quarta-feira, 2 de novembro de 2011
NÓS SOMOS O QUE FAZEMOS...
NÓS SOMOS O QUE FAZEMOS – não somos o que pensamos nem o que dizemos ou o que sentimos. “Nós somos o que fazemos”.
Quantas vezes nos sentimos traídos e surpresos ao constatar a distância entre o que as pessoas dizem e o que fazem. Levamos tempo para prestar atenção nos atos do que nas palavras, e muitos não aprendem nunca.
Muitos têm medo de se arriscar e preferem se acomodar no que é menos desafiador, mais previsível e repetitivo. Isso explica por que o tédio é uma característica do nosso tempo.
Os três componentes da felicidade são: algo para fazer, algo para amar e algo para desejar. Se nos dedicarmos a um trabalho útil, um relacionamento harmonioso e uma expectativa de prazer, será difícil ser infeliz. Trabalho pode ser qualquer atividade, remunerada ou não, que nos faz sentir realizados. Se temos uma ocupação apaixonante que dá sentido à nossa vida, esse é o nosso trabalho. As ocupações podem ser tão diversas quanto à natureza humana, o fundamental é que causem prazer e dêem sentido à vida.
terça-feira, 1 de novembro de 2011
VAI, SEGUE, VOA, ACREDITA!
Do lado de um imenso muro de pedras voava um pássaro, como sempre sozinho, pensando na sua eterna solidão.Do outro lado do mesmo muro outro pássaro também voava e lamentava o seu interminável isolamento. Mas do alto de uma nuvem, bem acima de qualquer muro, dois anjos observavam a cena. Um dos anjos comentou:- Veja que maravilha! Que sincronismo de vôo! Isto é o verdadeiro amor. O outro anjo questionou:- Será que eles nunca se encontrarão? O primeiro anjo respondeu:- É claro que sim. Olhe, lá adiante, o fim do muro. Todo muro tem um fim. E completou:- Mas se eles se arriscassem a voar mais alto, acima do muro, poderiam se encontrar hoje mesmo. QUE VOCÊ CONSIGA SE DESAPEGAR DAQUILO QUE TE APRISIONA E OUVIR A VOZ DO TEU CORAÇÃO, POIS ELE É A BÚSSOLA QUE TE APONTARÁ O CAMINHO.
VAI, SEGUE, VOA, ACREDITA!
segunda-feira, 10 de outubro de 2011
À BEIRA DO RIO DOS TEMPOS, NARCISO DETÉM-SE
Narciso era belo à perfeição e, por isso, era casto. Por estar enamorado de si mesmo, desdenhava as Ninfas. Brisa alguma agitava a fonte, onde Narciso, o dia todo, debruçava-se, tranqüilo, a contemplar sua imagem...
Conheceis a história. Por isso nós a diremos de novo. Todas as coisas já foram ditas, mas como ninguém as escuta, é preciso recomeçar sempre.
Não há mais ribanceira nem fonte: metamorfose ou flor que se mire. Não há nada senão o solitário Narciso, um Narciso apenas sonhador, fechado numa pose de escultura. Ele se inquieta com a inútil monotonia da hora, e, indeciso, seu coração se interroga. O que ele quer, enfim, é saber a forma da sua alma. Se julga por seus demorados estremecimentos, ele sente que ela deve ser adorável em demasia. Seu rosto, porém! Sua imagem! Ah! Não saber alguém se se ama... não conhecer a beleza em si mesmo! Eu me confundo nesta paisagem sem linhas que não contraria seus planos. Ah! Não poder se ver! Um espelho! Um espelho! Um espelho! Um espelho!
E Narciso, que não duvida que sua forma não seja uma porção qualquer, ergue-se e sai à procura dos cobiçados contornos para, enfim, dissimular sua grande alma.
À beira do rio dos tempos, Narciso detém-se. Riacho fatal e ilusório no qual passam e escoam-se os anos. Margens singelas de tosca moldura onde a água se contém como um espelho sem aço, no qual nada se veria por trás, ou por trás do qual o tédio abriria suas asas. Canal morno, letárgico, espelho quase horizontal. Nada poderia distinguir do ambiente descolorido essa água tépida, se não sentíssemos que ela flui.
De longe, Narciso tomou o rio por um caminho. E como se entediava, completamente só nessa embriaguez, aproximou-se para ver passarem as coisas. Com as mãos na moldura, inclina-se agora na postura tradicional. E eis que, na água, porque ele mira, matiza-se, de repente, delicada semelhança.
Flores dos rios, troncos das árvores, fragmentos de céu azul refletidos, tudo numa fuga de rápidas imagens que apenas o aguardam para existir, colorindo-se à vista de seu olhar. A seguir, abrem-se as colinas e as florestas se repartem ao longo dos vales – visões que ondulam ao capricho das cores das águas, e que as ondas diversificam. Narciso olha muito admirado. Mas não compreende bem por que uma e outra se agitam, seja porque sua alma dirige a onda, seja porque a onda a direcione.
Para onde Narciso olha, eis o presente. Do futuro mais recuado, as coisas ainda latentes apressam-se para o ser. Narciso as vê, porque elas passam; esvaem-se no passado.em breve, Narciso conclui ser sempre a mesma coisa. Ele interroga; depois, reflete. Passam sempre as mesmas formas; só o arrebatamento da onda as diferencia.
Por que são tantas; ou antes, por que são as mesmas? Em sendo imperfeitas, recomeçam sempre... e todas elas, pensa ele, esforçam-se e, com força, atiram-se de encontro a uma primeira forma perdida, paradisíaca e cristalina.
Narciso sonha no paraíso.
