sábado, 28 de abril de 2018
"ORAPRONÓBIS" - DECLARAÇÃO DE AMOR À PARACATU, MG (*)
“Ser Mineiro é não dizer o que faz, nem o que vai fazer, é falar pouco e escutar muito, é ser diferente, é ter marca registrada, é ter história.
Ser Mineiro é ter simplicidade e pureza, coragem e bravura, fidalguia e elegância. Ser Mineiro é ver o nascer do Sol e o brilhar da Lua, é ouvir o canto dos pássaros e o mugir do gado, é sentir o despertar do tempo e o amanhecer da vida. É cultivar as letras e as artes; é ser poeta e literato.”
Surpreendentes são estes guardados raros, oriundos das asas da memória privilegiada deste autor de vasta cultura geral, o brilhante intelectual – eternamente jovem octogenário – professor Oswaldo Costa.
Mesclando realidade e ficção – algo inédito e singular na literatura brasileira – o escritor constrói e estrutura um calidoscópio de personagens que sustentam a trama com instigante leveza. Intercalam-se, simultaneamente, romance, memória, ensaio e história.
Ressaltamos tratar-se de um rico painel de mineiridade: usos e costumes, folclore; religiosidade e originalidade da linguagem regionalista, típica das décadas de 30, 40, 50 e 60 e a riqueza de detalhes da opulenta culinária mineira. A propósito, considero oportuno e providencial o lançamento de Orapronóbis que me fez lembrar, com imensa ternura, do livro “Grande Sertão: Veredas”, do incomparável Guimarães Rosa, publicado em abril de 1956, completando, portanto, meio século da primeira edição!
Acredito, sinceramente, que dificilmente a histórica “prisioneira das distâncias” tenha sido lembrada e homenageada, com inefável carinho, da forma especial como está retratada em Orapronóbis.
Ao abrirmos a “caixa preta” das 384 páginas mágicas de Orapronóbis teremos ecos e ressonâncias impressionantes, agradáveis surpresas, descobertas e revelações de alta voltagem literária, filosófica, histórica e sentimental que resgata e testemunha um tempo de bem-aventuranças...
Quanto a mim, empreendi uma insólita viagem nas asas do tempo e mergulhei fundo nas águas do meu chão de infância – e metade da adolescência – ricamente vivenciados em Orapronóbis. Fiz minha autoterapia de vida passada e viajei – mineiro-menino – e ouvi muitas vozes de antanho: “caçando passarinho” nos brejos de buritis, pescando traíras nas verdes veredas de águas cristalinas, chupando – até o caroço – as mangas dulcíssimas do enorme quintal e as gabirobas e araticuns nos largos campos e cerrados da “Lagoa Torta”, fazenda de quatrocentos alqueires, que pertenceu à minha altruística e heróica tia-avó Bertholina Josefina de Sant’Anna que, posteriormente, legou – via generosa herança – aos meus pais Fabião Couto (em memória) e Adília Santana, que por lá permaneceram e laboraram entre 1972/80, até retornarem em definitivo para Goiás, especificamente para Anápolis, urbe na qual, coincidentemente, o dileto autor e prestigiado conterrâneo radicou-se em 1955.
Constatei, perplexo, que a famigerada “Coluna Prestes” usava de métodos nada ortodoxos, utilizando-se, quando necessário, de extrema violência para cumprir seus “objetivos comunistas”, tendo espalhado o terror em sua efêmera e desastrosa passagem por Paracatu, deixando marcas profundas e traumáticas na índole e na alma pacífica e acolhedora dos paracatuenses.
E para minha surpresa maior, fiquei sabendo que o Toco do Pecado – cantado em verso e prosa – instalado frente à Igreja Matriz de Santo Antônio – verdadeiro tribunal de notícias, jornal verbal ou cultura oral? (sic) – já existia desde a década de 40. Incrível! Meu tio – o mais loquaz e verborrágico - Francisco de Assis Santana, participava ativamente das “rodadas de negociações” e batia “seu ponto”, com inegável assiduidade, no banco da fofoca, por volta de 1960/1980.
A simples menção das fazendas tocaram-me a alma, a mente e o coração. Algumas conheci e usufrui; outras só mesmo através do comentário de parentes fazendeiros. Ei-las: Santa Maria, Vera Cruz, Bom Sucesso, Alegria, Mundo Novo, Chapada, Água Fria, Aldeia de Cima, Poções, Quebra-Eixo, Palmital e a inesquecível Lagoa Torta... Nostálgicas saudades!
Não tenho dúvida em relação ao êxtase cósmico experimentado pelas almas-alada de alguns personagens – fictícios ou não – tais como: Sô Homero (alter ego do coronel Chico Pinheiro), Tia Teca, o genial professor Josino Neiva, Emídio (o farmacêutico), o romântico, corajoso e habilidoso vaqueiro Urias (que lembra, de certa forma, o meu pai), Nora, Nezinho (que fim trágico!), Tim Jordão, Zabé, Lázaro, Vicente, Otílio, Zé da Anta (meu vovô Zé Santana), Chico Cabaú que muito alegrou a minha infância no bairro Bela Vista; bem como o Padre Joca – que nasceu em Pirenópolis: cidade goiana que me faz recordar a nossa Paracatu do príncipe -, aonde quer que se encontrem: orai, por nós! Contritos e genuflexos e sob a Luz do Altíssimo, todos eles te agradecem, ilustre escritor Oswaldo Costa, pelo legado desta sua magnífica obra!
E qual é a missão do escritor, meu caro professor Oswaldo? Respondo com o verbo emprestado da notável Lygia Fagundes Teles: “a função do escritor? Ser testemunha do seu tempo e da sua sociedade. Escrever por aqueles que não podem escrever. Falar por aqueles que muitas vezes esperam ouvir da nossa boca a palavra que gostaria de dizer. Comunicar-se com o próximo e se possível, mesmo por meio de soluções ambíguas, ajudá-lo no seu sofrimento e na sua esperança”.
Que as bibliotecas brasileiras, especialmente mineiras, goianas, gaúchas e cariocas providenciem – com a máxima brevidade – a inserção de um exemplar deste valioso livro, catalogando-o em todas as Estantes de seus respectivos acervos. Ora pro nobis, Paracatu! Assim seja!
(*) EUGENIO SANTANA é escritor e jornalista. Nove livros publicados. Membro da Academia Cachoeirense de Letras (ACL), da Associação Uruguaianense de Escritores e Editores e do Centro Cultural, Literário e Artístico de Portugal; sócio da ACI - Associação Catarinense de Imprensa e da UBE/SC - União Brasileira de Escritores. email: autoreugeniosantana11.11@gmail.com e WhatsApp (41) 99547-0100
sexta-feira, 27 de abril de 2018
A OBRA-PRIMA DE CADA UM (*)
Toda escultura nasceu de uma matéria bruta, até ter sua essência revelada.
