segunda-feira, 25 de julho de 2011

MANAUS: MEU INFERNO ASTRAL?!





Manaus não confirma nem se afirma, nem de longe, o título de cidade-sede da, digamos, Floresta Amazônica. É sim, uma selva de pedra dentro do estado do Amazonas sem qualquer sintonia compatível com a Amazônia e seus polêmicos conflitos de preservação ambiental e controvertidas questões indígenas mal resolvidas.

A impressão que se tem é a de uma cidade grande como outra qualquer, que cultua o hedonismo, o capitalismo “selvagem” já que possui um dos maiores parques industriais da América Latina, a guerra de classes elitista, sedentária e viciada em Shoppings. Aliás, por ser uma cidade de calor insuportável, a classe média e alta se refugia nos shoppings com o viciado ar refrigerado.

No dia 9 de abril passado fui, num vôo matutino da TAM, conhecer Manaus, por motivos profissionais equivocados.

Quando o comissário de bordo anunciou o nosso pouso no Aeroporto de Manaus, antes, porém, havia avisado que estávamos passando por uma área de turbulência e lá do alto, antes da aterrissagem, visualizei as águas noturnas do insólito Rio Negro, pressentindo que minha estadia na famigerada Manaus seria caótica e desastrada; uma temporada no Inferno, lembrando Jean-Nicholas Arthur Rimbaud.

Nos bairros periféricos, como o do Aleixo, por exemplo, você depara com cenas “hilárias e degradantes”: um bando de urubus disputando o lixo das calçadas com uma dezena de cães vira-latas e mais adiante na Avenida do mesmo bairro onde proliferam concessionárias de automóveis, incluindo a Citröen, na qual já fui Consultor de Marketing, da filial Anápolis; está instalada a sede da principal mídia impressa, o jornal “A Crítica”, e à noite – por ironia – de frente à sede do jornal acontece o trottoir de meninas aparentando de 12 a 15 anos, confirmando nitidamente a prostituição infantil, que envergonha esse País de gritantes contrastes e injustiças sociais.

Quando você questiona sobre os índios eles comentam com indisfarçável desdém: aqui na cidade não existe índio, os índios estão na selva, na floresta, nas reservas. Passam a impressão que têm pré-conceito de sua própria origem...
E o manauara não é um exemplo de cidadão cordial, aberto ao diálogo, interativo. São fechados e não gostam de dar informação e são declaradamente rivais dos paraenses, deitam falação nas pessoas de Belém que, por razões de empregabilidade, migram para Manaus, buscando oportunidade de trabalho no pólo industrial de eletroeletrônicos.
E conversando com uma amiga, promotora de justiça, ela informou-me que a Região Norte é campeã em trabalho escravo. Senti isso na pele, durante o meu período de “treinamento” em Manaus. Um exemplo vivo de escravocracia, versão 1883.

Unanimidade inquestionável e previsível digna de registro na Manaus de múltiplas faces é que a cidade inteira torce pelo Flamengo, do Rio. E eu também, desde 1975, ao assistir no Maracanã um histórico Fla x Flu protagonizado por Zico, Júnior, Adílio, Andrade, Nunes, goleiro Raul, entre outras feras. Um simples anúncio de que o Flamengo vai jogar, a cidade se agita e veste-se de rubro-negro. E quinhentos mil celulares da operadora TIM não param de tocar... E haja blá blá blá...

Concernente à Arquitetura dos bairros nobres e do setor central é digna de registro: ganha de Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo, Goiânia, Campo Grande e Belo Horizonte; os edifícios são imponentes, de uma criatividade indescritível e de rara beleza. Não sei se tem o dedo de Oscar Niemayer, mas, o fato é que encantam e fascinam aos nossos olhos, distraidamente, capitalistas (sic).

Confesso que ficou um sabor amargo na garganta, visto que não tive tempo disponível para apreciar a rica culinária regional e, principalmente, não provei o sabor dos beijos das manauaras, sendo que um executivo que viajou comigo me dissera, ainda no avião: “as mulheres vão atacá-lo, meu caro, são nove pra cada homem”. Apreciei, sim, o visual de umas gatonas esculturais e curvilíneas, mas, infelizmente, a agenda não deu folga. Uma pena...

Após vivenciar o caos aéreo incluindo o extravio de minha bagagem que ficou retida em Guarulhos, o celular tocou no aeroporto de Brasília e me avisaram que minha bagagem chegaria até as 15h do dia seguinte na portaria do Edifício Tocantins, onde moro em Goiânia. Ufa, me senti aliviado – tive um orgasmo mental! Convicto de que ao retornar a Manaus vou curtir tudo que tenho direito: as belas mulheres, a cozinha à base do tambaqui na brasa, o mágico banho nos Igarapés para lavar a alma, vivenciar o xamanismo da Ayuasca numa comunidade indígena e nas mirações encontrarei as inspirações para o próximo livro, visitarei o legendário e secular Teatro Amazonas e, de quebra, abraçarei meus confrades da Academia de Letras do estado do Amazonas. E meu poetamigo Thiago de Mello? Aí já é outra história: eu não sei se ele está vivo. Maktub!

(*) Eugenio Santana é escritor, jornalista, ensaísta, publicitário, copydesk, verse maker; self-mad man. Autor de livros publicados; Sócio efetivo da Associação Catarinense de Imprensa (ACI) e da Associação Fluminense de Jornalistas (AFJ). Ex-superintendente de Imprensa do Governo do Rio de Janeiro.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

LEITORES MANAUARAS: IRASCÍVEIS E REACIONÁRIOS (*)




"Vocês riem de mim porque sou diferente. Eu morro de rir de vocês porque são todos iguais!"

Mais uma constatação lamentável: vocês ganham dos cariocas em matéria de PALAVRÕES E XINGAMENTOS e gírias obsoletas. Que coisa vergonhosa! Diz um velho deitado: cães que muito ladram não mordem. Polêmicas e provocações são aceitas até ao limite do tolerável. Quanto aos xingamentos e ofensas pessoais são passíveis de punição por calúnia, difamação e danos morais. Estou salvando os IMÊIOS e posso processá-los, tipificando crime virtual. Vocês não argumentam, não têm noção ou a mínima vivência com DEBATE, nem cultura humanístico-filosófica ou uma ínfima parcela de educação e respeito. Se o meu caro amigo Thiago de Mello soubesse de seus arroubos emocionais... ficaria vermelho de vergonha! Precisam refazer conceitos e valores. Será, populacho, que eu iria adicioná-los ao meu Facebook, Orkut ou Blog pra que despejassem suas frustrações, neuras e cóleras por meio de impublicáveis palavrões? Fiquem esperando, otários! Fala sério, ninguém merece!

Em meu País há, sem sombra de dúvida, o exercício da Democracia e, fundamentalmente, da liberdade de EXPRESSÃO. Não admito populacho, ofensas pessoais e um festival de palavrões destilando veneno, expediente de quem não tem cultura; atitude típica de covardes dissimulados e que se escondem atrás de uma máscara – ou não seria chapéu de boi?