(copydesk/fragment by Eugenio Santana)
sábado, 1 de outubro de 2011
O RETORNO DO HOLANDÊS VOADOR
O RETORNO DO HOLANDÊS VOADOR
por Eugenio Santana, FRC
Ouve a concha do tempo,
Ouve a voz silente do vento
nas Asas da Memória.
Não há como conter essas águas.
Sementes de mostarda levitam
O casco da Nave ou do Navio?
Fantasmas somos todos, nós.
Nua Utopia desfila cores e presságios
sobre a perplexidade desses seus olhos astutos.
Avante, comandante!
Não existem piratas à vista.
A vitória, o triunfo e a glória
insinuam-se e se mostram
antes mesmo de a guerra começar.
Ele voltou.
Há vestígios de luz
nos mistérios da vastidão do Mar.
O Holandês Voador voltou.
Atracou no cais do porto de sualma
e fotografou suaura.
Um pergaminho revela
aonde encontrar a chave
que abre o Solar
do conhecimento de Rama.
Não há náufrago no convés.
Ao timoneiro, alada mão se eleva
e firme, comanda.
Navios navegam mares.
Obscenos são aqueles
que ficaram no cais.
Obscuros, não assimilaram
a grandeza dos Oceanos.
(*)Fonte: extraído do meu livro “FLORESTRELA”
Hórus/9 Editora, Goiânia-GO, 2002.
Dedicado ao publicitário, músico e poeta
Alcimar Fernandes Pereira (em memória)
sábado, 10 de setembro de 2011
BAUDELAIRE: CONSIDERADO O CRIADOR DA LÍRICA MODERNA
Charles-Pierre Baudelaire nasceu em Paris, a 9 de abril de 1821, e faleceu na mesma cidade, a 31 de agosto de 1867. Desde muito jovem demonstrou possuir um temperamento inquieto e rebelde, que lhe valeu a expulsão de um dos colégios em que estudou. Em razão de seu comportamento boêmio foi enviado pelo padrasto, em 1841, à Índia. Viagem que não foi concluída, pois o jovem poeta conseguiu retornar à França antes de chegar ao seu destino.
Ao atingir a maioridade, em 1842, Baudelaire recebeu a herança paterna e passou a levar uma vida desregrada fortemente associada ao álcool e às drogas. Data desse período o início de seu rumoroso relacionamento com Jeanne Duval, a mais famosa e importante de suas amantes, que lhe inspirou muitos dos seus mais belos poemas amorosos.
Com seu estilo de vida, Baudelaire dilapidou rapidamente a herança paterna, o que fez com que a sua mãe o acusasse judicialmente de pródigo e conseguisse a nomeação de um tutor para administrar seus bens. O poeta manteve até a morte uma relação tensa e conflituosa com esse administrador de suas rendas.
Em 1857, foi lançado seu livro de poesia mais famoso, “As Flores do Mal”, que produziu enorme escândalo na França. Novamente Baudelaire foi processado e obrigado a pagar, junto com os editores, uma pesada multa. A acusação feita era de ataque violento à moral. Outros livros importantes de Baudelaire são “Os Paraísos Artificiais” (1860) e “Os Pequenos Poemas em Prosa (1868), depois intitulado “Spleen de Paris” (1869).
Paralelamente a sua produção poética, Baudelaire foi também crítico de arte e tradutor. Destaque para seu trabalho relacionado à obra do escritor estadunidense Edgar Allan Poe, que exerceu forte influência sobre suas concepções.
Baudelaire foi considerado pela crítica literária o fundador da lírica moderna, pois sua obra incorporou, como nenhuma outra poesia produzida até então, os elementos considerados, em princípio, como não-poéticos. Ele assimilou elementos pouco ortodoxos para entender, por meio de seus escritos, as enormes contradições que estão na base da vida moderna, cujo epicentro, no século 19, era Paris.
A MUSA VENAL
Ó musa de minha alma, amante dos palácios,
Terás, quando janeiro desatar os ventos,
No tédio negro dos crepúsculos nevoentos,
Uma brasa que esquente os teus dois pés violáceos?
Aquecerás teus níveos ombros sonolentos
Na luz noturna que os perigos deixam coar?
Sem um níquel na bola e seco o paladar,
Colherás o ouro dos cerúleos firmamentos?
Tens que, para ganhar o pão de cada dia,
Esse turíbulo agitar na sacristia,
Entoar esses Te Deum que nada têm de novo,
Ou, bufão em jejum, exibir teus encantos
E teu riso molhado de invisíveis prantos
Para desopilar o fígado do povo.
(Por Eugenio Santana – Escritor, Jornalista e Ensaísta literário. Autor de livros publicados. Integrante de mais de 30 instituições culturais do Brasil e de Portugal. Ex-Superintendente de Imprensa no Rio de Janeiro.)
sexta-feira, 9 de setembro de 2011
NEVERMORE: TRANSCENDÊNCIA DO VERBO NAS ASAS DA PERMANÊNCIA
Por que razão o ser humano é levado a tomar da pena e do papel (ou de seus substitutos contemporâneos) e realizar a atividade aparentemente gratuita e inútil que é escrever um poema? Em outras palavras, que necessidade visceral é essa que leva o homem a extrair de si um produto que não tem nenhuma função prática para sua sobrevivência, a exercer a difícil e pouco apreciada atividade de criar poesia com palavras? Entre os homens que exerceram a faculdade da criação poética em verso e prosa e que pagaram por ela o preço da incompreensão e do ostracismo, destaca-se o estadunidense Edgar Allan Poe (1809-1849).
