terça-feira, 11 de dezembro de 2018

A FUNÇÃO DA LITERATURA (*)

Mas afinal de contas, a literatura serve para quê? Na maioria das vezes, lemos uma obra literária e não nos perguntamos qual é a função que ela desempenha em nossas vidas. No artigo A literatura e a formação do homem, o crítico literário e sociólogo brasileiro Antonio Candido declara que a literatura tem força humanizadora; ela é capaz de exprimir o homem, sem deixar de atuar, ao mesmo tempo, em sua formação. E como se dá esse tal processo humanizador? Candido destaca que esse processo de humanização se realiza a partir de três funções: 1.psicológica, pois todo homem, seja criança, adolescente ou adulto, precisa consumir fantasia porque ninguém pode passar um dia sem criar, imaginar, contar piadas ou histórias mais elaboradas; 2. formadora, que não se deve ser confundida com pedagógica ou moralizadora, pois a arte literária não é inofensiva, ao transfigurar o real ela carrega tanto o bem como o mal; 3. reconhecimento do mundo e do ser, pois ao sintetizar o real, o texto de uma obra oferece aos leitores uma visão de mundo em que vivem de modo que possam compreender os papeis que desempenham nele. Ao contrário do que se pensava antigamente sobre a literatura – sobretudo a destinada para os jovens –, que tinha um papel formativo tradicional, pedagógico e moralizador, Candido considera que esta nobre arte possui papel formador, sim, todavia de personalidade do homem, e não de convenções sociais, saberes didáticos, direitos e deveres. A literatura permite ao homem conhecer a si mesmo e a própria realidade, o que, consequentemente, direciona um poderoso despertar de senso crítico. O texto literário sintetiza o real e, ao fazer isso, oferece aos leitores uma visão do mundo em que vivem de modo que possam compreender os papéis que nele desempenham. Embora a obra literária constitua um mundo autônomo, ou seja, não é o mundo real, essa autonomia não a desliga de suas fontes da realidade e não inviabiliza a capacidade que a obra tem de atuar sobre o real que a motiva. A literatura, portanto, serve para o conhecimento do mundo e do ser. Sua função formadora não deve ser confundida com uma missão pedagógica. (*) EUGENIO SANTANA é Gestor editorial, Assessor de imprensa, Analista de Marketing digital, Crítico literário, Outsider, Blogueiro; Self-made man. Escreve Biografias. Autor de "Ventos Fortes, Raízes Profundas", autoajuda, Madras editora. (41) 99547-0100 WhatsApp

quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

A FALSA ALEGRIA ENTRE O VIRTUAL E O REAL (*)

Há pessoas tão preocupadas em se mostrar bem e agradar, que acabam se perdendo de si mesmas. São tantos que vivem iludidos por espelhos de pequenas ilusões e escondidos atrás de cortinas de grandes mentiras, que com o passar do tempo, perdem a noção da realidade: já não conseguem viver sendo verdadeiros. E existe uma cobrança coletiva por baixo disso. Somos cobrados pelo sucesso alheio e incentivados a sermos iguais. Por detrás de uma foto postada, quase sempre há máscaras. Há pessoas com a alma ferida tentando se mostrar fortalecidas. Quando a pessoa se deixa seduzir pelas tentações de ego e de vaidade, acaba entregando a vida para uma viagem só de ida. Só na tela. Tentar competir com o mundo é a melhor e mais rápida maneira de ser derrotado. Quando a pessoa se deixa seduzir pelas tentações do ego e da vaidade, acaba entregando a vida para uma viagem só de ida. Só na tela. São tantos que vivem iludidos por espelhos de pequenas ilusões e escondidos atrás de cortinas de grandes mentiras, que com o passar do tempo perdem a noção da realidade. Já não conseguem viver sendo verdadeiros. É há uma cobrança coletiva por baixo disso. Somos cobrados pelo sucesso alheio e incentivados a sermos iguais. Mal sabemos que, em algumas situações, por detrás de uma foto postada, quase sempre há máscaras, quase sempre há pessoas com a alma ferida, tentando se mostrar fortalecidas. Quando a pessoa se deixa seduzir pelas tentações do ego e da vaidade, acaba entregando a vida para uma viagem só de ida. Só na tela. Tentar competir com o mundo é a melhor e mais rápida maneira de ser derrotado. Existe um enquadramento relacionado entre as redes sociais e sua fábrica de ilusões. Parece absurdo, mas, na maioria das vezes, só postamos aquilo que queremos que os outros vejam. Postamos aquilo que queremos ser (e muitas vezes não somos). A verdade nem sempre é mostrada. Poses e mais poses, filtros e mais filtros para se chegar na foto perfeita. Quantas são as vezes que em busca de aprovação de outras pessoas, pintamos um quadro totalmente disforme da realidade. Nem sempre é o que parece, por vezes as pessoas estão prestes a cair num precipício, mas querem que todos pensem o contrário. A busca doentia por “likes” transforma fulanos e fulanas em reféns de suas próprias mentiras. Na verdade, há casos em que a diferença de imagem entre a pessoa real e a pessoa mostrada na tela do computador é tão grande, que, na grande parte das vezes, é algo inacreditável. São figuras distintas, quase que irreconhecíveis quando colocadas lado a lado. A sociedade se reconfigura quando se projeta uma imagem vitoriosa. Há uma aceitação maior. Há uma glorificação da figura do ser bonito, rico e perfeito e não se enquadrar nisso é dolorido para pessoas (em sua maioria) com a autoestima abalada demais ou elevada demais. Umas de um lado, outras de outro. Paradoxos difíceis de compreender. Um sonho de consumo que faz muitos se sentir inseguros e tristes. Um sonho de consumo que faz muitos se mostrar alegres e bem-sucedidos. Um sonho de ser além do que as outras pessoas comuns aparentemente são. Os perfis são tão perfeitos, as pessoas tão alegres, as fotos tão bonitas, as comidas tão gostosas, as selfies mais incríveis, as festas mais chiques, os amigos tão sorridentes, as famílias tão impecáveis, empregos poderosos, romances maravilhosos, viagens inesquecíveis, as roupas mais caras: A melhor vida possível! Depois desse prazer dos diversos likes, essas ações viciam e tendem a se repetir. Ostentar sucesso e trabalhar o marketing pessoal, pode fazer parte, saudavelmente, do dia a dia do vaidoso. Quando é sem muitos exageros, melhor ainda. O perigo é quando muita parte do que é exibido não é real, é montado, disfarçado, é fake. Existe o risco de ser descoberto e o castelo cair, o prazer pode virar dor, a luxúria pode virar amargura, aplausos viram vaias, beleza vira vergonha e sorrisos viram choro. É complicado pensar que atualmente os níveis de felicidade, realização e sucesso das pessoas são calculados pelo número de likes e coraçõezinhos em seu perfil. Cliques esses, muitas vezes feitos por pessoas que nem se conhecem. (*) EUGENIO SANTANA é Gestor editorial, Assessor de imprensa, Analista de Marketing digital, Crítico literário, Outsider, Blogueiro; Self-made man. Escreve Biografias. Autor de "Ventos Fortes, Raízes Profundas", autoajuda, Madras editora. (41) 99547-0100 ZapZap

