quinta-feira, 26 de abril de 2018

O AMOR ABRE NOSSOS OLHOS CEGOS PARA A BELEZA (*)

O Amor é o poder que dentro de nós aceita e valoriza o outro ser humano tal como ele é, que aceita a pessoa que ali está, verdadeiramente, e não a transforma no ser idealizado pela nossa projeção. O amor nos faz respeitar a pessoa como um todo. O amor permite ao homem ver o valor intrínseco na mulher, e por isso mesmo o amor o leva a honrá-la e a servi-la, ao invés de usá-la para os interesses de seu ego. Quando tem o amor por guia, ele se preocupa com as necessidades dela e com seu bem-estar, não se fixando em seus próprios desejos e caprichos. O amor altera nosso senso de importância. Pelo amor vemos que nós e os outros temos o mesmo valor como indivíduos diante o cosmo; torna-se tão importante para nós que um ser se complete, que viva plenamente, que encontre a alegria na vida, quanto nos é importante suprir nossas próprias necessidades. No mundo do inconsciente, o amor é uma das grandes forças psicológicas que têm o poder de transformar o ego, de despertá-lo para a existência de algo fora dele mesmo, fora de seus planos, de seu império, fora de sua habitual segurança. O amor liga o ego não somente ao resto da raça humana, como também à alma e a todos os deuses do mundo interior. O amor é, por sua própria natureza, o oposto do egocentrismo. Usamos a palavra amor de maneira muito vaga, nós a usamos para dar dignidade às formas de conseguir poder, atenção, segurança e aceitação por parte de outras pessoas. Quando, porém, nos preocupamos com as “necessidades” criadas por nós, com os nossos desejos, sonhos, com o poder que exercemos sobre as pessoas, isto não é amor. O amor é algo totalmente distinto dos desejos do ego e de seus jogos de poder. Ele leva a outra direção, ou seja, em direção à bondade, ao respeito, às necessidades das pessoas que nos cercam. Em sua própria essência, o amor é uma “apreciação”, um reconhecimento do valor do outro. Ele leva o homem a honrar a mulher, ao invés de usá-la, faz com que ele se pergunte sobre a melhor forma de servi-la. E se a mulher estiver ligada a ele pelos laços do amor, terá essa mesma atitude com relação a ele. A natureza arquetípica do amor talvez jamais tenha sido melhor descrita que nas palavras simples da carta de São Paulo, aos Coríntios: O amor é paciente, é bom; o amor não inveja; o amor não se vangloria e não se envaidece... O amor não procura seus próprios interesses, não se irrita, não folga com a injustiça... Suporta todas as coisas, resiste a todas as coisas. As profecias falharão, as línguas se calarão, a ciência desaparecerá. Mas o amor jamais há de falhar. (*) EUGENIO SANTANA é escritor e jornalista. Nove livros publicados. Membro da Academia Cachoeirense de Letras (ACL), da Associação Uruguaianense de Escritores e Editores e do Centro Cultural, Literário e Artístico de Portugal; sócio da ACI - Associação Catarinense de Imprensa e da UBE/SC - União Brasileira de Escritores. email: autoreugeniosantana11.11@gmail.com e WhatsApp (41) 99547-0100

segunda-feira, 23 de abril de 2018

A SOLIDÃO DE SER DIFERENTE (*)

Parece que há em nós cantos sombrios que toleram apenas uma luz bruxuleante. Um coração sensível gosta de valores frágeis. Entre as muitas coisas profundas que Sartre disse, esta é a que mais amo: “Não importa o que fizeram com você. O que importa é o que você faz com aquilo que fizeram com você”. Pare. Leia de novo. E pense. E reflita. Você lamenta essa maldade que a vida está fazendo com você, a solidão. Se Sartre está certo, essa maldade pode ser o lugar onde você vai plantar o seu jardim. Nietzsche também tinha a solidão como sua companheira. Sozinho, doente, tinha enxaquecas terríveis que duravam três dias e o deixavam cego. Ele tirava suas alegrias de longas caminhadas pelas montanhas, da música e de uns poucos livros que ele amava. Eis aí três companheiras maravilhosas! Vejo, frequentemente, pessoas que caminham por razões de saúde, incapazes de caminhar sozinhas, vão aos pares, aos bandos. E vão falando, falando, sem ver o mundo maravilhoso que as cerca. Falam porque não suportariam caminhar sozinhas. E, por isso mesmo, perdem a maior alegria das caminhadas, que é a alegria de estar em sintonia com a Natureza. Elas não veem as árvores, nem as flores, nem as nuvens, nem sentem a asa do vento acariciar o rosto. Que troca infeliz! Trocam as vozes do silêncio pelo diálogo prolixo e vulgar. Se estivessem a sós com a natureza, em silêncio, sua solidão tornaria possível que elas ouvissem o que a natureza tem a dizer. O estar juntos não quer dizer comunhão. O estar juntos, frequentemente, é uma forma terrível de solidão, um subterfúgio para evitar o contato com nós mesmos. Sartre chegou ao ponto de dizer que “o inferno são os outros”. Eis o que Nietzsche escreveu sobre a solidão: “Ó solidão! Solidão, meu lar!... tua voz – ela me fala com ternura e felicidade! Não discutimos, não queixamos e muitas vezes caminhamos juntos através de portas abertas. Pois onde quer que estas, ali as coisas são abertas e luminosas. E ate mesmo as horas caminham com pés saltitantes. Ali as palavras e os tempos, poemas de todo o ser se abrem diante de mim. Ali todo ser deseja transformar-se em palavra, e toda mudança pede para aprender de mim falar”. Rainer Maria Rilke, um dos poetas mais solitários e densos que conheço, disse o seguinte: “As obras de arte são de uma solidão infinita”. E na solidão que elas são geradas. Foi na casa vazia, num momento solitário, que o operário viu o mundo pela primeira vez e se transformou em poeta. O primeiro filosofo que li, o dinamarquês Soeren Kierkegaard, um solitário que me faz companhia ate hoje, observou que o inicio da infelicidade humana se encontra na comparação. Experimentei isso em minha própria pele. Foi quando eu, menino do interior de uma cidadezinha de Minas Gerais, me mudei para o Rio de Janeiro que conheci as dificuldades. Comparei-me com eles: cariocas, perspicazes, bem falantes, ricos. Eu diferente, sotaque ridículo, gaguejando de vergonha, pobre: entre eles eu não passava de um patinho feio que os outros se compraziam em bicar. Nunca convidei nenhum deles a ir onde eu morava: no apartamento do meu tio, na rua Senador Vergueiro, no bairro do Flamengo. Eu não me atreveria. Conheci, então, a solidão. A solidão de ser diferente. E sofri muito. Nem sequer me atrevi a compartilhar com meus pais esse meu sofrimento. Seria inútil. Eles não compreenderiam. E mesmo que compreendessem, eles nada podiam fazer. Assim, tive de sofrer a minha solidão duas vezes sozinho. Mas foi nela que se formou aquele que sou hoje. As caminhadas pelo deserto me fizeram forte. Aprendi a cuidar de mim mesmo. E aprendi a buscar as coisas que, para mim, solitário, faziam sentido. Como, por exemplo, a musica clássica, a beleza que torna alegre a minha solidão... Sofra a dor real da solidão porque a solidão dói. (*) EUGENIO SANTANA é escritor e jornalista. Nove livros publicados. Membro da Academia Cachoeirense de Letras (ACL), da Associação Uruguaianense de Escritores e Editores e do Centro Cultural, Literário e Artístico de Portugal; sócio da ACI - Associação Catarinense de Imprensa e da UBE/SC - União Brasileira de Escritores. email: autoreugeniosantana11.11@gmail.com e WhatsApp (41) 99547-0100

domingo, 15 de abril de 2018

ESCOLHAS (*)

