sábado, 23 de novembro de 2019

COMO SUPERAR O FIM DE UM RELACIONAMENTO AFETIVO? (*)

Para curar um “coração partido”, você precisa se isolar de todas as lembranças e referências do ex-companheiro ou companheira. Para isso, evite falar ou encontrar com a pessoa que deseja “esquecer”. Sabemos que pode ser muito difícil, pois provavelmente vocês têm muitos amigos em comum, mas acredite que este é o primeiro grande passo rumo à sua "desintoxicação". Como já dizia a antiga máxima popular: “o que os olhos não vêem, o coração não sente”. Quando estamos num relacionamento por muito tempo, podemos “perder” ou “esquecer” a essência de quem somos como seres individuais para viver a vida de casal. Bem, está na hora de (re)descobrir a sua identidade! Quem você é? O que te deixa feliz, triste, irritado? Quais as suas aspirações e desejos pessoais? Se concentre em tentar se autoconhecer e invista em VOCÊ! Se inscreva na academia, mude de look, se matricule num curso que sempre sonhou em se especializar, enfim… as opções são inesgotáveis! Muitas coisas ficam por dizer no fim de um relacionamento, na maioria das vezes… Pensamentos, histórias, frases, idéias… Palavras que não foram ditas, mas que permanecem presas na sua cabeça. Liberte-as! Escrever é uma ótima alternativa para te ajudar a descarregar toda a carga emocional que dificulta a superação do fim do relacionamento. Ninguém precisa ler o que você escreve, não se preocupe. Encare isso apenas como uma terapia pessoal, ok? Foque toda a sua energia em algo que possa servir como uma “distração” para a montanha-russa de sentimentos que insistem em te tirar o sono. Seja um projeto filantrópico, um curso de culinária oriental ou aulas de salsa, não importa, contanto que você tenha rotinas diárias e objetivos para atingir. Esta também pode ser uma excelente oportunidade de pensar em dar um novo passo no seu trabalho, investindo toda a sua concentração e tempo na evolução da sua carreira. Se você tem um “pé de meia” guardado, aproveite para fazer aquela viagem que sempre sonhou! Tire um tempo para conhecer novas culturas, viver aventuras diferentes e conhecer lugares inusitados. Além de ser uma excelente oportunidade de autoconhecimento e crescimento pessoal, também conhecerá muitas pessoas interessantes pelo caminho… quem sabe até mesmo um novo amor. Remoer o passado pensando no que poderia ter feito para evitar o fim do relacionamento ou nutrir raiva e sentimento de vingança contra o/a ex não vai te ajudar a dar a volta por cima! Como eu disse antes, se concentre nas coisas que fará DAQUI PARA FRENTE! Pense no SEU futuro, afinal de contas você ainda tem uma vida inteira pela frente! E mesmo seguindo todas as minhas dicas, não esqueça: dê tempo ao tempo! Não tenha vergonha de desabafar com o melhor amigo, chorar ou passar o fim de semana vendo filmes românticos e comendo sorvete de pijamas na cama… Existe um limite daquilo que você poderá fazer para se sentir bem e o resto… Bem, o resto é com o tempo. (*) EUGENIO SANTANA é Escritor, Gestor editorial, Assessor de imprensa, Ensaísta, Redator publicitário, Blogueiro, Biógrafo, Agente literário. Onze livros publicados. Autor, entre outros, de "Ventos Fortes, Raízes Profundas", autoajuda, Madras editora. Radicado em Curitiba, PR. (41) 9.9667-8484 WhatsApp

quinta-feira, 21 de novembro de 2019

RICO E ATEMPORAL É O LEGADO FILOSÓFICO DE NIETZSCHE (*)

Friedrich Wilhelm Nietzsche nasceu em 1844 na cidade de Röcken, Alemanha. Ele cresceu em um ambiente ortodoxo e protestante dominado por mulheres; seu pai era pastor evangélico e faleceu quando ele tinha cinco anos de idade. Nietzsche estudou em um orfanato na maior parte de sua formação escolar. Ele se interessava principalmente por antiguidade grega e romana. Cursou filosofia clássica nas universidades de Bonn e Leipzig. Nesta última, ele estabeleceu contato primordial com as ideias de Arthur Schopenhauer, seu maior influenciador literário, e com a música clássica de Wagner, compositor que admirava e que mais tarde se tornaria seu amigo pessoal. Em 1869, com 25 anos de idade, Nietzsche atuava como professor de filologia clássica na Universidade da Basileia. Contudo, seu ofício foi interrompido um ano depois, quando eclodiu a Guerra Franco-Prussiana. O alemão participou ativamente do conflito como enfermeiro, até ser obrigado a abandonar a função por causa de uma gravíssima disenteria, da qual nunca se recuperou totalmente. No ano de 1881, Nietzsche conheceu a mulher de sua vida: Lou Andreas Salomé, por quem se apaixonou perdidamente. Mas, por