domingo, 17 de março de 2024

MEMÓRIALADA DO CORAÇÃO...

Sentimos saudades de bons momentos da infância, da escola, de amigos embaralhados pelo jogo da vida e perdidos na distância. Saudades de amores gravados nas asas do coração, nos recônditos da lembrança, nos segredos do corpo. Saudades confessáveis e inconfessáveis, até mesmo de sonhos tão intensos que parecem reais. Somos resultado de vivências que nos moldaram. Marcas indeléveis tão definitivas quanto as nossas cicatrizes. E, perdidas certas vivências, queda o vazio. Nele brota a saudade. A volátil tentativa de preencher o que já não é nem há e, no entanto, faz-se presente pela memórialada. (Escritor/Jornalista/filósofo/ensaísta EUGENIO SANTANA, FRC)

sábado, 16 de março de 2024

OS VELHOS NÃO CHORAM (*)

Lágrimas carmas? Lágrimas pela escravatura de nossos ancestrais, ricos e abastados fazendeiros em Minas Gerais? Pouco a acrescentar. Papai e mamãe jamais gostaram de rótulos: "terceira idade", "melhor idade", "idosos"; e assim as asas do tempo foram imperdoáveis. Diria, implacáveis. Nessa noite, tardia, longa conversa ao telefone com a "senhora do meu afeto", a possibilidade, que foi real, de ter esquecido uma carteira e o celular no banco traseiro do meu carro. Vida que se vai. Vida que se vem. Como seria melhor o exemplo da Fênix e, por incrivel que pareça, precisamos ser mais leões que as maiores aves de arribação. Corrija, ipsis litteris, se eu estiver errado. Sabe por quê? Sem rótulo ou volúpia (quase acabada) pertenço ao grupo de "idade avançada", prefiro assim. Somos uma geração que, ainda meninos, vivemos a UTOPIA dos Beatles, da Jovem Guarda; de fazermos concursos fáceis para a PF e a Aeronáutica e o Banco do Brasil. Somos daquele grupo em que "terminar" o ginásio já sentíamos preparados para o primeiro emprego numa grande empresa que nos exigia os duzentos e cinquenta toques por minuto na máquina de datilografia olivetti manual, e que tivéssemos bons conhecimentos de administração e contabilidade. Nostálgico. Saudosista. Memorialista. Mestrado em Lembranças... E os valores? Hoje todos invertidos. Não mais se lê. Nem se fala em ver um bom filme nos telões dos cinemas em Shoppings em 3D. Lembro até hoje do "Guarda-Livros" que mensalmente, tinha a incumbência de entregar os documentos fiscais para os lançamentos contábeis. E a pureza até aos 19 anos transformou-se em pesadelo. O contato direto com as capitais em que víamos a oportunidade de "gestores". Capitais que, se foram como se vão todas as ilusões. Distanciamento de origem, referência. Raízes. Desencontros e vontade de reencontros. Tarde demais. Ficaram minhas recordações de infância e adolescência. Algum álbum de fotografia. Meus recortes de jornais e revistas concernentes aos meus primeiros textos publicados. Neófito. A literatura, minha literatura que não consigo mensurar em que nível chegou.... Mas, escrevi por amor e com amor e luz. O Ciclo outonal chega sem nos avisar. Notadamente, quando não temos mais pai e mãe e, circunstacialmente, os filhos desaparecem, adultos que são, talvez pensando em migalhas que jamais ousaríamos aceitar. A vida ávida, passou tão depressa. Efêmera. Hoje me falta memória por conta do moço-velho que hoje sou, ainda que dizem: "não é possível! Você parece ser tão mais jovem!". Talvez seja tarde demais. Vivo e viverei em função de vocês, única razão de estar aqui. Eu e o Notebook tentando descobrir. Existe o Carma ou foi por quê errei e falhei tanto?. Resta-me esse tugúrio onde moro sozinho em Curitiba. Merecida aposentadoria de um jornalista ínfimo, longe da mídia. Analógico, escravo, enquanto escrevo. Amanhã, quem sabe, façam justiça com esse brasil tão explorado. Talvez, amanhã, serei o primeiro da fila com uma velha calça social verde oliva e uma camiseta amarela com o símbolo da CBF. Depois, o churrasquinho na casa do André e da Fernanda para, finalmente, eu conhecer a "Sophia" em seu primeiro aninho de vida e rever os poucos e raros amigos paranaenses que cultivei por aqui. Adoro o frio "europeu" de Curitiba. Vou ficando por aqui. A Ana já está "preparada" para resolver ao que resta de um homem fragmentado. Gratidão, Anna Lopez, senhora do meu afeto. Curitiba, PR, outono, 2022. (*)Escritor, jornalista, ensaísta e filósofo rosacruz Eugenio Santana)

