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domingo, 8 de abril de 2012

ÚLTIMA FLOR DO LÁCIO




Quando falamos em amor à língua portuguesa, na sua história e importância, logo nos vem à memória o poema “Língua Portuguesa”, de OLAVO BILAC:
Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, que ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...

Amo-te assim, desconhecida e obscura,
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela
E o arrolo da saudade e da ternura!

Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,

Em que da voz materna ouvi: “meu filho”
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o Amor sem brilho!

(Eugenio Santana, Escritor,jornalista, poeta e ensaísta literário)