terça-feira, 16 de outubro de 2018

DNA - DÁDIVA NASCIDA DO AMOR (*)

DNA - a Dádiva Nascida do Amor (*) (Por Eugenio Santana e Don Juan de Morales Crucis - alterego sensitivo do autor)
Apreciai agora este chamado de vossos corações… Este crucial momento de tão glorioso propósito do Espírito Divino… Sois as detentoras da verdade, não aquela verdade fundamentada num conjunto de pontos de vistas divergentes, a conflitarem-se e dividirem-se… Sois as verdades da pura essência que descendes… A essência que flui através de teu movimento evolutivo único… Como é único para cada manifesto… Na perpétua expansão de uma energia magnânima em abundância e inspiração, em sua sabedoria infinita, a Fonte dispôs-se ao bem da continuidade de uma trajetória criativa e evolutiva, a desempenhar como energia masculina, um papel objetivo de favorecer uma nova criação, ao satisfazer o ímpeto inspirado na pura concepção, a realizar-se pela energia feminina, criando um novo manifesto de beleza e perfeição… Assim é Deus Pai/Mãe… Estas energias fluem pelo universo por meio do Ser, de cada coração que de ambas desfrutam, a fim de obterem as experiências necessárias, para criar o novo a partir de seus próprios equilíbrios e poderes inatos… Pois vieram à superfície de uma magnífica Mãe que ancorou em seu colo, as manifestações da forma… Nas mais belas e harmoniosas criações inspiradas, das ramificações Divinas em plena expansão e fertilidade… Além de serdes corajosas almas, que se voluntariaram ao esquecimento, deste poder criativo que define o Ser de uma mesma origem… Vos aventurareis numa superfície transformada separatista… Onde almas impetuosas em criar algo contrário da própria luz, favorecendo-se da generosidade do livre-arbítrio, construíram seus próprios impérios além do conceito da Unicidade, esquecendo-se da base do equilíbrio, entre as energias criativas do masculino e feminino, tornando-se soberanos cruéis em suas criações individuais, cujas fundações soterrariam e seus tetos obscureceriam as manifestações das essências, as lembranças e o desenvolvimento de cada centelha da Criação… Permaneceriam até então por seu orgulho, em pedestais fadados a demonstrarem serem inconsistentes, decadentes e descontinuados… Então, devido ao desequilíbrio e divisão, opondo-se ao que a Fonte de tudo divinamente havia planejado, os alicerces e véus não possuem estrutura ou envergadura para manterem suas imperfeições… Pois, não há como soterrar sementes férteis impedindo-as de emergir, assim como não há como conter a mínima abertura de uma senda ao contínuo fluxo da Luz. As experiências foram permitidas a estes poderes paralelos e divididos, sem a substância essencial dos reais poderes de origem… As criações em desarmonia com o todo, além do essencial de cada coração divino, foram os paradigmas que cada Alma escolheu conhecer, para criar originalmente, inspirada em sua perfeição readquirida… Atingimos o limiar das experiências… Assim recordareis… Viestes pela ressurreição e retomada do avanço de toda manifestação criativa no colo da Mãe Planetária, Gaia… Viestes pela redenção, o reequilíbrio e a emanação de Luz, a banhar com Força Vital as sementes das novas criações, para que cresçam, floresçam e perpetuem o propósito do Um em todos… Portanto Almas de Luz… Pela graça restauradora que retorna ao potencial de nosso DNA Divino, em regozijo reverencio-as, como as reveladoras e renascidas manifestações Divinas… Como “Dádivas Nascidas do Amor” de nossa Fonte, em favor da evolução e renovação dos Mundos… (*) EUGENIO SANTANA é Gestor editorial, Assessor de imprensa, Analista de Marketing digital, Roteirista, Crítico literário, Ornitólogo e Blogueiro. Escreve Biografias. Autor de "Ventos Fortes, Raízes Profundas", autoajuda, Madras editora.

sexta-feira, 28 de setembro de 2018

A MAGIA DE ESTAR VIVO (*)