O que é um ser humano, senão matéria bruta a ser esculpida? Passamos a vida tentando nos livrar dos excessos que escondem o que temos de mais bonito. Fico me perguntando quem seria nosso escultor. Um grupo vai reivindicar que é DEUS, mas por mais que ELE ande com a reputação em alta, discordo. Tampouco creio que seja pai e mãe (ambos já se foram, vale salientar), apesar da bela mãozinha que eles dão ao escultor principal; o tempo, é óbvio.
Pai e mãe começam o trabalho, mas é o tempo que nos esculpe, e ele não tem pressa alguma em terminar o serviço, até porque sabe que todo ser humano é uma sinfonia inacabada. Levamos décadas até chegarmos a um rascunho bem-acabado de nós mesmos, que é o máximo que podemos almejar.
Quando jovens, temos a arrogância e a prepotência de achar que sabemos muito, e, no entanto, é justamente esse “muito” que precisa ser desbastado pelo tempo até que se chegue no cerne, na parte mais central da nossa identidade, naquilo que fundamentalmente nos caracteriza. Amadurecer é passar por esse refinamento, deixando para trás o que for gordura, o que for pastoso, o que for desnecessário, tudo aquilo que pesa e aprisiona, a matéria inútil que impede a visão do essencial, que camufla a nossa verdade. O que o tempo garimpa em nós? O verdadeiro sentido da nossa vida.
O tempo, escultor de todos nós, age da mesma forma: de uma hora para a outra, dá seu trabalho por encerrado. Mas enquanto ele ainda está a nosso serviço, que o ajudemos na missão de deixar de lado os nossos excessos de vaidade, de narcisismo, de futilidade. Que finalmente possamos expor o que há de mais precioso em você, em mim, em qualquer pessoa: nosso afeto e generosidade. Essa é a obra-prima de cada um, extraída em meio ao entulho que nos cerca.
(*) EUGENIO SANTANA é escritor e jornalista. Nove livros publicados. Membro da Academia Cachoeirense de Letras (ACL), da Associação Uruguaianense de Escritores e Editores e do Centro Cultural, Literário e Artístico de Portugal; sócio da ACI - Associação Catarinense de Imprensa e da UBE/SC - União Brasileira de Escritores. email: autoreugeniosantana11.11@gmail.com e WhatsApp (41) 99547-0100
quinta-feira, 26 de abril de 2018
O AMOR ABRE NOSSOS OLHOS CEGOS PARA A BELEZA (*)
O Amor é o poder que dentro de nós aceita e valoriza o outro ser humano tal como ele é, que aceita a pessoa que ali está, verdadeiramente, e não a transforma no ser idealizado pela nossa projeção. O amor nos faz respeitar a pessoa como um todo. O amor permite ao homem ver o valor intrínseco na mulher, e por isso mesmo o amor o leva a honrá-la e a servi-la, ao invés de usá-la para os interesses de seu ego. Quando tem o amor por guia, ele se preocupa com as necessidades dela e com seu bem-estar, não se fixando em seus próprios desejos e caprichos. O amor altera nosso senso de importância. Pelo amor vemos que nós e os outros temos o mesmo valor como indivíduos diante o cosmo; torna-se tão importante para nós que um ser se complete, que viva plenamente, que encontre a alegria na vida, quanto nos é importante suprir nossas próprias necessidades. No mundo do inconsciente, o amor é uma das grandes forças psicológicas que têm o poder de transformar o ego, de despertá-lo para a existência de algo fora dele mesmo, fora de seus planos, de seu império, fora de sua habitual segurança. O amor liga o ego não somente ao resto da raça humana, como também à alma e a todos os deuses do mundo interior. O amor é, por sua própria natureza, o oposto do egocentrismo. Usamos a palavra amor de maneira muito vaga, nós a usamos para dar dignidade às formas de conseguir poder, atenção, segurança e aceitação por parte de outras pessoas. Quando, porém, nos preocupamos com as “necessidades” criadas por nós, com os nossos desejos, sonhos, com o poder que exercemos sobre as pessoas, isto não é amor. O amor é algo totalmente distinto dos desejos do ego e de seus jogos de poder. Ele leva a outra direção, ou seja, em direção à bondade, ao respeito, às necessidades das pessoas que nos cercam. Em sua própria essência, o amor é uma “apreciação”, um reconhecimento do valor do outro. Ele leva o homem a honrar a mulher, ao invés de usá-la, faz com que ele se pergunte sobre a melhor forma de servi-la. E se a mulher estiver ligada a ele pelos laços do amor, terá essa mesma atitude com relação a ele. A natureza arquetípica do amor talvez jamais tenha sido melhor descrita que nas palavras simples da carta de São Paulo, aos Coríntios: O amor é paciente, é bom; o amor não inveja; o amor não se vangloria e não se envaidece... O amor não procura seus próprios interesses, não se irrita, não folga com a injustiça... Suporta todas as coisas, resiste a todas as coisas. As profecias falharão, as línguas se calarão, a ciência desaparecerá. Mas o amor jamais há de falhar.
(*) EUGENIO SANTANA é escritor e jornalista. Nove livros publicados. Membro da Academia Cachoeirense de Letras (ACL), da Associação Uruguaianense de Escritores e Editores e do Centro Cultural, Literário e Artístico de Portugal; sócio da ACI - Associação Catarinense de Imprensa e da UBE/SC - União Brasileira de Escritores. email: autoreugeniosantana11.11@gmail.com e WhatsApp (41) 99547-0100
segunda-feira, 23 de abril de 2018
A SOLIDÃO DE SER DIFERENTE (*)
Parece que há em nós cantos sombrios que toleram apenas uma luz bruxuleante. Um coração sensível gosta de valores frágeis. Entre as muitas coisas profundas que Sartre disse, esta é a que mais amo: “Não importa o que fizeram com você. O que importa é o que você faz com aquilo que fizeram com você”. Pare. Leia de novo. E pense. E reflita. Você lamenta essa maldade que a vida está fazendo com você, a solidão. Se Sartre está certo, essa maldade pode ser o lugar onde você vai plantar o seu jardim. Nietzsche também tinha a solidão como sua companheira. Sozinho, doente, tinha enxaquecas terríveis que duravam três dias e o deixavam cego. Ele tirava suas alegrias de longas caminhadas pelas montanhas, da música e de uns poucos livros que ele amava. Eis aí três companheiras maravilhosas! Vejo, frequentemente, pessoas que caminham por razões de saúde, incapazes de caminhar sozinhas, vão aos pares, aos bandos. E vão falando, falando, sem ver o mundo maravilhoso que as cerca. Falam porque não suportariam caminhar sozinhas. E, por isso mesmo, perdem a maior