sábado, 12 de abril de 2025

ESTEJA ABERTO A DIFERENTES IDEIAS...

Não perca sua vida em um trabalho que odeia. A vida é curta demais para você só vivê-la à noite e nos fins de semana. Se em sua vida acontece algo ruim, que você não pode evitar, tente se adaptar. Dar com a cabeça na parede é inútil. Não existem decisões “boas” e “más”. Se você fez algo que acredita que está errado, tire uma lição disso e tente fazer melhor da próxima vez. Você não pode prever as voltas que o mundo vai dar. Sentar-se para chorar e se lamentar é perda de tempo. Não se arrependa do passado, não é possível mudá-lo. Viva o presente. Esteja aberto a diferentes idéias. Não descarte outras possibilidades. Tente nunca perder o senso de humor, embora nem sempre isso seja possível. (Escritor/Jornalista/filósofo EUGENIO SANTANA)

sexta-feira, 4 de abril de 2025

O ESQUECIDO

Chega o Ciclo, provavelmente, o último. Eis um novo cenário. a peça teatral é a mesma, o protagonista, idem. E começamos, inevitavelmente, a gritar em silêncio, a manifestar-se em desacordo, o contraditório, (sutil) da frieza humana. E nas últimas três décadas o aumento (inacreditável?) de "pet shops"... E Saramago? Me salve, por favor! Da vida ávida, insossa, sem sabor: indolor, a física dor e moralmente sentimos tropeços lancinantes; dores na alma... Vai passar? E daí? Apenas, cinzas, névoas, neblinas e fascinação pelo insólito? Sigo assim, o mineiro-menino, moço-velho... Agora? Sem iusões, utopias e muito menos o sonho de consumo do "Santuário dos Pássaros"... Nesse "Ciclo", perdi os círculos rosacruzes, maçônicos, católicos, kardecistas, daimistas etc. Resta o olhar vago e o andar lento e trôpego. Minhas três referências? Foram enterradas e seus túmulos? Não visitados pelo velho andarilho da "florestrela": Pai Fabião, mãe Adília e o meu padrinho literário, "meu velho guru",meu melhor amigo, fráter cósmico Paulo Nunes Batista. Os três fazem tanta falta ao Planeta blue e, especialmente, ao meu coração. O fator trino, minha trilogia desfeita no que restou de mim. Um homem fragmentado. Machucado em suas próprias feridas e armadilhas promovidas pelo "si mesmo", Silêncio e Aurora e o meu Crepúsculo (minha página crepuscular), inauditas vozes silentes... E por quê sofremos? E tanto medo? E receio e incuráveis dúvidas. Não obstante, a vastidão de experiências e conhecimentos! De empresário editorial, dono de revista e jornal; eis-me aqui: operário industrial. Aposentei-me de mim? E por que tanto desapego antes da reta final? Concordo com o vale de lágrimas da poeta Adélia Prado, um misto de São Francisco de Assis (um dos maiores representantes de Cristo Jesus) e, por fim, santa Teresa de Calcutá: "O que importa não é entre você e o povo mas, entre você e Deus - O Altíssimo. Me apego. Apago? Oro. Choro. E lembro há tanto tempo de meus devaneios com Hórus - o filho de Ísis e Osires, meu Egito de Luzes e sombras na história humana; greco-romana. Eu me recordo mais da fazenda "Aldeia de Cima" que me basta. Paracatu? Já superei. Quando colaborei com a criação fundação da ALNM - Academia de Letras do Noroeste de Minas... Fui usado até ao ponto em que, com o passar dos anos, não fui mais útil. Ainda que, ocupei a cadeira número 2, acadêmico empossado em 20 de outubro de 1997, um dia antes de papai ir para o Plano Infinito. Drummond? Fez bem em não aceitar o convite! Guimarães Rosa? Aceitou! E três dias depois, estava morto! Senhores acadêmicos medíocres e hipócritas: não há imortalidade. Nesse sentido, e sem academicismo espúrio, deixei um legado: a publicação do meu livro de autoajuda e meu único best seller, encontrável em todo o país, mormente nas Capitais, "Ventos Fortes, Raízes Profundas", Madras Editora, São Paulo, capital. Agora? A tela branca e as letras escuras em meu notebook, ouvindo Debussy. Avoé, São João da Cruz e a sua inquietante "Noite Escura da Alma", transformada em música pela notável Loreenna, de descendência celta. A noite chega. E amanhã eu trabalho. Labor? Lembro Rimbaud. Sonhos azuis? Pouco provável. Sonhando com a minha trilogia "mágica", já é um enorme ganho insólito e inigualável. Um prêmio inesperado da "mega" da virada. Seres na Luz compõem a minha sinfonia do inefável! Gratidão a Adília Santana, Fabião Couto e Paulo Nunes Batista. Protagonistas. Sei que eu também tenho o direito de embarcar na Nave-Mãe, eternamente anonymmous e coadjuvante. (Escritor/ jornalista/filósofo Eugenio Santana, FRC)

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025

NASCI PARA AMAR OS OUTROS E ESCREVER...