terça-feira, 4 de dezembro de 2018

A SOCIEDADE CIVIL É CORRUPTA E RECLAMA DA CORRUPÇÃO DA CLASSE POLÍTICA (*)

O assunto político tem tomado grandes proporções ultimamente. As mídias sociais estão repletas de revoltas contra os políticos em geral e afirmações extremas sobre os mesmos, o ódio contra a corrupção que afeta a população é mais do que aceitável, é necessário. As páginas nas redes sociais esbravejando contra a corrupção dos poderosos ganham milhares e milhares de seguidores todos os dias e defensores mais que calorosos. Pessoas que votaram em um candidato se sentem superiores e adoram gritar aos quatro ventos que não colaboraram com o caos regrado à corrupção que temos vivido atualmente. Será? Quando nos perguntamos o porquê de ser praticamente impossível encontrar um candidato com a ficha limpa bem posicionado no Brasil, dificilmente obtemos respostas. O problema em geral está na população. É isso aí, somos nós mesmos, que não apenas tememos o desconhecido como colaboramos diretamente para a corrupção geral. Sabe aquele dinheiro que você, mesmo vendo o rapaz derrubar, botou no bolso correndo antes que ele percebesse que caiu? Aquele dinheiro que, ao dar o troco, o atendente do supermercado te passou sobrando e você manteve silêncio e se sentiu satisfeito, sortudo? Àquele produto que você comprou baratinho mesmo desconfiando que era roubado, àquela prestação que você espera “caducar” no sistema de proteção de crédito e não pretende pagar nunca? E aquele dia que você fingiu estar dormindo no banco colorido do ônibus para não precisar ceder o lugar para a gestante ou o idoso que entrou? Você entrou pelas portas traseiras do ônibus se sentindo o maioral e ainda é cheio de desculpas? Pois é. Sabia que os políticos corruptos também inventam um monte de desculpas para justificar seus atos? Você é tão corrupto e egoísta quanto os odiosos políticos que você acusa com tanto ardor. Você sai por ai, xingando contra todos e se sentindo vítima da corrupção que você mesmo alimenta, mas está sempre tentando levar vantagem em tudo. A diferença entre você e os nossos políticos é que você tem menos poder. Do contrário, seria mais um se divertindo com o dinheiro público. Se você aproveita todas as oportunidades, mesmo que incorretas, para se dar bem nas situações, comece a pensar em suas atitudes antes de sair acusando por aí. Vamos aprimorar nosso próprio caráter para garantir melhores pessoas no poder futuramente, a começar por nós mesmos? (DA REDAÇÃO - JORNALISTA EUGENIO SANTANA)

domingo, 2 de dezembro de 2018

A PASSAGEM PARA A OUTRA DIMENSÃO (*)