Chorar por tudo que se perdeu, por tudo que apenas ameaçou e não chegou a ser, pelo que perdi de mim, pelo ontem morto, pelo hoje sujo, pelo amanhã que não existe, pelo muito que amei e não me amaram, pelo que tentei ser correto e não foram comigo. Meu coração sangra com uma dor que não consigo comunicar a ninguém, recuso todos os toques e ignoro todas tentativas de aproximação. Tenho vergonha de gritar que esta dor é só minha, de pedir que me deixem em paz e só com ela, como um cão com seu osso. A única magia que existe é estarmos vivos e não entendermos nada disso. A única magia que existe é a nossa incompreensão. Vulnerável, você tem tanta vontade de chorar, tanta vontade de ir embora. Para que o protejam, para que sintam falta. Tanta vontade de viajar para bem longe, romper todos os laços, sem deixar endereço. Um dia mandará um cartão-postal de algum lugar improvável. Bali, Madagascar, Sumatra. Escreverá: penso em você. Deve ser bonito, mesmo melancólico, alguém que se foi pensar em você num lugar improvável como esse. Você se comove com o que não acontece, você sente frio e medo. Parado atrás da vidraça, olhando a chuva que, aos poucos começa a passar. Sabe, eu me perguntava até que ponto você era aquilo que eu via em você ou apenas aquilo que eu queria ver em você, eu queria saber até que ponto você não era apenas uma projeção daquilo que eu sentia, e se era assim, até quando eu conseguiria ver em você todas essas coisas que me fascinavam e que no fundo, sempre no fundo, talvez nem fossem suas, mas minhas, e pensava que amar era só conseguir ver, e desamar era não mais conseguir ver, entende? Sabe que o meu gostar por você chegou a ser amor, pois se eu me comovia vendo você, pois se eu acordava no meio da noite só pra ver você dormindo, meu Deus... como você me doía! De vez em quando eu vou ficar esperando você numa tarde cinzenta de inverno, bem no meio duma praça, então os meus braços não vão ser suficientes para abraçar você e a minha voz vai querer dizer tanta, mas tanta coisa que eu vou ficar calado um tempo enorme... só olhando você, sem dizer nada só olhando e pensando: Meu Deus, mas como você me dói de vez em quando! Vai passar, tu sabes que vai passar. Talvez não amanhã, mas dentro de uma semana, um mês ou dois, quem sabe? O verão está aí, haverá sol quase todos os dias, e sempre resta essa coisa chamada 'impulso vital'. Pois esse impulso às vezes cruel, porque não permite que nenhuma dor insista por muito tempo, te empurrará quem sabe para o sol, para o mar, para uma nova estrada qualquer e, de repente, no meio de uma frase ou de um movimento te surpreenderás pensando algo assim como 'estou contente outra vez'. (*) EUGENIO SANTANA é escritor, jornalista, ensaísta, agente literário, publicitário, gestor editorial, analista de marketing digital e palestrante. Nove livros publicados. Membro benemérito "ad honorem" do Centro Cultural, Literário e Artístico de PORTUGAL; sócio da ACI - Associação Catarinense de Imprensa e da UBE/SC - União Brasileira de Escritores Contatos: autoreugeniosantana9@gmail.com e (41) 99547-0100

segunda-feira, 24 de setembro de 2018

A TERCEIRA MARGEM DO PLANO INFINITO (*)