AMIZADE (3)

No que se define a Amizade? Na verdade não sei, pois a Amizade excede os limites da realidade Um Amigo verdadeiro, a que podemos comparar? A nada, pois Amizade verdadeira, nem toda a riqueza do mundo, poderá comprar. O que é um Amigo verdadeiro? Será que é aquele que nos envergonha e nos deixa sem jeito? De modo algum, pois o Amigo é aquele que quer o nosso bem. Ele sorri, se alegra, mas chora conosco também.Um Amigo verdadeiro, é difícil de se encontrar Amigo mesmo é aquele que larga tudo só pra nos ouvir e ajudar. Ele está pronto pra nos socorrer, seja noite, seja dia Com o Amigo, a nossa vida fica bem mais divertida. Temos que a cada dia, valorizar a Amizade Porque Amigo é aquele que está conosco até no meio da tempestade. Olhe em volta e comece a observar. Porque o Amigo verdadeiro pode estar do seu lado e você nem conseguiu notar. Se as lágrimas estão caindo, o Amigo vem nos consolar. Estamos felizes? Ele também irá se alegrar. Se fosse pra escolher entre a riqueza e a Amizade Temos que escolher a Amizade, pois com um Amigo, encontramos o caminho para a verdadeira felicidade. Um Amigo verdadeiro é uma benção que Deus nos dá Você + Amigo = Uma força que até o mundo poderá abalar. Um amigo verdadeiro, podemos também chama-lo de irmão. Pois ele sempre terá um lugar especial em nosso coração!

AMIZADE (2)

Amizade de verdade é aquela que o tempo não apaga, a distância não separa e a maldade não destrói. Se a amizade acabou é porque não era amizade. Um irmão pode não ser um amigo, mas um amigo será um irmão para sempre.

POESIA ENGAJADA???

NADA CONTRA O GÊNERO poesia ainda que, atualmente só escrevo romance, contos, crônicas, biografias, evolução humana, autoajuda. Minha RESTRIÇÃO é contra "poetastros" que escrevem poemas com engajamento POLÍTICO PARTIDÁRIO, com visível dissimulação. O abominável quarteto "baiano" cego, decrépitos anciões arrivistas e ridículos, não conhecem a pobreza e a miséria dos brasileiros. (Escritor, ensaísta, jornalista e filósofo EUGENIO SANTANA)

AMIZADE I

Amizade é mãos dadas sempre, ainda que venham grandes tribulações ou fortes tempestades. Amigos verdadeiros podem passar dias, meses e até anos sem se ver ou se falar, mas quando se encontram é como se estivessem continuando uma conversa do dia anterior. É irmandade de almas. A amizade dá cor e sentido à vida!

sexta-feira, 15 de março de 2024

QUEM SOU EU? UM HOMEM FRAGMENTADO?!