A DIMENSÃO/repercussão que estão dando ao meu ARTIGO, publicado na mídia impressa mais imparcial do estado de Goiás, o “DIÁRIO DA MANHÔ, significa que ele espelha a quintessência da VERDADE.

Senhoras e senhores: por que tanta agressividade e violência verbal? Tudo isso é inveja? Sou bonito, culto, profissão definida, plantei árvores, publiquei livros, fiz duas filhas e um filho; possuo casa e carro próprios e nasci no Sudeste – não tenho culpa de ser um bem-nascido, caríssimos desafetos. Querem me crucificar por conta de um artigo, melhor dizendo de uma crônica publicada numa mídia impressa goiana? Sendo que estou, temporariamente, radicado aqui, mas, sou profissional do eixo RIO/SP/BH/DF/FLORIPA – Ex-Superintendente de Imprensa do Governo do Rio de Janeiro. Creio que estão tentando descarregar seu mau-humor na pessoa errada.

Sugiro que procurem imediatamente um psicanalista e o melhor deles é o meu primo Luiz Fernando Guaracy Ribeiro Santana, consultório na Barra da Tijuca, no Rio; no elenco de seus clientes Vips estão atores e diretores da Rede Globo. Posso passar, gratuitamente, o contato dele pra vocês cuidarem de suas anomalias, principalmente, do complexo de inferioridade e mania de perseguição. Esqueceram que IRA está contextualizada nos Sete Pecados Capitais, energúmenos e qualiras? Lembre-se de uma das afirmações do MESTRE: “Não julgueis, para não serdes julgados”; “Não olhem para o cisco no olho do seu próximo, visto que, existe uma trava em seus olhos.”

Existem alguns indivíduos medíocres assemelhando-se a cães raivosos que ligam pro meu celular, proferem palavrões inomináveis e depois desligam, covardemente; saibam: sou um homem determinado com as palavras e com as ações, fiz a ESG – Escola Superior de Guerra e fiz treinamento no EMFA – Estado Maior das Forças Armadas. Não brinquem comigo, desocupados! A minha coragem e TRANSPARÊNCIA são tão visíveis que não escondo meus contatos. Não ousem desafiar-me, perdedores. Bando de neófitos fracassados, alguns são “estudantes de jornalismo” da Região Norte – terra de predadores da Floresta Amazônica, ridículos perdedores e covardes assassinos de missionários e ambientalistas.

Homem de Letras, dotado de abrangente bagagem Cultural, quarto poder porque sou IMPRENSA, acima disso tudo sou HOMEM com H maiúsculo, biltres, pusilânimes e qualiras (sic). Estou preparado para suas investidas hilárias, bizarras e grotescas... Seria trágico se não fosse cômico. Percebo que estou perdendo meu tempo jogando PÉROLAS AOS PORCOS!

JORNALISTA não fala – informa;
JORNALISTA não acha – tem opinião;
JORNALISTA não mente – equivoca-se;
JORNALISTA não pára – pausa;
JORNALISTA não chora – se emociona;
JORNALISTA não some – trabalha em off;
JORNALISTA não traz novidades – dá furo de reportagem;
JORNALISTA não tem amigos – tem muitos contatos;
JORNALISTA não briga – debate;
JORNALISTA não usa carro – mas sim veículo;
JORNALISTA não passeia – viaja a trabalho;
JORNALISTA não conversa – entrevista;
JORNALISTA não é chato – é crítico;
JORNALISTA não tem olheiras – tem marcas de guerra;
JORNALISTA não se esquece de assinar – é anonymous;
JORNALISTA não se acha – ele já é reconhecido;
JORNALISTA não influencia – forma opinião;
JORNALISTA não conta história – reconstrói;
JORNALISTA não é esquecido – é eternizado pela crítica;
JORNALISTA não morre. Coloca um ponto final.

(*) EUGENIO SANTANA é Jornalista profissional investigativo/cultural e Escritor de projeção nacional, Editor, Ensaísta, Publicitário. Autor de livros publicados.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

AS PALAVRAS PESAM. TALVEZ PORQUE SEJA A MAIS AUTÊNTICA INVENÇÃO HUMANA...




Há muitas palavras - a de Deus, a de honra, a do rei, que não volta atrás, e a que se dá para firmar um compromisso ou promessa.

Palavra contém ala, que tem a ver com fila ou parte de uma construção, e também ar, sem o qual não se pode respirar. Palavra tem mais valor quando entremeada de silêncios. Derramada assim, de boca aberta, esvai-se. As palavras pesam. Talvez porque seja a mais autêntica invenção humana.

"No princípio era o Verbo", enfatiza o prólogo do evangelho de João. Deus é Palavra e, em Jesus, ela se faz carne. Unir palavra e corpo é o profundo desafio a quem busca coerência na vida. Há quem prime pela abissal distância entre o que diz e o que faz. E há os que falam pelo que fazem.

Só o coração compassivo, o movimento anagógico e a meditação, que livram a mente de rancores, são capazes de imunizar-nos da palavra maldita.

A palavra salva. Uma expressão de carinho, alegria, entusiasmo, solidariedade ou amor, é brisa suave a reativar nossas melhores energias. Somos intimados à reciprocidade. Essa força regeneradora da palavra é tão vital que, por vezes, a tememos.
Arrogantes, sonegamos afeto; ambiciosos, engolimos a expressão de ternura que traria luz; medíocres, calamos o êxtase, como se deflagrar vida merecesse um elevado preço que o outro, a nosso ínfimo julgamento, não é capaz de pagar. Ato contínuo, fazemos da palavra, que é gratuita, produto pesado na balança dos sentimentos.

Vivemos cercados de palavras inúteis, condenados à incivilização que teme o silêncio. Verbaliza-se muito para se dizer bem pouco. Fazem moda músicas em que abundam palavras e necessitam de sonoridades. Jornais, revistas, TV, outdoors, telefone, celulares, correio eletrônico - há demasiado palavrório. E sabemos todos: não se dá valor ao que se abusa.

O silêncio não é o contrário da palavra. É a matriz. Talhada pelo silêncio, mais significado ela possui. Quem fala muito, o indiscreto, cansa os ouvidos alheios porque seu matraquear de frases ecoa sem consistência, nexo ou sentido. Quanto ao sábio pronuncia a palavra como fonte de água diáfana e cristalina. Não fala pela boca, e sim do mais profundo recôndito de si mesmo.

O versátil, talentoso e criativo escritor mineiro Guimarães Rosa inaugura "Grandes Sertões, Veredas" com uma palavra insólita: "Nonada." Convite ao silêncio, à contemplação, à mente centrada no vazio, à alma despida de utopias. Não nada. Não, nada.

Os místicos têm conhecimento que, sem dizer Não e desejar o Nada, é impossível ouvir, no sigilo do coração, a palavra Deus que, neles, se faz Sim e Tudo, expressão afetiva e ressonância criativa.