Governarei minha vida e meus pensamentos como se todo o mundo enxergasse um e lesse o outro. Qual a finalidade de ter segredos para o meu vizinho se Deus, o investigador do nosso coração, tem acesso a toda a nossa privacidade? Assim como a lagarta passa para outra folha da planta quando chega ao final da anterior, a alma passa para outro corpo quando deixa para trás o corpo anterior e a insensatez. Pois nada trouxemos a este mundo e certamente nada levaremos dele. Levante-se cedo e reflita sobre seus atos e sobre o mundo que está por vir; pode estar certo de que os frutos de seus atos refletirão sobre você. Você, que foi separado de Deus em Sua solidão pelo abismo do tempo, como pode esperar alcançá-lo sem morrer? Nenhuma alma pode ser destruída por armas, queimada pelo fogo, apodrecida pela água ou erodida pelo vento. Morrer não é extinguir a luz; morrer é apagar as estrelas porque a aurora chegou. Este corpo não é um lar, mas uma estalagem, e apenas por pouco tempo. A morte é certa para aquele que nasce, assim como o nascimento é certo para quem morre. Portanto, não lamente o inevitável. O último dia não nos traz a extinção, mas uma mudança de lugar. Os amigos e parentes que você perdeu não estão mortos, apenas se foram antes, avançaram um ou dois estágios na estrada que você também deverá trilhar. (*) EUGENIO SANTANA é escritor, jornalista, ensaísta, redator publicitário, revisor de texto, biógrafo e palestrante. Nove livros publicados. Membro "ad honorem" do Centro Cultural, Literário e Artístico de PORTUGAL; sócio da ACI - Associação Catarinense de Imprensa e da UBE/SC - União Brasileira de Escritores. email: autoreugeniosantana9@gmail.com e WhatsApp (41) 99547-0100

domingo, 16 de setembro de 2018

IDÉIAS FRAGMENTÁRIAS, IMPACTANTES E IMPROVÁVEIS (*)

As redes sociais nos dão o direito de falar com uma legião de idiotas que anteriormente só falavam em uma mesa de bar depois de um copo de vinho, sem prejudicar ninguém. Eles eram rapidamente silenciados, mas agora têm o mesmo direito de falar a respeito de um Prêmio Nobel. É a invasão dos imbecis. O mundo está cheio de livros preciosos que ninguém lê. Os livros não são escritos para que acreditem neles, mas para serem submetidos à investigação. Quando gostamos de um livro, não devemos perguntar o que ele diz, mas o que significa. O que é a filosofia? Desculpem o meu conservadorismo, mas não consigo encontrar uma resposta melhor do que a definição que Aristóteles deu para a metafísica: uma resposta a um ato assombroso. Quando os homens deixam de acreditar em Deus, não significa que eles não acreditam em nada, mas que eles acreditam em tudo. A sabedoria não é destruir os ídolos, mas nunca criá-los. O amor é mais sábio do que a sabedoria. Nada é mais prejudicial para a criatividade do que o furor da inspiração. O verdadeiro herói é um herói por engano. Ele sonha em ser um covarde honesto como todos os outros. Os monstros existem porque fazem parte de um plano divino, e nas características horríveis desses monstros revela-se o poder do criador. Todos os poetas escrevem poesias ruins. Os maus poetas as publicam, os bons poetas as queimam. Não são as notícias que fazem o jornal, mas o jornal que faz as notícias, e saber juntar quatro notícias diferentes significa proporcionar ao leitor uma quinta notícia. Hoje, quando afloram os nomes dos corruptos e fraudadores e sabemos mais, as pessoas não se preocupam com nada e só vão para a cadeia os ladrões de galinhas paraenses. (*) Copydesk/fragment by EUGENIO SANTANA, escritor, jornalista, ensaísta, redator publicitário, revisor de texto e palestrante motivacional. Nove livros publicados. Membro da Academia Cachoeirense de Letras (ACL) e do Centro Cultural, Literário e Artístico de Portugal; sócio da ACI - Associação Catarinense de Imprensa e da UBE/SC - União Brasileira de Escritores. email: autoreugeniosantana9@gmail.com e WhatsApp (41) 9 9547-0100