A morte é o maior mistério da vida. Sempre pensei: “E se os mortos pudessem continuar convivendo conosco, mesmo que em forma de espírito, e nos contando tudo o que acontece do outro lado, será que ficaríamos menos mal com a morte de entes queridos?”. A morte é algo que não estava no script. Deus nos projetou para sermos eternos, e de fato somos. Mas, a partir do momento em que o pecado e a maldade entraram no mundo, como coexistirem maldade e imortalidade em um mesmo lugar? Aí Deus teve que separar a imortalidade do mal. E aí veio a morte, que nada mais é do que o caminho para a eternidade. Imagina se o mal tivesse entrado no mundo, e todos nós continuássemos imortais? Imagina uma pessoa atirando em outra várias vezes, e essa não morrendo nunca? Não dá, o mundo seria um caos muito maior do que já é. Só existe imortalidade onde existe convivência pacífica, harmoniosa, onde existe apenas o bem. A morte é o preço mais doloroso que pagamos por termos deixado o mal entrar no mundo. Sentimos uma enorme dor quando pessoas queridas se vão, pois sabemos que só iremos revê-las quando partirmos também. Mas sabe qual a solução? Não nos apeguemos a este mundo. Ele é material, físico, acaba. O mundo espiritual, esse sim é eterno. Nossa alma continua existindo depois da passagem, ela não acaba nunca. Fique tranquilo. E os vínculos que construímos por aqui continuam para sempre. Acho que se os que já se foram pudessem falar conosco, diriam assim: “Pessoal, está tudo bem. Estamos em um lugar maravilhoso! E não existe o mal e nem a dor por aqui. Sim, é muito ruim ficar aí sem a gente. Mas vocês tem que continuar vivendo, de alguma forma. Pensem que nós viajamos para outra dimensão, e nessa dimensão não pega sinal, não tem internet. Ficamos incomunicáveis com vocês. Mas temos a certeza de que um dia vocês estarão aqui também, do outro lado, com a gente.” Essa palavra "morte" não deveria nem existir no nosso vocabulário. É muito pesada, triste, carrega um peso enorme. Ela deveria ser excluída do dicionário, e falarmos apenas "passagem para a outra vida", ficaria melhor assim. (*) EUGENIO SANTANA é Gestor editorial, Assessor de imprensa, Analista de Marketing digital, Crítico literário, Outsider, Blogueiro; Self-made man. Escreve Biografias. Autor de "Ventos Fortes, Raízes Profundas", autoajuda, Madras editora. (41) 99547-0100 ZapZap

segunda-feira, 26 de novembro de 2018

OS PIRILAMPOS FAISCAVAM CRAVADOS DE ESMERALDAS, DIAMANTES E TOPÁZIOS (*)

Os primeiros vagalumes começavam no bojo da mata a correr suas lâmpadas divinas. No alto, as estrelas miúdas e sucessivas principiavam também a iluminar. Os pirilampos iam-se multiplicando dentro da floresta, insensivelmente brotavam silenciosos e inumeráveis nos troncos das árvores, como se as raízes se abrissem em pontos luminosos. A desgraçada, abatida por um grande torpor, pouco a pouco foi vencida pelo sono; e deitada às plantas da árvore, começou a dormir… Serenavam aquelas primeiras ânsias da Natureza, ao penetrar no mistério da noite. O que havia de vago, de indistinto, no desenho das coisas, transformava-se em límpida nitidez. As montanhas acalmavam-se na imobilidade perpétua; as árvores esparsas na várzea perdiam o aspecto de fantasmas desvairados… No ar luminoso tudo retomava a fisionomia impassível. Os pirilampos já não voavam, e miríades deles cobriam os troncos das árvores, que faiscavam cravados de diamantes e topázios. Era uma iluminação deslumbrante e gloriosa dentro da mata tropical, e os fogos dos vagalumes espalhavam aí uma claridade verde, sobre a qual passavam camadas de ondas amarelas, alaranjadas e brandamente azuis. As figuras das árvores desenhavam-se envoltas numa fosforescência zodiacal. E os pirilampos se incrustavam nas folhas e aqui, ali e além, mesclados com os pontos escuros, cintilavam esmeraldas, safiras, rubis, ametistas e as mais pedras que guardam parcelas das cores divinas e eternas. Ao poder dessa luz o mundo era um silêncio religioso, não se ouvia mais o agouro dos pássaros da morte; o vento que agita e perturba, calara-se… Marcela foi cercada pelos pirilampos que vinham cobrir o pé da árvore em que adormecera. A sua imobilidade era absoluta, e assim ela recebeu num halo dourado a cercadura triunfal; e interrompendo a combinação luminosa da mata, a epiderme da mulher desmaiada, translúcida, era como uma opala incrustada no seio verde de uma esmeralda. Depois os vagalumes incontáveis cobriram-na, os andrajos desapareceram numa profusão infinita de pedrarias, e a miserável, vestida de pirilampos, dormindo imperturbável como tocada de uma obra divina, parecia partir para uma festa fantástica no céu, para um noivado com Deus… E os pirilampos desciam em maior quantidade sobre ela, como lágrimas de estrelas. Sobre a cabeça dourada brilhavam reflexos azulados, violáceos, e dali a pouco braços, mãos, colo, cabelos, sumiam-se no montão de fogo inocente. E vagalumes vinham mais e mais, como se a floresta se desmanchasse roda numa pulverização de luz, caindo sobre o corpo de Marcela até o sepultarem em um túmulo insólito. Um momento, a mulher inquieta ergueu docemente a cabeça, abriu os olhos que se deslumbraram. Pirilampos espantados faiscavam relâmpagos de cores… Marcela pensou que o sonho a levara ao abismo dourado de uma flor-estrela, e recaiu adormecida na face iluminada do Planeta blue… (*) EUGENIO SANTANA é escritor, jornalista, ensaísta, agente literário, publicitário, gestor editorial, analista de marketing digital e palestrante. Nove livros publicados. Membro benemérito "ad honorem" do Centro Cultural, Literário e Artístico de PORTUGAL; sócio da ACI - Associação Catarinense de Imprensa e da UBE/SC - União Brasileira de Escritores Contatos: autoreugeniosantana9@gmail.com e (41) 99547-0100 ZapZap –

terça-feira, 13 de novembro de 2018

DESPEDIR-SE DE UM AMOR É DESPEDIR-SE DE SI MESMO (*)