Inquestionavelmente, você passará, e mais de uma vez no decorrer de sua vida, por dúvidas cruciais concernente aos caminhos a percorrer em busca da idealizada felicidade. São situações únicas nas quais escolhas precisam ser feitas, decisões devem ser tomadas e a protelação apenas alimenta e aumenta a angústia, a ansiedade, a frustração e a insatisfação. Nestas ocasiões, é comum declarar não saber o que se quer. Decerto, os primeiros questionamentos são com relação ao sentido da própria vida, levando ao entendimento de que se trata de uma “crise existencial”, na qual imperam o vazio e o caos. O fato é que este é um momento singular para grande reflexão pessoal a fim de identificar, reconhecer e enfrentar esta crise. É hora de questionar valores, encontrar novas referências, compreender transformações, acolher mudanças ou promover rupturas. Você controla seus pensamentos, amadurece suas emoções e decide sair da zona de conforto, abandonando o comodismo e o conformismo, buscando soluções para seus problemas em lugar de culpados. Por se tratar de um processo, não é algo que será resolvido em um único final de semana. Por isso, é importante ter paciência e dar tempo ao tempo. Interprete esta fase como um período de aprendizado que poderá levar você ao crescimento, à evolução e à superação. Lembre-se de formular muitas perguntas – e buscar respostas para a maioria delas. E embora as tais respostas devam vir de você mesmo, convém consultar terceiros, porém com parcimônia, pois respostas desencontradas podem mais desorientar do que ajudar. Saber o que não quer, também é um grande progresso. Assim é o estudante diante da escolha de qual carreira seguir, que embora frente a múltiplas possibilidades, tem ao menos a convicção de que selecionar Administração exclui Medicina, uma inclinação ao Direito enfraquece a opção por Engenharia, e vice-versa. O profissional em transição de carreira pode ter dúvidas entre pedir demissão e procurar outra empresa, tornar-se consultor, abrir um empreendimento próprio, fazer um concurso público ou mesmo tirar um período sabático para reflexão. Mas será um grande avanço saber que não pretende continuar em seu atual emprego, visto que desestimulado seja pela falta de desafios, oportunidades, reconhecimento ou clima organizacional agradável. Analogamente, um relacionamento conjugal desgastado, arrasta-se e sucumbe de tal forma que a separação não decorre porque se deseja ficar só ou buscar a companhia de outra pessoa, mas apenas porque não se deseja continuar ao lado de quem está hoje. Nossa vida, nos dias atuais, tornou-se alienante, diante de sua rapidez e senso constante de urgência. Deixamos de valorizar o que temos para projetar o que não temos, com base nas imposições da sociedade e no ideal de status. O que realmente vale a pena é aquilo que nos traz serenidade, harmonia e paz no coração. Que nos permite sorrir de forma autêntica e compartilhar da convivência das pessoas que apreciamos. Que nos possibilita recostar a cabeça no travesseiro no final do dia e dormir o sono leve, acolhedor e reconfortante de quem fez o melhor e se prepara para um novo e promissor amanhecer. (*) EUGENIO SANTANA é escritor e jornalista. Nove livros publicados. Membro da Academia Cachoeirense de Letras (ACL), da Associação Uruguaianense de Escritores e Editores e do Centro Cultural, Literário e Artístico de Portugal; sócio da ACI - Associação Catarinense de Imprensa e da UBE/SC - União Brasileira de Escritores, Florianópolis-SC. email: autoreugeniosantana11.11@gmail.com e WhatsApp (41) 99547-0100

quinta-feira, 12 de abril de 2018

O NAVIO DO TEMPO (*)

Um dia é feito de tantos fragmentos, pedaços sujos de estrelas, papéis mofados e carcomidos; crepúsculos e auroras, caminhos que levam a nada. Um dia é feito de portas que se abrem para o limo das palavras: uma lua de papel habita essa terra desabitada. Nas encruzilhadas cavalos dormem um sono cheio de signos e suas crinas trançadas com o lusco-fusco das estradas. As amáveis pessoas que conheci à margem da vida e que me escaparam das mãos de maneira ou de outra como um pássaro escapa, como um sopro escapa de dentro dos ossos voltem, me enlacem e me envolvam e me ajudem a suportar o peso quieto das palavras e o rumor invisível das águias. Por que se perderam de mim essas doces pessoas? Tragam de volta seus rostos como frutas de seda numa bandeja, como borboletas noturnas, lilases. Assim, farejo minhas raízes de frente para o passado nos meus olhos. Antepassados navegam em veleiros espantados. Suas histórias se enredam como flores no concreto, ritos e amores o chão lavado para os momentos sagrados. Um arco de violino toca sete notas nas asas do vento. Fecho os olhos submerso em seus cânticos lamentáveis. O encanto se desmancha. Estou só com o meu destino. Carrego breve a minha cruz. E um retrato entrecortado roído nas bordas pelos ratos que dormem nos porões da memória. Pelos ratos que acordam quando o navio do tempo faz água. Um corte, um hiato, o tempo se contrai e se dilata: quem era eu nesse retrato, quem eram todos aqueles que a vida engoliu? (*) Por EUGENIO SANTANA, FRC - Escritor, jornalista, editor, ensaísta, romancista, redator publicitário. Da Academia de Letras de Uruguaiana/RS e sócio da UBE/SC - União Brasileira de Escritores. Autor de nove livros publicados

ESSE É O DESTINO DA VIDA HUMANA? (*)

Não viemos ao planeta para nos desenvolver... Viemos à vida tentando ser felizes. Porque a vida é curta e está passando. E nenhum bem vale tanto quanto a vida. Isto é elementar. Existem 7 bilhões de pessoas vivendo no mundo. No ano 2050, haverá 9 bilhões; uma em cada cinco pessoas (1,4 bilhão) vive com 1,25 dólar por dia ou menos; um bilhão e meio de pessoas não têm acesso à eletricidade; dois bilhões e meio de pessoas não têm banheiro; quase 1 bilhão de pessoas passa fome todos os dias; as emissões de gases do efeito estufa continuam aumentando, e mais de um terço de todas as espécies conhecidas pode entrar em extinção. E a gente se faz esta pergunta: esse é o destino da vida humana? Estas coisas que digo são muito elementares: o desenvolvimento não pode ser contra a felicidade. Tem que ser a favor da felicidade humana, do amor sobre a Terra, das relações humanas, do cuidado com os filhos, de ter amigos, de ter o básico. (Jornalista/Escritor EUGENIO SANTANA)

sexta-feira, 30 de março de 2018

EDITORA POR DEMANDA: A EXPANSÃO DO GOLPE E DA EXTORSÃO (*)

