terça-feira, 30 de abril de 2024

HERÓIS SÃO ETERNOS, ATORES NÃO!

Tristes atores, porque onde não há risco não há aventura. E no discurso infindável não há risco nenhum. No palco, todos os riscos são teatrais – exatamente. Isto é, todos os riscos já são conhecidos. De novo caímos na monotonia e na falta de aventura e no esforço interminável das pessoas de conseguir um pouco de animação na conversa com os outros. As pessoas precisam ter a ilusão de estar fazendo muita coisa a fim de não perceber as muitas coisas que há para fazer e confrontar-se com outros. Não estou pensando nos desejos reprimidos do inconsciente, no incestuoso, no cruel ou perverso. Não somos capazes de ter prazer, de nos mostrar alegres, encantados, fascinados; de cativar, amar e brincar. Como não fazemos nada disso e como tudo isso é essencial, passamos tudo isso para o eterno papo-furado de todo dia, conversa sem sentido vital, porém com um certo ar de palco sobre o qual cada um se exibe na sua hora. O falador interminável é um aventureiro frustrado. Ele conta todas as aventuras que não viveu. (Eugenio Santana é escritor, jornalista e filósofo místico Rosacruz)

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