terça-feira, 28 de agosto de 2018

AMOR INSÓLITO AMOR

Amor é uma luz à noite atravessando o nevoeiro; amor é uma tampinha de cerveja pisada no caminho do banheiro; amor é a chave perdida da sua porta quando você está bêbado; amor é o que acontece uma vez a cada dez anos; amor é um gato esmagado; amor é o velho jornaleiro na esquina que desistiu; amor é o que você acha que a outra pessoa destruiu; amor é o que desapareceu junto com a era dos navios encouraçados e fantasmas; amor é o telefone tocando, a mesma voz ou uma outra voz mas nunca a voz correta; amor é traição; amor é o incêndio dos sem-teto num beco; amor é aço; amor é a barata; amor é uma caixa de correio; amor é a chuva sobre o telhado de um velho hotel em Belo Horizonte; amor é o seu pai num caixão (aquele que te odiava); amor é um cavalo com a perna quebrada tentando se levantar enquanto 999 pessoas observam; amor é o jeito que nós fervemos como uma explosiva panela de pressão; amor é tudo que nós dissemos que não era; amor é o ácaro que você não consegue encontrar; e o amor é um vaga-lume; amor são 63 lançadores de granada; amor é uma privada vazia; amor é uma rebelião no Rio de Janeiro; amor é um pinel cheio de escritores malditos; amor é um cavalo alado e um unicórnio mágico parados numa praia deserta em Santa Catarina; amor é uma mesa de bar vazio; amor é um filme do Wim Wenders se retorcendo na reflexão dos olhos de hórus; um momento que ainda pulsa e grita; amor é a estátua de Drummond e os pombos fazendo ninhos atrás dos óculos de chumbo, em Ipanema; amor é o que se arrasta pelo chão de estrelas; amor é a sua mulher dançando colada com um estranho; amor é uma anciã roubando um pedaço de pão. E o amor é uma palavra precoce usada muitas vezes e muitas vezes cedo demais. (copydesk/fragment by EUGENIO SANTANA - GUARDIÃO DA PALAVRA - BLOG)

quinta-feira, 23 de agosto de 2018

A UTOPIA É O INOMINÁVEL EM AZUL (*)

Em qualquer grande cidade onde o azar me leva, surpreende-me que não aconteçam sublevações diárias, massacres, uma carnificina inominável, uma desordem de fim de mundo. Como em um espaço tão reduzido, podem coexistir tantos homens sem destruir-se, sem odiar-se mortalmente? Pra dizer a verdade, odeiam-se, mas não estão a altura do seu ódio. Esta mediocridade, esta impotência, salva a sociedade, assegura sua duração e sua estabilidade. Mas, o que mais me surpreende, sendo a sociedade o que é, é o esforço de alguns para conceber outra, completamente diferente. De onde vem tanta ingenuidade e tanta loucura? Só agimos sob a fascinação do impossível. Isto significa que uma sociedade incapaz de dar a luz uma utopia e de dedicar-se a ela, está ameaçada de esclerose e de ruína. Mas, recordemos que utopia significa "lugar nenhum". E onde estariam estas cidades que o mal não toca, onde se bendiz o trabalho e ninguém teme a morte? Nelas nos vemos constrangidos a uma felicidade feita de idílios geométricos, de êxtases regulamentados, de mil maravilhas repugnantes: assim se apresenta necessariamente o espetáculo de um mundo perfeito, de um mundo fabricado. A utopia é o inominável em azul, a necessidade de associar a felicidade, quer dizer, o inverossímil, ao devenir, e de impulsionar uma visão otimista, aérea, até o limite em que se une ao seu ponto de partida: o cinismo que pretendia combater. Em suma, um conto de fadas monstruoso. Mas, a vida é ruptura, heresia, abolição das normas da matéria. E o homem, em relação à vida, é heresia em segundo grau, vitoria do individual, do capricho, aparição aberrante, animal cismático que a sociedade - soma de monstros adormecidos - pretende conduzir pelo caminho reto. (Copydesk/fragment by Escritor/jornalista EUGENIO SANTANA. Autor de nove livros publicados. Dezoito prêmios literários, em âmbito nacional)

quarta-feira, 22 de agosto de 2018

NÃO SE FORÇA A PUBLICAÇÃO DE UM LIVRO, NÃO SE FABRICA BEST-SELLERS DO NADA (*)