Náo. Eu sou a imagem exata e trágica do meu Alter-Ego (Eu Lírico?!): Jean-Nicholas Arthur RIMBAUD, no seu último CICLO de vida na ABISSÍNIA. Irreconhecível! Rosto crispado e desfigurado; pele escura,um bigode ultrajante, trajes de Tuaregue, na atividade rude de Chefe de Caravana de vendas de Armas na África! (Escritor/filósofo/ensaísta/jornalista EUGENIO SANTANA, FRC)

quinta-feira, 14 de março de 2024

ACEITAR ENVELHECER É ENXERGAR BELEZA NA IMPERFEIÇÃO (*)

Ninguém nos ensinou a cair. Uma hora ou outra, em estado grave ou leve, a gente se machuca com alguma queda – e isso não é ruim. O clichê de que com as quedas se levanta mais forte é fatídico. Ele fala sobre o que, em outras palavras, as experiências malsucedidas nos proporcionam: sabedoria para não as repetir da mesma forma. Mas o pior é que a vida é a junção de experiências para valer, ninguém vive por teste. Quem sabe da incerteza do amanhã, com certeza, se preocupa com o compromisso que se deve ter com o hoje. É aí que se aposta tudo. É aí que se deseja o mundo e quando um só passo dá errado, pronto! É remédio para cá, terapia para lá, e qualquer outra medida que se diga eficaz contra a decepção, vale. O problema é que não há ação externa que supra a falta que existe por dentro. Nem psicólogo, tampouco droga (lícita ou ilícita) pode reparar um projeto fracassado. Definitivamente, não estamos preparados para lidar com essa falta. Ou vai dizer que é comum filhos que veem seus pais chorarem? A dinâmica é contrária. O tempo todo somos ensinados a mirar e atacar, usando nossa força e invencibilidade. Mas invencível é só quem já não aprende mais. E a vida é puro aprendizado. Acontece que ele envolve erros e acertos, e só a partir deles se dá continuidade à existência. Sob os acertos, cabem os méritos, e sob os erros? Piedade? Automutilação? Autoajuda? Não fomos avisados que está tudo bem não acertar e talvez seja esse o maior monstro da humanidade. Não sabemos lidar com a superação. Não nos orgulhamos por estarmos em constante transformação, o que significa ganhos e perdas. Ninguém nos apontou a beleza da experiência. Ninguém nos alertou que é normal estar cansado e ter aspirado por conquistas que nunca vieram. Não tivemos aula de cuidados próprios - aquilo que mais necessitamos quando a vida passa e o investimento enérgico e financeiro se foi em carreira, bens e pessoas outras que não nós mesmos -. Tudo o que ouvimos foram palavras que apontavam para o sucesso constante, o final feliz. Mas envelhecer é tudo menos a constância ou o final. Envelhecer é o processo no qual lidamos com o acúmulo do que já foi feito e com o que ainda pode se fazer. A idade é uma delícia quando se aprende a perder. Isso porque quando somos jovens, a maior parte do tempo é dedicada aos estímulos. Estamos sendo ensinados a sentar na cadeira da sala de aula, obedecer aos sinais, comer quando é todo mundo come e, é claro, desejar algo na vida. Algo maior do que ela, algo que transcenda sua “limitabilidade temporal”. Bem, envelhecer já nos demanda outras tarefas. Quem envelhece já fez pedidos, por vezes cansou de esperá-los. Quem envelhece já fugiu à regra, abriu exceção. Quem envelhece já dormiu na cadeira da sala de aula, já jantou de madrugada e entendeu que nenhum desejo vale mais a pena do que aquilo que nos vem sem que desejemos. Aquilo que está em nosso caminho, seja ele desviado para o destino que for. Aceitar envelhecer, voltar atrás perante enganos, enxergar beleza no imperfeito e felicidade no detalhe são coisas que nos tomam a consciência com a maturidade. E maturidade leva experiência. Sem rótulos, sigo meu ciclo outonal. E não importa que se surpreendam aqueles que acreditam que não aparento todas as "Estações" que já vivi. Simplesmente, afirmo que sou um senhor com "idade avançada". E sou incansável viajante na Asa do Tempo. (*) EUGENIO SANTANA é escritor, filósofo rosacruz, jornalista, ensaísta, Gestor editorial. Autor de 19 livros publicados, incluindo o bestseller "VENTOS FORTES, RAÍZES PROFUNDAS", Madras editora, entre outras raras pérolas. (62) 99635-8005 - WhatsApp.