(Eugenio Santana é escritor, jornalista, ensaísta, publicitário, copydesk, versemaker; self-mad man. Livros publicados; 18 prêmios literários em âmbito nacional. Sócio efetivo da Associação Catarinense de Imprensa (ACI) e da Associação Fluminense de Jornalistas (AFJ). Ex-superintendente de Imprensa do Governo do Rio de Janeiro.)

segunda-feira, 11 de julho de 2011

AMOR INDÍGENA DO PÁSSARO DO INFINITO




Quero me perder em ti como as Florestas da Bolívia deixaram-se fecundar pelo sangue do meu amigo Ernesto Che GUEVARA. Cegar-me em tua insana figura escultural para que a tua asa noturna faça-se em mim claridade, brilhante como as luzes a mercúrio despem a madrugada e incendeiam a cidade.

Quero viajar no teu embalo, desatar-me das amarras da razão, voar livre em tuas asas, ser o pássaro do infinito, mergulhar fundo em teu seio na vertigem de uma gaivota insaciável, e ter a cor da força de teus olhos.

Quero possuir-te como pinturas indígenas gravadas e guardadas numa gruta, e que me embriague de tua luz, tome a tua forma como a Amazônia rasga-se ao toque da torrente que nela abre o rio para acolher as águas prateadas da neve aquecida no dorso dos Andes.

Quero viver no teu encanto, colher os frutos que em teu ventre semeiam em mim o gosto do Absoluto.

Quero minha vida em ti vivida, prolongada nas promessas de teus dons, para que no amor toda saudade seja suprimida na presença forte e farta dessa entrega feliz chamada eternidade.


(Eugenio Santana é escritor, jornalista, ensaísta, publicitário, copydesk, versemaker; self-mad man. Livros publicados; 18 prêmios literários em âmbito nacional. Sócio efetivo da Associação Catarinense de Imprensa (ACI) e da Associação Fluminense de Jornalistas (AFJ). Ex-superintendente de Imprensa do Governo do Rio de Janeiro.)

sábado, 9 de julho de 2011

MANIFESTO ABERTO À ESTUPIDEZ HUMANA




DEUS é tudo no Todo. É a própria Transcendência e a Consciência Cósmica, muito embora a sua Face não possa ser contemplada. E o que mais O caracteriza? A essência suprema e trina: Onipresente, Onisciente e Onipotente; por isto, é o Todo-Poderoso. Ele se revela (latente) em todas as coisas visíveis e ocultas; inclusive, por meio dos raios do Astro-rei, o Sol. Eu sou – modéstia às favas – diáfano, ético e puro como o próprio Sol alado que ilumina o Planetazul e a escuridão de seres abjetos, rastejantes, hipócritas, dissimulados e medíocres.

(Eugenio Santana, FRC – Escritor, Jornalista, Publicitário, Versemaker, Self-mad man; Comendador honorário da Ordem Ka-Huna do Poder Mental-DF e Consultor de Pompoarismo e Tantrismo de Balzaqueanas)

segunda-feira, 27 de junho de 2011

STF: UM ANDRÓIDE OU ANDRÓGINO EQUIVOCADO? (*)






A meu ver, a decisão mais equivocada, questionável e tendenciosa de toda a história do STF: permissão do casamento ou união estável, com direito ao registro em cartório, de casais gays e/ou homossexuais.
Isto é um absurdo abominável, inconcebível e inconstitucional. Enfim, uma completa inversão de valores. Uma vitória infeliz da mediocridade e da hipocrisia.
Afinal, os ministros, em sua maioria, da Corte Suprema, possuem filhos gays? Sei que são nomeados pelo Poder Executivo. Então, questiono: há interesse da Presidência da República em apoiar o minoritário movimento gay?
Sei que o ministro Joaquim Barbosa - meu amigo de infância, visto que ambos somos contemporâneos e conterrâneos oriundos da histórica Paracatu-MG - não seria capaz de apresentar seu voto favorável a essa aberração ou magnífica farsa. Sei que ele tem problemas de saúde e, que embora ainda jovem, talvez o tenham aposentado e, via de conseqüência, estaria fora de combate.
A coragem, a ousadia, a criatividade, o discernimento, o bom senso e a busca incessante da verdade são características típicas dos mineiros e só podia ser um jovem magistrado mineiro de Uberaba, radicado em Goiânia, para agir com bravura, questionar e ousar desafiar o poderoso STF com o sólido argumento da Carta Magna – a Constituição Federal do Brasil que, em sua essência, nitidamente conceitua o que é, verdadeiramente, um núcleo familiar. Meu profundo respeito, apoio, solidariedade e perene admiração pelo meritíssimo juiz Jeronymo Pedro Villas Boas.
A atitude de escrever esse artigo se originou pelo fato de ser pai de duas filhas e um filho. Por respeito a eles que são fruto de um casamento autêntico, legítimo, original. Família se constitui por meio de um homem e uma mulher que se amam e são capazes de procriar; gerar filhos e criar sua prole. Está no Livro Sagrado – lei de Deus; está na Constituição federal – lei dos homens.
Quanto mais civilizados se tornam os homens, mais eles se tornam atores. Querem exibir-se e fabricar uma ilusão. Tenho tentado suprimir em mim as razões que homens invocam para existir e para atuar. Tenho tentado chegar a ser normal, e eis-me aqui perplexo, no mesmo plano que os imbecis e tão vazio como eles. Diante de um tribunal absoluto, apenas os Anjos seriam absolvidos.
No apogeu se procriam valores que, no crepúsculo, gastos e desfeitos, são abolidos. Fascinação da decadência, épocas em que as verdades já não possuem vida... em que se amontoam como esqueletos na alma pensativa e seca, no ossário dos sonhos mortos.
Neste mundo nada está em seu lugar, começando pelo próprio mundo. Não há que assombrar-se então com o espetáculo da injustiça humana. É igualmente inútil repudiar ou aceitar a ordem-social: somos obrigados a sofrer suas mudanças, para melhor ou para pior, com um conformismo desesperado, como sofremos com nascimento, amor, clima ou morte.
Se em algum caso extremo se pode governar sem crimes, é impossível fazê-lo sem injustiças. Espero, sinceramente, na condição de pai e cidadão brasileiro, que o STF reveja, com a máxima brevidade, seus conceitos e, em casos polêmicos e delicados, que promova plebiscito e dê atenção, em primeira instância, ao clamor popular e aos multiformes segmentos da sociedade. Maktub!

(*) Eugenio Santana, escritor, jornalista. Da Academia de Letras do Noroeste de Minas (ALNM-MG); da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG-DF); da Associação Catarinense de Imprensa (ACI); livros publicados.