Muitos escritores acham difícil dar os passos seguintes ao término da obra. Têm uma página no face mas poucas curtidas, quase nenhum compartilhamento. Colocam no Wattpad e não angariam mais que meia dúzia de leitores. Chamam os amigos para ler mas poucos respondem, nenhum comenta. Mandam seu original para editoras e recebem resposta só de prestadores de serviço querendo que os autores paguem pela impressão. O que fazer para vencer a barreira de ser um autor desconhecido? Isso é possível? Sim, é. Há um caminho possível, mas é provável que você precise mudar um pouco sua forma de pensar. Vou explicar em várias partes, tenha um pouco de paciência. Apesar de parecerem problemas distintos – editoras, público leitor, ser conhecido –, na verdade são uma questão só, com vários aspectos. Afinal, o que as editoras querem? As editoras querem, e na maior parte das vezes consideram, sim, publicar autores nacionais, porém com a condição de que tenham uma postura profissional e que a obra esteja pronta. Editores não querem perder tempo ensinando a autores como se profissionalizar, nem querem investir um monte de trabalho para transformar uma obra com muitos defeitos numa obra publicável. Pelo menos não se o autor não for já muito famoso. Mas é perfeitamente possível que você aprenda a fazer as duas coisas, assumir uma postura que impressione bem editoras de verdade, e apresentar uma obra acabada, que possa ser publicada. Autores precisam entender que ninguém no mundo editorial se vê como responsável por colocar autores inexperientes, sem noção de como as coisas funcionam, no colo. Quem se mete a escrever para ser lido e publicado precisa aprender por conta própria como as coisas funcionam. Não, não há um agente que vai cuidar de tudo. Não, não há um editor que vai cuidar de tudo. Não, não basta escrever bem, ter criatividade e boas ideias. Editores sentem um horror instantâneo por autores que chegam (por cartas ou e-mails ou mensagens) chorosos, arrogantes, insistentes, exigindo respostas. Pobres vítimas de um sistema que não os favorece ou raivosos por não receberem atenção.Se você é autor/a, considere que faz parte de sua carreira aprender como o mercado funciona. Vá atrás da informação. Entenda os tipos de editoras existentes, os gêneros literários, o que tem feito sucesso. Aprenda por você, para tomar suas decisões. Seja responsável, aja como maior de idade. Não queira que alguém venha fazer tudo por você. Querer ser colocado no colo atrai pessoas que não são editores e que não vão transformar sua obra num sucesso. Livros são produtos culturais, assim como músicas, filmes, peças de teatro, shows. Produtos culturais fazem sucesso quando um grupo de pessoas – chamado de público – gosta deles. E apesar do que imaginam montes de escritores, não é possível fazer ninguém gostar de uma obra. O marketing pode aumentar as vendas de um livro, mas não se o livro já não contiver elementos que agradem aos potenciais leitores. Não se força a venda de livros, não se fabricam best-sellers do nada. Se as pessoas não gostam, não emplaca. (*) EUGENIO SANTANA é escritor, jornalista, publicitário, ensaísta, consultor editorial e agente literário. Fundador da Hórus9 Produções Editoriais. Autor de nove livros publicados. Radicado em Curitiba. Email autoreugeniosantana9@gmail.com e WhatsApp (41) 99547-0100.

terça-feira, 21 de agosto de 2018

A BOCA CHEIA DE FLORES E BEIJOS OCEÂNICOS (*)