Poe obviamente entendia as profundezas dessa necessidade tão inexplicável. Talvez percebesse que o homem faz poesia para melhor entender a si e ao mundo em que vive. Ou para fantasiar outros modos de existência que não o seu, outras realidades para além desta, insatisfatória, com a qual tem de haver-se. Ou para atenuar sua sensação de impotência em relação à natureza, que lhe é indiferente. Ou ainda, como diria o crítico de arte Étienne Souriau (1892-1979), “para ensinar aos deuses como é que se cria”.
O verdadeiro poeta não usa a palavra apenas para representar os elementos da realidade empírica; ele instaura o representado, como imagem e som, às sensações do seu receptor. Quando o poeta enuncia, sua palavra forja e ressignifica a realidade à sua vontade. E Allan Poe era um mestre desse processo criativo.
Seu poema “O Corvo” é um dos mais comentados do mundo como exemplo de microcosmo estético perfeitamente acabado, de composição ao mesmo tempo cerebral e inspirada, na qual a vida e a morte encontram-se intensamente presentes e igualmente misteriosas.
O poema conta uma história fantástica: a de um rapaz que está lendo em seu quarto, na tentativa de esquecer a morte recente da amada, quando, de repente, é perturbado pelo som de uma batida à janela. Ao abri-la, ele nada mais vê além da treva noturna e volta ao quarto. Mas novamente ouve a batida e volta a abrir a janela. Nisso, entra-lhe um agourento corvo pelo recinto e vai pousar num busto de Palas que está em cima da porta.
Então o rapaz tem a idéia de perguntar o nome ao corvo, que lhe responde: “Nevermore” – Nunca mais. A princípio, o rapaz se ri do papaguear sem sentido da ave. Mas, aos poucos, movido por sua dor, dá seguimento ao diálogo, num jogo de ecos: passa a formular perguntas que, num crescendo de agonia, exprimem as dúvidas que tem na alma – se ele algum dia será capaz de esquecer a amada e se virá a vê-la uma vez mais.
A tudo isso a profética ave sempre responde monocordicamente: “Nunca mais”. Exaltado, então, o herói ordena-lhe que desapareça. Mas o corvo volta a responder “nunca mais” e lá permanece pousado, assombrando para sempre o desiludido rapaz.
Contar uma história é fácil. Para construir uma história, basta seguirmos os preceitos formulados, já nos anos 300 a.C. por Aristóteles: configurar uma situação, uma complicação e uma resolução. Mas contar bem uma boa história e carregá-la de poesia já é mais difícil.
A sinopse acima não corresponde, nem de longe, a “O Corvo” de Poe. Ela não constrói paulatinamente o suspense claustrofóbico do poema, os sons encantatórios e hipnóticos que sustentam a obsessão do amante masoquista. Ela não prende o leitor, como o corvo prende a personagem, no círculo da atemporalidade em que o homem se debate com sua impotência diante da morte. Seu ritmo não faz acelerar o batimento de um coração angustiado, como ocorre na caixinha de ressonâncias que é o comovente poema de Poe. Nessa sinopse, o som e o sentido não se conjugam para levar a palavra a ultrapassar sua mera referencialidade e criar no leitor a emoção pretendida – a mesma do amante torturado pela lembrança sem fim do amor ausente.
(copydesk/fragment by Eugenio Santana – Escritor, jornalista e ensaísta. Ex-superintendente de Imprensa no Rio de Janeiro.)
O RETRATO DE DORIAN GRAY: OSCAR WILDE PINTOU COM PALAVRAS UM MAGISTRAL QUADRO DA DECADÊNCIA MORAL HUMANA
Filho de William Wilde, médico de renome, e de Jane Francesca Elgee, escritora e intelectual, ativa militante do movimento para a Independência da Irlanda, desde cedo o irlandês demonstrou seu gênio. Aluno brilhante, ganhou vários prêmios por seu destacado desempenho escolar em renomadas instituições de ensino. Sobressaia-se dos demais estudantes tanto por seu temperamento forte e anticonvencional, como também por sua refinada inteligência.
De 1879 a 1889 concentrou a maior parte de sua produção em textos teatrais e poemas que alcançaram relativo sucesso. Versátil e de talento pluralista, publicou também um volume de contos de fadas, “O Príncipe Feliz e Outras Histórias” (1888), e um ensaio intitulado “A Alma do Homem sob o Socialismo” (1891). Em 1890 saiu a primeira versão daquele que seria seu único romance, “O Retrato de Dorian Gray”. Com a edição revisada, de 1891, o livro alcançou notável repercussão, sendo até hoje a obra mais conhecida de Wilde.
“O Retrato de Dorian Gray” parece prenunciar o drama pessoal vivido por seu autor. Há uma tensão evidente na relação que une o belo jovem Dorian, Basílio Hallward (o pintor do retrato), e Lorde Henry Wotton, principais personagens da obra. Essa tensão se desenvolve a partir do fascínio que Dorian exerce sobre seus amigos, trazendo subjacente uma sutil atração homoerótica.
O pintor, de temperamento reservado e austero, vê na beleza cândida de Dorian a personificação de seu ideal artístico, identificando a perfeição de seus traços físicos com a pureza de sua alma. Já Lorde Henry é o alter ego de Wilde, e com sedutora loquacidade expressa sua expectativa em relação a Dorian:
“Viva! Viva a maravilhosa vida sua! Busque sempre novas sensações. Que nada o atemorize... um novo hedonismo – é disto que precisa o nosso século... todos nós nos convertemos em horrorosos fantoches, alucinados pela lembrança das paixões de que tivemos demasiado temor, e das esquisitas tentações a que não tivemos coragem de ceder. Juventude! Não há absolutamente nada no mundo, senão a juventude.”