alegria das caminhadas, que é a alegria de estar em sintonia com a Natureza. Elas não veem as árvores, nem as flores, nem as nuvens, nem sentem a asa do vento acariciar o rosto. Que troca infeliz! Trocam as vozes do silêncio pelo diálogo prolixo e vulgar. Se estivessem a sós com a natureza, em silêncio, sua solidão tornaria possível que elas ouvissem o que a natureza tem a dizer. O estar juntos não quer dizer comunhão. O estar juntos, frequentemente, é uma forma terrível de solidão, um subterfúgio para evitar o contato com nós mesmos. Sartre chegou ao ponto de dizer que “o inferno são os outros”. Eis o que Nietzsche escreveu sobre a solidão: “Ó solidão! Solidão, meu lar!... tua voz – ela me fala com ternura e felicidade! Não discutimos, não queixamos e muitas vezes caminhamos juntos através de portas abertas. Pois onde quer que estas, ali as coisas são abertas e luminosas. E ate mesmo as horas caminham com pés saltitantes. Ali as palavras e os tempos, poemas de todo o ser se abrem diante de mim. Ali todo ser deseja transformar-se em palavra, e toda mudança pede para aprender de mim falar”. Rainer Maria Rilke, um dos poetas mais solitários e densos que conheço, disse o seguinte: “As obras de arte são de uma solidão infinita”. E na solidão que elas são geradas. Foi na casa vazia, num momento solitário, que o operário viu o mundo pela primeira vez e se transformou em poeta. O primeiro filosofo que li, o dinamarquês Soeren Kierkegaard, um solitário que me faz companhia ate hoje, observou que o inicio da infelicidade humana se encontra na comparação. Experimentei isso em minha própria pele. Foi quando eu, menino do interior de uma cidadezinha de Minas Gerais, me mudei para o Rio de Janeiro que conheci as dificuldades. Comparei-me com eles: cariocas, perspicazes, bem falantes, ricos. Eu diferente, sotaque ridículo, gaguejando de vergonha, pobre: entre eles eu não passava de um patinho feio que os outros se compraziam em bicar. Nunca convidei nenhum deles a ir onde eu morava: no apartamento do meu tio, na rua Senador Vergueiro, no bairro do Flamengo. Eu não me atreveria. Conheci, então, a solidão. A solidão de ser diferente. E sofri muito. Nem sequer me atrevi a compartilhar com meus pais esse meu sofrimento. Seria inútil. Eles não compreenderiam. E mesmo que compreendessem, eles nada podiam fazer. Assim, tive de sofrer a minha solidão duas vezes sozinho. Mas foi nela que se formou aquele que sou hoje. As caminhadas pelo deserto me fizeram forte. Aprendi a cuidar de mim mesmo. E aprendi a buscar as coisas que, para mim, solitário, faziam sentido. Como, por exemplo, a musica clássica, a beleza que torna alegre a minha solidão... Sofra a dor real da solidão porque a solidão dói.
(*) EUGENIO SANTANA é escritor e jornalista. Nove livros publicados. Membro da Academia Cachoeirense de Letras (ACL), da Associação Uruguaianense de Escritores e Editores e do Centro Cultural, Literário e Artístico de Portugal; sócio da ACI - Associação Catarinense de Imprensa e da UBE/SC - União Brasileira de Escritores. email: autoreugeniosantana11.11@gmail.com e WhatsApp (41) 99547-0100
domingo, 15 de abril de 2018
ESCOLHAS (*)
Inquestionavelmente, você passará, e mais de uma vez no decorrer de sua vida, por dúvidas cruciais concernente aos caminhos a percorrer em busca da idealizada felicidade.
São situações únicas nas quais escolhas precisam ser feitas, decisões devem ser tomadas e a protelação apenas alimenta e aumenta a angústia, a ansiedade, a frustração e a insatisfação.
Nestas ocasiões, é comum declarar não saber o que se quer. Decerto, os primeiros questionamentos são com relação ao sentido da própria vida, levando ao entendimento de que se trata de uma “crise existencial”, na qual imperam o vazio e o caos.
O fato é que este é um momento singular para grande reflexão pessoal a fim de identificar, reconhecer e enfrentar esta crise. É hora de questionar valores, encontrar novas referências, compreender transformações, acolher mudanças ou promover rupturas. Você controla seus pensamentos, amadurece suas emoções e decide sair da zona de conforto, abandonando o comodismo e o conformismo, buscando soluções para seus problemas em lugar de culpados.
Por se tratar de um processo, não é algo que será resolvido em um único final de semana. Por isso, é importante ter paciência e dar tempo ao tempo. Interprete esta fase como um período de aprendizado que poderá levar você ao crescimento, à evolução e à superação.
Lembre-se de formular muitas perguntas – e buscar respostas para a maioria delas. E embora as tais respostas devam vir de você mesmo, convém consultar terceiros, porém com parcimônia, pois respostas desencontradas podem mais desorientar do que ajudar.
Saber o que não quer, também é um grande progresso. Assim é o estudante diante da escolha de qual carreira seguir, que embora frente a múltiplas possibilidades, tem ao menos a convicção de que selecionar Administração exclui Medicina, uma inclinação ao Direito enfraquece a opção por Engenharia, e vice-versa.
O profissional em transição de carreira pode ter dúvidas entre pedir demissão e procurar outra empresa, tornar-se consultor, abrir um empreendimento próprio, fazer um concurso público ou mesmo tirar um período sabático para reflexão. Mas será um grande avanço saber que não pretende continuar em seu atual emprego, visto que desestimulado seja pela falta de desafios, oportunidades, reconhecimento ou clima organizacional agradável.
Analogamente, um relacionamento conjugal desgastado, arrasta-se e sucumbe de tal forma que a separação não decorre porque se deseja ficar só ou buscar a companhia de outra pessoa, mas apenas porque não se deseja continuar ao lado de quem está hoje.
Nossa vida, nos dias atuais, tornou-se alienante, diante de sua rapidez e senso constante de urgência. Deixamos de valorizar o que temos para projetar o que não temos, com base nas imposições da sociedade e no ideal de status.
O que realmente vale a pena é aquilo que nos traz serenidade, harmonia e paz no coração. Que nos permite sorrir de forma autêntica e compartilhar da convivência das pessoas que apreciamos. Que nos possibilita recostar a cabeça no travesseiro no final do dia e dormir o sono leve, acolhedor e reconfortante de quem fez o melhor e se prepara para um novo e promissor amanhecer.