Toco a sua boca com um dedo, toco o contorno da sua boca, vou desenhando essa boca como se estivesse saindo da minha mão, como se, pela primeira vez, a sua boca entreabrisse, e basta-me fechar os olhos para desfazer tudo e recomeçar. Faço nascer, de cada vez, a boca que desejo, a boca que minha mão escolheu e desenha no seu rosto, uma boca eleita entre todas, com soberana liberdade, eleita por mim para desenhá-la com minha mão em seu rosto, e que, por um acaso, que não procuro compreender, coincide exatamente com a sua boca, que sorri debaixo daquela que minha mão desenha em você. Você me olha, de perto me olha, cada vez mais de perto, e então brincamos de ciclope, olhamo-nos cada vez mais de perto e nossos olhos se tornam maiores, se aproximam uns dos outros, sobrepõe-se, e os ciclopes se olham, respirando confundidos, as bocas encontram-se e lutam debilmente, mordendo-se com os lábios, apoiando ligeiramente a língua nos dentes, brincando nas suas cavernas, onde um ar pesado vai e vem, com um perfume antigo e um grande silêncio. Então as minhas mãos procuram afogar-se no seu cabelo, acariciar lentamente a profundidade do seu cabelo, enquanto nos beijamos como se estivéssemos com a boca cheia de flores ou de peixes, de movimentos vivos, de fragrância obscura. E se nos mordemos, a dor é doce; e se nos afogamos num breve e terrível absorver simultâneo de fôlego, essa instantânea morte é bela. E já existe uma só saliva e um só sabor de fruta madura, e eu sinto você tremular contra mim, como uma lua na água. (*) Copydesk/fragment by EUGENIO SANTANA é escritor, jornalista, ensaísta, redator publicitário, revisor de texto e palestrante motivacional. Nove livros publicados. Membro da Academia Cachoeirense de Letras (ACL) e do Centro Cultural, Literário e Artístico de Portugal; sócio da ACI - Associação Catarinense de Imprensa e da UBE/SC - União Brasileira de Escritores. email: autoreugeniosantana9@gmail.com e WhatsApp (41) 99547-0100

terça-feira, 14 de agosto de 2018

ESTRELA DO SUL, MINAS GERAIS

Estrela do Sul é um município brasileiro do interior do estado de Minas Gerais, localizado a 520 km de Belo Horizonte. Sua população estimada em julho de 2017 era de 7 981 habitantes. Estrela do Sul, antigo distrito criado em 1854 com a denominação de Diamantino da Bagagem e subordinado ao município de Patrocínio, tornou-se vila com a denominação de Bagagem, pela Lei Provincial nº 777 de 30 de maio de 1856 e recebeu status de cidade em 1861. A partir de 1901 recebeu a sua denominação atual em homenagem ao diamante Estrela do Sul encontrado nessa região. (Jornalista/escritor EUGENIO SANTANA)

sábado, 11 de agosto de 2018

ASAS DE SONHOS E DESEJOS

Desejo a vocês... Frutas silvestres, Cheiro de jasmim, Namoro no sótão, Domingo com Fla x Flu, no Maracanã, Segunda sem mau humor, Sábado com seu amor, Filme do Chaplin, barzinho com amigos, Crônica de Drummond, Viver sem desafetos, Filme épico na TV, Ter uma mulher singular, E que ela ame você, Música de Vander Lee com letra de Paulinho Pedra Azul, Frango caipira com quiabo, pimenta malagueta e polenta; Ouvir uma palavra motivacional, Ter uma grata surpresa, Ver o desfile dos tropeiros numa cidadezinha mineira, Noite de lua cheia, Rever uma velha amizade que se achava completamente perdida, Manter, acesa, a fé em Deus, Não ter que ouvir um palavrão, Nem nunca, nem jamais e adeus. Ah, Deus. Há Deus! Rir como inocente criança de cinco anos, Ouvir a sinfonia dos pássaros, curar de resfriado, Escrever um texto sobre o Amor Que nunca será rasgado; Formar um par ideal, mergulhar e reenergizar numa cachoeira em Pirenópolis, Pegar um bronzeado legal, Aprender uma nova canção, Esperar alguém no metrô e apreciar arte retrô, Queijo com goiabada, Pôr-do-Sol na fazenda, Uma festa, Um violão clássico, lembrar de um amor antigo, Ter um ombro sempre amigo, Bater palmas de euforia, Uma tarde amena, Calçar um velho sapatênis, Sentar numa velha poltrona, Ouvir a música da chuva no telhado da cabana, Vinho tinto seco, E muito carinho meu. E um largo sorriso expressivo. Dormir e sonhar só com você. E nessas asas de desejos um beijo marítimo e infinito em seu coração oceânico. Até a próxima. Até breve. Até sempre. Maktub. Namastê! (Copydesk/fragment by EUGENIO SANTANA)

quinta-feira, 9 de agosto de 2018

RENASÇO ALTIVO NA TINTA DO INFINITO (*)