“O Retrato de Dorian Gray” permanece como uma das grandes obras-primas da literatura universal. O livro foi publicado no Brasil por várias editoras, entre elas, a Nova Cultural (1993). Intrigante e de uma moralidade dúbia, como seu controverso autor, que terminou seus dias de forma melancólica.
(copydesk/fragment by Eugenio Santana – Escritor, jornalista, ensaísta. Ex-Superintendente de Imprensa no Rio de Janeiro.)
quinta-feira, 25 de agosto de 2011
PRISIONEIRO NA SIBÉRIA
Aqui na Sibéria
somos estranhos, diferentes, holísticos
nós, os restantes... nunca participamos do grupo de rendição à mediocridade planetária
sobras de um mundo que nunca engolimos.
Somos remanescentes de Alexandria
e dos enigmas das Pirâmides Egípcias
somos da tribo cósmica de Hermes Trismegisto
descendentes diretos dos cátaros
nobres herdeiros da sociedade occitânica
atemporal – sei que sou
e tenho profundos vínculos com os rosacruzes primevos
e naveguei infinitamente pelo rio Nilo.
Viajando na asa do tempo eu voltarei para onde eu nunca deveria ter saído...
Repousarei minha alma imolada e meu coração-partido em Ítaca, Shambala ou Shangri-lá
descobrirei o paraíso perdido, o país da Utopia, de Thomas Morus.
Arqueólogo do século XIV visitarei pela última vez Paris, o Reino Unido
e farei escavações profundas na Espanha.
Paleontólogo e psicopompo registram o acaso – ou o akhásico?
Por enquanto, sobrevivo...
(*) Eugenio Santana é escritor, jornalista, ensaísta, publicitário, copydesk, versemaker. Autor de livros publicados, sócio efetivo da Associação Catarinense de Imprensa (ACI) e da Associação Fluminense de Jornalistas (AFJ). Ex-superintendente de Imprensa no Rio de Janeiro. Sócio da UBE/GO/SC – União Brasileira de Escritores, membro efetivo da Academia de Letras do Noroeste de Minas (ALNM) – eugeniosantana9@uol.com.br - esantanafrc@hotmail.com
terça-feira, 23 de agosto de 2011
AS REDES SOCIAIS E OS RELACIONAMENTOS VIRTUAIS
Após sete anos de soberania no Brasil, o Orkut está perdendo espaço para o Facebook, que aumentou em 479% o número de usuários em 2010. A plataforma de rede social inventada por Mark Zuckerberg deverá dominar o país ainda este ano.
Uma pesquisa de consultoria revela que nos Estados Unidos, a população já passou mais tempo conectado à internet do que em frente à TV. Os hábitos estão mudando. No Brasil, as pessoas já gastam cerca de 20% de seu tempo online em redes sociais. A grande maioria dos internautas pretende criar, acessar e manter um perfil em rede.
Faz parte da própria socialização do indivíduo do século 21 estar numa rede social. Não estar equivale a não ter uma identidade ou um número de telefone no passado. O boom de redes sociais gera uma guerra de gigantes. No Brasil, a batalha é travada entre Orkut e Facebook. Embora a primeira rede, pertencente à Google, tenha 20 milhões de visitas brasileiras mensais a mais do que a concorrente.
A briga do Facebook e Orkut se dá na Índia e no Brasil. Na Índia, o Orkut deixou de ser o líder em 2010. Acreditamos que isso deve acontecer no Brasil ainda este ano. Os brasileiros, tidos como amigáveis, são vistos como grandes consumidores potenciais de sites na internet. Segundo dados, o País tem a maior população online da América Latina, 38,7 milhões de usuários, número igual ao do Reino Unido. O tempo que o brasileiro passa na internet é similar ao dos franceses e sul-coreanos. Isso deixa o Brasil como a oitava maior audiência em internet no mundo.
Apesar da disputa, o Orkut é o queridinho brasileiro. Como a penetração nessa rede foi muito grande no início, mantém-se nela um grande fluxo de informações pessoais, uma vez que o usuário sempre acessa a rede social que seu grupo de amigos conserva atualizada.
Redes sociais têm ouvidos e memória e são ótimas para disseminar idéias, tornar alguém popular e também arruinar reputações. Um dos maiores desafios dos usuários de internet é saber ponderar o que se publica nela. Especialistas recomendam que não se deve publicar o que não se fala em público, pois a internet é um ambiente social e, ao contrário do que se pensa, a rede não acoberta anonimato, uma vez que mesmo quem se esconde atrás de um pseudônimo pode ser rastreado e identificado. Aqueles que, por impulso, se exaltam e cometem gafes podem pagar caro.
O crescimento das redes sugere que as plataformas de interação não são moda passageira. O MSN Messenger – que hoje é sinônimo de bate-papo e endereço de internet – é uma rede que permanece viva por facilitar o dia a dia das pessoas. Além disso, a utilização crescente das redes sociais por empresas reforça a sua seriedade. Twitter, Facebook e Orkut estão sendo cada vez mais incorporados às estratégias online da Classe Empresarial.
(por Eugenio Santana - Jornalista/Escritor)
segunda-feira, 15 de agosto de 2011
VIAJAR É AMPLIAR HORIZONTES E ENCHER-SE DE LUGARES...
Viajar... Pegar um avião, atravessar o mundo de um lado a outro, ponto a ponto. Você sai do seu país e pousa em outra realidade, em outra cultura, em outra terra onde tem outra gente, outro alimento, outro jeito de falar! Outro idioma e você ali ouvindo sem ouvir, falando sem ser entendido, palmeando o desconhecido, tão conhecido. Você começa a viver outro tempo em outro espaço e fica feliz pelas descobertas de cada dia. Como é bom conhecer, descobrir outros caminhos, cruzar pontes, fronteiras, erguer outras bandeiras distantes.