Existe duas dores de amor. A primeira é quando a relação termina e a gente, seguindo amando, tem que se acostumar com a ausência do outro, com a sensação de rejeição e com a falta de perspectiva, já que ainda estamos tão envolvidos que não conseguimos ver luz no fim do túnel. A segunda dor é quando começamos a vislumbrar a luz no fim do túnel. Você deve achar que eu bebi. Se a luz está sendo vista, adeus dor, não seria assim? Mais ou menos. Há, como falei, duas dores. A mais dilacerante é a dor física da falta de beijos e abraços, a dor de virar desimportante para o ser amado. Mas quando esta dor passa, começamos um outro ritual de despedida: a dor de abandonar o amor que sentíamos. A dor de esvaziar o coração, de remover a saudade, de ficar livre, sem sentimento especial por ninguém. Dói também. Na verdade, ficamos apegados ao amor tanto quanto à pessoa que o gerou. Muitas pessoas reclamam por não conseguir se desprender de alguém. É que, sem se darem conta, não querem se desprender. Aquele amor, mesmo não retribuído, tornou-se um suvenir de uma época bonita que foi vivida, passou a ser um bem de valor inestimável, é uma sensação com a qual a gente se apega. Faz parte de nós. Queremos, logicamente, voltar a ser alegres e disponíveis, mas para isso é preciso abrir mão de algo que nos foi caro por muito tempo, que de certa maneira entranhou-se na gente e que só com muito esforço é possível alforriar. É uma dor mais amena, quase imperceptível. Talvez, por isso, costuma durar mais do que a dor-de-cotovelo propriamente dita. É uma dor que nos confunde. Parece ser aquela mesma dor primeira, mas já é outra. A pessoa que nos deixou já não nos interessa mais, mas interessa o amor que sentíamos por ela, aquele amor que nos justificava como seres humanos, que nos colocava dentro das estatísticas: eu amo, logo existo. Despedir-se de um amor é despedir-se de si mesmo. É o arremate de uma história que terminou, externamente, sem nossa concordância, mas que precisa também sair de dentro da gente. (*) Copydesk/fragment by EUGENIO SANTANA é Gestor editorial, Assessor de imprensa, Analista de Marketing digital, Crítico literário, Outsider, Blogueiro; Self-made man. Escreve Biografias. Autor de "Ventos Fortes, Raízes Profundas", autoajuda, Madras editora. (41) 99547-0100 ZapZap

quarta-feira, 31 de outubro de 2018

ESCOLHAS E CAMINHOS (*)

A gente não pode se frustrar com o caminho dos outros. A gente não pode punir alguém por suas escolhas, seu jeito de encarar a vida, seu modo de estar no mundo. A gente só pode observar com amor e seguir o nosso próprio rumo. A gente não pode se doer porque o outro não é como gostaríamos, porque a outra pessoa está num momento diferente, num outro passo, numa outra paisagem, num outro aprendizado. A gente não pode ficar bravo porque, na nossa visão, uma pessoa parece não ver o óbvio, porque ela não desperta na mesma primavera que a gente, porque ela não escolhe o mesmo canteiro para cultivar, porque ela não se interessa pela mesma luz que vemos. A gente não pode dizer ‘venha ver o sol, que daqui da minha janela é tão lindo!’ Se a pessoa está no outro polo admirando a lua. A gente não pode se revoltar com uma vida que não é nossa, com escolhas de outras almas, por sintonias diferentes. A gente não pode esperar que as frequências se igualem, ou melhor, podemos esperar, mas sem almejar, sem lutar, sem controlar. Qualquer luta destrói a delicadeza da liberdade. A gente não pode achar que o nosso caminho é melhor, a gente não pode querer cuidar, se a pessoa não quer ser cuidada, a gente não pode esperar que regando uma flor ela se abra. A força da natureza das coisas é maior do que a de nossas mãos sedentas. A gente só pode observar com amor e seguir o nosso próprio caminho. A gente também não precisa parar e esperar, olhando para ver no que vai dar, acompanhando outro caminhar e torcendo para que ele possa, enfim, nos encontrar. A gente não precisa saber o que se passa em outras cabeças. A gente não precisa entender os quebra-cabeças de outras almas. A gente só pode olhar com amor, sem se envolver, respeitar e seguir o próprio caminho. Liberdade é seguir, mesmo que sozinho, e encontrar belezas e surpresas que chegam sem esforço, sem empenho. A gente só pode se empenhar em viver o próprio caminho. Pra que se revoltar, sofrer se frustrar com alguém que não veio, que não viu, que não percebeu, que não entrou quando estávamos dentro? Pra que se esforçar para ensinar a lição que já sabemos de cor e salteado? Pra que exigir, reclamar, julgar, criticar as cenas do caminhar dos outros? Livre arbítrio é andar no próprio ritmo, sendo o que se é sem medo de ferir, ajudando e sendo ajudado sim, mas com amor, com aceitação, com liberdade. Incondicionalmente. Relaxar e deixar que cada um seja a própria escolha, a própria escola, a própria visão de mundo, a própria necessidade circunstancial. (*) EUGENIO SANTANA é Gestor editorial, Assessor de imprensa, Analista de Marketing digital, Crítico literário, Outsider, Blogueiro; Self-made man. Escreve Biografias. Autor de "Ventos Fortes, Raízes Profundas", autoajuda, Madras editora. (41) 99547-0100 ZapZap

DIFERENÇA ENTRE APEGO E AMOR (*)