(*) EUGENIO SANTANA é escritor e jornalista. Nove livros publicados. Membro da Academia Cachoeirense de Letras (ACL), da Associação Uruguaianense de Escritores e Editores e do Centro Cultural, Literário e Artístico de Portugal; sócio da ACI - Associação Catarinense de Imprensa e da UBE/SC - União Brasileira de Escritores, Florianópolis-SC. email: autoreugeniosantana11.11@gmail.com e WhatsApp (41) 99547-0100
quinta-feira, 12 de abril de 2018
O NAVIO DO TEMPO (*)
Um dia é feito de tantos fragmentos, pedaços sujos de estrelas, papéis mofados e carcomidos; crepúsculos e auroras, caminhos que levam a nada. Um dia é feito de portas que se abrem para o limo das palavras: uma lua de papel habita essa terra desabitada. Nas encruzilhadas cavalos dormem um sono cheio de signos e suas crinas trançadas com o lusco-fusco das estradas. As amáveis pessoas que conheci à margem da vida e que me escaparam das mãos de maneira ou de outra como um pássaro escapa, como um sopro escapa de dentro dos ossos voltem, me enlacem e me envolvam e me ajudem a suportar o peso quieto das palavras e o rumor invisível das águias. Por que se perderam de mim essas doces pessoas? Tragam de volta seus rostos como frutas de seda numa bandeja, como borboletas noturnas, lilases. Assim, farejo minhas raízes de frente para o passado nos meus olhos. Antepassados navegam em veleiros espantados. Suas histórias se enredam como flores no concreto, ritos e amores o chão lavado para os momentos sagrados. Um arco de violino toca sete notas nas asas do vento. Fecho os olhos submerso em seus cânticos lamentáveis. O encanto se desmancha. Estou só com o meu destino. Carrego breve a minha cruz. E um retrato entrecortado roído nas bordas pelos ratos que dormem nos porões da memória. Pelos ratos que acordam quando o navio do tempo faz água. Um corte, um hiato, o tempo se contrai e se dilata: quem era eu nesse retrato, quem eram todos aqueles que a vida engoliu?
(*) Por EUGENIO SANTANA, FRC - Escritor, jornalista, editor, ensaísta, romancista, redator publicitário. Da Academia de Letras de Uruguaiana/RS e sócio da UBE/SC - União Brasileira de Escritores. Autor de nove livros publicados
ESSE É O DESTINO DA VIDA HUMANA? (*)
Não viemos ao planeta para nos desenvolver... Viemos à vida tentando ser felizes. Porque a vida é curta e está passando. E nenhum bem vale tanto quanto a vida. Isto é elementar. Existem 7 bilhões de pessoas vivendo no mundo. No ano 2050, haverá 9 bilhões; uma em cada cinco pessoas (1,4 bilhão) vive com 1,25 dólar por dia ou menos; um bilhão e meio de pessoas não têm acesso à eletricidade; dois bilhões e meio de pessoas não têm banheiro; quase 1 bilhão de pessoas passa fome todos os dias; as emissões de gases do efeito estufa continuam aumentando, e mais de um terço de todas as espécies conhecidas pode entrar em extinção. E a gente se faz esta pergunta: esse é o destino da vida humana? Estas coisas que digo são muito elementares: o desenvolvimento não pode ser contra a felicidade. Tem que ser a favor da felicidade humana, do amor sobre a Terra, das relações humanas, do cuidado com os filhos, de ter amigos, de ter o básico. (Jornalista/Escritor EUGENIO SANTANA)
sexta-feira, 30 de março de 2018
EDITORA POR DEMANDA: A EXPANSÃO DO GOLPE E DA EXTORSÃO (*)
A temática já é surrada por alguns que estão envolvidos na área, no entanto, vale a pena “ver de novo” para quem está chegando agora, para quem já chegou, ou para aqueles que ainda chegarão, cheio de inocência e expectativas...
Escritores do meu Brasil, vou sair da hipótese que você é um autor neófito, com sonhos alados, determinado a publicar seu primeiro livro com uma editora por demanda. No processo de escolha (dos últimos cinco anos para cá, as editoras sob demanda, cresceram quase tão rápido quanto as igrejas evangélicas, deixando um leque faraônico de opções para você aderir), atente-se para alguns detalhes fundamentais:
- O primeiro passo é pesquisar. Consulte informações sobre a editora, através do Google, das redes sociais, e principalmente, por meio de autores que publicaram com eles. Observe quantos livros a empresa tem publicado, a qualidade do material, o design nas capas, o preço final do livro para o leitor. Algumas gráficas editoras prometem comercializar seus livros, mas o preço final é exorbitante. Por mais que sua obra seja uma “coisa magnifica”, o leitor não terá acesso; nem ele, nem você, nem sua família. Pois meu amigo, um livro de 140 páginas onde a editora tem a pretensão de vende-lo como se tivesse 1400... tá de brincadeira, né? Para você ver, que o lucro delas é apenas com VOCÊ, quando VOCÊ paga para publicar. Eles não têm qualquer pretensão de vender sua obra, porque sabem que a maioria delas encalha, e empaca mesmo!
- A coincidência entre uma editora e outra é que TODAS prometem muito, e TODAS cumprem pouco. O básico: Correção, Revisão, diagramação! Pelo amor do chapéu preto! NÃO confie na “revisão” dessas editoras; elas não revisam nada além do que o programa automático faz. Muito pelo contrario, aceitando cada proposta desses "revisores" (que não entendem português melhor do que você), ademais de NÃO corrigirem os erros no texto, ainda conseguem estragar aquilo que está certo! O serviço de correção é tão ruim, que eles conseguem errar o seu próprio nome na capa do livro. A dica é entregar seu arquivo com o mínimo de erros, corrigi-lo você mesmo varias vezes, entregar o texto para quem entenda do assunto e possa revisá-lo para você (um revisor profissional, dois ou três amigos feras no português), pois essas editoras NÃO terão qualquer carinho ou piedade na hora de “revisá-lo”. Creio que um macaco faz essas correções, um símio que aperta botões e aceita tudo, absolutamente TUDO que o Word recomenda! Não há ninguém minimamente capacitado para mexer no seu texto. Confie no que estou dizendo (e desconfie sempre dos macacos de circo, principiantes, que trabalham nessas editoras).
- A primeira falha na conduta do escritor neófito é a pressa! As editoras se aproveitam da ansiedade de seu cliente, tal qual organizadores de festas de casamento se aproveitam dos noivos. Leia o contrato várias vezes, esclareça cada duvida, acrescente detalhes que são importantes e não constam no documento. Você pode viver sem as editoras, mas as editoras não sobrevivem no mercado sem VOCÊ! Uma vez assinado o contrato entre as partes, eles devolverão o seu texto em 15, 30 dias (revisado como a cara deles), “pronto para comercialização”. NÃO seja preguiçoso, revise (a revisão) várias vezes, faça um relatório de cada página e linha onde exista erros; exija que a editora arrume cada falha, pois tenha certeza, ele voltará com mais erros do que quando você o entregou.
- Algumas editoras oferecem vantagens especiais com o pagamento à vista. NÃO seja idiota, céus! Você lembra de todo bom atendimento e amabilidade na hora da negociação? Esqueça! Depois que você faz o pagamento à vista, eles se mostrarão extremamente ocupados e o tratarão com um leve distanciamento, manipulando suas exigências. Você é nobre ao negociar com eles, mas passa ao status de plebeu após. Segure-os pelo dinheiro, parcele o pagamento nas condições máximas. Se alguém tiver que tirar vantagem na negociação, faça com que ela seja sua. NÃO se deixe enganar!