Afinal, gente é gente... Idioma é idioma. Mas não é bem assim. Você mergulha em outra civilização. O ser humano é o mesmo, mas o jeito dele é bem diferente de sua maneira de ser. Então nos perguntamos: quem sou eu? Quem somos nós? Uma torre de Babel. Uma construção interminável porque confusa, uma construção maravilhosa porque humana.
A viagem tem o poder do recomeço. Você se transforma no descobridor, sente-se um Colombo moderno, um Pero Vaz de Caminha descrevendo lugares, poetizando sobre uma praça, um obelisco, uma pirâmide, um Rio, uma montanha, um navio, uma paisagem que você vê pela primeira vez e que, provavelmente, não verá outra vez. Foi um piscar de olhos. A beleza do lago, da cachoeira, de um edifício gótico, quantas imagens retiradas da mente.
Viajar é encher-se de lugares, aumentar os downloads que ficam impregnando seu cérebro de mil imagens... de mil fatos. São histórias que se entrelaçam fazendo uma rede de informações preciosas. Conhecemos outras pessoas, sentimos outros perfumes, outros sabores, olhamos outros olhos e aprendemos a respeitar o diferente. Quanta coisa uma viagem nos ensina. Afinal, “uma longa viagem começa com um único passo.”
Quem ficou na sua aldeia gravou a imagem do sonho sonhado, não do sonho vivido. Ficou vazio de cheiros, vazio de gente, vazio de lugares. Ficou cheio de sua aldeia, simplesmente. O cheiro, o gosto, o olhar de sua aldeia, mas não pode comparar, não pode. Viver a aldeia é muito pouco, mas é muito forte. Viver muitas aldeias é magnífico, é levar-se além de sua aldeia e desfrutar da aldeia global. É encher-se de sabores, de cheiros, de outras gentes e complementar-se de uma alegria infantil que descobre sempre.
Viajar... levar um pouco de você para o mundo e trazer o mundo para dentro de você.
(copydesk/fragment by Eugenio Santana)
sexta-feira, 12 de agosto de 2011
RÉQUIEM PARA CORA CORALINA (*)
Teu nome é verso, teu nome é rima: Cora Coralina.
Hoje nossos versos estão tristes e desolados, sem brilho, mortiços e sem dádiva para se dadivar, na interminável asa do tempo. Nossos corações sangram e nossas idéias dispersivas conflitam-se.
Não conseguimos assimilar a tua inevitável perda, Cora. Há uma ferida aberta. Uma asa caída. Um novo e depressivo espaço vazio...
Estamos um tanto quanto hesitantes...
O Brasil chora, Cora. Goiás chora, a secular “casa da ponte”, contígua ao Rio Vermelho também chora e recorda agora a tua história, gravada a fogo e ferro em nossa frágil e mutante memória.
A poesia alternativa feita nas esquinas por aquelas “poetas-meninas” do Rio, Belo Horizonte, São Paulo, Goiânia, Brasília, Manaus, Joinville, Florianópolis e Londrina, choram por ti, Cora Coralina. Reverencio teu olhar e tua postura, meiga figura: fusão de mulher, anciã e sempre menina. Coisa cristalina: Coralina.
Tivemos a petulância de contatar a Mente Universal e, hoje, desligamos o cordão de prata da vida e morremos um pouco por ti, Cora.
Nós, frágeis poetas-pássaro, presumivelmente dotados de cosmovisão, estamos podados, amordaçados. Acreditamos, entretanto, que o Espírito é uma fonte inesgotável de energia vital: assim pensando, estaremos contigo a posteriori na outra dimensão cósmica, adorável Cora. Faremos juntos versos galácticos: poemas de amor à vida, a terra, à água, ao azul fascinante deste céu e deste bonito mar; falaremos novamente da gente sem-terra e sofrida do nosso imenso e querido Brasil.
A outra margem do rio (a terceira?), segundo a Lei Natural é plena de harmonia, luz, vida e amor. Como o toque sutil das Asas do Vento acariciando-nos a face.
As rosas-vermelhas, azáleas, gerânios, girassóis, madressilvas, crisântemos e jasmins choram por ti, Cora. As flores que foram presença constante e marcante na tua vida, na tua voz trêmula dos últimos anos e no vivo brilho do teu incandescente olhar transbordante de sabedoria.
Continuaremos nossa sina, Ana - Aninha. Continuaremos. Alado poeta de um Verbo-pássaro alçando vôo rasante rumo à sóror-Poesia...
Resgato teu livro da estante, Cora.
Sinto o fremir súbito dos versos pungentes, simples e belos. Sinto a poção mágica de tua poesia humanista, voltada para as dores e os sentimentos profundos deste mundo conturbado e contraditório, em razão do enorme contraste social.
Dois filetes úmidos afloram e inundam meu rosto desfigurado... Porque teu nome é verso-rima: Cora Coralina, em nossos olhos, em nossas mentes, em nossos corações:
“... A dureza da vida não são carências nem pobreza.
Sofrem aqueles que desconhecem a
Luta e menosprezam o lutador.
..................................................................................
É a vida que está ensinando.
Quando veio o entendimento
Os túmulos estavam calados”.
(*) Eugenio Santana é escritor, jornalista, ensaísta, publicitário, copydesk, versemaker. Autor de livros publicados, sócio efetivo da Associação Catarinense de Imprensa (ACI) e da Associação Fluminense de Jornalistas (AFJ). Ex-superintendente de Imprensa no Rio de Janeiro. Sócio da UBE/GO/SC – União Brasileira de Escritores, membro efetivo da Academia de Letras do Noroeste de Minas (ALNM) e Articulista do jornal “Diário da Manhã” – www.dm.com.br
segunda-feira, 25 de julho de 2011
MANAUS: MEU INFERNO ASTRAL?!