A temática já é surrada por alguns que estão envolvidos na área, no entanto, vale a pena “ver de novo” para quem está chegando agora, para quem já chegou, ou para aqueles que ainda chegarão, cheio de inocência e expectativas... Escritores do meu Brasil, vou sair da hipótese que você é um autor neófito, com sonhos alados, determinado a publicar seu primeiro livro com uma editora por demanda. No processo de escolha (dos últimos cinco anos para cá, as editoras sob demanda, cresceram quase tão rápido quanto as igrejas evangélicas, deixando um leque faraônico de opções para você aderir), atente-se para alguns detalhes fundamentais: - O primeiro passo é pesquisar. Consulte informações sobre a editora, através do Google, das redes sociais, e principalmente, por meio de autores que publicaram com eles. Observe quantos livros a empresa tem publicado, a qualidade do material, o design nas capas, o preço final do livro para o leitor. Algumas gráficas editoras prometem comercializar seus livros, mas o preço final é exorbitante. Por mais que sua obra seja uma “coisa magnifica”, o leitor não terá acesso; nem ele, nem você, nem sua família. Pois meu amigo, um livro de 140 páginas onde a editora tem a pretensão de vende-lo como se tivesse 1400... tá de brincadeira, né? Para você ver, que o lucro delas é apenas com VOCÊ, quando VOCÊ paga para publicar. Eles não têm qualquer pretensão de vender sua obra, porque sabem que a maioria delas encalha, e empaca mesmo! - A coincidência entre uma editora e outra é que TODAS prometem muito, e TODAS cumprem pouco. O básico: Correção, Revisão, diagramação! Pelo amor do chapéu preto! NÃO confie na “revisão” dessas editoras; elas não revisam nada além do que o programa automático faz. Muito pelo contrario, aceitando cada proposta desses "revisores" (que não entendem português melhor do que você), ademais de NÃO corrigirem os erros no texto, ainda conseguem estragar aquilo que está certo! O serviço de correção é tão ruim, que eles conseguem errar o seu próprio nome na capa do livro. A dica é entregar seu arquivo com o mínimo de erros, corrigi-lo você mesmo varias vezes, entregar o texto para quem entenda do assunto e possa revisá-lo para você (um revisor profissional, dois ou três amigos feras no português), pois essas editoras NÃO terão qualquer carinho ou piedade na hora de “revisá-lo”. Creio que um macaco faz essas correções, um símio que aperta botões e aceita tudo, absolutamente TUDO que o Word recomenda! Não há ninguém minimamente capacitado para mexer no seu texto. Confie no que estou dizendo (e desconfie sempre dos macacos de circo, principiantes, que trabalham nessas editoras). - A primeira falha na conduta do escritor neófito é a pressa! As editoras se aproveitam da ansiedade de seu cliente, tal qual organizadores de festas de casamento se aproveitam dos noivos. Leia o contrato várias vezes, esclareça cada duvida, acrescente detalhes que são importantes e não constam no documento. Você pode viver sem as editoras, mas as editoras não sobrevivem no mercado sem VOCÊ! Uma vez assinado o contrato entre as partes, eles devolverão o seu texto em 15, 30 dias (revisado como a cara deles), “pronto para comercialização”. NÃO seja preguiçoso, revise (a revisão) várias vezes, faça um relatório de cada página e linha onde exista erros; exija que a editora arrume cada falha, pois tenha certeza, ele voltará com mais erros do que quando você o entregou. - Algumas editoras oferecem vantagens especiais com o pagamento à vista. NÃO seja idiota, céus! Você lembra de todo bom atendimento e amabilidade na hora da negociação? Esqueça! Depois que você faz o pagamento à vista, eles se mostrarão extremamente ocupados e o tratarão com um leve distanciamento, manipulando suas exigências. Você é nobre ao negociar com eles, mas passa ao status de plebeu após. Segure-os pelo dinheiro, parcele o pagamento nas condições máximas. Se alguém tiver que tirar vantagem na negociação, faça com que ela seja sua. NÃO se deixe enganar! Acerte cada detalhe antes de assinar o contrato, veja quais formas de comercialização que a editora oferece. Exija que os livros estejam nos sites de venda delas, imediatamente após a publicação, pois algumas gráficas “editoras”, embora prometam vender seu livro em suas lojas virtuais e livrarias, esquecem totalmente desse detalhe, e tanto você quanto seus leitores ficam a ver navios... A principio, eles o farão acreditar que sua obra será o “BUM” do milênio. NÃO se iluda! Eles sequer leem aquilo que publicam (tanto com sua obra quanto aquilo que eles produzem). Tem duvidas? Nos próximos posts, mostrarei alguns documentos na prática, o trabalho que uma dessas gráficas editoras vende como ouro no mercado... ouro para tolo, obviamente! (*) EUGENIO SANTANA é escritor, jornalista, ensaísta, biógrafo, revisor de texto e redator publicitário. Diretor de Redação da revista Cenário Goiano; Superintendente de Imprensa no Governo do Rio de Janeiro. Nove livros publicados. Da Academia Cachoeirense de Letras (ACL), membro honorário da Academia Uruguaianense de Letras e sócio da UBE/SC - União Brasileira de Escritores. email: autoreugeniosantana11.11@gmail.com e WhatsApp (41) 99547-0100

terça-feira, 27 de março de 2018

ENTRADA DO LABIRINTO: A ALMA DO LIVRO...

As pessoas normais trazem filhos ao mundo; os escritores trazem livros. Cada livro tem uma alma, a alma de quem o escreve e a alma de quem o lê. Autores são atores, livros são teatros. O bom livro quando se apresenta não fica vermelho; se é desprezado, não se importa; lido, ensina a verdade com calma; ofendido, não se lamenta e provoca o remorso que talvez desperta o desejo de conhecer a verdade, pois está sempre pronto a ensiná-la. Às vezes fica empoeirado em cima de uma mesinha ou em uma biblioteca. Ninguém pensa nele, mas chega a hora da solidão ou da tristeza, ou da dor, ou da rotina, ou da necessidade de descanso, ou da espera ansiosa pelo futuro; e este amigo fiel sacode a poeira, abre suas folhas aladas, e acontecem admiráveis insights de sabedoria e uma imarcescível compulsão de reinventar a vida. "VENTOS FORTES, RAÍZES PROFUNDAS", “ENQUANTO BRILHA O SOL”, "INFINITOEFÊMERO" e, mais recentemente, "VAGA-LUMES NO JARDIM", - alguns de meus livros filhos - ousam sintetizar, de forma fragmentária, o aprendizado milenar do homem no ato continuado de pensar, falar, gritar, refletir, meditar, gravar o seu espanto de estar no mundo. E cultivar – na alma e no coração – a paixão pelas palavras. O que não escrevi, calou-me. O que não fiz, partiu-me. O autor tem direito ao prefácio; mas ao leitor pertence o posfácio. Sou o produto daqueles que me amaram... ou que se negaram a me amar. Eu também sou, essencialmente, uma obra-prima de Deus, única, autêntica, singular e irrepetível. Curitiba, PR, outono de 2018 Eugenio Santana

NÃO PERCA TEMPO COM CAUSAS PERDIDAS (*)