crueldade do destino, ela acabou se casando com um amigo seu. Essa traição estapafúrdia foi o estopim para consolidar nele uma forte misoginia e ceticismo em relação ao amor. O coração de Nietzsche nunca mais seria habitado por alguém além de si mesmo. O alemão passou a desenvolver uma resistência afetiva quase que completamente ascética, do que surpreende sua estrondosa sensibilidade na investigação de assuntos humanos. Solitário e inconsolável de amor, mais frívolo do que antes, o filósofo estabeleceu-se na Riviera francesa e no norte da Itália, lugares que ele considerava frutíferos para pensar e escrever. Imensamente frustrado por suas obras não serem consideradas pelo público, ele passou a sofrer de acessos de loucura e paranoia em 1889, quando morava em Turim e já estava praticamente cego, literal e naturalmente. Depois de ficar internado em algumas clínicas de reabilitação na Basileia, Nietzsche passaria o fim de sua vida na casa da mãe e da irmã, esta que cuidou dele até ele morrer. O alemão se foi em 1900. Apesar do melancólico fim, Nietzsche deixou um legado filosófico riquíssimo que até hoje não perdeu o poder inspirador e efetivo. A seguir, encontram-se 20 das maiores ideias do filósofo: 1. O destino dos homens é feito de momentos felizes e não de épocas felizes A felicidade costuma ser frágil e volátil, por isso só é possível senti-la em certos momentos. Se pudéssemos experimentar a felicidade ininterruptamente, ela perderia todo seu valor, uma vez que só percebemos ser felizes por comparação. Após um dia inteiro de trabalho, um pouco de descanso é tudo que queremos. Após um dia inteiro de chuva, o raiar do sol nos é maravilhoso. Da mesma forma, a alegria aparenta ser genuína e intensa quando atravessamos um período de tristeza. A obrigação de ser feliz é grande motivadora de estresse e frustração. Nietzsche nos lembra: "A felicidade vem em lampejos. Tentar fazer com que ela dure para sempre é aniquilar esses lampejos que nos ajudam a seguir em frente no longo e tortuoso caminho da vida." 2. A verdade é uma vontade de engano Nietzsche pensava que a verdade em que se acredita nada mais é do que uma crença na veracidade de um engano. Sendo assim, a verdade seria uma ilusão de criação. O autor refere-se à verdade como sendo uma vontade. Para ele, a verdade não é uma coisa que está ali para se descobrir, mas algo que está por criar e que dá nome a um processo. Nietzsche entende que a vontade de verdade decorre de uma vontade de engano: a necessidade de se atribuir um determinado valor à categoria de verdade para fazê-lo mais forte e poderoso a fim de que se possa acreditar nele. Porém, como este valor foi criado historicamente, seria um engano tê-lo por definitivo. "Verdade: em minha maneira de pensar, a verdade não significa necessariamente o contrário de um erro, mas, somente, e em todos os casos mais decisivos, a posição ocupada por diferentes erros uns em relação aos outros." Se se aceita a verdade como moral, ela representa uma conduta necessária. É impossível viver sem ter representações morais da verdade. Precisamos acreditar na verdade para validarmos nossa existência, por exemplo, sem a qual não haveria engano. Para Nietzsche, a vontade de verdade e a vontade de engano são a mesma, só que observadas de duas perspectivas diferentes. A vontade de verdade, a busca da verdade e a crença nesta verdade decorrem da necessidade de se acreditar nas construções históricas e culturais. 3. A mentira mais comum é a que um homem usa para enganar a si mesmo Mentimos para sermos mais felizes, embora se prefira negar. Niezsche costumava dizer que "enganar os outros é um defeito insignificante, pois o que nos transforma em monstros é o autoengano". De fato, é muito mais fácil não admitir que se está errado do que aceitar o próprio erro. Às vezes, basta assumir humildemente um erro; apenas dessa forma nos contentaremos com as consequências de uma ilusão que possa ser vivida. 4. A potência intelectual de um homem se mede pelo humor que ele é capaz de manifestar Por várias vezes, Nietzsche falou sobre a importância do humor, que ele considerava uma tábua de salvação para os desgostos que a vida oferece: "O homem sofre tão terrivelmente no mundo que se viu obrigado a inventar o riso." Para o filósofo, as pessoas deveriam tachar de falsa toda verdade que não seja acompanhada por um sorriso. Essa é uma ideia acalentadora, embora possa ser mentirosa em sua própria atribuição. Mas os benefícios são evidentes. 