domingo, 1 de dezembro de 2024
VÊNUS-AFRODITE
Conta o mito que Urano, o céu estrelado, e Gaia, a Terra, eram o casal primordial do mundo, tendo gerado muitos filhos. Urano, temendo ser destronado por algum deles, devolvia-os com rapidez ao ventre materno assim que nasciam. Gaia, cansada de parir incessantemente, conseguiu salvar seu filho caçula: Saturno (também conhecido por Cronos). Este, revoltado com a volúpia do pai, acabou por cortar os órgãos sexuais com uma foice. O esperma e o sangue de Urano caíram no mar, formando uma bela espuma branca, da qual se originou Vênus (ou Afrodite para os gregos).
Dentro de uma grande concha de madrepérola, essa divindade foi levada por Zéfiro, o Vento, sobre as ondas do mar até a ilha de Chipre.
Vênus (ou Afrodite) tornou-se conhecida na antiga Grécia não só por sua rara beleza, mas também por suas explosões de ódio e terríveis vinganças contra os que ousavam desafiá-la. Ela era a deusa do amor no sentido amplo da palavra, estando associada ao amor físico e carnal, e também a seu poder fertilizador e reprodutor na natureza em todas as suas manifestações: humanas, animais e vegetais. A preservação das espécies encontrava-se sob seu domínio. A chuva da primavera era o elemento fecundante enviado à terra por essa divindade. Outras deusas, de outras culturas, também tinham características simbólicas semelhantes à Vênus. São elas: Inanna na antiga Suméria; Ishtar na Babilônia; Lakshmi na Índia; e Ísis no antigo Egito.
O arquétipo de Vênus surgiu em todas as mitologias antigas como ícone da eterna feminilidade, representando desde sempre o tipo perfeito de beleza feminina. Dizem que Vênus era mãe de Eros, o deus do amor, que, com a evolução do mito, transformou-se em Cupido. Este é geralmente representado como um garotinho alado, que se diverte ao ferir o coração dos homens com suas flechas envenenadas de amor e paixão. Muito travesso e caprichoso, jamais cresceu, deixando sua imprevisibilidade e irracionalidade, muitas vezes marcadas nos corações apaixonados. Quem já ficou cego ou louco de amor bem conhece seu poder.
Eros na verdade é uma projeção de Vênus; vale dizer: ambos representam a mesma coisa. Neles estão simbolizados a força universal da atração, o desejo do amor, da relação e da comunhão amorosa. Seu poder é imenso, pois interferem na vida das pessoas e no destino do mundo. (Escritor/jornalista/ensaísta/filósofo EUGENIO SANTANA)
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