O mundo evolui por meio de conexões reais: relacionamentos amorosos, relacionamentos profissionais e relacionamentos familiares – basicamente. É através deles que nos enriquecemos, que nossos sonhos são atingidos e que o viver bem é alcançado. No entanto, como nos atrapalhamos com essas relações. Tornamos tudo mais difícil do que o necessário. Estabelecemos um modo de viver que privilegia o complicado em detrimento do que é simples. Talvez porque o simples nos pareça fútil. Quem disse? Não temos controle sobre o que pode dar errado, e muita coisa dá: a reação negativa diante dos nossos esforços, o cancelamento de projetos, o desamor, as inundações, as doenças, a falta de dinheiro, as limitações da velhice, o que mais? Sempre há mais. Então, justamente por essa longa lista de adversidades que podem ocorrer, torna-se obrigatório facilitar o que depende de nós. É uma ilusão achar que pareceremos sábios e sedutores se nossa vida for um nó cego. Fala-se muito em inteligência emocional, mas poucos discutem o seu oposto: a burrice emocional, que faz com que tantos façam escolhas esdrúxulas a fim de que pelo menos sua estranheza seja reconhecida. O simples, o fácil e o comum. Você sabe do que se trata, mas não custa lembrar. Ser objetivo e dizer a verdade, em vez de fazer mistérios que só travam a comunicação. Investir no básico (a casa, a alimentação, o trabalho, o estudo) em vez de torrar as economias em extravagâncias que não sedimentam nada. Tratar bem as pessoas, dando-lhes crédito, em vez de brigar à toa. Saber pedir desculpas, esclarecer mal-entendidos e limpar o caminho para o convívio, ao invés de morrer abraçado ao próprio orgulho. Não gastar seu tempo com causas perdidas. Unir-se a pessoas do Bem. Informar-se previamente sobre o que o aguarda, seja um novo projeto, uma viagem, um concurso público, uma entrevista – preparar-se não tira o gostinho da aventura, só potencializa sua realização. Se você sabe que não vai mudar de idéia, diga logo sim ou não, para que enrolar? Cuide do seu amor. Não dê corda para quem você não deseja por perto. Procure ajuda quando precisar. Não chegue atrasado. E não se envergonhe de gostar do que todos gostam: optar por caminhos espinhentos às vezes serve apenas para forçar uma vitimização. O mundo já é cruel o suficiente para ainda procurarmos confusão e chatice por conta própria. Há outras maneiras de aparecer. Temos escolhas. De todos os tipos. As boas escolhas são alardeadas. As más escolhas são mais secretas e, por isso, confundidas com autenticidade, fica a impressão de que dificultar a própria vida fará com que o cidadão mereça uma medalha de honra ao mérito ao final da jornada. Se você acredita mesmo que o desgaste honra a existência, depois não venha reclamar por ter virado o super-herói de uma revista em quadrinhos que ninguém lê. (*)EUGENIO SANTANA, escritor, jornalista, assessor de comunicação, relações públicas, copydesk, verse maker e self-made man. Sócio da UBE-SC – União Brasileira de Escritores e autor de nove livros publicados, entre os quais “VENTOS FORTES, RAÍZES PROFUNDAS”, MADRAS editora, de autoconhecimento, autorrealização e toques motivacionais. Ex-Superintendente de Imprensa no Rio de Janeiro, RJ (2009/11). Contato: e-mail: autoreugeniosantana11.11@ gmail. com (41) 99547-0100

AS SEMENTES DO OÁSIS QUE SONHAMOS...

Quando a lágrima se debruça sobre a sacada dos olhos, é sinal de que muitas vezes os cômodos e corredores da alma se converteram em rios. Enquanto isso, o rosto aguarda em silente expectativa pelo momento em que se transformará em cascata, uma cachoeira se abrindo das janelas da alma com raízes em silêncio de concerto, fincadas nos porões do coração, sendo contidas apenas por uma frágil represa feita de cílios. Há quem imagine que tristeza é coisa feita na fraqueza de suspiros, no entanto, tristeza é também ventania que esculpe com sua força novas fissuras e contornos na face desfigurada, despovoa ruas antes habitadas por passos extrovertidos e faz ruídos de solidão na concha do ouvido. A tristeza é dotada de uma inacreditável capacidade de subverter meteorologias, visto que pode até fazer Sol do lado de fora, mas em seus domínios paira uma neblina cinzenta que gruda na retina e embaça as cores, de modo que do lado de dentro escurecemos com nuvens de cortinas e cobertores. Reconheço que nem sempre a lágrima da tristeza é auto referência, visto que emprestamos vez por outra nossas lágrimas às causas e dores do outro, bem como por vezes abrimos as comportas para desrepresar o choro real por conta de tramas imaginárias que tem o poder de nos tocar de modo mais humano do que muitos que se desumanizaram. Dizem que lágrimas assim têm o poder de nos devolver a humanidade. É necessário ainda dizer que, se não fossem as cebolas, o que seriam das lágrimas censuradas? As cebolas prestam um serviço inestimável aos que sem se permitirem ou mesmo serem permitidos a chorar, ao manuseá-las encontram autorização que lhes isentam do pedágio das explicações e justificativas; lágrimas de cebola são confessionários que nos viabilizam tirar o cadeado de afetos aprisionados, permitindo a esses um banho de sol. Entretanto, vale enfatizar que as lágrimas não dizem respeito apenas aos lamentos e angústias, visto que na tristeza nosso corpo chora uma fina chuva regando o chão duro da existência por aqueles que não aceitam aquilo que é, na esperança de que aquilo que ainda não é, possa finalmente vir a florescer. Descubro que tristeza também pode ser prenunciadora de alegrias quando se revela em resistência frente aos desertos e absurdos que nos cercam, a fim de regar com nossas lágrimas as sementes do oásis que sonhamos. (Escritor/jornalista EUGENIO SANTANA)

quinta-feira, 22 de março de 2018

CARTA (CATARSE) ABERTA II

Bom dia nobre escritor e amigo-irmão ADRILES ULHÔA FILHO, Ao receber o seu relatório com riquezas de detalhes em relação a essa trágica transição por que passa a Academia de Letras de Paracatu, sinto-me mais aliviado já que o descontentamento envolve pessoas de estirpe e talento: você, Pauliran, o ostraka Fernando Santana Rubinger (esse até que é passível de compreensão. Sou primo e conheço a figura; que fez questão de um completo "alheamento amnésico concernente à ALNM; desconfio dos "humildes dissimulados": No fundo são autocratas, múmias murmurantes, arrogantes e se disfarçam na autopiedade...) A surpresa: Antonio de OLIVEIRA MELLO - mestre em historiografia paracatuense. Saiba que as decisões que tomar, doravante, terá o meu maior apoio, compreensão e discernimento. No tocante as decisões exóticas da direção deste sodalício, são repulsivas. Gostaria de, oportunamente, solicitar que retirem o meu bisavô-materno Nestório de Paula Ribeiro, da lista de patronos da aludida academia. Sartre mais uma vez tem razão por ter escrito: "O inferno são os outros". Por conta de uns maus, os outros sofrem e engordam as indústrias farmo-químicas que vendem disparadamente os seus ansiolíticos e antidepressivos; e, via de consequência, os psicanalistas são procurados com elevado índice de aceitação. Haja Divã!... Como manifestou, certa vez, o velho lobo ZAGALO: "Vocês vão ter que me engolir!" - A aristocrata, justa e talentosa CORACI NEIVA, já está fazendo falta e deixou um legado de leveza, amor e bom senso. Éramos felizes... e SABÍAMOS! Para o meu espanto: os senhores "imortais" Lavoisier e Florival não manifestaram sobre a minha procuração. Aprendi a exercitar a empatia diariamente. Razão porque, não sei o que se passa com essas duas criaturas... Se eu estivesse mais próximo, fundaríamos a "Casa dos Escritores Divergentes de Paracatu"; e/ou ULP - União Literária Paracatuense ou coisa que o valha... Sincera e fraternalmente, seu amigo-irmão Eugenio Santana (Survival)

terça-feira, 20 de março de 2018

CARTA ABERTA - FIM DA VIAGEM. MISSÃO CUMPRIDA (*)

