ti manam, mas que transita fácil pelo mundo, entrando em qualquer bar ou qualquer banco, para o marketing cínico das máscaras.

(copydesk/fragment by Eugenio Santana - jornalista, escritor, ensaísta)

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

ASAS OU OÁSIS?




ASAS OU OÁSIS?

por Eugenio Santana


Guardo esses talismãs
raros, ocultos,
invisíveis, caros.
Não sei se asas
ou oásis.
A inesgotável fonte
do verbo-pássaro
é incomensurável?

Oásis: espaço, bússola, beleza, utopia.
Asas: almalada, aura, tempo, poesia.
As chaves do mistério
dessas raras jóias,
esqueci no mar profundo,
na distância.
joguei fora na embriaguez do tormento;
ficaram perdidas nas asas do esquecimento.

Não há fácil acesso
ao cofre de enigma-estigma.
Simplesmente invento
ao sabor do vento:
um poemazul – inventário de cicatrizes
alada memória do pássaro-poeta...

(*) extraído do meu livro: “Florestrela”
Hórus/9 Editora, Goiânia-GO, 2002

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

PARA SEMPRE JEAN-NICHOLAS ARTHUR RIMBAUD




RIMBAUD está vivo. Rimbaud é um fenômeno literário que não morrerá em nossa memória.
Rimbaud é um marco zero na história da Literatura.
Sua radicalidade, que o levou à renúncia e ao silêncio, merece um tributo especial e uma reflexão permanente.
Os poetas e os escritores do século XX, os surrealistas, os beatniks, os hippies, os jovens rebeldes – todos lhe são devedores.

SULCOS – À direita a aurora de verão desperta as folhas, os vapores, e os rumores deste meandro do parque, e as vertentes da esquerda mantêm em suas sombras violáceas, os mil velozes sulcos da úmida senda. Desfile de encantamentos. De fato: carros carregados de animais de madeira dourada, de mastros e telas pintadas de cores mescladas, no grande galope de vinte cavalos circenses jaspeados, e as crianças e os homens, nos mais surpreendentes animais montados; - vinte veículos, floridos e enfeitados como as carruagens antigas ou de contos, abarrotadas de crianças adornadas para uma pastoral suburbana; - e até mesmo, os ataúdes sob seus noturnos dosséis, erguendo os penachos de ébano, desfilando ao trote de grandes éguas azuis e negras.

Eu teria gostado de mostrar às crianças
Botos de ouro, peixes cantantes, polvos.
Escamas de flores ritmavam minhas danças,
Dos ventos tive asas e momentos de vôos.
Livre,ofegante, cavalgado por neblinas,
Eu que furava o muro dos céus avermelhados,
Que traz o que seria delícia dos poetas
Os liquens do sol e fungos celestiais;
Vi arquipélagos siderais e ilhas
Cujos céus delirantes abriam-se ao sonho.
Nessas noites sem fundo é que dormes e exilas
Milhão de aves de ouro, o futuro vigor?
Mas chega, chorei demais. Auroras não têm graça,
Toda lua é atroz e todo sol amargo;
O amor me encheu de torpores agridoces;
Que minha quilha estoure, que me faça ao mar!

(copydesk/fragment by Eugenio Santana – Escritor, jornalista, ensaísta literário)

sábado, 10 de dezembro de 2011

FAZ DE CONTA...




FAZ DE CONTA que vivemos num país muito lindo e verde, onde todos têm os mesmos direitos, todas as crianças têm lares felizes, todas vão à escola, todas têm a mesma assistência médica e alimentação. Vamos ainda fazer de conta que as cidades onde vivem essas crianças e seus pais são completamente livres de assaltos, assassinatos, acidentes de trânsito, catástrofes naturais, inundações, favelas, tráfico de drogas, políticos corruptos, sujeira, mendigos, gente morrendo nas filas de hospitais públicos, calor intenso em decorrência de abusos ambientais. Que os rios, riachos e córregos que cortam essa cidade são límpidos, cristalinos, prontos a nos matar as muitas sedes.

Vamos fazer de conta que as pessoas de idade são respeitadas e queridas, que sua experiência e sabedoria são apreciadas por todos, que as crianças são ensinadas a não discriminar ninguém, são ensinadas que todos têm o direito de ser o que realmente são e de se expressarem, de se vestirem como quiserem e amar a quem quiserem; que as famílias são unidas por laços verdadeiros e sinceros de afeto, senão não são famílias; que as doenças são curáveis, os frutos da terra são puros e não contaminados e que todos desejamos o bem dos outros. Que a paz reina no mundo, árabes e judeus se dão as mãos como irmãos que na verdade são, por exemplo, e que ninguém é menos amado pela cor de sua pele ou menos aceito por não possuir bens. Aliás, todos teriam os bens que a terra dá, igualmente, e todos dividiriam esses bens.

De qualquer forma, o Natal seria um momento de grande beleza e paz. Com um pouco mais de esforço, poderíamos imaginar Jesus bem bonitinho, no colo de sua mãe, nascendo o tempo todo dentro de cada coração.

(Copydesk/Fragment by Eugenio Santana)

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

TEU JARDIM, MÃE




Ínfima asa de memória ardente do poetalado, Mãe
Tão lúcida! E lancinante foi o sofrimento
e a dor inominável - e minhas lágrimas petrificadas...
Recente foi o teu Vôo na Asa inexorável do Tempo.

Partiu na tarde de nuvens cinzentas.
Meu coração? Partido; minha alma? Imolada...
Minha mãe partiu - viajou, etérea; diáfana, translúcida
Momento único em que não se repartiu - e não se fragmentou
A sua morte não repartiu – alçou íntegro e belo Vôo anímico
e cumpriu - bravamente - a sua Missão no "vale de lágrimas".

Afinal, viver é um jardim precário e efêmero.
Mas vejo em teu jardim
a perenidade da madressilva, miosótis, hortênsias,
rosas-vermelhas,samambaias e do jasmim.
Porque é bonito o Eterno.
E porque é lindo o Jardim.

Sim! O dia amanhece por meio da Aurora
inapelavelmente...

E nestas manhãs de outono
os vizinhos passam em frente da casa
e não te acenam mais.

Acenam para o jardim desolado
por hábito, medo da morte, perplexidade.
E pela sagrada Luz do Astro-rei
que ainda estremece
face ao teu (reen)canto.

Ainda assim, mãe
é noite em teu jardim cósmico.
Por mais que amanheça,
por mais que floresça
o meu olhar vaga -
lume...


(Eugenio Santana, jornalista, escritor)


"Para Sempre
Por que Deus permite
que as mães vão se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não se apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.
Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
- mistério profundo -
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho."

(Carlos Drummond de Andrade
- mineiríssimo como eu)