O GUARDIÃO

Sou como aqueles guardadores de rebanho da Idade Média e seus Castelos Góticos: "Um Guardião das Utopias". A mim me bastam: a doce presença de dóceis animais, as flores que perfumam a margem do rio, os raios do sol pelos vastos campos e os cenários das carruagens; o voejar dos Pássaros nos Espaços Azuis, a música suave de uma flauta (ou não seria violino?) ao longe, a calmaria do Mar à distância e o brilho das Estrelas, sorrindo. Não me perguntes a rapidez com que a flecha age aremessada pelos dedos ágeis do Arqueiro. (Lancelot ou Robin Hood?). Há entre eles um elo encantado de poder, onde a magia da Asa do Temp(l)o contempla cada Guerreiro. Quanto tens a falar por meio da Espada Mágica que trazes no olhar!? (Escritor/filósofo rosacruz/ensaísta e jornalista EUGENIO SANTANA, FRC)

quarta-feira, 13 de março de 2024

OS CÁTAROS E O CATARISMO...

De acordo com o catarismo, o dualismo manifestava-se da seguinte maneira: os cátaros acreditavam que a bondade existia somente no mundo espiritual e que o mundo material era maligno por essência. Onde viviam os cátaros? Existiram por toda a Europa (mais forte no Languedoc, sul da França). Tiveram questões utópicas (a maior delas sendo a busca pela pureza). O que aconteceu com os cátaros na Idade Média? Tomada essa decisão, os cátaros foram sistematicamente perseguidos e tiveram as suas igrejas destruídas durante a chamada “Cruzada Albigense”, desenvolvida entre as décadas de 1210 e 1220. Ao mesmo tempo, o crescimento da Inquisição Católica tratou de varrer os demais praticantes dessa religião medieval. O catarismo foi uma doutrina herética surgida na França, no século XI, que se espalhou por outras partes da Europa e sofreu grande perseguição da Igreja Católica. (Escritor/jornalista/ensaísta/filósofo EUGENIO SANTANA, FRC)

O CAÇADOR DA UTOPIA...

Diversas vezes eu chorei até pegar no sono no sofá da sala e acordei atordoado sem lembrar de nada. Já peguei metrô errado e continuei andando por caminhos ínvios e desconhecidos. Confundi sentimentos e machuquei a mimesmo. Eu já gargalhei até ficar com torcicolo. Já mergulhei até o pulmão quase fugir pela boca; hoje, aproveito ao máximo o oxigênio que acredito ter direito. Já fiquei infinitamente apaixonado inúmeras vezes. Já me senti sozinho no meio da multidão, com saudades daquele nome que escrevi no muro da universidade. Já fugi de casa quando morava sozinho e voltei, desolado, para chorar silente no banheiro. Eu voei sobre minha cidade natal, Paracatu, e lá de cima, Ícaro hodierno, não consegui encontrar meu lugar. Corri descalço na tempestade, roubei uma flor no jardim de uma ex-namorada e fiz as pazes deitado na grama molhada. Já apostei todas as fichas que amigos não partiriam e perdi mares de lágrimas. Fiz cócegas no Enzo Gabriel só para ele parar de chorar e discuti com o espelho que teimou que eu estava, inapelavelmente, envelhecendo. Já fiz promessas impagáveis e me queimei com a vela azul. Durante um banho de chuva sonhei um amor de verão que talvez dure para sempre. Já estourei bola de chiclete no cabelo da amada e brinquei de mocinho, astronauta, índio e aprendiz de feiticeiro. Passei trote por telefone e me escondi atrás da cortina esquecendo os pés para fora. Já levei choque elétrico no banheiro e caí da escada com a bunda no chão. Sai caminhando sem rumo e fiquei sem nada na cabeça pensando naquele amor vazio. Fiquei ouvindo estrelas no telhado da casa da avó e roubei frutas de uma árvore do tamanho dos meus sonhos. Fiquei tentando esquecer algumas pessoas que descobri serem as mais difíceis de esquecer. Já chorei ouvindo música do elevador lotado e me cortei fazendo a barba, em uma madrugada cósmica. Já vi o crepúsculo alaranjado e violeta e bebi no gargalo da garrafa de uísque até ficar com a boca contando as histórias inverossímeis que nunca vivi. Já vi a cara da senhora de negro de perto e agora vivo cada dia como se fosse o melhor. Quase morri de amor muitas vezes e quase revivi outras para agradecer o sorriso de alguém especial. Vi amigos partindo e encontrei mais alguns novos e agradeci o ir e vir sem razão da vida. Foram tantas coisas que fiz e fotografei num refúgio da mente reservado para os dias de minha vida, tantas emoções encostadas nas fibras do coração, que até faz parecer que a vida vale a pena. E agora um “formulário” quer ditar o meu futuro, me avaliando e questionando em letras garrafais que gritam: Qual a sua experiência? Experiência? Será que “caçador da Utopia” é uma boa experiência? Não, claro que não. Os recrutadores ainda não sabem voar com as Asas da Utopia... (*) EUGENIO SANTANA é escritor, jornalista, ensaísta, filósofo, gestor editorial da Hórus9 Editora. Autor de 19 livros publicados, incluindo o best seller, "VENTOS FORTES, RAÍZES PROFUNDAS", Madras Editora, São Paulo, entre outras pérolas preciosas.