Boa tarde, nobre amigo ADRILES! Paz e Luz; Esperança e Fé! Ontem me senti "roubado". Não sei quais os critérios cabíveis e legais que me afastaram da ALNM. Há cerca de trinta anos publiquei o primeiro livro, em Brasília. Nele não consta fotografia e biografia do autor. À época, eu justifiquei aos leitores: "A obra de Arte sobrepõe ao autor". Hoje, agora, aqui, em Curitiba, essa seria, de certa forma, minha resposta à ALNM. Nunca fui apegado a qualquer tipo de academicismo tendencioso e espúrio; haja vista a própria ABL. Que Guimarães - O Rosa, entrou e morreu dias depois; a mesma que DRUMMOND recusou e, relutou, obstinado, até à morte. Eu prefiro ficar com a espontaneidade da ACL - Academia Cachoeirense de Letras que me acolheu por acaso e por pura meritocracia; e, antes mesmo da publicação em livro, na década de 1980, fui agraciado com o título de membro honorário da Academia Uruguaianense de Letras, de Uruguaiana/RS, entre outras, incluindo de Portugal. Ao longo dos seis meses em Macapá, Capital do Amapá, fiz uma temporada de genuína reflexão, já sexagenário, velho, doente, cansado da geral hipocrisia humana. Tive muitos insights e percepções: uma delas, divisor de águas em minha vida, a mudança para Anápolis, em 1970, aos 14 anos. Meus pais foram sábios, resilientes e determinados. Sempre souberam o que era melhor para os filhos. E graças à Deus, ambos estão sepultados em Anápolis - e foi esse o desejo de Adília e Fabião. Continuo apostando todas as fichas nas obras e não em seus autores; menos ainda, em agremiações lítero - culturais. A propósito, se "sindicato", "ong" ou "academias de letras" tivessem credibilidade, não seriam tão medíocres, oportunistas e, notadamente, a serviço de propósitos questionáveis, irrelevantes e incompatíveis. Sincera e fraternalmente, seu velho amigo leal e fiel, Eugenio Santana

segunda-feira, 19 de março de 2018

VOLTANDO (*)

REGRESSAR demora mais do que partir; porque a estrada é sempre mais longa. Eu não te conhecia, mas o teu coração, sim. Cada coração é um, mas todos se parecem. Aqueles que mais procuram o AMOR estão plenos dele. E, ainda que solitário entre as folhas, o passarinho canta. Esse é o segredo dessas jóias. Essas jóias invisíveis. (*) EUGENIO SANTANA é escritor, jornalista, ensaísta, biógrafo, revisor de texto e redator publicitário. Diretor de Redação da revista Cenário Goiano; Superintendente de Imprensa no Governo do Rio de Janeiro. Nove livros publicados. Da Academia Cachoeirense de Letras (ACL), membro honorário da Academia Uruguaianense de Escritores e sócio da UBE/SC - União Brasileira de Escritores. email: autoreugeniosantana11.11@gmail.com e WhatsApp (41) 99547-0100

OUVIR O SILÊNCIO QUE TE AFAGA (*)

É um suave frescor acompanhado pelo som, estaladas nas árvores, nas folhas. Uma sinfonia sem instrumentos, nem percussão, tampouco maestro. Escorre pelo solo, umidifica a terra, enxágua flores. Purifica o ar que se mistura ao vento. Ventania líquida após sua origem gasosa. Às vezes amena, por vezes intensa, refresca. Mexe com os que embaixo estão. Fenômeno natural. De tão natural, poucos se atentam para sua beleza, sua magia. Ainda que, possamos nos desgarrar do cotidiano, das mesmices, das preocupações, dos aborrecimentos. Desgarrar do telefone celular, da televisão, das fofocas, do dinheiro, da internet, para deitar-se ao chão. Olhar para as nuvens que se movem. Olhar para o nada que te sussurra coisas ao ouvido. Ouvir o silêncio que te afaga. Deitar, olhar, enfim, sentir. Um pingo. Pingo d’água dos milagres da chuva. (*) EUGENIO SANTANA é escritor, jornalista, ensaísta, biógrafo, revisor de texto e redator publicitário. Diretor de Redação da revista Cenário Goiano; Superintendente de Imprensa no Governo do Rio de Janeiro. Nove livros publicados. Da Academia Cachoeirense de Letras (ACL), membro honorário da Academia Uruguaianense de Escritores e sócio da UBE/SC - União Brasileira de Escritores. email: autoreugeniosantana11.11@gmail.com e WhatsApp (41) 99547-0100

sábado, 17 de março de 2018

O VERDADEIRO SIGNIFICADO DO NÚMERO 11:11 (*)

Certamente já deve ter acontecido com alguns de vocês; olhar para o relógio e reparar que marca 11:11, ou ao parar para abastecer seu carro ver na bomba de combustível 11,11l entre outros. Em geral a primeira ocorrência deste evento, acaba passando despercebida, a atenção é despertada quando, se no dia seguinte ou passado um curto intervalo de tempo o fato volta a se repetir, ao olhar no relógio, em um número de conta bancaria, uma matrícula, no número de um imóvel, na placa de um carro etc Este é um evento que desperta a curiosidade e principalmente diversas opiniões e principalmente palpites. Alguns acreditam que sejam anjos protetores, tentando se comunicar com a pessoa. Do ponto de vista esotérico, 11:11 se mostra como algo que é geneticamente codificado no nosso DNA, considerado como lixo, ou seja, partes do DNA que não tem uso biológico conhecido pelos cientistas; mas que é uma pista para o despertar espiritual. Outros afirma que 11:11 é um portal entre os mundos: tridimensional e o pentadirecional. Há crenças de que a sequência 11:11 está relacionada com o conceito de sincronicidade; há autores acreditam ser um sinal auspicioso, e alguns que o evento sinalize a presença de um espírito. Uri Geller, esse mesmo o mágico ilusionista que nos anos 70, que entortava colheres e dizia ter poderes paranormais, tem falado repetidamente sobre o 11:11 e sobre seus poderes místicos; a mesma visão e que também foi adotado por muitos crentes nas filosofias da Nova Era. No entanto, alguns céticos dizem que os exemplos de Geller referente ao fenômeno 11:11, em eventos do mundo, são exemplos de análises em post-hoc de raciocínio; falácia lógica, também conhecida como correlação coincidente, cuja embasamento consiste na ideia de que dois eventos que ocorram em determinada sequência cronológica estão interligados através de uma relação de causa e efeito e predisposição para a confirmação. E assim vejo muita besteira sendo respondida e divulgada inclusive por alguns ditos “Numerólogos”. ENTÃO ATENDENDO AOS PEDIDOS VOU FALAR PELA MINHA VISÃO E ENTENDIMENTO, COM BASE NA NUMEROLOGIA CABALÍSTICA SOBRE O NÚMERO 11:11. Assim como eu a maioria dos Numerologistas acreditam que os eventos ligados principalmente à hora 11:11 aparecem mais frequentemente do acaso ou coincidência, assim como 22:22. NA NUMEROLOGIA CABALÍSTICA; NÚMERO 11 É UM NÚMERO MESTRE, QUE REPRESENTAM A PERFEIÇÃO E A EVOLUÇÃO ESPIRITUAL. Sendo a Numerologia Cabalística uma ciência orientava e não um oraculo preditivo, podemos entender que: Quando vemos este número repetidamente, mais do que uma vez no espaço de poucos dias, este evento seja uma orientação, onde esta sequência numérica simboliza a fusão do mundo físico com o mundo espiritual, demonstrando uma perfeita conexão entre a nossa vida terrena e a nossa dimensão espiritual. Em um momento que a pessoa esteja atravessando uma fase de profunda mudança interior; mesmo que não tenhamos consciência deste fato; as sequências numéricas são uma espécie de lembrete que surge para trazer maior confiança e assegurar que está seguindo por um caminho correto. Ao ver este número, faça uma pausa; sinta a energia que lhe rodeia, veja como está seu ânimo, seus sentimentos, pode estar lhe sendo dada uma oportunidade para expandir sua consciência, como também ser uma orientação para que mude seu comportamento e forma de pensar. Cabalísticamente o “11” pode ser considerado o número do pecado, pois sendo ele um número a mais que o “10” representaria a transgressão da ordem divina. Por outro lado, se o “1” é o símbolo da unidade, o único, o absoluto expressa a energia criativa, e a força que leva à realização, podemos entender que o “11” é a duplicidade do “1”. Na Cabala, fala-se de 10 circulas cujo início e fim é o mesmo, assim “1” e “10” seriam a mesma coisa, o “1” está presente no “10”, a unidade Deus; é a personalidade individual do ser, o idealismo do Homem na direção de sua própria espiritualidade. Assim o “11” é o número da espiritualidade e da intuição; o número do idealismo, do perfeccionismo, da clarividência, da colaboração maior com a humanidade, o que o torna um número de forte magnetismo já que está ligado aos ideais humanos. No “Livro da Criação”, o decimo primeiro caminho é o caminho de Chokmah a Kether (inteligência cintilante), a essência da Alma que completa a ligação consciente dos estados da divindade, tornando-se Uno, cujo crescimento é ilimitado. Nesta exata forma, simultaneamente simples e complexo, por este motivo, acredita-se que este caminho é de uma grandeza exclusiva, pois aquele que ao fim da travessia detiver a verdadeira pureza e virtudes; será autorizado a olhar na face de Deus e continuar a viver. O NÚMERO “11” É O NÚMERO DA FORÇA, DA ENERGIA E DAS GRANDES REVELAÇÕES; VOLTADAS PARA O BEM DA HUMANIDADE, “11” É O NÚMERO DA ESPIRITUALIDADE. Portanto sendo 11:11 a duplicidade do 11 e a quadruplicidade do 1, pode ser entendido como uma orientação para que entenda que está na hora de desenvolver algo novo em sua vida, mudar o rumo, buscar novos caminhos; nos 4 planos básicos da vida: espiritual, sentimental, material e mental, mudar as atitudes e comportamento, buscar o autoconhecimento pois é chegada a hora evoluir espiritualmente. Mostra que o principal propósito de sua existência e aprender a viver com humildade; mantendo-se firme em seu caminho. Suas ações devem ser baseadas em suas virtudes, deve confiar em seus propósitos, ideias e ideais; sem se deixar influenciar pelos outros. Alerta a necessidade de ter fé em suas próprias inspirações, mantendo-se como uma pessoa justa e imparcial diante das desavenças, é chegada a hora de aprender a controlar as tensões sem deixar que as contrariedades lhe influenciem ou dominem. Evite guardar mágoas e alimentar rancores resolva tudo diplomaticamente na hora que acontecer ou mais rápido que puder. Aprimore seu vocabulário, pois lhe será uma ferramenta de grande utilidade. (*) EUGENIO SANTANA é escritor, jornalista, ensaísta, biógrafo, revisor de texto e redator publicitário. Diretor de Redação da revista Cenário Goiano; foi Superintendente de Imprensa no Governo do Rio de Janeiro. Nove livros publicados. Da Academia de Letras do Noroeste de Minas (ALNM) e sócio da UBE/GO-SC - União Brasileira de Escritores. Radicado em Curitiba. email: autoreugeniosantana11.11@gmail.com e WhatsApp (41) 99547-0100