Manaus não confirma nem se afirma, nem de longe, o título de cidade-sede da, digamos, Floresta Amazônica. É sim, uma selva de pedra dentro do estado do Amazonas sem qualquer sintonia compatível com a Amazônia e seus polêmicos conflitos de preservação ambiental e controvertidas questões indígenas mal resolvidas.
A impressão que se tem é a de uma cidade grande como outra qualquer, que cultua o hedonismo, o capitalismo “selvagem” já que possui um dos maiores parques industriais da América Latina, a guerra de classes elitista, sedentária e viciada em Shoppings. Aliás, por ser uma cidade de calor insuportável, a classe média e alta se refugia nos shoppings com o viciado ar refrigerado.
No dia 9 de abril passado fui, num vôo matutino da TAM, conhecer Manaus, por motivos profissionais equivocados.
Quando o comissário de bordo anunciou o nosso pouso no Aeroporto de Manaus, antes, porém, havia avisado que estávamos passando por uma área de turbulência e lá do alto, antes da aterrissagem, visualizei as águas noturnas do insólito Rio Negro, pressentindo que minha estadia na famigerada Manaus seria caótica e desastrada; uma temporada no Inferno, lembrando Jean-Nicholas Arthur Rimbaud.
Nos bairros periféricos, como o do Aleixo, por exemplo, você depara com cenas “hilárias e degradantes”: um bando de urubus disputando o lixo das calçadas com uma dezena de cães vira-latas e mais adiante na Avenida do mesmo bairro onde proliferam concessionárias de automóveis, incluindo a Citröen, na qual já fui Consultor de Marketing, da filial Anápolis; está instalada a sede da principal mídia impressa, o jornal “A Crítica”, e à noite – por ironia – de frente à sede do jornal acontece o trottoir de meninas aparentando de 12 a 15 anos, confirmando nitidamente a prostituição infantil, que envergonha esse País de gritantes contrastes e injustiças sociais.
Quando você questiona sobre os índios eles comentam com indisfarçável desdém: aqui na cidade não existe índio, os índios estão na selva, na floresta, nas reservas. Passam a impressão que têm pré-conceito de sua própria origem...
E o manauara não é um exemplo de cidadão cordial, aberto ao diálogo, interativo. São fechados e não gostam de dar informação e são declaradamente rivais dos paraenses, deitam falação nas pessoas de Belém que, por razões de empregabilidade, migram para Manaus, buscando oportunidade de trabalho no pólo industrial de eletroeletrônicos.
E conversando com uma amiga, promotora de justiça, ela informou-me que a Região Norte é campeã em trabalho escravo. Senti isso na pele, durante o meu período de “treinamento” em Manaus. Um exemplo vivo de escravocracia, versão 1883.
Unanimidade inquestionável e previsível digna de registro na Manaus de múltiplas faces é que a cidade inteira torce pelo Flamengo, do Rio. E eu também, desde 1975, ao assistir no Maracanã um histórico Fla x Flu protagonizado por Zico, Júnior, Adílio, Andrade, Nunes, goleiro Raul, entre outras feras. Um simples anúncio de que o Flamengo vai jogar, a cidade se agita e veste-se de rubro-negro. E quinhentos mil celulares da operadora TIM não param de tocar... E haja blá blá blá...
Concernente à Arquitetura dos bairros nobres e do setor central é digna de registro: ganha de Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo, Goiânia, Campo Grande e Belo Horizonte; os edifícios são imponentes, de uma criatividade indescritível e de rara beleza. Não sei se tem o dedo de Oscar Niemayer, mas, o fato é que encantam e fascinam aos nossos olhos, distraidamente, capitalistas (sic).
Confesso que ficou um sabor amargo na garganta, visto que não tive tempo disponível para apreciar a rica culinária regional e, principalmente, não provei o sabor dos beijos das manauaras, sendo que um executivo que viajou comigo me dissera, ainda no avião: “as mulheres vão atacá-lo, meu caro, são nove pra cada homem”. Apreciei, sim, o visual de umas gatonas esculturais e curvilíneas, mas, infelizmente, a agenda não deu folga. Uma pena...
Após vivenciar o caos aéreo incluindo o extravio de minha bagagem que ficou retida em Guarulhos, o celular tocou no aeroporto de Brasília e me avisaram que minha bagagem chegaria até as 15h do dia seguinte na portaria do Edifício Tocantins, onde moro em Goiânia. Ufa, me senti aliviado – tive um orgasmo mental! Convicto de que ao retornar a Manaus vou curtir tudo que tenho direito: as belas mulheres, a cozinha à base do tambaqui na brasa, o mágico banho nos Igarapés para lavar a alma, vivenciar o xamanismo da Ayuasca numa comunidade indígena e nas mirações encontrarei as inspirações para o próximo livro, visitarei o legendário e secular Teatro Amazonas e, de quebra, abraçarei meus confrades da Academia de Letras do estado do Amazonas. E meu poetamigo Thiago de Mello? Aí já é outra história: eu não sei se ele está vivo. Maktub!
(*) Eugenio Santana é escritor, jornalista, ensaísta, publicitário, copydesk, verse maker; self-mad man. Autor de livros publicados; Sócio efetivo da Associação Catarinense de Imprensa (ACI) e da Associação Fluminense de Jornalistas (AFJ). Ex-superintendente de Imprensa do Governo do Rio de Janeiro.
quarta-feira, 20 de julho de 2011
LEITORES MANAUARAS: IRASCÍVEIS E REACIONÁRIOS (*)
"Vocês riem de mim porque sou diferente. Eu morro de rir de vocês porque são todos iguais!"
