sábado, 17 de dezembro de 2016

A IDADE DO LOBO E AS LEMBRANÇAS DE AMANDA...

Restam algumas fotografias dispersas, espalhadas na desordem das gavetas do armário: arquivos do tempo nas Asas da memória... Encontrei – ao acaso – um velho álbum carcomido pelas traças ao longo desses anos. Nostalgicamente, retornei ao passado ao deter o olhar nos antigos fotogramas: revejo teu rosto jovem e belo, em destaque o amplo sorriso – antes tão familiar e os olhos de topázio a me indagar: o porquê da ruptura e o que faço de minha vida – hoje, agora, aqui. Silenciosamente, fecho o álbum e a porta e desligo a luz do abajur da sala e reflito a despeito do que é previsível e possível atenuar os conflitos na Idade-do-Lobo... Guardo o álbum. Melhor dizendo: escondo. Com uma leve sensação de alívio descarto qualquer ameaça de crise existencial... Inapelavelmente, Nostalgia. Neuroforia. Mas, sinto um irresistível estímulo de falar ao telefone. Com Amanda – em Paris – e rasgar o verbo, oculto há vinte anos... Expondo-lhe os projetos de minha vida e – principalmente – sugerir que fique com o velho álbum de fotografias... Este fantasma que insiste em não me abandonar. Amanhã envio – provavelmente – via sedex. Na Idade-do-Lobo não temos pressa para resolver as coisas do alado coração. (Escritor/jornalista EUGENIO SANTANA)

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