GRATIDÃO: EXPRESSÃO DE AMOR E DESAPEGO (*)

Nos últimos tempos, tenho refletido muito sobre o sentimento de gratidão e, curiosamente, fui percebendo que outros autores também estavam desenvolvendo trabalhos sobre este assunto, o que me sugere uma característica de sincronicidade. Sendo isso uma verdade, leva-me a concluir que este sentimento está se tornando uma necessidade no processo de evolução para uma parcela significativa da população, que vai recebendo essas sugestões pela canalização que alguns de nós realizamos. Possivelmente, aquelas individualidades cósmicas responsáveis por nossa evolução estão a enviar mensagens abertas sobre a gratidão que, captadas e decodificadas, servem de guia para a humanidade. E por que isso estaria acontecendo? Porque a gratidão é a coroação de construções anteriores que passam pelo desenvolvimento do amor, da humildade, do desapego, pela compreensão holística da vida, entre outros, e que vão nos remetendo, pouco a pouco, a uma noção de ser grato à vida por tudo o que temos podido realizar, usufruir e viver. Não que a gratidão chegue após a conclusão das aprendizagens anteriores, mas o ser humano vai se tornando em prontidão para senti-la quando já avançou na vivência de virtudes anteriores, que continuam como exercícios a serem experienciados, mas que em determinado tempo já oportunizam novas descobertas. A gratidão talvez seja a coroação de uma etapa porque ela irá nos remeter, inevitavelmente, a um estado de paz interior que sem ela seria impossível, já que o oposto da gratidão é justamente a revolta. Viver em um mundo com tantas injustiças, de todos os tipos, acaba nos incitando a uma revolta quase que natural. Na verdade, um certo estado de indignação é necessário como um saudável agente motivador para as ações de renovação. Mas se a indignação ultrapassa os limites para a revolta, este novo sentimento, ao invés de construir, alimenta pulsões destrutivas que perturbam a paz interior. Chegar ao estado de gratidão é muito mais do que expressar um "muito obrigado". Aliás, esta expressão me parece sempre muito inconveniente porque não retrata um estado de gratidão, mas um endividamento aprisionante a estar-se obrigado a alguma coisa porque o ajudaram de alguma forma. O estado de gratidão não diz respeito a uma única pessoa a quem se deva algo, nem a este algo que se tenha recebido em especial. O estado de gratidão firma-se em uma atitude ampla de se sentir permanentemente beneficiado pela vida e, por outro lado, comprometido com esta mesma vida em contribuir para o seu pleno desenvolvimento em todos os aspetos em que ela se manifesta. O estado de gratidão deve fluir naturalmente e não ser focado pontualmente. Mas como ser grato a uma vida que se nos parece tão injusta; que nos impõe vicissitudes e dissabores? Por isso, o verdadeiro estado de gratidão só pode ser vivido por quem está trabalhando especialmente a humildade e uma profunda compreensão das leis cósmicas. Isso porque a humildade é o oposto do orgulho que sustenta a revolta; você deixa de achar-se merecedor de todas as regalias que seu prazer egocêntrico almeja e aceita aquilo que se tornou inevitável. Entretanto, esta aceitação para ser autêntica não pode ser dogmática. Então, somente uma profunda compreensão das leis cósmicas pode nos situar exatamente dentro das nossas necessidades evolutivas, fazendo com que tudo aquilo que nos acontece passe a ter um sentido produtivo. Não em função do nosso desejo, mas das questões que irão nos fazer amadurecer e evoluir. Só é possível chegar a este estado de gratidão quando aprendemos a positivar as experiências que vivemos, buscando nelas o sentido que seja próprio às nossas necessidades evolutivas. Quando entendemos o porquê de estarmos passando por determinada situação, esta situação adquire um sentido real de crescimento que, mesmo marcado por algum nível de sofrimento, traz a satisfação do aprendiz que conquista novos patamares de saber e amadurecimento. Esse porquê, para trazer sentido subjetivo real, não se sustenta em observações generalizadas, do tipo: "passo por isso porque sou um pecador" ou "estou pagando pelos meus erros passados e por isso mereço o que tenho". Somente o sentido subjetivo terá significado produtivo. Tudo o que vivenciamos está em sincronicidade com as transformações que precisamos operar nos padrões de personalidade e caráter espiritual que nos são característicos. Portanto, tudo o que vivenciamos nos diz algo sobre o que precisamos aprender para evoluir. Quando esta percepção se torna clara e espontânea, a pessoa está apta a trabalhar seu estado de gratidão que, na verdade, torna-se um estado emergente neste momento mais maduro da individualidade. Não sei se para você, leitor amigo, estas palavras já fazem algum sentido. Se fazem, busque refletir e avançar nestas conquistas. Se não fazem ainda, mas se você por uma sincronicidade leu este texto até aqui, é porque a vida já está explicitando um convite que merece ser analisado. (*) Copidesque/Fragmento por EUGENIO SANTANA, Jornalista, Escritor, Publicitário, Assessor de Comunicação, Relações Públicas, Editor. Autor de nove livros publicados, entre os quais: “INFINITOEFÊMERO”, Editora Kelps, textos de autoconhecimento, autorrealização e técnicas motivacionais. É membro ativo da AMORC - Ordem Rosacruz, desde 1983, grau superior “iluminati”. Integrante de mais de 30 instituições culturais do Brasil e Portugal. (41) 99547-0100 - WhatsApp