terça-feira, 12 de março de 2024

A CARTA DO CÉU...

Amado filho meu, quando passei daqui para lá, eu sabia que seu coração de escritor iria se partir e sua alma ficaria imolada. É aqui e não aí que eu moro: nas montanhas, nos campos, nos lagos, nos jardins cósmicos, no vôo quase imperceptível do colibri, nas asas diáfanas das borboletas, nos rios, córregos e riachos; nos pomares e nos mares do sem-fim... Na chegada da aurora e em cada crepúsculo, nos pássaros, nas árvores e no céu azul, você ficará sabendo que ainda estou por perto. Eu parti seu coração, não há como desfazer isso; sofra agora, mas não permaneça muito tempo na escuridão. Se eu estivesse aí e você estivesse aqui, você claramente veria que você, Toninho, está bem aí e eu estou bem aqui, foi onde nós escolhemos estar. Caminhos da transcendência anímica... Portanto, dance, leia, escreva, cante e ria alto, como sempre fizemos em nossa ampla casa azul da querida Anápolis. Quando pegava a estrada rumo ao Rio de Janeiro, para cumprir sua missão de jornalista, eu apenas me recolhia na saudade e orava... Eu sei que é difícil não podermos desvendar os segredos do Invisível, mas saiba que eu estou bem aqui ao seu lado. E quando sentir vontade de chorar, tente sorrir por meio das lágrimas... Lembro quando você me dizia, filho querido: “Não mais rosto desfigurado, e sim: rosto iluminado”. Espero que você lembre que eu o amarei através dos séculos e milênios. Você está certo: eu e seu pai nos fundimos em uma mesma Estrela e sei que todas as noites , com lágrimas incontidas, você nos observa, agradece e pede perdão. E, quanto estiver se sentindo sozinho e não souber o que fazer, feche os olhos e leia esta carta que eu lhe escrevi. Eu o amo, meu filho. (ADÍLIA SANTANA – 25/10/1929 + 02/05/2011)

terça-feira, 27 de fevereiro de 2024

AMADA FILHA MINHA...

UMA SAUDADE EM BRANCO E PRETO E UMA VONTADE AZUL DE TE REVER AMADA FILHA MINHA NURIA LIZ ANDRADE SANTANA COUTO (ESCRITOR/JORNALISTA EUGENIO SANTANA)

INVENTÁRIO DE CICATRIZES...