Acerte cada detalhe antes de assinar o contrato, veja quais formas de comercialização que a editora oferece. Exija que os livros estejam nos sites de venda delas, imediatamente após a publicação, pois algumas gráficas “editoras”, embora prometam vender seu livro em suas lojas virtuais e livrarias, esquecem totalmente desse detalhe, e tanto você quanto seus leitores ficam a ver navios... A principio, eles o farão acreditar que sua obra será o “BUM” do milênio. NÃO se iluda! Eles sequer leem aquilo que publicam (tanto com sua obra quanto aquilo que eles produzem). Tem duvidas? Nos próximos posts, mostrarei alguns documentos na prática, o trabalho que uma dessas gráficas editoras vende como ouro no mercado... ouro para tolo, obviamente!
(*) EUGENIO SANTANA é escritor, jornalista, ensaísta, biógrafo, revisor de texto e redator publicitário. Diretor de Redação da revista Cenário Goiano; Superintendente de Imprensa no Governo do Rio de Janeiro. Nove livros publicados. Da Academia Cachoeirense de Letras (ACL), membro honorário da Academia Uruguaianense de Letras e sócio da UBE/SC - União Brasileira de Escritores. email: autoreugeniosantana11.11@gmail.com e WhatsApp (41) 99547-0100
terça-feira, 27 de março de 2018
ENTRADA DO LABIRINTO: A ALMA DO LIVRO...
As pessoas normais trazem filhos ao mundo; os escritores trazem livros. Cada livro tem uma alma, a alma de quem o escreve e a alma de quem o lê. Autores são atores, livros são teatros. O bom livro quando se apresenta não fica vermelho; se é desprezado, não se importa; lido, ensina a verdade com calma; ofendido, não se lamenta e provoca o remorso que talvez desperta o desejo de conhecer a verdade, pois está sempre pronto a ensiná-la.
Às vezes fica empoeirado em cima de uma mesinha ou em uma biblioteca. Ninguém pensa nele, mas chega a hora da solidão ou da tristeza, ou da dor, ou da rotina, ou da necessidade de descanso, ou da espera ansiosa pelo futuro; e este amigo fiel sacode a poeira, abre suas folhas aladas, e acontecem admiráveis insights de sabedoria e uma imarcescível compulsão de reinventar a vida.
"VENTOS FORTES, RAÍZES PROFUNDAS", “ENQUANTO BRILHA O SOL”, "INFINITOEFÊMERO" e, mais recentemente, "VAGA-LUMES NO JARDIM", - alguns de meus livros filhos - ousam sintetizar, de forma fragmentária, o aprendizado milenar do homem no ato continuado de pensar, falar, gritar, refletir, meditar, gravar o seu espanto de estar no mundo. E cultivar – na alma e no coração – a paixão pelas palavras.
O que não escrevi, calou-me. O que não fiz, partiu-me.
O autor tem direito ao prefácio; mas ao leitor pertence o posfácio.
Sou o produto daqueles que me amaram... ou que se negaram a me amar.
Eu também sou, essencialmente, uma obra-prima de Deus, única, autêntica, singular e irrepetível.
Curitiba, PR, outono de 2018
Eugenio Santana
NÃO PERCA TEMPO COM CAUSAS PERDIDAS (*)
O mundo evolui por meio de conexões reais: relacionamentos amorosos, relacionamentos profissionais e relacionamentos familiares – basicamente. É através deles que nos enriquecemos, que nossos sonhos são atingidos e que o viver bem é alcançado. No entanto, como nos atrapalhamos com essas relações. Tornamos tudo mais difícil do que o necessário. Estabelecemos um modo de viver que privilegia o complicado em detrimento do que é simples. Talvez porque o simples nos pareça fútil. Quem disse?
Não temos controle sobre o que pode dar errado, e muita coisa dá: a reação negativa diante dos nossos esforços, o cancelamento de projetos, o desamor, as inundações, as doenças, a falta de dinheiro, as limitações da velhice, o que mais? Sempre há mais.
Então, justamente por essa longa lista de adversidades que podem ocorrer, torna-se obrigatório facilitar o que depende de nós. É uma ilusão achar que pareceremos sábios e sedutores se nossa vida for um nó cego. Fala-se muito em inteligência emocional, mas poucos discutem o seu oposto: a burrice emocional, que faz com que tantos façam escolhas esdrúxulas a fim de que pelo menos sua estranheza seja reconhecida.
O simples, o fácil e o comum. Você sabe do que se trata, mas não custa lembrar.
Ser objetivo e dizer a verdade, em vez de fazer mistérios que só travam a comunicação. Investir no básico (a casa, a alimentação, o trabalho, o estudo) em vez de torrar as economias em extravagâncias que não sedimentam nada. Tratar bem as pessoas, dando-lhes crédito, em vez de brigar à toa. Saber pedir desculpas, esclarecer mal-entendidos e limpar o caminho para o convívio, ao invés de morrer abraçado ao próprio orgulho. Não gastar seu tempo com causas perdidas. Unir-se a pessoas do Bem. Informar-se previamente sobre o que o aguarda, seja um novo projeto, uma viagem, um concurso público, uma entrevista – preparar-se não tira o gostinho da aventura, só potencializa sua realização.
Se você sabe que não vai mudar de idéia, diga logo sim ou não, para que enrolar? Cuide do seu amor. Não dê corda para quem você não deseja por perto. Procure ajuda quando precisar. Não chegue atrasado. E não se envergonhe de gostar do que todos gostam: optar por caminhos espinhentos às vezes serve apenas para forçar uma vitimização. O mundo já é cruel o suficiente para ainda procurarmos confusão e chatice por conta própria. Há outras maneiras de aparecer.
Temos escolhas. De todos os tipos. As boas escolhas são alardeadas. As más escolhas são mais secretas e, por isso, confundidas com autenticidade, fica a impressão de que dificultar a própria vida fará com que o cidadão mereça uma medalha de honra ao mérito ao final da jornada. Se você acredita mesmo que o desgaste honra a existência, depois não venha reclamar por ter virado o super-herói de uma revista em quadrinhos que ninguém lê.
(*)EUGENIO SANTANA, escritor, jornalista, assessor de comunicação, relações públicas, copydesk, verse maker e self-made man. Sócio da UBE-SC – União Brasileira de Escritores e autor de nove livros publicados, entre os quais “VENTOS FORTES, RAÍZES PROFUNDAS”, MADRAS editora, de autoconhecimento, autorrealização e toques motivacionais. Ex-Superintendente de Imprensa no Rio de Janeiro, RJ (2009/11). Contato: e-mail: autoreugeniosantana11.11@ gmail. com (41) 99547-0100
AS SEMENTES DO OÁSIS QUE SONHAMOS...