quinta-feira, 15 de março de 2018

FRAGMENTOS DA MEMÓRIA (*)

Fazendas Quilombo, Pouso Alegre, Cedro e Cachoeira, Chapada, Bonito, Bonsucesso, Mundo Novo, Água Fria, Forquilha, Lamarão, Vera Cruz, Santa Maria Lagoa Torta e “Aldeia de Cima” (onde nasci)... Cheiro forte de araticum, gabiroba, cagaita, jatobá, baru, cajuzinho, mangaba, marmelada, jambo, jenipapo e outras frutas silvestres do cerrado que perfumava e invadia meu chão de infância, os anos verdes, meu querido e inolvidável pai. Lembro-me o tempo de menino puro e inocente que agasalhavas nos seus braços longos, fortes e musculosos... A cantilena modorrenta do carro-de-boi, meu pai, subindo a serra verde-azulada; sulcando fundo a terra vermelha dos campos de sonhos da amada e inesquecível Minas Gerais, região noroeste. Imenso município de Paracatu “do Príncipe” ou “Atenas Mineira”. Gritavas a plenos pulmões: “Diamante, Gigante, ôôôaaahhh”!... Dois bois estimados, laboriosos e ao mesmo tempo dóceis. Nós – os restantes – aprendizes de carreiros, filhos das rochas, rios e ventos carreávamos com entusiasmo e indisfarçável alegria. Lembro-me do teu ritual de organizar as cangas e colocar o azeite, um óleo ônix que tão bem sabias preparar; lubrificavas os eixos das rodas e o carro-de-boi rangia, cortando o Sertão preguiçosamente e cantava – cantiga de cigarras – na vastidão dos nossos campos Gerais, percorridos e pesquisados, também, pelo saudoso e memorável homem de letras, o nosso escritor mineiro Guimarães Rosa, acompanhado do seu fiel escudeiro o vaqueiro Manuelzão. O velho carro-de-boi avançava lentamente nas estradas de chão batido formando sulcos profundos – rastros do tempo – na terra molhada... Menino pequeno e franzino seguia-te “chamando guia, à frente”, com a vara de ferrão. Não gostava, pai, das investidas surpreendentes dos marimbondos traiçoeiros que atacavam, às vezes, quando estávamos desprevenidos, pois precisávamos estar atentos à caravana. Adorava quando cavalgavas aquele seu cavalo pampa amansado pelo seu primo Santos Perez, na garupa eu seguia contente: o menino mais feliz do mundo! Colhias com gestos de carinho o fruto maduro, doce e agradável da marmelada-do-campo, uma das minhas frutas prediletas. E aquela aventura periódica e imperdível, pai, de subir a íngreme serra. Após a perigosa escalada enfrentávamos com indômita bravura e coragem o “Rio Aldeia”, invariavelmente transbordando suas águas turvas. Fazíamos a travessia por meio de uma frágil pinguela ou nadando, agarrados à montaria. Após a extenuante vitória rumávamos para o “Quilombo”: a fazenda-origem de teus ancestrais, meu querido e amado velho “Nequinho!”. Ali estava, papai, teu filho-do-meio – Toninho: tímido, calado, introspectivo; mas, cúmplice, parceiro obediente; tão magrinho... Seguindo-te por léguas e léguas nas imensas distâncias das Minas Gerais. Nas Asas da saudade e da memória, recordo, pai, a barraca de lona improvisada onde acampamos por volta de 1963. Uma vida cigana tão autêntica, vivência agradável respirando Natureza por todos os lados. Uma árvore bonita e frondosa “fruta-de-óleo”, foi parte do nosso teto; privilégio para a contemplação do incrível brilho das Estrelas. Hernandes e eu (o mano-ébano, “irmão de coração”), ajudávamos no feitio da cerca de arame farpado, serviço contratado pelo vovô Zé Sant’Anna, dono da extensa e promissora fazenda “Forquilha”. Velhos tempos, pai, de banho de rio e muita pescaria. Parece que foi ontem... “Brejo Alegre”... que alegria, pai, compartilhar a tua companhia e da amada mãe Adília... Hernandes meu leal guardião; águas de cacimba, caçadas intermináveis aos tatus, seriemas, saracuras, pombas-do-bando, jaós... Incontáveis aves e pássaros povoaram minha infância, querido velho, graças a ti. “Ilha do pau pombo”... Inventamos esse nome, lembras-te? Lenha de murici tão apreciada por minha mãe. Fogueiras sob o luar do outono, para espantar possíveis animais peçonhentos. O mel de abelha jataí, encontráveis normalmente no pau-terra. Os inumeráveis ferimentos nos dedos em conseqüência do constante labor com os pregos-triângulo na cadência intermitente do martelo nas estacas de “vinhático”, tua madeira preferida para cercas de arame. E como entendia de madeira de lei, meu velho? Admirável o teu conhecimento. Invejável a tua experiência e capacidade. Gratidão é o Sol do Verbo ou simplesmente a Palavra alada? Não importa os erros gramaticais, o palavreado simplório, por conta de nossas origens rurais, cometidos ao sabor desta inominável emoção. Nestas circunstâncias o coração do “poetalado” de milenares vidas, sangra visceralmente. Literalmente. Por favor, Anjo Lecabel, forneça a senha para o carrossel mágico de lembranças... Uma infância lúdica e prazerosa. Sentia a natureza penetrar os olhos, a mente, alma, braços, pernas, coração. Gratidão, meu velho Nequinho, por teres me propiciado a melhor infância do planetazul. Após a maravilhosa temporada nas fazendas dos queridos parentes, integrantes da nossa Árvore da Vida, construístes, a duras penas, a casa que nos abrigou, na cidade, no alto do bairro Bela Vista, palco e cenário de tantas reminiscências... O mano Eustáquio e minhas irmãs Lúcia e Graça. Patrícia, a caçula, veio por último já em chão goiano, Anápolis. Raras fotografias no alpendre... Os biscoitos fritos preparados pela mãe Adília. A marmita que eu levava diariamente para o seu almoço na máquina de beneficiar arroz do Sr. Juquita Vargas. Os banhos na “praia do matinho”... As chegadas bizarras, esfuziantes, hilárias e fugazes dos amáveis Ciganos, que acampavam ao longo da “praia”. Nosso fetichismo e curiosidade. Fui menino “voyeur” das ciganinhas, é claro. Os jogos de futebol, meu time, meu chute certeiro com a “canhotinha de ouro”. As bolas de meia; bolas de gude, bolas de lobeira... Os amigos Beto, Samuel, Donizete, Plínio: infernizávamos meu Deus, a chácara do “seu Jerônimo”... Era uma correria danada. Divertíamos muito! A “comédia”, as “galinhas noturnas”, “horas dançantes” ao sabor da jovem guarda. Circos e parques. A novidade recém-inaugurada Rádio “Juriti” e o vozeirão inconfundível do primeiro locutor, o Eurico Santos. E pelas ondas sonoras vindas de São Paulo, o romântico programa “Barros de Alencar”. Velhos tempos dos anos 1960: amor, leveza, alegria, descontração pura e contagiante. A Primeira Comunhão na Igreja Matriz Catedral de Santo Antonio. Naquele tempo, vestíamos de “Anjo”, indumentária alada, muito interessante... Maria Lúcia ficou tão linda! Eustáquio arrasou, com o terninho com gravata borboleta e a vela na mão. Graça, ainda muito pequena, me acompanhava nas “caçadas” aos passarinhos: visgo, arapuca, alçapão, estilingue e espingarda de pressão. Minha infância povoada de pássaros e aves marcou-me a vida para sempre. O amplo quintal, o vasto pomar: abacaxis, pêssegos, goiabas, mangas, abacates, jabuticabas, laranjas, mamão, amoras. A horta de mãe Adília: eu gostava tanto de ajudá-la a adubar, regar, cercar... E ousava, também, plantar com a orientação dela, claro. Velhas lembranças mescladas com o teu amor perene, insubstituível. Mangabas sazonadas no início do Verão. “Morro do Ouro”: fico amarelo e morro de saudades. A “Gruta Cachoeira de Vênus”, na praia dos Macacos. Encima árvores frutíferas incluindo saborosos jambos. As indefectíveis lavadeiras pobres do “Córrego Rico”. Alzira – minha Flor Azul: o primeiro esboço de amor adolescente... Largo do Jenipapeiro. O hangar dos pequenos monomotores onde eu escondia quando estava sorumbático e brincava, solitário, quem sabe ensaiando a vontade frustrada de ser, um dia, piloto de avião. O Largo do Sant’Anna e o velho casebre onde morou “dona Beja”, a famigerada cortesã. Não sofro, renasço. Revivo o que foi melhor em minha vida: a cidade natal, o palco da minha infância, a memorável presença e companhia do meu pai. Fiquei órfão e mais pobre sem as suas presenças essências querido, valoroso e amado pai Fabião e da senhora minha querida e valiosa mãe Adília. Jesus – O Sol do Verbo – O Mestre do Amor e da Sabedoria – O Cristo Cósmico é o companheiro inseparável: minha âncora, minha bússola. O consolo, o alento infinito. O Caminho, a Verdade e a Vida. Deus – Autor de nossas vidas nos enviou o Messias, o Príncipe da Paz para que nos perdoemos e encontremos a harmonia, em meio à surpresa, ao mistério e ao caos, existentes neste “Vale de Lágrimas”. Um dia, é certo, juntar-me-ei a vocês, nessas paragens cósmicas que desconhecemos. “Ele” pediu-me, carinhosamente, para não tentar desvelar os “Mistérios insondáveis”. Genuflexo e humilde reporto-me à Suprema Sabedoria Celestial. Imperecível saudade nestas asas da Memória, papai e mamãe. Os Anjos de Luz sussurram o verbo da coragem, fé, esperança, entusiasmo e amor incondicional. Eis o meu simples tributo. Esta tentativa de réquiem... Só Deus sabe porquê escrevo; escravo de uma Saudade inesgotável e que nunca terá fim. Beijos alados de seus filhos “Toninho”, Eustáquio, Maria Lúcia, Maria das Graças e Patrícia. Nossos laços são infinitos, intermináveis. É só olhar para as faces de Ingrid, Nuria Liz, Arthur Emmanuel, Enzo Gabriel, Camila, Bruna, Giovanna, Leonardo, Lílian, Glauciane, Janine, Marlon Régis, Gabriela e mais recentemente, Sofia... O amor que dedicaram a nós está impregnado em nossas almas e corações. Até a próxima. Até breve. Até sempre! Maktub. (*) EUGENIO SANTANA é jornalista, escritor, ensaísta, influenciador digital e blogueiro. Membro efetivo da ALNM – Academia de Letras do Noroeste de Minas, cadeira dois. Membro Acadêmico “Benemérito Ad Honorem” do Centro Cultural, Literário e Artístico de Portugal; Autor de nove livros publicados. Radicado em Curitiba-PR – Dedico à memória do meu pai Fabião Couto e de minha mãe Adília Santana. WhatsApp (41) 99547-0100