Em cada letra, tinta e o cheiro do infinito, há um diálogo silente que rumino (instigo) onde, por completo, nasceu a página e a pátina que dito – só escrevo, neste plano, aquilo que ainda sonho no outro sótão: a vida após a vida. Sei que feneço no fim de cada sílaba, mas renasço altivo no início de outro mito. E vôo com as asas da Phoenix. Ainda que me seja efêmero o ato de colher as horas, serei sempre estrangeiro da fronteira de vidro: afinal, que sou, senão o fragmento de meus destroços? Só quem navega à luz, sabe o naufrágio das trevas. Afinal, ninguém se espera, se busca, quando o objetivo é filho da ausência da vida por si mesma. Ainda que me seja tardio, serei luz incendiária, fogo fulminante apagando a essência das águas. Nada sou senão serpente e anjo, verbo notívago escrito na página da madrugada. Muito antes que eu compreenda a consciência das asas, direi que o vôo é volátil e curto na distância planejada, muito embora ciente de que me é mais fácil seguir por caminho de lugar nenhum do que então afogar-me em gota de envelhecido rum. Quem afirmou que o castigo aconteceu no Paraíso, se o Paraíso é a morada do meu Pai? Alguém ousa vender um homem no mercado de Deus por ínfimos valores de insensíveis sonhos? Quem se arriscaria a seguir por tão nefasta via? A nenhum destino se chega ao homem senão pela sombra de seu mesmo sobressalto e nome. Meus passos já não cabem em si, muito menos no impulso da estrada que tanto lhes fere e agrava a força do espinho que sou serei além do que vivi e sangrei, amor. O que faço, a bem do meu nome e o fogo que me consome, é aprisionar o tempo e escrever as asas da memória antes do crepúsculo e após a aurora. Não poderia eu omitir que em mim persiste a surpresa que me envelhece, além, muito além dos jardins do abandono e a cal da árvore de plátano plantada em pleno deserto do ser – eis, então, a energia de, assim, matar, morrer para o que se foi e nunca mais há de nascer! Jamais ergo diques: deixo-me fluir para o que se vai, embora estando aqui. Apesar de tudo, nenhum homem sabe a dor do outro! E só a tempestade é capaz de resgatar o silêncio que medra na alma de cada um! Em cada letra, tinta e pátina de infinito, insuflo de fogo meu grito ainda que tardiamente para Deus! (*) EUGENIO SANTANA é jornalista, escritor, ensaísta, biógrafo e redator publicitário. Membro efetivo da ALNM – Academia de Letras do Noroeste de Minas, cadeira dois. Membro Acadêmico “Benemérito Ad Honorem” do Centro Cultural, Literário e Artístico de Portugal; Autor de nove livros publicados

domingo, 5 de agosto de 2018

NEUROMARKETING: MEMÓRIA OLFATIVA (*)