Quando a lágrima se debruça sobre a sacada dos olhos, é sinal de que muitas vezes os cômodos e corredores da alma se converteram em rios. Enquanto isso, o rosto aguarda em silente expectativa pelo momento em que se transformará em cascata, uma cachoeira se abrindo das janelas da alma com raízes em silêncio de concerto, fincadas nos porões do coração, sendo contidas apenas por uma frágil represa feita de cílios. Há quem imagine que tristeza é coisa feita na fraqueza de suspiros, no entanto, tristeza é também ventania que esculpe com sua força novas fissuras e contornos na face desfigurada, despovoa ruas antes habitadas por passos extrovertidos e faz ruídos de solidão na concha do ouvido. A tristeza é dotada de uma inacreditável capacidade de subverter meteorologias, visto que pode até fazer Sol do lado de fora, mas em seus domínios paira uma neblina cinzenta que gruda na retina e embaça as cores, de modo que do lado de dentro escurecemos com nuvens de cortinas e cobertores. Reconheço que nem sempre a lágrima da tristeza é auto referência, visto que emprestamos vez por outra nossas lágrimas às causas e dores do outro, bem como por vezes abrimos as comportas para desrepresar o choro real por conta de tramas imaginárias que tem o poder de nos tocar de modo mais humano do que muitos que se desumanizaram. Dizem que lágrimas assim têm o poder de nos devolver a humanidade. É necessário ainda dizer que, se não fossem as cebolas, o que seriam das lágrimas censuradas? As cebolas prestam um serviço inestimável aos que sem se permitirem ou mesmo serem permitidos a chorar, ao manuseá-las encontram autorização que lhes isentam do pedágio das explicações e justificativas; lágrimas de cebola são confessionários que nos viabilizam tirar o cadeado de afetos aprisionados, permitindo a esses um banho de sol. Entretanto, vale enfatizar que as lágrimas não dizem respeito apenas aos lamentos e angústias, visto que na tristeza nosso corpo chora uma fina chuva regando o chão duro da existência por aqueles que não aceitam aquilo que é, na esperança de que aquilo que ainda não é, possa finalmente vir a florescer. Descubro que tristeza também pode ser prenunciadora de alegrias quando se revela em resistência frente aos desertos e absurdos que nos cercam, a fim de regar com nossas lágrimas as sementes do oásis que sonhamos. (Escritor/jornalista EUGENIO SANTANA)
quinta-feira, 22 de março de 2018
CARTA (CATARSE) ABERTA II
Bom dia nobre escritor e amigo-irmão ADRILES ULHÔA FILHO,
Ao receber o seu relatório com riquezas de detalhes em relação a essa trágica transição por que passa a Academia de Letras de Paracatu, sinto-me mais aliviado já que o descontentamento envolve pessoas de estirpe e talento: você, Pauliran, o ostraka Fernando Santana Rubinger (esse até que é passível de compreensão. Sou primo e conheço a figura; que fez questão de um completo "alheamento amnésico concernente à ALNM; desconfio dos "humildes dissimulados": No fundo são autocratas, múmias murmurantes, arrogantes e se disfarçam na autopiedade...)
A surpresa: Antonio de OLIVEIRA MELLO - mestre em historiografia paracatuense.
Saiba que as decisões que tomar, doravante, terá o meu maior apoio, compreensão e discernimento.
No tocante as decisões exóticas da direção deste sodalício, são repulsivas. Gostaria de, oportunamente, solicitar que retirem o meu bisavô-materno Nestório de Paula Ribeiro, da lista de patronos da aludida academia.
Sartre mais uma vez tem razão por ter escrito: "O inferno são os outros". Por conta de uns maus, os outros sofrem e engordam as indústrias farmo-químicas que vendem disparadamente os seus ansiolíticos e antidepressivos; e, via de consequência, os psicanalistas são procurados com elevado índice de aceitação. Haja Divã!...
Como manifestou, certa vez, o velho lobo ZAGALO: "Vocês vão ter que me engolir!" - A aristocrata, justa e talentosa CORACI NEIVA, já está fazendo falta e deixou um legado de leveza, amor e bom senso. Éramos felizes... e SABÍAMOS!
Para o meu espanto: os senhores "imortais" Lavoisier e Florival não manifestaram sobre a minha procuração. Aprendi a exercitar a empatia diariamente. Razão porque, não sei o que se passa com essas duas criaturas...
Se eu estivesse mais próximo, fundaríamos a "Casa dos Escritores Divergentes de Paracatu"; e/ou ULP - União Literária Paracatuense ou coisa que o valha...
Sincera e fraternalmente,
seu amigo-irmão Eugenio Santana (Survival)
terça-feira, 20 de março de 2018
CARTA ABERTA - FIM DA VIAGEM. MISSÃO CUMPRIDA (*)
Boa tarde, nobre amigo ADRILES!
Paz e Luz; Esperança e Fé!
Ontem me senti "roubado". Não sei quais os critérios cabíveis e legais que me afastaram da ALNM. Há cerca de trinta anos publiquei o primeiro livro, em Brasília. Nele não consta fotografia e biografia do autor. À época, eu justifiquei aos leitores: "A obra de Arte sobrepõe ao autor". Hoje, agora, aqui, em Curitiba, essa seria, de certa forma, minha resposta à ALNM. Nunca fui apegado a qualquer tipo de academicismo tendencioso e espúrio; haja vista a própria ABL. Que Guimarães - O Rosa, entrou e morreu dias depois; a mesma que DRUMMOND recusou e, relutou, obstinado, até à morte.
Eu prefiro ficar com a espontaneidade da ACL - Academia Cachoeirense de Letras que me acolheu por acaso e por pura meritocracia; e, antes mesmo da publicação em livro, na década de 1980, fui agraciado com o título de membro honorário da Academia Uruguaianense de Letras, de Uruguaiana/RS, entre outras, incluindo de Portugal.
Ao longo dos seis meses em Macapá, Capital do Amapá, fiz uma temporada de genuína reflexão, já sexagenário, velho, doente, cansado da geral hipocrisia humana. Tive muitos insights e percepções: uma delas, divisor de águas em minha vida, a mudança para Anápolis, em 1970, aos 14 anos. Meus pais foram sábios, resilientes e determinados. Sempre souberam o que era melhor para os filhos. E graças à Deus, ambos estão sepultados em Anápolis - e foi esse o desejo de Adília e Fabião.
Continuo apostando todas as fichas nas obras e não em seus autores; menos ainda, em agremiações lítero - culturais. A propósito, se "sindicato", "ong" ou "academias de letras" tivessem credibilidade, não seriam tão medíocres, oportunistas e, notadamente, a serviço de propósitos questionáveis, irrelevantes e incompatíveis.
Sincera e fraternalmente,
seu velho amigo leal e fiel,
Eugenio Santana
segunda-feira, 19 de março de 2018
VOLTANDO (*)
REGRESSAR demora mais do que partir; porque a estrada é sempre mais longa. Eu não te conhecia, mas o teu coração, sim. Cada coração é um, mas todos se parecem. Aqueles que mais procuram o AMOR estão plenos dele. E, ainda que solitário entre as folhas, o passarinho canta. Esse é o segredo dessas jóias. Essas jóias invisíveis.