LEIA ÚLTIMA PESQUISA PERTINENTE AO POLÊMICO ASSUNTO:

Mais da metade dos brasileiros são contra união gay, diz Ibope
DE SÃO PAULO

Uma pesquisa do Ibope Inteligência divulgada nesta quinta-feira mostra que 55% dos brasileiros são contrários à decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) que reconheceu a união de casais do mesmo sexo.
Veja os principais resultados da pesquisa
Maioria é contra adoção por casal gay no Brasil
O estudo, realizado entre os dias 14 e 18 de julho, identifica que as pessoas menos incomodadas com o tema são as mulheres, os mais jovens, os mais escolarizados e as classes mais altas.
Sobre a decisão do STF, 63% dos homens e 48% das mulheres são contra. Entre os jovens de 16 a 24 anos, 60% são favoráveis, enquanto 73% dos maiores de 50 anos são contrários.
Considerando a escolaridade, 68% das pessoas com a quarta série do fundamental são contra a decisão, enquanto apenas 40% da população com nível superior compartilha a opinião.
Nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, 60% são contra. Já no Sul a proporção cai para 54% e, no Sudeste, 51%.
"Os dados mostram que, de uma maneira geral, o brasileiro não tem restrições em lidar com homossexuais no seu dia a dia, tais como profissionais ou amigos que se assumam homossexuais. Mas ainda se mostra resistente a medidas que possam denotar algum tipo de apoio da sociedade a essa questão, como o caso da institucionalização da união estável ou o direto à adoção de crianças", afirma Laure Castelnau, diretora do Ibope Inteligência.
Questionados se aprovam a adoção de crianças por casais do mesmo sexo, a proporção de pessoas contrárias é a mesma dos que não querem a união gay: 55%.
A pesquisa ouviu 2.002 pessoas com mais de 16 anos em 142 municípios do país. A margem de erro é de dois pontos percentuais, com 95% de intervalo de confiança. 28/07/2011.

terça-feira, 7 de junho de 2011

NÃO HÁ RESTRIÇÃO EM SER FEIO OU BONITO, BAIXO OU ALTO, GORDO OU MAGRO. NÃO HÁ PROBLEMA EM SER LINDO (*)




LEMBRE-SE de que a floresta vivia em completa harmonia com Ártemis. Quando a deusa caiu, perdeu o respeito pela floresta. Mas quando recobrou a consciência, foi de flor em flor, dizendo: “Desculpe. Agora voltarei a tomar conta de você”. E seu relacionamento com todos os seres da floresta tornou-se novamente uma ligação amorosa.
Seu corpo é a floresta, e, se você aceitar essa verdade, dirá a ele: “Desculpe. Voltarei a tomar conta de você”. O relacionamento entre você, seu corpo e todas aquelas células vivas que dependem de seus cuidados se tornará a mais bela das ligações.
Seu corpo é perfeito do jeito que é, mas todos nós temos muitos conceitos sobre certo e errado, bom e mau, bonito e feio. São apenas conceitos, mas acreditamos neles, e é aí que reside o problema. Com a imagem de perfeição que temos na mente, esperamos que nosso corpo tenha uma determinada aparência, que se comporte de um certo modo. Rejeitamos nosso próprio corpo, que é totalmente fiel a nós. Mesmo quando o corpo não consegue fazer alguma coisa, por causa de suas limitações, nós o pressionamos, e ele, pelo menos, tenta.
Não há nenhum problema em ser feio ou bonito, baixo ou alto, gordo ou magro. Não há nenhum problema em ser lindo. Se você atravessar uma multidão, e as pessoas lhe disserem que o acham muito bonito, você pode responder que sabe disso, agradecer e seguir em frente, porque os elogios não fazem a menor diferença. Mas farão, se você não acreditar que é bonito, e as pessoas disserem que é. Nesse caso, você pergunta: “Sou, mesmo?” A opinião dos outros pode impressioná-lo, claro, e isso faz de você uma presa fácil.
O que importa não é a opinião dos outros, mas a nossa. Somos bonitos, mesmo que a mente diga o contrário. Isso é um fato. Não precisamos fazer nada, porque já possuímos toda a beleza de que necessitamos. Não precisamos dever obrigações a ninguém para sermos bonitos. Os outros são livres para ver o que desejarem ver. Se olham para nós e nos julgam, achando-nos bonitos ou feios, essa opinião em nada nos afetará, se estivermos conscientes de nossa beleza e a aceitarmos.
As pessoas resistem ao envelhecimento porque acreditam que os velhos não podem ser belos. Essa é uma crença completamente errada. Um bebê recém-nascido é bonito. Bem, um velho também é.
Somos o que acreditamos ser. A única coisa que temos a fazer é ser o que somos. É nosso direito achar que somos bonitos. Podemos honrar nosso corpo, aceitando-o do jeito que ele é. Não precisamos do amor de ninguém. O amor vem de dentro de nós. Mora em nosso íntimo e sempre estará lá, mas não o sentimos, porque ele está escondido atrás de uma muralha de nevoeiro. Só podemos perceber a beleza que existe fora de nós, quando “sentimos” a beleza que temos por dentro.


(*) por Eugenio Santana, escritor, jornalista. Integrante da ADESG-DF, ALNM-MG, UBE-GO/SC, AMORC-PR, SJPDF e Greenpeace-SP. eugeniosantana9@uol.com.br

domingo, 17 de abril de 2011

CATEDRAL DE CHARTRES




A CATEDRAL DE NOTRE DAME DE CHARTRES, NA FRANÇA, é um imenso templo GÓTICO de pedra esculpida, ela se situa no alto de uma colina, como um Castelo inexpugnável. Nos arredores, construída nas encostas, a histórica e bela cidade de Chartres, com seus 100 mil habitantes, mais parece uma aldeia dos míticos homenzinhos de Liliput a serviço do gigante Gargântua.
Chamada pelo escultor Rodin de "Acrópole da França" e tombada pela Unesco como patrimônio da humanidade, a catedral de Chartres é o monumento medieval europeu mais completo e mais rico dentre todos os que chegaram até nós. Desde sua construção, entre os séculos 12 e 13, transformou-se num poderoso pólo de atração para peregrinos cristãos, amantes da arquitetura e das artes plásticas, e investigadores do oculto.
A importância de Chartres começa, na verdade, muito antes da Idade Média. Toda a zona onde ela se encontra, a antiga Beócia, foi sede de um complexo pré-histórico que reunia aldeias célticas e templos pagãos da religião dos druidas.

TODA ESSA HERANÇA CULTURAL do tipo mágico e religioso foi incorporada de um modo ou de outro à catedral de Chartres. No subsolo, sob o grande edifício, correm vários veios d'água que, segundo os especialistas em radiestesia, formam na superfície do terreno, e em certos pontos do interior da catedral, campos de energia telúrica expcionalmente poderosos.
Existem vários livros que estudam a questão dos campos de energia sutil que se encontram no interior da catedral e nas suas imediações. Um deles é "Les Mystères de la Cathédrale de Chartres" (Os Mistérios da Catedral de Chartres), de Louis Charpentier, onde o autor afirma que a catedral foi construída exatamente sobre um lugar muito conhecido desde os tempos pré-cristãos pela intensidade das suas radiações telúricas. Charpentier examina também o mistério da arquitetura desse templo, suas conexões historicamente comprovadas com a Ordem dos Cavaleiros Templários medievais, e seus significados simbólicos e esotéricos.