Basta sentir um aroma familiar para que as lembranças passadas venham à tona com riquezas de detalhes. Pode ser um alimento, o perfume de uma flor, o cheiro da grama molhada ou o perfume que livro novo exala. Diferente dos outros sentidos como a visão, audição, tato e o paladar, que precisam percorrer um caminho maior para chegar nas regiões do cérebro responsáveis pelas memórias e emoções. A “memória olfativa” está diretamente interligada aos mecanismos fisiológicos das emoções. O neuromarketing estuda as noções básicas da neurociência e aplica algumas técnicas e parâmetros científicos para melhorar a experiência do consumidor e interferir positivamente no seu processo de tomada de decisão. O marketing olfativo é uma forma estratégica para manter o cliente mais tempo na sua loja ou empresa. Utilizar esse recurso, além de despertar uma sensação de bem-estar e conforto, pode desencadear uma lembrança positiva – criando uma boa sensação ao cérebro emocional. Essa técnica permite que toda vez que o cliente sentir uma fragrância parecida, lembre-se da sua marca ou produto instantaneamente. A dica é saber escolher o aroma adequado com o ramo de atuação do seu produto ou serviço. (*) EUGENIO SANTANA é escritor, jornalista, publicitário, ensaísta, consultor em gestão de pessoas e analista de marketing digital. Autor de dez livros publicados. autoreugeniosantana9@gmail.com - (41) 9547-0100 (WhatsApp)

quarta-feira, 1 de agosto de 2018

INSACIÁVEL VIDA EFÊMERA (*)

Não temos exatamente uma vida curta, mas desperdiçamos uma grande parte dela. A vida se bem empregada, é suficientemente longa e nos foi dada com muita generosidade para a realização de importantes tarefas. Ao contrário, se desperdiçada no luxo e na indiferença, se nenhuma obra é concretizada, por fim, se não se respeita nenhum valor, não realizamos aquilo que deveríamos realizar, sentimos que ela realmente se esvai. Perscruta a tua memória: quando atingiste um objetivo? Quantas vezes o dia transcorreu conforme o planejado? Quando usaste seu tempo contigo mesmo? Quanto mantiveste uma boa aparência, o espírito tranquilo? Quantas obras fizeste para ti com um tempo tão longo? Quantos não esbanjaram a tua vida sem que notasses o que estavas perdendo? O quanto de tua existência não foi retirado pelos sofrimentos sem necessidade, tolos contentamentos, paixões ávidas, conversas inúteis, e quão pouco te restou do que era teu? Compreenderás que morres cedo. Se pudéssemos apresentar a cada um a conta dos anos futuros, da mesma forma que se faz com os que já passaram, como tremeriam aqueles que vissem restar-lhe poucos anos e como os economizariam! Pois, se é fácil administrar o que, embora pouco, é certo, deve-se conservar com muito cuidado o que não se pode saber quando acabará. A expectativa é o maior impedimento para viver: leva-nos para o amanhã e faz com que se perca o presente. Daquilo que depende do destino, abres mão; do que depende de ti, deixas fugir. Para onde voltas, para o que te dedicas? Todas as coisas que virão jazem na incerteza: vive daqui para diante. Muito breve e agitada é a vida daqueles que esquecem o passado, negligenciam o presente e temem o futuro. Quando chegam ao fim, os coitados entendem, muito tarde, que estiveram ocupados fazendo nada. De fato, tudo aquilo que vem por acaso é instável, e o mais alto se eleva, mais facilmente cai. Ora, a ninguém as coisas decaídas causam deleite, É, portanto, evidente que seja não apenas muito curta, mas também muito infeliz a vida daqueles que a preparam com grande trabalho e que só podem conservar com esforços maiores ainda. Adquirem pessoalmente aquilo que desejam, possuem com apreensão o que adquiriram. Enquanto isso, não se dão conta do tempo que não voltará, novas preocupações substituem as antigas, uma esperança realizada faz nascer outra esperança, a ambição provoca a ambição. Nunca faltarão motivos, felizes ou infelizes, para a preocupação. A vida ocorrerá através das ocupações; nunca o ócio será obtido, sempre desejado. (*) EUGENIO SANTANA é escritor, jornalista, ensaísta, redator publicitário, revisor de texto e palestrante motivacional. Nove livros publicados. Membro da Academia Cachoeirense de Letras (ACL) e do Centro Cultural, Literário e Artístico de Portugal; sócio da ACI - Associação Catarinense de Imprensa e da UBE/SC - União Brasileira de Escritores. email: gestoreugeniocouto@yahoo.com e WhatsApp (41) 9547-0100