As Flores foram podadas – algumas murcharam; O jardim suspenso de Adília “das flores” – desolado. O seu jardim-pomar, irreconhecível. Será que tudo é dinâmico e mutante? Miosótis imortal de minha vida... As Rosas, a madressilva, a flor-de-maio, A “nossa” Flor-Estrela, o meu cactos no alpendre; A dama da noite, as frutas do pomar – sobreviverão, Mamãe? E as lindas samambaias suspensas no alto – choram por ti! Coração-partido e a alma imolada circulo pela casa com o rosto desfigurado, sem asa para um insólito vôo... Simurgh – apesar da clausura – chora as lágrimas que só os cães possuem... Marinez – minha irmã-ébano branco lírio – está inconformada e se fechou na Dor e no Silêncio. (Escritor/Jornalista/Ensaísta EUGENIO SANTANA - Em memória de Adília Santana *1929 - +2011)

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024

NÉVOA DO ESQUECIMENTO...

Com o tempo, as imagens apagam-se como se fossem velhos retratos carcomidos pelo desgaste inevitável. Por trás das pupilas mil sonhos desfeitos, alguns totalmente mortos, cinzas jogadas ao vento. A asa do tempo cobriu meus devaneios perdidos e soterrou nesta vida a esperança de dias melhores e promissores. A vastidão sempre foi minha residência fixa. Tudo desvanece com o retinir dos sinos eternos. A névoa do esquecimento tomou conta de quase todas as minhas lembranças. Tudo regenera em minha memória alada, só os grilhões do eterno voltar nutrem a terra ressequida do meu coração. As asas da dor abriram-se sobre intermináveis dias da minha vida. Só a senhora de cabelos de nuvens de algodão há de me tirar do mundo das sombras. Eternamente voltaremos das cinzas. (Escritor/jornalista/ensaísta Eugenio Santana)

terça-feira, 20 de fevereiro de 2024

RELACIONAMENTOS SÃO PARCERIAS

Somos parceiros de quem amamos. Isso explica o motivo de algumas relações darem certo e outras não. Uma relação só se mantém saudável quando os envolvidos sabem aproveitar os momentos (bons e ruins) e seguem em uma direção única. Se, por algum motivo, essa parceria não acontece, não existe probabilidade da relação dar certo. (Escritor/jornalista/ensaísta Eugenio Santana - IMAGEM E PALAVRA)

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024

RAJADA DE VENTO

Houve um disparo na noite. O silêncio é rompido e o corpo esbelto perde os sentidos em meus braços. Minhas mãos trêmulas acariciam levemente os cabelos. Afago o belo corpo da mulher seminua e olho as luzes azuis lilases: os pares, na penumbra, continuam impassíveis dançando no baile trágico ao som de uma valsa vienense. Lá fora o frio cortante da madrugada e uma forte Rajada de Vento! (Escritor/jornalista/ensaísta EUGENIO SANTANA)

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024

CICLOS QUE SE ENCERRAM NA VIDA AMOROSA...

Não tenha medo de encerrar ciclos que já não te preenchem mais. Histórias acabam, pessoas vão embora e a vida continua. O ponto final é só uma nova oportunidade pra viver algo muito mais incrível! Ciclos se encerram, mesmo que ainda exista muita coisa boa guardada, mesmo que ainda carreguemos sentimentos bonitos ou alguma vontade de impedir que eles não se encerrem. Apenas se encerram. Os ciclos sempre dão sinais. Um, dois, cinquenta. É hora. Já deu o que tinha que dá. Ciclos se encerram, mesmo que vários planos não tenham se realizado, mesmo que pareça cedo demais, mesmo que dê a impressão de que poderia ter durado mais. Não podia. Pelo menos não agora. Foi o que tinha que ser. O que deu pra ser. Sempre é. Ciclos se encerram. A gente só precisa prestar atenção. Saber agradecer. Saber levar com carinho aquilo que pode e precisa ser levado. Cultivar os aprendizados. Amadurecer. Ciclos se encerram. Vários. O tempo todo. Amizades, amores, casamentos, trabalhos, filhas(os) que se casam e vão embora, conexões, lugares e, inclusive, sentimentos. Ciclos se encerram. A gente continua. Ô se continua. (Escritor/jornalista/ensaísta EUGENIO SANTANA)