OS TEMPLOS DRUIDAS eram quase sempre construídos junto a fontes d'água subterrânea. Os antigos druidas celtas adoradores dos elementos da natureza, o fogo, a terra, a água e o ar. Vieram-me à mente fragmentos da simbologia do poço, símbolo arquetípico de caráter sagrado em todas as tradições. Sua imagem sintetiza três ordens cósmicas fundamentais: céu, terra, infernos.
As dimensões da Catedral de Chartres são quase inacreditáveis: o comprimento total do templo é de 130 metros; sua largura máxima, 64 metros; a altura do espigão do teto, 51 metros. O interior do edifício é sugestivamente iluminado por soberbos vitrais que cobrem uma superfície de mais de 2.700 metros quadrados e nos quais estão representados cerca de cinco mil personagens. Chartres é chamada de "A Catedral dos Vitrais". Nas palavras do poeta francês Edmond Joly, "o navio encantado de uma música silenciosa, celebrando com suas cores e sua luz o segredo da eterna travessia".

Há, inclusive, um magnífico vitral astrológico, representando os doze signos do Zodíaco. E como se não bastasse, A Catedral de Chartres trouxe ainda, até nossos dias, uma herança medieval tão preciosa quanto rara: um LABIRINTO circular que ocupa toda a largura da sua nave central.
Entre os séculos 17 e 18, a tradição católica perdera quase por completo o conhecimento do significado profundo de símbolos antigos como os labirintos. No seu centro havia, segundo testemunhos históricos, uma grande placa de cobre com a imagem, em relevo, do combate mitológico entre o herói Teseu e o Minotauro. Esta placa foi provavelmente removida em 1792, época da Revolução Francesa, e usada para a fabricação de canhões.
O labirinto é também símbolo importante no contexto da moderna psicologia, particularmente a psicologia analítica que se interessa pelos símbolos arquetípicos. Está ligado ao mito da luta do princípio heróico e solar (Teseu) contra o princípio animal e noturno (Minotauro). A busca por meio do labirinto torna-se a busca do próprio Ser, e a imagem do labirinto aproxima-se à das mandalas da Índia e do Tibete. É uma representação do indivíduo, do seu centro espiritual e da emanação cada vez mais intensa desse centro em direção às zonas exteriores.

O LABIRINTO é, finalmente, a imagem do homem e do seu destino; aquele que sabe ler, interpretar e desenhar o labirinto do espírito, esse é um eleito dos deuses.
Os sábios católicos da Idade Média sabiam de tudo isso. Conheciam o significado profundo desses símbolos arcaicos, como a Madona Negra, o poço subterrâneo, o labirinto. E por isso introduziram e conservaram suas representações na própria estrutura interior de um dos maiores lugares sagrados da Cristandade: a Catedral de Chartres.

(copy-desk by EUGENIO SANTANA, FRC - Escritor e Jornalista. Membro efetivo da ALNM - Academia de Letras do Noroeste de Minas Gerais, cadeira nº 2).

QUEM É MAIS FORTE, A ÁGUIA OU A SERPENTE?




A SERPENTE, que é também símbolo da fertilidade, era objeto de invocações e da gratidão daquela sociedade agrícola e pastoral. Quando essa tradição foi absorvida pelo cristianismo, num evidente fenômeno de sincretismo, San Domenico passou a ser encarado como um santo que exorciza o "mal" representado pelos animais venenosos.
O argumento básico para esse exorcismo é o mito do pecado original, onde a serpente do paraíso sugere a Eva que colha o fruto da árvore do bem e do mal. Esqueceu-se então que, desde tempos imemoriais, a serpente era usada para simbolizar a astúcia (pela sua habilidade como caçadora), a fertilidade (por rastejar e estar em contato íntimo com a terra) e principalmente a possibilidade de regeneração do ser humano e de todas as coisas (pela sua reaparição cíclica após a letargia invernal e por causa da sua troca de pele).

O FENÔMENO da periódica mudança de pele das serpentes impressionou muito os autores antigos. Fílon de Alexandria acreditava que a serpente, ao desprender-se de sua pele, desligava-se também da velhice. Ele chegou a considerá-la "o mais espiritual dos animais".
Carl Gustav Jung interessou-se muito pela simbologia da serpente, apontando que os gnósticos assimilavam-na ao tronco cerebral e à medula espinhal.
Para Jung, a serpente é um excelente símbolo do inconsciente: ela expressa sua presença repentina, inesperada, sua manifestação brusca e às vezes temível.

ESTA É UMA LIÇÃO DE SABEDORIA que nos é dada pelas serpentes: para sobreviver e evoluir, frequentemente é preciso abdicar de nossas "peles" antigas, nossas "couraças" duras e envelhecidas, permanecendo algum tempo desprotegidos até que uma nova "pele" nos recubra. Jesus aceitou a serpente como um símbolo de sabedoria, incluindo em seus ensinamentos: "Sede sagazes como a serpente."
A serpente é também um símbolo por excelência da energia. Daí nasce o conceito ioga da kundalini, ou a serpente como imagem da força interior. A kundalini, para os hindus, está representada simbolicamente como uma serpente enrolada sobre si mesma, em forma de anel, numa região do corpo humano sutil que corresponde à extremidade inferior da coluna vertebral.
Livros inteiros foram escritos sobre o simbolismo da serpente e sua importância como arquétipo da psique individual e coletiva.

NA "ILÍADA" DE HOMERO, o grande poema épico que narra a guerra entre gregos e troianos, há um episódio em que aparece no céu uma ÁGUIA levando entre as garras uma serpente ferida. O adivinho grego Calcas interpreta esse sinal como presságio do triunfo helênico (a águia, pertencente à ordem masculina e patriarcal grega, e a serpente, representando a prevalência feminina e matriarcal da Ásia).

POR UMA DESSAS SINCRONICIDADES INEXPLICÁVEIS, um antigo e famoso místico questionou: "Quem é mais forte, a águia ou a serpente?" Ambas são igualmente fortes.Já foi dito que a águia é a serpente dos céus, e a serpente é a águia da terra. Isso é certo, porque elas se complementam. Na verdade a serpente é mais forte. A Águia desce à terra e agarra a serpente com suas presas. Mas a serpente, mesmo alçada ao ar, mesmo levada ao reino da águia, ainda é capaz de picá-la, envenenando-a e fazendo-a cair ao chão e morrer.

(copy-desk by EUGENIO SANTANA, FRC - Jornalista e Escritor. Membro efetivo da ALNM - Academia de Letras do Noroeste de Minas Gerais, cadeira 2).

quinta-feira, 14 de abril de 2011

TEM MAIS PRESENÇA EM MIM O QUE ME FALTA...




Creio que o meu alter-ego Fernando Pessoa teve inúmeros choros semelhantes com o choro de minha filha Nuria Liz. E foi para explanar a ausência de motivações dos seus choros que ele escreveu:

O que me dói não é
o que há no coração
mas essas coisas lindas
que nunca existirão...