O apego diz: eu te amo, por isso eu quero que você me faça feliz. E o amor autêntico diz: eu te amo, por isso quero que você seja feliz. Se isso me incluir, ótimo! Se não me incluir, eu só quero a sua felicidade. Sabe, o apego é como segurar com bastante força. Mas o amor verdadeiro é como segurar com muita gentileza, nutrindo, mas deixando que as coisas fluam. Não é ficar preso com força. Porém é muito difícil para as pessoas entenderem isso, porque elas pensam que quanto mais elas se agarram a alguém, mais isso demonstra que elas se importam com o outro. Qualquer tipo de relacionamento no qual imaginamos que poderemos ser preenchidos pelo outro será certamente muito complicado. Quanto mais agarrarmos o outro com força, mais nós sofreremos. (*) EUGENIO SANTANA é Gestor editorial, Assessor de imprensa, Analista de Marketing digital, Crítico literário, Outsider, Blogueiro; Self-made man. Escreve Biografias. Autor de "Ventos Fortes, Raízes Profundas", autoajuda, Madras editora. (41) 99547-0100 ZapZap

segunda-feira, 29 de outubro de 2018

QUEM SOU EU? INSIGHT SOBRE UM AUTOR VAGALUME (*)

Para definir meu trabalho, preciso primeiramente saber quem é você. Se você é um amante da literatura, me apresento como escritor romancista, contista, poeta e cronista. Se é um empresário, sou um redator publicitário, Analista de negócios, Consultor em marketing digital, Relações públicas, palestrante motivacional e Assessor de imprensa. Se tem uma grande história de vida que gostaria de compartilhar com outros, sou um biógrafo. Iniciei meus trabalhos literários, na década de 1980, escrevendo poemas e crônicas para diversos jornais do país: de Porto Velho a Porto Alegre. Em 2010 criei o meu Blogue "Guardião da Palavra", onde passei a publicar meus textos: poemas, crônicas, contos, artigos e ensaios, além de proporcionar dicas motivacionais para jovens escritores neófitos. Inútil dizer onde vivo. Não sou capaz de morar mais do que três anos em uma mesma cidade. Um homem de chegadas e partidas. Um Andarilho da flor estrela... Aquele que deambula à sombra da inquietude. Fácil a estratégia inconsistente ao mencionar que sou jornalista profissional. Sei que, por meio desse argumento jamais consegui ser convincente. A estrada me encanta e fascina. E o "sabor" do Crepúsculo e da Aurora? Indescritível. Instigante! Durmo de dia, escrevo a noite, e sonhos azuis e alados ocorrem em uni/versos paralelos e oníricos. Já quis viajar o mundo. Principalmente, morar no Egito, na França, na Espanha e na Alemanha. Já quis desaparecer. Perambulei a procura do meu "par ideal", e na volta, procurava por mim. Fiz boas ações. E algumas imbecilidades. Não insisto em ser, mas me orgulho de estar. A missão de ser escritor me fez atingir o nirvana, o self; a transcendência. Voei. Ícaro na Asa do tempo... O osso acima dos meus olhos chama-se frontal. A camada enrugada, azulada e cansada que o reveste, pele. O objeto de sua proteção chama-se cérebro. E no conjunto da obra, tenho um "rosto desfigurado" que já viajou nas asas da utopia e já foi guiado pelos pássaros. Este, resguardado, produz aquilo que me cansa e extenua, dia após dia: minhas ideias criativas, lúcidas, confusas, diáfanas e monossilábicas; algumas prolixas, outras pró-lixo ou lagartixas cósmicas e, algumas vezes, a economia verbal revela meu ciberespaço na magia encantadora da Língua Portuguesa. Escrever? Meu Vício Visceral! (*) EUGENIO SANTANA é Gestor editorial, Assessor de imprensa, Analista de Marketing digital, Crítico literário, Outsider, Blogueiro; Self-made man. Escreve Biografias. Autor de "Ventos Fortes, Raízes Profundas", autoajuda, Madras editora. (41) 99547-0100 ZapZap

terça-feira, 23 de outubro de 2018

LIÇÕES FUNDAMENTAIS SOBRE ESCREVER (*)