5. O homem amadurece quando reencontra a seriedade que demonstrava em suas brincadeiras de criança "Em qualquer homem autêntico existe uma criança querendo brincar." Para Nietzsche, considerar fábulas e jogos coisas infantis é sinal de grande pobreza de espírito, pois somente as pessoas capazes de manter a curiosidade e o senso lúdico da infância terão sempre novos êxitos ao seu alcance. Crianças encaram a vida como uma brincadeira, e pensam que contos de fada são verdadeiros. Não significa que devemos agir de forma ingênua, mas é essencial mantermos um pé no mundo da fantasia, o que aflora nossa imaginação e nos torna mais criativos e producentes. Às vezes, tudo que precisamos é deixar de lado o mundo dos adultos e assumir a persona que já fomos antes. 6. Não se aprende a voar voando De acordo com o filósofo, quem deseja aprender a voar deve primeiro aprender a caminhar. Fazer qualquer coisa sem estar preparado gera decepção iminente: "Quem espera levantar voo sem antes passar pelo aprendizado básico está condenado a uma queda da qual não se reerguerá." Aquele que conhece suas capacidades e, mais importante, suas limitações, sabe exatamente quais lutas pode lutar e quais não. 7. Quem luta contra monstros deve ter cuidado para não se transformar em um deles "Os cínicos costumam se esconder por trás da maldade do mundo para dar asas à própria perversão. No entanto, os atos alheios nunca justificam os nossos." Com esta reflexão, Nietzsche refere-se às dificuldades da vida, que podem fazer com que uma pessoa aparentemente benevolente se torne malévola por uma justiça fraudulenta. Entretanto, ele lembra que, no final, uma decisão, mesmo terrível, é opção pessoal, e a responsabilidade, intransferível. 8. É muito difícil os homens entenderem sua ignorância no que diz respeito a eles mesmos "Somente quando o homem tiver adquirido o conhecimento de todas as coisas poderá conhecer plenamente a si mesmo. Porque as coisas nada mais são que as fronteiras do homem." O filósofo sugere que não há nada mais trabalhoso que o autoconhecimento. Então, para se chegar a um elevado nível de sabedoria, o homem precisa se dispor a aceitar seus limites intelectuais, é claro, com ambição e humildade suficientes. 9. O sucesso sempre foi um grande mentiroso O êxito costuma ser um veneno, pois um privilegiado pode agir como prepotente, e assim ficar estagnado. Nietzsche ensina que, quando a sorte deixa de sorrir para o bem-sucedido, de uma hora para outra seu mundo vira de cabeça para baixo. O fracasso, por sua vez, representa sempre uma oportunidade para melhorar; favorece a humildade, nos ajuda a manter o pé no chão, estimula nossa imaginação e nos faz explorar novas perspectivas. Aqueles que se dispõem a alcançar algo precisam estar devidamente preparados para derrocar, ao passo que novas oportunidades possam ser almejadas. 10. A melhor arma contra o inimigo é outro inimigo Segundo Nietzsche: "Uma guerra não é travada apenas nos campos de batalha tradicionais, em que tropas tentam aniquilar umas às outras. A luta acontece em qualquer área em que os seres humanos disputem influência." Existem disputas de poder em toda e qualquer circunstância, seja em casa, no trabalho ou onde for, quando duas ou mais pessoas usam suas armas para conseguir o papel central. Assim como os animais, seres humanos são territoriais e constantemente buscam aumentar seus domínios, inclusive o emocional. Mas, como lembra Nietzsche, nem sempre encontramos um inimigo para opor àquele em perspectiva que está nos enfrentando e, às vezes, precisamos de fato recorrer a outras estratégias. 11. A essência de toda arte é a gratidão De acordo com o alemão, a gratidão é uma condição indispensável para apreciar a beleza do mundo. Algumas pessoas aparentemente têm tudo, e sentem como se não tivessem porcaria nenhuma, ao passo que outras realmente têm pouco, mas maravilham-se com o pouco. Nietzsche ressalta que, se praticarmos a arte da gratidão, alimentaremos nosso ser emocional de boas sensações, principalmente nas horas de dificuldade. Mesmo em ocasiões de tensão e estresse, basta deixarmos agraciar pelas belezas do mundo para encontrar forças que nos permitam superar as árduas provações que advirem. 