segunda-feira, 16 de abril de 2012
RENASÇO DOS AMORES EXTINTOS (*)
Fênix, eu também sei renascer das cinzas...
Renasço a cada manhã, da fogueira
em que me consomem pensamentos;
renasço da geena impiedosa
das intempéries da alma;
renasço dos tempos que foram,
renasço dos amores extintos,
dos desejos insaciados, das paixões frustradas,
da melancolia outonal;
renasço do cansaço de renascer e morrer,
e de ver renascer e morrer.
Renasço como o sol renasce da noite,
como a primavera renasce do inverno,
o bem renasce do mal,
a verdade da mentira,
a justiça da injustiça,
a virtude do vício,
como os rios renascem do degelo das neves.
Fênix, eu sei renascer no sorriso da criança
que corre atrás de uma bolha de sabão;
no verde que renasce do estio,
nos botões que encerram promessas,
na grama que cresce para ser podada;
eu só não tenho, Fênix, tuas asas auri-rubras,
nem sou bem-vindo ao Templo do Sol,
nem verei mais que o espaço de uma vida.
Mas, Fênix, eu renasço como as estrelas renascem na noite,
como o azul renasce nos nimbos,
como os povos renascem das guerras,
como a liberdade renasce da opressão,
como a bem-aventurança renasce da desgraça,
como o perdão renasce do ódio,
como a vida renasce da morte
e o amor renasce da mágoa.
E seguirei renascendo a cada dia,
a cada dia, Fênix,
a cada dia...
(*) Copydesk by EUGENIO SANTANA, FRC – Jornalista, Escritor, Ensaísta literário, Publicitário, Assessor de Comunicação, Editor, Coordenador de RH, Relações públicas, Gerente Administrativo/Comercial. Integrante da ALNM-MG, UBE/GO, Greenpeace/SP, ADESG-DF. Autor de livros publicados. 18 Prêmios literários nos gêneros conto, crônica e poesia; Self-mad man e Verse maker)