(*) EUGENIO SANTANA é escritor, jornalista, ensaísta, biógrafo, revisor de texto e redator publicitário. Diretor de Redação da revista Cenário Goiano; Superintendente de Imprensa no Governo do Rio de Janeiro. Nove livros publicados. Da Academia Cachoeirense de Letras (ACL), membro honorário da Academia Uruguaianense de Escritores e sócio da UBE/SC - União Brasileira de Escritores. email: autoreugeniosantana11.11@gmail.com e WhatsApp (41) 99547-0100
OUVIR O SILÊNCIO QUE TE AFAGA (*)
É um suave frescor acompanhado pelo som, estaladas nas árvores, nas folhas. Uma sinfonia sem instrumentos, nem percussão, tampouco maestro. Escorre pelo solo, umidifica a terra, enxágua flores. Purifica o ar que se mistura ao vento. Ventania líquida após sua origem gasosa. Às vezes amena, por vezes intensa, refresca. Mexe com os que embaixo estão. Fenômeno natural. De tão natural, poucos se atentam para sua beleza, sua magia. Ainda que, possamos nos desgarrar do cotidiano, das mesmices, das preocupações, dos aborrecimentos. Desgarrar do telefone celular, da televisão, das fofocas, do dinheiro, da internet, para deitar-se ao chão. Olhar para as nuvens que se movem. Olhar para o nada que te sussurra coisas ao ouvido. Ouvir o silêncio que te afaga. Deitar, olhar, enfim, sentir. Um pingo. Pingo d’água dos milagres da chuva.
(*) EUGENIO SANTANA é escritor, jornalista, ensaísta, biógrafo, revisor de texto e redator publicitário. Diretor de Redação da revista Cenário Goiano; Superintendente de Imprensa no Governo do Rio de Janeiro. Nove livros publicados. Da Academia Cachoeirense de Letras (ACL), membro honorário da Academia Uruguaianense de Escritores e sócio da UBE/SC - União Brasileira de Escritores. email: autoreugeniosantana11.11@gmail.com e WhatsApp (41) 99547-0100
sábado, 17 de março de 2018
O VERDADEIRO SIGNIFICADO DO NÚMERO 11:11 (*)
Certamente já deve ter acontecido com alguns de vocês; olhar para o relógio e reparar que marca 11:11, ou ao parar para abastecer seu carro ver na bomba de combustível 11,11l entre outros.
Em geral a primeira ocorrência deste evento, acaba passando despercebida, a atenção é despertada quando, se no dia seguinte ou passado um curto intervalo de tempo o fato volta a se repetir, ao olhar no relógio, em um número de conta bancaria, uma matrícula, no número de um imóvel, na placa de um carro etc
Este é um evento que desperta a curiosidade e principalmente diversas opiniões e principalmente palpites.
Alguns acreditam que sejam anjos protetores, tentando se comunicar com a pessoa.
Do ponto de vista esotérico, 11:11 se mostra como algo que é geneticamente codificado no nosso DNA, considerado como lixo, ou seja, partes do DNA que não tem uso biológico conhecido pelos cientistas; mas que é uma pista para o despertar espiritual.
Outros afirma que 11:11 é um portal entre os mundos: tridimensional e o pentadirecional.
Há crenças de que a sequência 11:11 está relacionada com o conceito de sincronicidade; há autores acreditam ser um sinal auspicioso, e alguns que o evento sinalize a presença de um espírito.
Uri Geller, esse mesmo o mágico ilusionista que nos anos 70, que entortava colheres e dizia ter poderes paranormais, tem falado repetidamente sobre o 11:11 e sobre seus poderes místicos; a mesma visão e que também foi adotado por muitos crentes nas filosofias da Nova Era.
No entanto, alguns céticos dizem que os exemplos de Geller referente ao fenômeno 11:11, em eventos do mundo, são exemplos de análises em post-hoc de raciocínio; falácia lógica, também conhecida como correlação coincidente, cuja embasamento consiste na ideia de que dois eventos que ocorram em determinada sequência cronológica estão interligados através de uma relação de causa e efeito e predisposição para a confirmação.
E assim vejo muita besteira sendo respondida e divulgada inclusive por alguns ditos “Numerólogos”.
ENTÃO ATENDENDO AOS PEDIDOS VOU FALAR PELA MINHA VISÃO E ENTENDIMENTO, COM BASE NA NUMEROLOGIA CABALÍSTICA SOBRE O NÚMERO 11:11.
Assim como eu a maioria dos Numerologistas acreditam que os eventos ligados principalmente à hora 11:11 aparecem mais frequentemente do acaso ou coincidência, assim como 22:22.
NA NUMEROLOGIA CABALÍSTICA; NÚMERO 11 É UM NÚMERO MESTRE, QUE REPRESENTAM A PERFEIÇÃO E A EVOLUÇÃO ESPIRITUAL.
Sendo a Numerologia Cabalística uma ciência orientava e não um oraculo preditivo, podemos entender que:
Quando vemos este número repetidamente, mais do que uma vez no espaço de poucos dias, este evento seja uma orientação, onde esta sequência numérica simboliza a fusão do mundo físico com o mundo espiritual, demonstrando uma perfeita conexão entre a nossa vida terrena e a nossa dimensão espiritual.
Em um momento que a pessoa esteja atravessando uma fase de profunda mudança interior; mesmo que não tenhamos consciência deste fato; as sequências numéricas são uma espécie de lembrete que surge para trazer maior confiança e assegurar que está seguindo por um caminho correto.
Ao ver este número, faça uma pausa; sinta a energia que lhe rodeia, veja como está seu ânimo, seus sentimentos, pode estar lhe sendo dada uma oportunidade para expandir sua consciência, como também ser uma orientação para que mude seu comportamento e forma de pensar.
Cabalísticamente o “11” pode ser considerado o número do pecado, pois sendo ele um número a mais que o “10” representaria a transgressão da ordem divina.
Por outro lado, se o “1” é o símbolo da unidade, o único, o absoluto expressa a energia criativa, e a força que leva à realização, podemos entender que o “11” é a duplicidade do “1”.
Na Cabala, fala-se de 10 circulas cujo início e fim é o mesmo, assim “1” e “10” seriam a mesma coisa, o “1” está presente no “10”, a unidade Deus; é a personalidade individual do ser, o idealismo do Homem na direção de sua própria espiritualidade.
Assim o “11” é o número da espiritualidade e da intuição; o número do idealismo, do perfeccionismo, da clarividência, da colaboração maior com a humanidade, o que o torna um número de forte magnetismo já que está ligado aos ideais humanos.
No “Livro da Criação”, o decimo primeiro caminho é o caminho de Chokmah a Kether (inteligência cintilante), a essência da Alma que completa a ligação consciente dos estados da divindade, tornando-se Uno, cujo crescimento é ilimitado.
Nesta exata forma, simultaneamente simples e complexo, por este motivo, acredita-se que este caminho é de uma grandeza exclusiva, pois aquele que ao fim da travessia detiver a verdadeira pureza e virtudes; será autorizado a olhar na face de Deus e continuar a viver.
O NÚMERO “11” É O NÚMERO DA FORÇA, DA ENERGIA E DAS GRANDES REVELAÇÕES; VOLTADAS PARA O BEM DA HUMANIDADE, “11” É O NÚMERO DA ESPIRITUALIDADE.