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

QUEM É O GUARDIÃO DA PALAVRA? (*)

Eis a essência da sombra: o princípio e o fim da tua procura catártica. Aqui, as pessoas se confundem, se refugiam, se despem, se questionam: cobras, lagartos, colibris, borboletas, morcegos; aqueles que habitam as teias espessas do anonimato e formam tentáculos de Ariadne. Individualmente, cada um pode ser o que quiser, fazer o que quiser: os olhos na tela e o mundo nas mãos. Não interessa de onde venha ou para onde vá: ninguém passa impunemente por esse espaço de fragmentos, miscelâneas, economia verbal; linguagem coloquial e monossilábica; artigos prolixos – pró-lixos, jurássicos ou não – artigos longos e enfadonhos, palavrórios, estilhaços filosóficos, estilhaços oníricos e holísticos... Aqui sobrepõe e sobressai o livre-arbítrio e nenhuma mordaça jamais nos alcançará. Não acreditamos em almas-gêmeas. Algemas explodidas, implodidas. Este é o território inóspito do caos. É também solo do sagrado, onde reinam homens e mulheres, anciãos e bebês, carne e osso, Deus e o “encardido”. Onde (re)encontro você. Onde transcendo. E atinjo o zênite e o self e, por vezes, encontro a mimesmo. Você me questiona quem sou e, no instante em que sua curiosidade beira a insanidade, torno-me o nítido e letal veneno do seu temor e te convido a voar por meio de minha alma alada. Eu sou o guardião das sombras esquecidas e o Anjo da Luz revisitado. A nau é frágil? Naufrágio. Ícaro que inibe e instiga. Ânfora com sede. O ponto de exclamação. Junto ocidente e oriente; vida e transição; yin e yang; caos, utopia e paixão. Crepúsculos e Auroras. Nasço a cada findar de um novo dia. Permaneço pequeno, ínfimo. O olhar, ainda gótico. Orgulho-me de ter crescido envolto em névoa e neblina de Arte e Cultura. Lamento meu piano fechado, minha flauta quebrada, meu violino de cordas partidas. Meu pulo impreciso. Decidi viver do limbo virtual e real, arquiteto da pá lavra... basta-me existir e persistir e seguir resiliente aonde as estradas são janelas do Nada. Nadar. Nadir? Inspiro quando leio, escravo enquanto escrevo. Os dedos e os olhos sempre inquietos, a cabeça pulsante, buscando a ousadia, criativo e perfeccionista. E o pássaro voa, sobrevoando pudores, sentindo outros odores, alçando vôos inimagináveis; cantando para deixar brotar a Utopia. Aproxime-se! Há repulsa e irresistível atração. (*) EUGENIO SANTANA é membro efetivo da ALNM – Academia de Letras do Noroeste de Minas, cadeira número dois; publicou nove livros. Jornalista, chegou ao ápice de Superintendente de Imprensa no Rio de Janeiro. Fundador de editoras, jornais e revistas.