Ri - e chorei muito - ao reler, depois de algum tempo, "A Sombra do Vento", "Verdes Moradas" e "Neuroforia". E sempre chego às lágrimas ao ler os poemas da poeta portuguesa Florbela Espanca. Por que rimos e choramos por aquilo que não existe, aquilo que é ilusão?
A resposta é óbvia: choramos e sorrimos porque a alma é feita com o que não existe, é latente; invisível, oculta. Coisa que só os artistas sabem.
"Somos feitos da mesma matéria dos nossos sonhos", dizia Shakespeare. E mais: concordo com o meu amigo poeta de Mato Grosso, Manoel de Barros: "Tem mais presença em mim o que me falta". E completo com Miguel Unamuno:

Recorda, pois, ou sonha, alma minha
- a fantasia é tua substância eterna -
o que não foi;
com tuas figurações faze-te forte,
que isso é viver, e o restante é morte.

As estórias são flores-estrelas que a imaginação fértil faz crescer no lugar da DOR. Minha literatura cresce a partir das dores de minha filha, que eram minhas próprias dores. Por isso, disse que comecei a escrever a partir dos 16, porque aos 11, nos primeiros anos escolares, me foi revelado esse Dom natural que, por via de consequência, se transformou numa "missão de vida".

Atenuar a DOR ou curá-la, isso o mundo desigual e caótico pode fazê-lo.
A inspiração e a imaginação são a ARTISTA QUE TRANSFORMA o sofrimento lancinante em BELEZA. E a beleza torna a DOR tolerável. Em vista disso, ESCREVO poemas, crônicas, contos, ensaios e artigos há mais de 25 anos: para concretizar a alquimia da PALAVRACESA; transformar dor em flor. Meus escritos são as minhas poções mágicas...
Não existe contra-indicações nem é necessário receitas...

(EUGENIO SANTANA é escritor e jornalista. Atualmente, Jornalista/Revisor do jornal "DIÁRIO DA MANHÃ". E membro efetivo da ALNM - Academia de Letras do Noroeste de Minas Gerais, cadeira número 2.)

terça-feira, 5 de abril de 2011

ESPELHO - ESTE LABIRINTO DE CRETA




O espelho - este labirinto de Creta.
Este dédalo de meandros.
Esta realidade nua
e crua. Esta vertigem - esta verdade inquestionável,
este hieróglifo de luz.

Ah! Então é isto! - O espelho diáfano tremeluz,
é onde o pássaro das águas da infância (re)pousa.
Se reflete,
se debate asa ferida, aferida - há ferida.

E provoca a transição provável.

O espelho velho ou sujo deforma a imagem
o rosto fica DESFIGURADO.
Porque o espelho dentro do rosto
é inimigo adequado.
Eterno e breve.
Transcende a con-vivência consigo mesmo
e o tempo marcado.

O espelho dentro do rosto
como o rosto espesso, naufragado, diverso, esparso,
estúpido, estranho,

é esterco do tempo
e ouro da morte.

(copy-desk by EUGENIO SANTANA, FRC - Jornalista, Escritor, Poeta, Redator publicitário, Relações públicas, Assessor de Imprensa, Copidesque e Editor. Autor de livros publicados. Membro efetivo da ALNM - Academia de Letras do Noroeste de Minas Gerais, onde ocupa a cadeira número 2.)

sexta-feira, 1 de abril de 2011

O 4º PODER É REAL? É POSSÍVEL DETECTAR SE "ELE" AINDA EXISTE?


Com toda razão, a mídia, em seus diferentes campos de atuação, é considerada o quarto poder. Os outros três são muito bem conhecidos, começando pelo executivo, passando pelo legislativo e terminando com o judiciário. Este quarto poder é o que investiga, divulga, pesquisa e atualiza constantemente o cidadão, dando destaque aos atos importantes dos três primeiros, além de prestar um sem-número de serviços públicos, desde informar as novas descobertas da ciência, até as programações culturais, os assuntos sócio-políticos ou focando e agradando o público feminino com as tendências da moda, da culinária (e as inevitáveis fofocas), ou aumentando o estresse da platéia masculina com o onipresente futebol e, um pouco distanciados, muitos outros esportes, individuais ou coletivos. Há milhares de cadernos, canais, estações de rádio e outros para quase todo tipo de ser humano. Com certeza, utilizando cada vez mais recursos moderníssimos, tecnologias de última geração, imagens de todos os ângulos, aquela câmera lenta que desvenda detalhes, outrora imperceptíveis num determinado lance, ou que coloca a cena da tela bem no nosso colo, como no caso da 3D; é assim possível entreter cada vez melhor o assinante, aquele indivíduo que deseja espairecer, relaxar, torcer, esquecer um pouco a dura realidade do mundo em que vivemos.

No entanto, infelizmente, o aspecto essencial, o alimento, a informação de que realmente necessitamos em nossa caminhada, nos é negado rigorosa e pontualmente. Poderá ser que este poder esteja dependendo por demais dos outros três... talvez encontre-se de rabo preso, perdendo sua cristalinidade, sua transparência, seu espírito de busca incessante pela verdade. Parece mesmo que já está acomodado, que as polpudas verbas de publicidade - pública e privada-, limitaram sua agilidade, acuidade, ética e, assim, o serviço ao público virou serviço ao poder público (e privado).

Não entrarei aqui no mérito da qualidade dos programas exibidos na TV, na superficialidade, na inutilidade de certas revistas ou na violência servida a toda hora e lugar, ao medo que é espalhado no éter e que contamina quem lê jornais, assiste TV ou ouve rádio.

O que realmente incomoda, o que assusta mesmo é o silêncio, o descaso, a ausência, a invisibilidade. Refiro-me aqui a uma infinidade de assuntos, de técnicas, de recursos disponíveis na Natureza para ajudar a Humanidade em sua caminhada, algo que teimosamente a maioria dos meios, inclusive os que assino regularmente há décadas, insiste em ignorar.

Histórias de superação, de altruísmo, de almas nobres, despertas, compassivas não fazem parte da pauta. Divulgar o sucesso comprovado em estudos de caso de técnicas não invasivas, das terapias espirituais, das curas à distância, da eficácia do perdão ou da EFT, da terapia regressiva, das constelações familiares, das essências florais, da fitoterapia, e de um sem-número de outras aliadas, é praticamente proibido.


(copy-desk by EUGENIO SANTANA, FRC – Jornalista, Escritor, Ensaísta literário, Publicitário, Assessor de Comunicação, Editor, Coordenador de RH, Relações públicas, Gerente Administrativo/Comercial. Integrante da ALNM-MG, UBE/GO, Greenpeace/SP, ADESG-DF. Autor de livros publicados. 18 Prêmios literários nos gêneros conto, crônica e poesia; Self-mad man e Verse maker.)

terça-feira, 29 de março de 2011

A CONEXÃO PELO CORAÇÃO E PELA ALMA CRIA A POSSIBILIDADE REAL DO PAR IDEAL




MUITAS MULHERES PASSARAM PELA MINHA VIDA, mas em cada uma delas faltava alguma coisa, ou alguma coisa estava demais. Então, um dia, eu a conheci. Era linda, inteligente, generosa e bem-educada. Tínhamos tudo em comum. Na verdade, ela era PERFEITA. Não fiquei com ela para sempre - embora chegamos a nos casar - porque infelizmente, parece que ela estava à procura do homem PERFEITO.