Mais uma constatação lamentável: vocês ganham dos cariocas em matéria de PALAVRÕES E XINGAMENTOS e gírias obsoletas. Que coisa vergonhosa! Diz um velho deitado: cães que muito ladram não mordem. Polêmicas e provocações são aceitas até ao limite do tolerável. Quanto aos xingamentos e ofensas pessoais são passíveis de punição por calúnia, difamação e danos morais. Estou salvando os IMÊIOS e posso processá-los, tipificando crime virtual. Vocês não argumentam, não têm noção ou a mínima vivência com DEBATE, nem cultura humanístico-filosófica ou uma ínfima parcela de educação e respeito. Se o meu caro amigo Thiago de Mello soubesse de seus arroubos emocionais... ficaria vermelho de vergonha! Precisam refazer conceitos e valores. Será, populacho, que eu iria adicioná-los ao meu Facebook, Orkut ou Blog pra que despejassem suas frustrações, neuras e cóleras por meio de impublicáveis palavrões? Fiquem esperando, otários! Fala sério, ninguém merece!
Em meu País há, sem sombra de dúvida, o exercício da Democracia e, fundamentalmente, da liberdade de EXPRESSÃO. Não admito populacho, ofensas pessoais e um festival de palavrões destilando veneno, expediente de quem não tem cultura; atitude típica de covardes dissimulados e que se escondem atrás de uma máscara – ou não seria chapéu de boi?
A DIMENSÃO/repercussão que estão dando ao meu ARTIGO, publicado na mídia impressa mais imparcial do estado de Goiás, o “DIÁRIO DA MANHÔ, significa que ele espelha a quintessência da VERDADE.
Senhoras e senhores: por que tanta agressividade e violência verbal? Tudo isso é inveja? Sou bonito, culto, profissão definida, plantei árvores, publiquei livros, fiz duas filhas e um filho; possuo casa e carro próprios e nasci no Sudeste – não tenho culpa de ser um bem-nascido, caríssimos desafetos. Querem me crucificar por conta de um artigo, melhor dizendo de uma crônica publicada numa mídia impressa goiana? Sendo que estou, temporariamente, radicado aqui, mas, sou profissional do eixo RIO/SP/BH/DF/FLORIPA – Ex-Superintendente de Imprensa do Governo do Rio de Janeiro. Creio que estão tentando descarregar seu mau-humor na pessoa errada.
Sugiro que procurem imediatamente um psicanalista e o melhor deles é o meu primo Luiz Fernando Guaracy Ribeiro Santana, consultório na Barra da Tijuca, no Rio; no elenco de seus clientes Vips estão atores e diretores da Rede Globo. Posso passar, gratuitamente, o contato dele pra vocês cuidarem de suas anomalias, principalmente, do complexo de inferioridade e mania de perseguição. Esqueceram que IRA está contextualizada nos Sete Pecados Capitais, energúmenos e qualiras? Lembre-se de uma das afirmações do MESTRE: “Não julgueis, para não serdes julgados”; “Não olhem para o cisco no olho do seu próximo, visto que, existe uma trava em seus olhos.”
Existem alguns indivíduos medíocres assemelhando-se a cães raivosos que ligam pro meu celular, proferem palavrões inomináveis e depois desligam, covardemente; saibam: sou um homem determinado com as palavras e com as ações, fiz a ESG – Escola Superior de Guerra e fiz treinamento no EMFA – Estado Maior das Forças Armadas. Não brinquem comigo, desocupados! A minha coragem e TRANSPARÊNCIA são tão visíveis que não escondo meus contatos. Não ousem desafiar-me, perdedores. Bando de neófitos fracassados, alguns são “estudantes de jornalismo” da Região Norte – terra de predadores da Floresta Amazônica, ridículos perdedores e covardes assassinos de missionários e ambientalistas.
Homem de Letras, dotado de abrangente bagagem Cultural, quarto poder porque sou IMPRENSA, acima disso tudo sou HOMEM com H maiúsculo, biltres, pusilânimes e qualiras (sic). Estou preparado para suas investidas hilárias, bizarras e grotescas... Seria trágico se não fosse cômico. Percebo que estou perdendo meu tempo jogando PÉROLAS AOS PORCOS!
JORNALISTA não fala – informa;
JORNALISTA não acha – tem opinião;
JORNALISTA não mente – equivoca-se;
JORNALISTA não pára – pausa;
JORNALISTA não chora – se emociona;
JORNALISTA não some – trabalha em off;
JORNALISTA não traz novidades – dá furo de reportagem;
JORNALISTA não tem amigos – tem muitos contatos;
JORNALISTA não briga – debate;
JORNALISTA não usa carro – mas sim veículo;
JORNALISTA não passeia – viaja a trabalho;
JORNALISTA não conversa – entrevista;
JORNALISTA não é chato – é crítico;
JORNALISTA não tem olheiras – tem marcas de guerra;
JORNALISTA não se esquece de assinar – é anonymous;
JORNALISTA não se acha – ele já é reconhecido;
JORNALISTA não influencia – forma opinião;
JORNALISTA não conta história – reconstrói;
JORNALISTA não é esquecido – é eternizado pela crítica;
JORNALISTA não morre. Coloca um ponto final.
(*) EUGENIO SANTANA é Jornalista profissional investigativo/cultural e Escritor de projeção nacional, Editor, Ensaísta, Publicitário. Autor de livros publicados.
quarta-feira, 13 de julho de 2011
AS PALAVRAS PESAM. TALVEZ PORQUE SEJA A MAIS AUTÊNTICA INVENÇÃO HUMANA...
Há muitas palavras - a de Deus, a de honra, a do rei, que não volta atrás, e a que se dá para firmar um compromisso ou promessa.