1 - Apenas COMECE... - seja lá o que você deseja, simplesmente vá lá e comece a escrever; 2 - Siga sua PAIXÃO - não importa o que os outros digam, faça o que você gosta de fazer; 3 - Faça por PRAZER - se não houver prazer, não funciona. Escrever não é ficar rico, não é ficar famoso, não é fazer amigos. Escreva o que te inspira; 4 - MANTENHA-SE em seu propósito - nunca desista de seu sonho não importa quão difícil seja mantê-lo em boa parte do tempo; 5 - Não tenha medo de REJEIÇÃO - seu livro não está fazendo sucesso mas você viu que fez um bom trabalho? Mantenha-se nessa perspectiva. Talvez você só não tenha ainda alcançado seu público alvo; 6 - Encontre o seu ESPAÇO - quando começar a escrever, isole-se, mantenha longe todo tipo de distração. Desligue a TV, música, telefone, o que for que possa atrapalhar seu processo criativo; 7 - Torne-se ÚNICO - insira sua personalidade em sua forma de escrita. Faça com que seus leitores identifiquem um livro seu já nas primeiras páginas. Não tenha medo de expor ideias e conceitos; 8 - Torne a leitura de sua escrita em algo AGRADÁVEL - logo no início já se percebe se a história será de fácil leitura ou arrastada. Tome cuidado para não perder um leitor logo nas primeiras linhas; 9 - EDITE - escreva, deixe a história amadurecer por um tempo, vá fazer outra coisa, depois volte a ela e tire os erros, os excessos, as inconsistências. Corte toda a m*** desnecessária da história; 10 - Não tem como AGRADAR a todos - você não tem como agradar a todos os leitores o tempo todo. Não tem nem mesmo como agradar alguns leitores o tempo todo, mas você deveria sempre tentar agradar alguns leitores em alguns momentos; 11 - Ensine A SI MESMO - esqueça as aulas, lições e seminários... As lições mais valiosas de todas são aquelas que você mesmo se ensinou; 12 - Escreva MUITO - não fique falando sobre projeto disso, projeto daquilo. Vá lá e FAÇA!; 13 - LEIA - se você não tem tempo de ler outras coisas, não terá tempo e as ferramentas corretas para melhorar sua escrita. Ler bom material te ajuda a mirar mais alto e trabalhar com mais afinco. Você vê o que precisa ser feito e experimenta novos estilos. Ler material ruim também te ajuda... a reconhecer o que não deve ser feito. 14 - PUBLIQUE - Publique com uma editora que acredita no seu talento, que lhe dê possibilidades de você ser você, de poder participar da construção de seu livro. Muitas das grandes editoras não fazem isto - fuja delas inicialmente. Procure as editoras parceiras, que vão ser teu apoio inicial. Comece pequeno, plantando e cultivando seu caminho... 15 – Razão pela qual, descobri o “Caminho das pedras”, enviei meus originais para uma grande editora que possui estrutura de distribuição, logística e marketing: por acreditar em meu talento e criatividade, fui contratado por cinco anos, em 04/04/2016, pela MADRAS Editora, de São Paulo, Capital. Já publicou meu livro “VENTOS FORTES, RAÍZES PROFUNDAS”, de autorrealização, autoestima, afetividade, crescimento pessoal e consultoria em relações afetivas e autosuperação de perdas em geral. Encontra-se a venda em todo o Brasil por meio das livrarias: Leitura, Saraiva e Lojas Americanas. (*) EUGENIO SANTANA é escritor, jornalista, ensaísta, agente literário, publicitário, gestor editorial, analista de marketing digital e palestrante. Nove livros publicados. Membro benemérito "ad honorem" do Centro Cultural, Literário e Artístico de PORTUGAL; sócio da ACI - Associação Catarinense de Imprensa e da UBE/SC - União Brasileira de Escritores Contatos: autoreugeniosantana9@gmail.com e (41) 99547-0100 ZapZap

JESUS É DEUS? (*)

Você já encontrou uma pessoa que é o centro das atenções onde quer que vá? Alguma característica misteriosa e indefinível o distingue de todas as outras pessoas. Pois foi isso que aconteceu dois mil anos atrás com Jesus Cristo. Porém não foi simplesmente a personalidade de Jesus que cativou aqueles que o ouviam. Aqueles que puderem ouvir suas palavras e observar sua vida nos dizem que existia algo em Jesus de Nazaré que era diferente de todas as outras pessoas. A única credencial de Jesus era ele mesmo. Ele nunca escreveu um livro, comandou um exército, ocupou um cargo político ou teve uma propriedade. Normalmente ele viajava se afastando somente alguns quilômetros do seu vilarejo, atraindo multidões impressionadas com suas palavras provocativas e seus feitos impressionantes. Ainda assim, a magnitude de Jesus era óbvia para todos aqueles que o viram e ouviram. E enquanto a maioria das grandes personalidades históricas desaparece nos livros, Jesus ainda é o foco de milhares de livros e controvérsias sem paralelos na mídia. Grande parte dessas controvérsias envolvem as afirmações radicais que Jesus fez sobre si mesmo, afirmações que espantaram tanto seus seguidores quanto seus adversários. Foram principalmente as afirmações únicas de Jesus que fizeram com que ele fosse considerado uma ameaça pelas autoridades romanas e pela hierarquia judaica. Embora fosse um estranho sem credenciais ou força política, em apenas três anos Jesus foi capaz de mudar a história dos mais de 20 séculos seguintes. Outros líderes morais e religiosos influenciaram a história, mas não como o filho de um carpinteiro desconhecido de Nazaré. Qual era a diferença de Jesus Cristo? Ele era apenas um homem de grande valor ou era algo mais? Essas perguntas nos levam ao cerne do que Jesus realmente era. Alguns acreditam que ele era simplesmente um grande professor de moral, já outros pensam que ele foi simplesmente o líder da maior religião do mundo. Porém muitos acreditam em algo muito maior. Os cristãos acreditam que Deus nos visitou em forma humana, e acreditam que há evidências que provam isso. Após analisar com cuidado a vida e as palavras de Jesus, C.S. Lewis, antigo cético e professor de Cambridge, chegou a uma espantosa conclusão, que alterou o rumo de sua vida. Então quem é Jesus de verdade? Muitos dirão que Jesus foi um grande professor de moral. Ao analisarmos mais cuidadosamente a história do homem que causa mais controvérsias em todo o mundo, primeiramente devemos perguntar: será que Jesus foi simplesmente um grande professor de moral? (*) EUGENIO SANTANA é escritor, jornalista, ensaísta, agente literário, publicitário, gestor editorial, analista de marketing digital e palestrante. Nove livros publicados. Membro benemérito "ad honorem" do Centro Cultural, Literário e Artístico de PORTUGAL; sócio da ACI - Associação Catarinense de Imprensa e da UBE/SC - União Brasileira de Escritores Contatos: autoreugeniosantana9@gmail.com e (41) 99547-0100 ZapZap

terça-feira, 16 de outubro de 2018

DNA - DÁDIVA NASCIDA DO AMOR (*)