Necessitamos dar sentido à vida ávida para que o medo da velhice não nos aterrorize. Volto às emoções precárias. O medo da velhice vai chegar a algum momento para cada um de nós. Na minha modesta opinião, não há como trancar a porta e perder a chave. Ele virá quando menos se espera. Uma amiga, Nazareth Oliveira, que falava compulsivamente sobre a velhice, não tinha sequer 60 anos. Mas o medo chegou, voraz. E agora, Maria? Parafraseando Drummond. E agora? O que se faz com esse medo incontrolável de envelhecer? Lamentar o tempo que se foi e temer o que há de viver, ou viver sem pressa, reformando o novo lar? Não quero parecer ingênuo, mas não podemos fazer concessões a essas emoções fugazes. Que venham, já que virão. Mas que nos encontrem dispostos a dar significado aos nossos encontros nas varandas que se abrem para aqueles que não temem a novidade do encontro e do recomeço. Chegadas e partidas. O livro de Tolstói está aí, solitário em alguma livraria, no meio de tantas guerras que travamos com as nossas emoções precárias. Clarice Lispector confessou certa ocasião que havia nascido para três coisas: "Nasci para amar os outros, nasci para escrever e nasci para criar meus filhos". Incluindo os livros, grifo meu. E prosseguiu: "As três coisas são tão importantes que minha vida é curta para tanto. Tenho que me apressar, o tempo urge. Não posso perder um minuto do tempo que faz minha vida. Amar os outros é a única salvação individual que conheço: ninguém estará perdido se der amor e às vezes receber amor em troca." O tempo é como um rio que inexoravelmente ruma ao mar. E o rio às vezes frequenta cenários exuberantes e não pode parar, nem assim, para contemplá-los melhor; outras vezes penetra em paragens enigmáticas e tem de percorrê-las sem o poder da pressa. É o curso. É o tempo, é o espaço. Penoso e feliz. Desconhecido. O dia é uma página em branco que escrevemos. E o outro dia haverá de vir com a mesma fome de palavras de luz, de atitudes altruísticas. O medo não pode nos roubar a tinta, a inspiração, o texto já elaborado na tela mental. A vida segue o seu rumo, inapelavelmente. Qual a melhor idade? Talvez aquela que supera o medo de ter qualquer idade. E, se não vencê-lo, que tenha a coragem de enfrentá-lo com esperança e fé. A esperança reacende a chama do comprometimento com o outro. É o outro, com suas imperfeições, limitações, fraquezas e estranhamentos, que reanima a minha existência no planeta-escola. Meu ofício de ESCRITOR é meu instrumento de vida. (Escritor/jornalista/ensaísta/filósofo EUGENIO SANTANA)

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025

BREVE VOO DO TEMPO (*)

Quanto tempo é para sempre? É o tempo em que ficamos ou a promessa de partirmos? É nunca mais; até à próxima, um instante? Um até já; um momento, um breve fragmento? É um raio de sol que nos cega num morno fim de tarde de Agosto? É a realidade captada pela tua lente: para sempre? É uma ausência que dói; uma gota que se faz mar; um acorde perfeito; uma sinfonia; um choro; um grito? É uma porta que fechas; mais um degrau que avanças; um capítulo encerrado num livro escrito pelo vento ou pintura improvisada na tela quente do teu corpo? Uma reta; uma espera; um passeio? A espuma do nosso banho; a chama daquela vela; a chuva a bater na janela? É a distância que a tua boca demora? Uma carta de despedida, escrita a tinta permanente? Uma árvore que plantas; uma estrela que prometes; uma nuvem que ofereces? Um poema roubado; um fim de tarde inventado? Um banco de jardim e um livro? São memórias, lembranças e histórias, bilhetes confessados em pedaços de papéis rasgados? Para sempre é o tempo suficiente; o tempo que não chega - o tempo que perdemos. Todo o tempo do mundo. Para sempre é um lugar onde moram as promessas, os planos, os sussurros, os pecados; nas madrugadas que não terminam, com corpos que não são nossos em vidas que não nos pertencem. Quanto tempo é para sempre? É hoje: agora - o presente. (*) EUGENIO SANTANA é escritor, jornalista, ensaísta, filósofo e gestor editorial. 20 livros publicados, entre os quais, o best seller, "Ventos Fortes, Raízes Profundas", Madras editora, São Paulo. (62) 99635-8005 WhatsApp

terça-feira, 11 de fevereiro de 2025

ROSTO DESFIGURADO...

