quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024

NÉVOA DO ESQUECIMENTO...

Com o tempo, as imagens apagam-se como se fossem velhos retratos carcomidos pelo desgaste inevitável. Por trás das pupilas mil sonhos desfeitos, alguns totalmente mortos, cinzas jogadas ao vento. A asa do tempo cobriu meus devaneios perdidos e soterrou nesta vida a esperança de dias melhores e promissores. A vastidão sempre foi minha residência fixa. Tudo desvanece com o retinir dos sinos eternos. A névoa do esquecimento tomou conta de quase todas as minhas lembranças. Tudo regenera em minha memória alada, só os grilhões do eterno voltar nutrem a terra ressequida do meu coração. As asas da dor abriram-se sobre intermináveis dias da minha vida. Só a senhora de cabelos de nuvens de algodão há de me tirar do mundo das sombras. Eternamente voltaremos das cinzas. (Escritor/jornalista/ensaísta Eugenio Santana)

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