QUASE TODOS NÓS queremos encontrar a perfeição fora de nós mesmos. Criamos em nossa cabeça a imagem ideal da mulher ou do homem que buscamos, projetamos essa imagem em cima da namorada ou namorado, da esposa ou do marido, e queremos que ela ou ele corresponda a essa imagem.
Ao alimentar essa expectativa utópica, perdemos a capacidade de entender e gostar do ser humano "real" ao qual nos ligamos. E, muitas vezes, como ela ou ele não podem corresponder a essa expectativa - pelo simples fato de que ela é produto da nossa idealização e dos nossos desejos fantasiosos - acabamos, frustrados, por rejeitar a pessoa com quem nos relacionamos, quase sempre sem ter sequer "conhecido" essa pessoa.

A INSTITUIÇÃO DO CASAMENTO concebido nos moldes tradicionais vive uma crise de proporções avassaladoras. No entanto, segundo outros dados, obtidos a partir dos consultórios de psicoterapia, o maior desejo das pessoas continua a ser o encontro e a união amorosa verdadeira com alguém. Como este desejo não admite contestação, porque nasce das profundezas da alma humana e dele depende a própria sobrevivência da espécie, conclui-se que o problema não está na união das pessoas em si mesma, e sim na forma como essa união é entendida e vivida.

EM TODO CASAMENTO, de vez em quando aflora a pergunta: "Afinal, o que estou fazendo aqui? Será que todo esse esforço realmente vale a pena? Por que continuar, se o encanto inicial já murchou e se agora vivemos a machucar um ao outro?" Tristes questões, diariamente formuladas por milhões de malcasadas e malcasados. Poucos são os que conseguem boas respostas para ela.

INDICADOR CONFIÁVEL de que estabelecemos uma conexão pelo coração é a calorosa sensação de plenitude que sentimos na presença da outra pessoa. A afinidade que torna possível a relação consciente diz respeito à atração especial que provamos em relação a determinadas pessoas com as quais compartilhamos uma ressonância profunda e indefinível. Neste caso, o que se estabelece é uma "conexão pela alma".
A CONEXÃO PELA ALMA é a ressonância entre duas pessoas que percebem a beleza essencial da natureza individual uma da outra, a beleza que existe por trás das suas fachadas, e isso as torna capazes de se conectar num nível profundo. Uma sagrada aliança se estabelece entre as duas pessoas, e o propósito dela é ajudar ambos os parceiros a descobrir e realizar seus potenciais mais profundos.

ALGUÉM QUE NOS AMA muitas vezes é mais capaz de ver o potencial de nossa alma do que nós mesmos. Quando isso ocorre, tem um efeito catalisador: estimula e encoraja aquelas partes adormecidas ou pouco desenvolvidas de nós mesmos a desabrochar e se expressar.

DEVE-SE SEM DÚVIDA LUTAR com todas as forças para fazer com que nossos casamentos e nossas relações se transformem em conexões pelo coração e conexões pela alma, de modo a que seu propósito espiritual possa ser cumprido. Mas, por outro lado, deve-se ter também o discernimento e a coragem de perceber e aceitar quando isso não é possível. Qualquer relação não deve ser um eterno mar de conflito e sofrimento. E o bom senso deve prevalecer quando se percebe que se está, afinal, dando "murros em ponta de faca", desgastando-se inutilmente. Conexão espiritual verdadeira entre duas pessoas só é possível quando "ambas as partes" a desejam e batalham por ela.

(por EUGENIO SANTANA, FRC – Jornalista, Escritor, Ensaísta literário, Publicitário, Editor, Coordenador de RH, Relações públicas, Gerente Administrativo/Comercial. Pertence à ALNM-MG, UBE/GO-SC, Greenpeace/SP, ADESG-DF. Autor de livros publicados, divulgados de Porto Alegre a Porto Velho. 18 Prêmios literários nos gêneros conto, crônica e poesia; Self-mad man e Verse maker.)

A CRIANÇA SIMBOLIZA O ESTADO DE PUREZA ORIGINAL




Uma expressão de dor, um pequeno gemido e uma dúzia de adultos ao redor entram em pânico. Um sorriso, uma risada, uma palavra dita desajeitadamente, e os que estão por perto são transportados a um estado de alegria, riem encantados, esquecem os problemas e preocupações. Um adulto até brinca e fala como criança, pelo prazer de mergulhar no estado primordial de unidade com a vida.
Uma criança de um a dois anos de idade confia em todos. Seu amor é universal. Ela sorri para qualquer um e faz amizade em um instante. Não reconhece rixas ou preconceitos e ignora disputas políticas. Não vê separação entre pessoas, nem percebe a si mesma como um ser independente. Amiga natural dos animais domésticos, ela inspira devoção nos cachorros e desperta a tolerância dos gatos.

É por esses e outros motivos que as crianças pequenas têm uma aura de divindade em torno de si. Elas não construíram uma couraça de proteção psicológica. Vivem a harmonia espiritual, e por isso não conhecem os perigos da vida.

Na memória inconsciente da humanidade, a criança simboliza o estado de pureza original. Ao mesmo tempo, ser criança é perigoso: implica uma inocência, um não saber, uma inadequação para lidar com as coisas do mundo e uma necessidade de ser protegido. O adulto sábio não deixa de ter a sensibilidade e a capacidade de aprender de uma criança. Mas ele defende esse encontro infantil com a sabedoria de um velho e com a vigilância de um guerreiro.
A CRIANÇA É A CONSCIÊNCIA CRÍSTICA. “Aquele que não receber o Reino dos Céus como uma criança não entrará nele” (Lucas, 18:17).
Uma criança que encanta a alma das pessoas com seu sorriso estimula nos adultos a capacidade de amar e de compreender. Recém-chegada do Reino dos Céus, ela traz consigo o perfume sagrado da etapa celestial que há entre uma encarnação e outra. Ela faz acordar a criança imortal dentro de cada um. O sorriso infantil que se abre como um sol cura instantaneamente as feridas da alma.

CRIANÇAS e jovens ensinam e estimulam três coisas essenciais ao coração dos mais velhos: a sinceridade, a simplicidade e a autenticidade. As artimanhas da astúcia devem ser abolidas para que possamos ser íntegros como uma criança e inofensivos como um beija-flor.
Cada um tem consigo o presente, o passado e o futuro. A CRIANÇA leva em si a semente de um velho, e o velho tem em seu peito um coração de criança.