Restam-me as mãos imensamente vazias. Resta-me o olhar preso ao horizonte onde não existe mais você. Resta-me um "Rosto Desfigurado", a lembrança de uma silhueta alta que comigo criou pedaços de vida, hoje soltos e jogados ao vento. Resta-me o olhar perdido, incontido a explodir migalhas. Fragmentada ausência de espaço físico de um ser amigo, chamado mulher. Mulher sensual dos vividos, sofridos e revisitados vinte e poucos anos... de solidão, repressão e implosão. Amalgamados nos sentimentos que exprimem e deprimem esse vai-e-vem inconstante: o amor. Resta-me a libido corroída, lasciva na dor da perda de um corpo, de um ser . Corpo no qual meu coração tentava criar asas para voar... voar... voar... Resta-me, no âmago, a saudade amordaçada, presa e vencida, inserida na dor da flor que murchou e dividiu nossos camnhos. Resta-me esse louco e incontrolável desencontro ou desencanto? ( by Eugenio Santana - In "Asas da Utopia", Santana Edições, Brasília-DF, 1992)

quinta-feira, 30 de janeiro de 2025

SINFONIA INACABADA... (*)

Vivemos sendo colocados à prova. Dia sim, dia também, a vida nos cobra decisões, posições, atitudes. Escolhas feitas no passado, estão sempre prontas, transformadas em consequências e embrulhadas num pacote de presente a nos esperar, na próxima esquina, no travesseiro onde tentamos repousar nossas confusas cabeças à noite, no despertar da manhã. Ao contrário do que vivemos querendo acreditar, muito poucas vezes nos cabe o papel de vítima. Em uma maioria esmagadora de vezes, o que nos acontece é fruto, consequência, resultado de nossos próprios atos, tenham sido eles gestos honrados, atitudes covardes ou rompantes de bravura. Nada é capaz de nos proteger de nós mesmos. Nada! Viver não é um risco calculado. Está longe de ser um projeto idealizado. É a cada dia da vida, com pequenos passos e gestos miúdos que vamos delineando a nossa própria sorte. Construímos nossa história lá na frente com tijolinhos colecionados lá atrás. Juntamos aos tijolinhos, pedrinhas que colhemos no caminho; algumas escolhidas em momentos bem vividos, outras tantas atiradas sobre nós. E, o que dá a liga nessa sempre interminada obra, é a nossa essência, pautada em nosso caráter e moldada por nossa capacidade de interpretar cada obstáculo como um sedutor desafio. E, a cada página escrita desse conto desconstruído, vamos nos vendo em pequenas frestas de luz e de sombras. Vamos experimentando a glória do protagonismo, a secundária presença do coadjuvante, a plácida alienação do cenário, a silenciosa participação dos figurantes. O drama nos pega pelas veias mais intensas e nos confronta com a interpretação do real, inundando a tela de tons opacos e, ao mesmo tempo, carregados das cores primitivas das emoções que nos movem nas desencontradas melodias da vida. E, entre notas, compassos, timbres e tons, não nos esqueçamos que a sinfonia pode sair completamente distorcida, caso descuidemos desse instrumento multiforme e perfeitamente arquitetado que nos serve de morada à alma. Olhemos para os nossos pés, com o devido respeito que merecem os alicerces. Contemplemos nossas mãos com a humilde reverência destinada aos milagres. Dediquemos aos nossos olhos e ouvidos a atenção devida aos portais de sabedoria. Que a nossa boca seja provida e provedora de delicadezas puras. Que nossa pele seja proteção e contato com o sentimento antes do toque. Que nosso prazer seja alimento e alento para nos ensinar que, ao nos diluirmos uns nos outros, é que nos reencontramos inteiros no líquido universal da vida. E, então, talvez um dia, com todos nossos sentidos despertos e confessos, sejamos capazes de compreender que essa nossa transitoriedade é tanto assustadora quanto maravilhosa. Morremos um pouquinho a cada instante; a cada beijo de amor que nos rouba o fôlego; a cada desencanto que nos reduz a lágrimas; a cada limitação vencida que nos convence e insistir, persistir, superar. Que a nossa data de validade seja a nossa compreensão, enfim, de que é em nossa finitude que reside a razão de ainda estarmos vivos, e não apenas respirando. (*) EUGENIO SANTANA é escritor, jornalista, ensaísta, redator publicitário, agente literário, biógrafo, copidesque , revisor textual e filósofo Rosacruz. Autor de 20 livros publicados, "Ventos fortes, raízes profundas", é o best seller, Madras editora, SP. (62) 99635-8005 WhatsApp e (62) 3311-5532 - E-mail: es.escritor1199@gmail.com