sábado, 13 de fevereiro de 2010

DAS FLORES




Sinto muito pelas flores
que nunca lhe dei, mãe.
Guardo apenas nas asas do coração
o perfume inigualável
dos seus cabelos grisalhos.
O beijo na testa
a bênção diária
seus cuidados;
seus passos pássaros
e o extremado zelo
pelo jardim.
Rastro de astro e o espaço
do beija-flor;
o cheiro da madressilva em minha janela
e a exótica flor-estrela no alpendre,
saudando os mistérios da noite.
Perdoe-me, mãe, por te amar tanto assim...
asas do infinito preenchendo minhalmalada.
Na voragem da distância, mãe, essa saudade tem nome:
Amor.

(Eugenio Santana)

Rio, 08/09/09 – Largo da carioca.
(para Adília Santana “das flores”)

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