(copy-desk by EUGENIO SANTANA, FRC – Jornalista, Escritor, Ensaísta literário, Publicitário, Assessor de Comunicação, Editor, Coordenador de RH, Relações públicas, Gerente Administrativo/Comercial. Integrante da ALNM-MG, UBE/GO, Greenpeace/SP, ADESG-DF. Autor de livros publicados. 18 Prêmios literários nos gêneros conto, crônica e poesia; Self-mad man e Verse maker.)

domingo, 20 de março de 2011

LIVROS: MIOPIA DAS ELITES NEGLIGENTES




Aos livros admiro, amontoados
em uma estante... o saber professam
e são modestos, sóbrios, e se expressam
somente quando são - se são - lembrados.

Empoeirados, sofrem esses entes
da estupidez atroz das multidões,
futilidade airosa dos salões,
miopia das elites negligentes.

E dão às gentes, essas que os desprezam
uma lição perfeita de nobreza,
de superior feitio e de grandeza:

Não vituperam, gemem ou protestam:
mantêm, no anonimato e no ostracismo,
a distinção excelsa do mutismo.

(copy-desk by EUGENIO SANTANA, FRC – Jornalista, Escritor, Ensaísta literário, Publicitário, Assessor de Comunicação, Editor, Coordenador de RH, Relações públicas, Gerente Administrativo/Comercial. Integrante da ALNM-MG, UBE/GO, Greenpeace/SP, ADESG-DF. Autor de livros publicados. 18 Prêmios literários nos gêneros conto, crônica e poesia; Self-mad man e Verse maker.)

sábado, 19 de março de 2011

OPIUM, VINHO, ABSINTO?




E o que fica da vida... Além de nossos ilustres e amados ancestrais? Hoje noite fria, solitária, triste em meu coração... Liguei ao melhor amigo, foi formal, falou pouco ao telefone. O que resta da vida ou da ida? Sempre que escrevo a palavra VIDA nos últimos dias, o “v” de vitória some, desaparece e assim fica na tela do monitor “IDA”... Talvez a vida esteja exigindo-me IDAS, partidas – novos rumos... e que eu esqueça, de vez, os RUMORES... Engraçado como “rumores” rima com AMORES... Amores... Ainda ganhei algum? Só. Sofrimento e dor e incompreensão e acusação.

Embora católico, sou ecumênico, e sou cordato com todos os segmentos religiosos... Mas, parece que a multifacetada espiritualidade me “namora” ou “estuda” ou “questiona”. Karmas,dharmas... Armas do mesmo calibre do viver... é possível que eu esteja envolvido nessas duas projeções de tarântulas. Sei que fortes mesmo são meus protetores invisíveis: meu anjo-guardião Lecabel, São Judas Tadeu – primo de Jesus -, Santo Antônio de Pádua, São Miguel Arcanjo, São Jorge e São Francisco de Assis, sob o comando do Cristo Cósmico – O Divino Mestre Jesus.

Eis-me aqui em Goiás pela minha mãe que teve uma séria recaída, após um ano e meio no Rio de Janeiro atuando no jornalismo, no cargo de Superintendente de Imprensa e pela dadivosa existência do meu filho Arthur Emmanuel Lacerda Santana, lá fiquei durante este período pelo trabalho, por meu filho e por Mariah – a mãe dele – embora ela não acredite que eu a amei e a amava intensamente, razão porque o resultado - o fruto - foi o nascimento do nosso filho, que aportou - sem pedir - no planetazul...

E hoje? Por que interrogo tanto? Afinal, tantos foram os aprendizados na “Senda Mística”, os conhecimentos livrescos e, fundamentalmente, a SABEDORIA que Deus me legou, independentemente de faculdades, mestrados e doutorados... "e agora, Eugenio, você é um discípulo que já está pronto há mais de uma década" – palavras de Paulo Diniz – meu guru? Talvez, porque tem méritos e alcance espiritual para sê-lo.

E lembro-me dos velhos tempos do amigo poeta, músico, bancário Alcimar... Que sabiamente escreveu “O vinho antigo”, um manual filosófico da maior magnitude – um Manual para guerreiros da luz, parafraseando Paulo Coelho. Se o vinho é sagrado para os padres, por que não saboreá-lo à noite? Vinho... Venho... Vou... Vôo... Sabores da quintessência da alma ou desculpa para embriagar-se, lembro agora de Baudelaire.

E agora vejo que no Planeta água, feito de tragédias através da própria água, não tem para onde correr, tudo globalizou-se, inclusive os ciclones. O Japão vive seu momento de terror catastrófico no seu mundinho silencioso e indiferente. E os brasileiros em nome do “ter” – 250 mil? Estão correndo para os aeroportos para retornar ao Brasil. Agora aqui é melhor? Quanta incoerência – por dinheiro – meu Deus?

Resguardadas as devidas proporções, não há lugar melhor que o outro no Planeta. O Rio de Janeiro que me perdoe. Não tem para onde fugir ou refugiar-se. É necessária uma nova postura holística na certeza de que somostodosum. Se um mal me afeta, afetará milhões de pessoas. Hoje o Blog se cobrirá de sombras? Não importa minhas conjecturas e indagações. Afinal, a palavra escrita, a literatura, a filosofia, o jornalismo impresso já morreram há muito tempo... Resta uma inversão de valores, um descontentamento desencantado... Mas a sociedade, obstinada e cega, teima em fazer a apologia do carnaval, do esporte narcisista e mercenário, da publicação que enfoca celebridades. Enquanto isto, os cientistas não descobrem a cura do câncer e outras graves enfermidades. E o continente tupiniquim que assina pelo nome de Brasil? Samba na avenida, irresponsavelmente.

(EUGENIO SANTANA, FRC – Jornalista, Escritor, Ensaísta literário, Publicitário, Assessor de Comunicação, Editor, Coordenador de RH, Relações públicas, Gerente Administrativo/Comercial. Integrante da ALNM-MG, UBE/GO, Greenpeace/SP, ADESG-DF. Autor de livros publicados. 18 Prêmios literários nos gêneros conto, crônica e poesia; Self-mad man e Verse maker.)

sexta-feira, 18 de março de 2011

POR QUÊ O VINHO É A EMBRIAGUEZ DA NOITE?




Por quê a luz se dissolve na noite
e reaparece no interlúdio das noites?
Por quê a carícia da noite
se inibe à luz do dia?
Por quê o vinho
é a embriaguez da noite?
Por quê o sonho
se esfuma ao amanhecer?
Por quê a flor
é o êxtase do instante?
Por quê a realidade é colcha de retalhos,
narração sem trama,
e a utopia racional?
Por quê plantar,
se não há tempo de colher?
Por quê viver,
se vida é projeto?

(copy-desk by EUGENIO SANTANA, FRC – Jornalista, Escritor, Ensaísta literário, Publicitário, Assessor de Comunicação, Editor, Coordenador de RH, Relações públicas, Gerente Administrativo/Comercial. Integrante da ALNM-MG, UBE/GO, Greenpeace/SP, ADESG-DF. Autor de livros publicados. 18 Prêmios literários nos gêneros conto, crônica e poesia; Self-mad man e Verse maker.)