DNA - a Dádiva Nascida do Amor (*) (Por Eugenio Santana e Don Juan de Morales Crucis - alterego sensitivo do autor)
Apreciai agora este chamado de vossos corações… Este crucial momento de tão glorioso propósito do Espírito Divino… Sois as detentoras da verdade, não aquela verdade fundamentada num conjunto de pontos de vistas divergentes, a conflitarem-se e dividirem-se… Sois as verdades da pura essência que descendes… A essência que flui através de teu movimento evolutivo único… Como é único para cada manifesto… Na perpétua expansão de uma energia magnânima em abundância e inspiração, em sua sabedoria infinita, a Fonte dispôs-se ao bem da continuidade de uma trajetória criativa e evolutiva, a desempenhar como energia masculina, um papel objetivo de favorecer uma nova criação, ao satisfazer o ímpeto inspirado na pura concepção, a realizar-se pela energia feminina, criando um novo manifesto de beleza e perfeição… Assim é Deus Pai/Mãe… Estas energias fluem pelo universo por meio do Ser, de cada coração que de ambas desfrutam, a fim de obterem as experiências necessárias, para criar o novo a partir de seus próprios equilíbrios e poderes inatos… Pois vieram à superfície de uma magnífica Mãe que ancorou em seu colo, as manifestações da forma… Nas mais belas e harmoniosas criações inspiradas, das ramificações Divinas em plena expansão e fertilidade… Além de serdes corajosas almas, que se voluntariaram ao esquecimento, deste poder criativo que define o Ser de uma mesma origem… Vos aventurareis numa superfície transformada separatista… Onde almas impetuosas em criar algo contrário da própria luz, favorecendo-se da generosidade do livre-arbítrio, construíram seus próprios impérios além do conceito da Unicidade, esquecendo-se da base do equilíbrio, entre as energias criativas do masculino e feminino, tornando-se soberanos cruéis em suas criações individuais, cujas fundações soterrariam e seus tetos obscureceriam as manifestações das essências, as lembranças e o desenvolvimento de cada centelha da Criação… Permaneceriam até então por seu orgulho, em pedestais fadados a demonstrarem serem inconsistentes, decadentes e descontinuados… Então, devido ao desequilíbrio e divisão, opondo-se ao que a Fonte de tudo divinamente havia planejado, os alicerces e véus não possuem estrutura ou envergadura para manterem suas imperfeições… Pois, não há como soterrar sementes férteis impedindo-as de emergir, assim como não há como conter a mínima abertura de uma senda ao contínuo fluxo da Luz. As experiências foram permitidas a estes poderes paralelos e divididos, sem a substância essencial dos reais poderes de origem… As criações em desarmonia com o todo, além do essencial de cada coração divino, foram os paradigmas que cada Alma escolheu conhecer, para criar originalmente, inspirada em sua perfeição readquirida… Atingimos o limiar das experiências… Assim recordareis… Viestes pela ressurreição e retomada do avanço de toda manifestação criativa no colo da Mãe Planetária, Gaia… Viestes pela redenção, o reequilíbrio e a emanação de Luz, a banhar com Força Vital as sementes das novas criações, para que cresçam, floresçam e perpetuem o propósito do Um em todos… Portanto Almas de Luz… Pela graça restauradora que retorna ao potencial de nosso DNA Divino, em regozijo reverencio-as, como as reveladoras e renascidas manifestações Divinas… Como “Dádivas Nascidas do Amor” de nossa Fonte, em favor da evolução e renovação dos Mundos… (*) EUGENIO SANTANA é Gestor editorial, Assessor de imprensa, Analista de Marketing digital, Roteirista, Crítico literário, Ornitólogo e Blogueiro. Escreve Biografias. Autor de "Ventos Fortes, Raízes Profundas", autoajuda, Madras editora.

sexta-feira, 28 de setembro de 2018

A MAGIA DE ESTAR VIVO (*)

Chorar por tudo que se perdeu, por tudo que apenas ameaçou e não chegou a ser, pelo que perdi de mim, pelo ontem morto, pelo hoje sujo, pelo amanhã que não existe, pelo muito que amei e não me amaram, pelo que tentei ser correto e não foram comigo. Meu coração sangra com uma dor que não consigo comunicar a ninguém, recuso todos os toques e ignoro todas tentativas de aproximação. Tenho vergonha de gritar que esta dor é só minha, de pedir que me deixem em paz e só com ela, como um cão com seu osso. A única magia que existe é estarmos vivos e não entendermos nada disso. A única magia que existe é a nossa incompreensão. Vulnerável, você tem tanta vontade de chorar, tanta vontade de ir embora. Para que o protejam, para que sintam falta. Tanta vontade de viajar para bem longe, romper todos os laços, sem deixar endereço. Um dia mandará um cartão-postal de algum lugar improvável. Bali, Madagascar, Sumatra. Escreverá: penso em você. Deve ser bonito, mesmo melancólico, alguém que se foi pensar em você num lugar improvável como esse. Você se comove com o que não acontece, você sente frio e medo. Parado atrás da vidraça, olhando a chuva que, aos poucos começa a passar. Sabe, eu me perguntava até que ponto você era aquilo que eu via em você ou apenas aquilo que eu queria ver em você, eu queria saber até que ponto você não era apenas uma projeção daquilo que eu sentia, e se era assim, até quando eu conseguiria ver em você todas essas coisas que me fascinavam e que no fundo, sempre no fundo, talvez nem fossem suas, mas minhas, e pensava que amar era só conseguir ver, e desamar era não mais conseguir ver, entende? Sabe que o meu gostar por você chegou a ser amor, pois se eu me comovia vendo você, pois se eu acordava no meio da noite só pra ver você dormindo, meu Deus... como você me doía! De vez em quando eu vou ficar esperando você numa tarde cinzenta de inverno, bem no meio duma praça, então os meus braços não vão ser suficientes para abraçar você e a minha voz vai querer dizer tanta, mas tanta coisa que eu vou ficar calado um tempo enorme... só olhando você, sem dizer nada só olhando e pensando: Meu Deus, mas como você me dói de vez em quando! Vai passar, tu sabes que vai passar. Talvez não amanhã, mas dentro de uma semana, um mês ou dois, quem sabe? O verão está aí, haverá sol quase todos os dias, e sempre resta essa coisa chamada 'impulso vital'. Pois esse impulso às vezes cruel, porque não permite que nenhuma dor insista por muito tempo, te empurrará quem sabe para o sol, para o mar, para uma nova estrada qualquer e, de repente, no meio de uma frase ou de um movimento te surpreenderás pensando algo assim como 'estou contente outra vez'. (*) EUGENIO SANTANA é escritor, jornalista, ensaísta, agente literário, publicitário, gestor editorial, analista de marketing digital e palestrante. Nove livros publicados. Membro benemérito "ad honorem" do Centro Cultural, Literário e Artístico de PORTUGAL; sócio da ACI - Associação Catarinense de Imprensa e da UBE/SC - União Brasileira de Escritores Contatos: autoreugeniosantana9@gmail.com e (41) 99547-0100