12. As pessoas nos castigam por nossas virtudes. Só perdoam sinceramente nossos erros Para Nietzsche, o contrário do amor não é ódio, mas indiferença. A fúria de quem odeia é nutrida por uma admiração oculta, e assim também acontece com a inveja. Schopenhauer, um dos mestres de Nietzsche, bem afirmou: "A inveja dos homens mostra quão infelizes eles se sentem, e a atenção constante que dão ao que fazem os demais mostra como sua vida é tediosa." Se contamos uma boa novidade a uma pessoa e logo ela evoca nossos defeitos, decerto não deseja que sigamos adiante. Os amigos verdadeiros abundam-se em felicidade ao ouvir nossas histórias de sucesso. Todavia, convém ocultar nossos êxitos em determinadas oportunidades, pois assim evitamos uma carga emocional negativa e indesejada de quem poderia facilmente nos atingir. 13. Se a consciência nos torna humanos, a imperfeição é um traço distintivo de nossa espécie De acordo com Nietzsche: "O homem que imagina ser completamente bom é um idiota." Passamos tanto tempo consertando erros quanto construindo coisas de valor. Assumir essa realidade nos torna mais perseverantes e, o que é mais importante, nos faz tomar consciência do quanto ainda precisamos melhorar. Errar faz parte do processo de aprendizagem. Como denota Nietzsche, as pessoas perfeccionistas acabam por sofrer as consequências de seus atos imperfeitos e, se algo dá errado, costumam transferir a culpa para os outros, mesmo que falha alguma seja cometida. O filósofo nos lembra que é inútil desejarmos ser bons o tempo todo, o que importa é estarmos dispostos a fazer um pouco melhor hoje do que fizemos ontem. 14. Só quem constrói o futuro tem o direito de julgar o passado "Quem constrói o futuro está muito ocupado para julgar o passado". Por vezes nos pegamos desprevenidos em memórias e lembranças passadas a fim de guiarmo-nos para o futuro. No entanto, tais julgamentos do passado escondem o orgulho premente de quem se considera dono da verdade, e também revela grande insegurança. Como diz Nietzsche: "É mais produtivo construir o que vai acontecer do que analisar o que se passou." Quem age está menos preocupado do que quem não ocupa a mente. 15. É importante nos orgulharmos de nossos inimigos Na visão de Nietzsche, não devemos ter mais inimigos que as pessoas dignas de ódio, tampouco devemos ter inimigos dignos de desprezo. O filósofo afirma ser necessário reservar-nos para os adversários, pois frequentemente temos que lidar com muitas ofensas, e passar por cima de muitos para não sermos massacrados. "Escolhe inimigos que te mereçam." 16. Nós nos sentimos bem em meio à natureza porque ela não nos julga O ser humano é um animal que julga, e muitas vezes somos desnaturalizados pelos outros, o que nos faz sentir estranhos em um mundo de supostos humanos. Nietzsche ressalta que, ao sentirmos o cheiro de terra fresca, o ar limpo e o silêncio, apenas quebrado pelas criaturas ao redor, reencontramos nossa essência há tanto tempo abandonada. "Na cidade, precisamos representar um papel porque estamos muito preocupados com o que pensam de nós. Mas, ao voltar à natureza, podemos nos dar ao luxo de ser nós mesmos. Não precisamos nos vestir bem, falar ou atuar de maneira especial. Basta nos deixar levar pelo mundo natural em direção ao nosso interior, onde um manancial de tranquilidade nos espera." 17. Não há apenas uma morte ao longo da existência Nietzsche sugere que precisamos pagar pela imortalidade e morrer várias vezes enquanto vivos. Segundo ele, não há apenas uma morte ao longo da existência. No transcorrer da vida, vamos vencendo etapas e superando desafios, simbolicamente, para renascer em estágios posteriores. Essas transições de uma vida para outra Nietzsche denominava "ritos de passagem". 18. Quem vê mal sempre vê pouco. Quem escuta mal sempre escuta demais Muitas vezes, só ouvimos o que queremos ouvir, já que o murmúrio das nossas ideias preconcebidas se sobrepõe à realidade, sempre mais simples que a opinião que formamos dela. Nietzsche propõe que devemos buscar o pensamento com clareza; do contrário, estaremos apenas seguindo ecos e ruídos de nossos preconceitos. 19. Quem tem uma razão de viver é capaz de suportar qualquer coisa Assim como a maioria dos filósofos, Nietzsche sempre destacou a importância de se buscar uma razão de viver. Quando nossa vida se torna plena de sentido, nossos esforços já não são cansativos, e sim passos seguros em direção às metas que estabelecemos. 20. O que não nos mata nos fortalece Como dizia Nietzsche: "Se a correnteza não nos mata, acabamos ganhando uma experiência essencial que nos ajudará a salvar a nós mesmos e as demais pessoas em futuras provações." (*) EUGENIO SANTANA é escritor, jornalista, ensaísta, agente literário, gestor editorial e biógrafo. Onze livros publicados. Membro benemérito "ad honorem" do Centro Cultural, Literário e Artístico de PORTUGAL. Contato: autoreugeniosantana9@gmail.com e (41) 9.9667-8484 WhatsApp