Portanto sendo 11:11 a duplicidade do 11 e a quadruplicidade do 1, pode ser entendido como uma orientação para que entenda que está na hora de desenvolver algo novo em sua vida, mudar o rumo, buscar novos caminhos; nos 4 planos básicos da vida: espiritual, sentimental, material e mental, mudar as atitudes e comportamento, buscar o autoconhecimento pois é chegada a hora evoluir espiritualmente.
Mostra que o principal propósito de sua existência e aprender a viver com humildade; mantendo-se firme em seu caminho.
Suas ações devem ser baseadas em suas virtudes, deve confiar em seus propósitos, ideias e ideais; sem se deixar influenciar pelos outros.
Alerta a necessidade de ter fé em suas próprias inspirações, mantendo-se como uma pessoa justa e imparcial diante das desavenças, é chegada a hora de aprender a controlar as tensões sem deixar que as contrariedades lhe influenciem ou dominem.
Evite guardar mágoas e alimentar rancores resolva tudo diplomaticamente na hora que acontecer ou mais rápido que puder.
Aprimore seu vocabulário, pois lhe será uma ferramenta de grande utilidade.
(*) EUGENIO SANTANA é escritor, jornalista, ensaísta, biógrafo, revisor de texto e redator publicitário. Diretor de Redação da revista Cenário Goiano; foi Superintendente de Imprensa no Governo do Rio de Janeiro. Nove livros publicados. Da Academia de Letras do Noroeste de Minas (ALNM) e sócio da UBE/GO-SC - União Brasileira de Escritores. Radicado em Curitiba. email: autoreugeniosantana11.11@gmail.com e WhatsApp (41) 99547-0100
GRATIDÃO: EXPRESSÃO DE AMOR E DESAPEGO (*)
Nos últimos tempos, tenho refletido muito sobre o sentimento de gratidão e, curiosamente, fui percebendo que outros autores também estavam desenvolvendo trabalhos sobre este assunto, o que me sugere uma característica de sincronicidade. Sendo isso uma verdade, leva-me a concluir que este sentimento está se tornando uma necessidade no processo de evolução para uma parcela significativa da população, que vai recebendo essas sugestões pela canalização que alguns de nós realizamos. Possivelmente, aquelas individualidades cósmicas responsáveis por nossa evolução estão a enviar mensagens abertas sobre a gratidão que, captadas e decodificadas, servem de guia para a humanidade. E por que isso estaria acontecendo? Porque a gratidão é a coroação de construções anteriores que passam pelo desenvolvimento do amor, da humildade, do desapego, pela compreensão holística da vida, entre outros, e que vão nos remetendo, pouco a pouco, a uma noção de ser grato à vida por tudo o que temos podido realizar, usufruir e viver. Não que a gratidão chegue após a conclusão das aprendizagens anteriores, mas o ser humano vai se tornando em prontidão para senti-la quando já avançou na vivência de virtudes anteriores, que continuam como exercícios a serem experienciados, mas que em determinado tempo já oportunizam novas descobertas. A gratidão talvez seja a coroação de uma etapa porque ela irá nos remeter, inevitavelmente, a um estado de paz interior que sem ela seria impossível, já que o oposto da gratidão é justamente a revolta. Viver em um mundo com tantas injustiças, de todos os tipos, acaba nos incitando a uma revolta quase que natural. Na verdade, um certo estado de indignação é necessário como um saudável agente motivador para as ações de renovação. Mas se a indignação ultrapassa os limites para a revolta, este novo sentimento, ao invés de construir, alimenta pulsões destrutivas que perturbam a paz interior. Chegar ao estado de gratidão é muito mais do que expressar um "muito obrigado". Aliás, esta expressão me parece sempre muito inconveniente porque não retrata um estado de gratidão, mas um endividamento aprisionante a estar-se obrigado a alguma coisa porque o ajudaram de alguma forma. O estado de gratidão não diz respeito a uma única pessoa a quem se deva algo, nem a este algo que se tenha recebido em especial. O estado de gratidão firma-se em uma atitude ampla de se sentir permanentemente beneficiado pela vida e, por outro lado, comprometido com esta mesma vida em contribuir para o seu pleno desenvolvimento em todos os aspetos em que ela se manifesta. O estado de gratidão deve fluir naturalmente e não ser focado pontualmente. Mas como ser grato a uma vida que se nos parece tão injusta; que nos impõe vicissitudes e dissabores? Por isso, o verdadeiro estado de gratidão só pode ser vivido por quem está trabalhando especialmente a humildade e uma profunda compreensão das leis cósmicas. Isso porque a humildade é o oposto do orgulho que sustenta a revolta; você deixa de achar-se merecedor de todas as regalias que seu prazer egocêntrico almeja e aceita aquilo que se tornou inevitável. Entretanto, esta aceitação para ser autêntica não pode ser dogmática. Então, somente uma profunda compreensão das leis cósmicas pode nos situar exatamente dentro das nossas necessidades evolutivas, fazendo com que tudo aquilo que nos acontece passe a ter um sentido produtivo. Não em função do nosso desejo, mas das questões que irão nos fazer amadurecer e evoluir. Só é possível chegar a este estado de gratidão quando aprendemos a positivar as experiências que vivemos, buscando nelas o sentido que seja próprio às nossas necessidades evolutivas. Quando entendemos o porquê de estarmos passando por determinada situação, esta situação adquire um sentido real de crescimento que, mesmo marcado por algum nível de sofrimento, traz a satisfação do aprendiz que conquista novos patamares de saber e amadurecimento. Esse porquê, para trazer sentido subjetivo real, não se sustenta em observações generalizadas, do tipo: "passo por isso porque sou um pecador" ou "estou pagando pelos meus erros passados e por isso mereço o que tenho". Somente o sentido subjetivo terá significado produtivo. Tudo o que vivenciamos está em sincronicidade com as transformações que precisamos operar nos padrões de personalidade e caráter espiritual que nos são característicos. Portanto, tudo o que vivenciamos nos diz algo sobre o que precisamos aprender para evoluir. Quando esta percepção se torna clara e espontânea, a pessoa está apta a trabalhar seu estado de gratidão que, na verdade, torna-se um estado emergente neste momento mais maduro da individualidade. Não sei se para você, leitor amigo, estas palavras já fazem algum sentido. Se fazem, busque refletir e avançar nestas conquistas. Se não fazem ainda, mas se você por uma sincronicidade leu este texto até aqui, é porque a vida já está explicitando um convite que merece ser analisado.
(*) Copidesque/Fragmento por EUGENIO SANTANA, Jornalista, Escritor, Publicitário, Assessor de Comunicação, Relações Públicas, Editor. Autor de nove livros publicados, entre os quais: “INFINITOEFÊMERO”, Editora Kelps, textos de autoconhecimento, autorrealização e técnicas motivacionais. É membro ativo da AMORC - Ordem Rosacruz, desde 1983, grau superior “iluminati”. Integrante de mais de 30 instituições culturais do Brasil e Portugal. (41) 99547-0100 - WhatsApp
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