Palavra contém ala, que tem a ver com fila ou parte de uma construção, e também ar, sem o qual não se pode respirar. Palavra tem mais valor quando entremeada de silêncios. Derramada assim, de boca aberta, esvai-se. As palavras pesam. Talvez porque seja a mais autêntica invenção humana.
"No princípio era o Verbo", enfatiza o prólogo do evangelho de João. Deus é Palavra e, em Jesus, ela se faz carne. Unir palavra e corpo é o profundo desafio a quem busca coerência na vida. Há quem prime pela abissal distância entre o que diz e o que faz. E há os que falam pelo que fazem.
Só o coração compassivo, o movimento anagógico e a meditação, que livram a mente de rancores, são capazes de imunizar-nos da palavra maldita.
A palavra salva. Uma expressão de carinho, alegria, entusiasmo, solidariedade ou amor, é brisa suave a reativar nossas melhores energias. Somos intimados à reciprocidade. Essa força regeneradora da palavra é tão vital que, por vezes, a tememos.
Arrogantes, sonegamos afeto; ambiciosos, engolimos a expressão de ternura que traria luz; medíocres, calamos o êxtase, como se deflagrar vida merecesse um elevado preço que o outro, a nosso ínfimo julgamento, não é capaz de pagar. Ato contínuo, fazemos da palavra, que é gratuita, produto pesado na balança dos sentimentos.
Vivemos cercados de palavras inúteis, condenados à incivilização que teme o silêncio. Verbaliza-se muito para se dizer bem pouco. Fazem moda músicas em que abundam palavras e necessitam de sonoridades. Jornais, revistas, TV, outdoors, telefone, celulares, correio eletrônico - há demasiado palavrório. E sabemos todos: não se dá valor ao que se abusa.
O silêncio não é o contrário da palavra. É a matriz. Talhada pelo silêncio, mais significado ela possui. Quem fala muito, o indiscreto, cansa os ouvidos alheios porque seu matraquear de frases ecoa sem consistência, nexo ou sentido. Quanto ao sábio pronuncia a palavra como fonte de água diáfana e cristalina. Não fala pela boca, e sim do mais profundo recôndito de si mesmo.
O versátil, talentoso e criativo escritor mineiro Guimarães Rosa inaugura "Grandes Sertões, Veredas" com uma palavra insólita: "Nonada." Convite ao silêncio, à contemplação, à mente centrada no vazio, à alma despida de utopias. Não nada. Não, nada.
Os místicos têm conhecimento que, sem dizer Não e desejar o Nada, é impossível ouvir, no sigilo do coração, a palavra Deus que, neles, se faz Sim e Tudo, expressão afetiva e ressonância criativa.
(Eugenio Santana é escritor, jornalista, ensaísta, publicitário, copydesk, versemaker; self-mad man. Livros publicados; 18 prêmios literários em âmbito nacional. Sócio efetivo da Associação Catarinense de Imprensa (ACI) e da Associação Fluminense de Jornalistas (AFJ). Ex-superintendente de Imprensa do Governo do Rio de Janeiro.)
segunda-feira, 11 de julho de 2011
AMOR INDÍGENA DO PÁSSARO DO INFINITO
Quero me perder em ti como as Florestas da Bolívia deixaram-se fecundar pelo sangue do meu amigo Ernesto Che GUEVARA. Cegar-me em tua insana figura escultural para que a tua asa noturna faça-se em mim claridade, brilhante como as luzes a mercúrio despem a madrugada e incendeiam a cidade.
Quero viajar no teu embalo, desatar-me das amarras da razão, voar livre em tuas asas, ser o pássaro do infinito, mergulhar fundo em teu seio na vertigem de uma gaivota insaciável, e ter a cor da força de teus olhos.
Quero possuir-te como pinturas indígenas gravadas e guardadas numa gruta, e que me embriague de tua luz, tome a tua forma como a Amazônia rasga-se ao toque da torrente que nela abre o rio para acolher as águas prateadas da neve aquecida no dorso dos Andes.
Quero viver no teu encanto, colher os frutos que em teu ventre semeiam em mim o gosto do Absoluto.
Quero minha vida em ti vivida, prolongada nas promessas de teus dons, para que no amor toda saudade seja suprimida na presença forte e farta dessa entrega feliz chamada eternidade.
(Eugenio Santana é escritor, jornalista, ensaísta, publicitário, copydesk, versemaker; self-mad man. Livros publicados; 18 prêmios literários em âmbito nacional. Sócio efetivo da Associação Catarinense de Imprensa (ACI) e da Associação Fluminense de Jornalistas (AFJ). Ex-superintendente de Imprensa do Governo do Rio de Janeiro.)
sábado, 9 de julho de 2011
MANIFESTO ABERTO À ESTUPIDEZ HUMANA
DEUS é tudo no Todo. É a própria Transcendência e a Consciência Cósmica, muito embora a sua Face não possa ser contemplada. E o que mais O caracteriza? A essência suprema e trina: Onipresente, Onisciente e Onipotente; por isto, é o Todo-Poderoso. Ele se revela (latente) em todas as coisas visíveis e ocultas; inclusive, por meio dos raios do Astro-rei, o Sol. Eu sou – modéstia às favas – diáfano, ético e puro como o próprio Sol alado que ilumina o Planetazul e a escuridão de seres abjetos, rastejantes, hipócritas, dissimulados e medíocres.
(Eugenio Santana, FRC – Escritor, Jornalista, Publicitário, Versemaker, Self-mad man; Comendador honorário da Ordem Ka-Huna do Poder Mental-DF e Consultor de Pompoarismo e Tantrismo de Balzaqueanas)
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