segunda-feira, 24 de setembro de 2018

A TERCEIRA MARGEM DO PLANO INFINITO (*)

Governarei minha vida e meus pensamentos como se todo o mundo enxergasse um e lesse o outro. Qual a finalidade de ter segredos para o meu vizinho se Deus, o investigador do nosso coração, tem acesso a toda a nossa privacidade? Assim como a lagarta passa para outra folha da planta quando chega ao final da anterior, a alma passa para outro corpo quando deixa para trás o corpo anterior e a insensatez. Pois nada trouxemos a este mundo e certamente nada levaremos dele. Levante-se cedo e reflita sobre seus atos e sobre o mundo que está por vir; pode estar certo de que os frutos de seus atos refletirão sobre você. Você, que foi separado de Deus em Sua solidão pelo abismo do tempo, como pode esperar alcançá-lo sem morrer? Nenhuma alma pode ser destruída por armas, queimada pelo fogo, apodrecida pela água ou erodida pelo vento. Morrer não é extinguir a luz; morrer é apagar as estrelas porque a aurora chegou. Este corpo não é um lar, mas uma estalagem, e apenas por pouco tempo. A morte é certa para aquele que nasce, assim como o nascimento é certo para quem morre. Portanto, não lamente o inevitável. O último dia não nos traz a extinção, mas uma mudança de lugar. Os amigos e parentes que você perdeu não estão mortos, apenas se foram antes, avançaram um ou dois estágios na estrada que você também deverá trilhar. (*) EUGENIO SANTANA é escritor, jornalista, ensaísta, redator publicitário, revisor de texto, biógrafo e palestrante. Nove livros publicados. Membro "ad honorem" do Centro Cultural, Literário e Artístico de PORTUGAL; sócio da ACI - Associação Catarinense de Imprensa e da UBE/SC - União Brasileira de Escritores. email: autoreugeniosantana9@gmail.com e WhatsApp (41) 99547-0100

domingo, 16 de setembro de 2018

IDÉIAS FRAGMENTÁRIAS, IMPACTANTES E IMPROVÁVEIS (*)

As redes sociais nos dão o direito de falar com uma legião de idiotas que anteriormente só falavam em uma mesa de bar depois de um copo de vinho, sem prejudicar ninguém. Eles eram rapidamente silenciados, mas agora têm o mesmo direito de falar a respeito de um Prêmio Nobel. É a invasão dos imbecis. O mundo está cheio de livros preciosos que ninguém lê. Os livros não são escritos para que acreditem neles, mas para serem submetidos à investigação. Quando gostamos de um livro, não devemos perguntar o que ele diz, mas o que significa. O que é a filosofia? Desculpem o meu conservadorismo, mas não consigo encontrar uma resposta melhor do que a definição que Aristóteles deu para a metafísica: uma resposta a um ato assombroso. Quando os homens deixam de acreditar em Deus, não significa que eles não acreditam em nada, mas que eles acreditam em tudo. A sabedoria não é destruir os ídolos, mas nunca criá-los. O amor é mais sábio do que a sabedoria. Nada é mais prejudicial para a criatividade do que o furor da inspiração. O verdadeiro herói é um herói por engano. Ele sonha em ser um covarde honesto como todos os outros. Os monstros existem porque fazem parte de um plano divino, e nas características horríveis desses monstros revela-se o poder do criador. Todos os poetas escrevem poesias ruins. Os maus poetas as publicam, os bons poetas as queimam. Não são as notícias que fazem o jornal, mas o jornal que faz as notícias, e saber juntar quatro notícias diferentes significa proporcionar ao leitor uma quinta notícia. Hoje, quando afloram os nomes dos corruptos e fraudadores e sabemos mais, as pessoas não se preocupam com nada e só vão para a cadeia os ladrões de galinhas paraenses. (*) Copydesk/fragment by EUGENIO SANTANA, escritor, jornalista, ensaísta, redator publicitário, revisor de texto e palestrante motivacional. Nove livros publicados. Membro da Academia Cachoeirense de Letras (ACL) e do Centro Cultural, Literário e Artístico de Portugal; sócio da ACI - Associação Catarinense de Imprensa e da UBE/SC - União Brasileira de Escritores. email: autoreugeniosantana9@gmail.com e WhatsApp (41) 9 9547-0100