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quinta-feira, 26 de abril de 2018
O AMOR ABRE NOSSOS OLHOS CEGOS PARA A BELEZA (*)
O Amor é o poder que dentro de nós aceita e valoriza o outro ser humano tal como ele é, que aceita a pessoa que ali está, verdadeiramente, e não a transforma no ser idealizado pela nossa projeção. O amor nos faz respeitar a pessoa como um todo. O amor permite ao homem ver o valor intrínseco na mulher, e por isso mesmo o amor o leva a honrá-la e a servi-la, ao invés de usá-la para os interesses de seu ego. Quando tem o amor por guia, ele se preocupa com as necessidades dela e com seu bem-estar, não se fixando em seus próprios desejos e caprichos. O amor altera nosso senso de importância. Pelo amor vemos que nós e os outros temos o mesmo valor como indivíduos diante o cosmo; torna-se tão importante para nós que um ser se complete, que viva plenamente, que encontre a alegria na vida, quanto nos é importante suprir nossas próprias necessidades. No mundo do inconsciente, o amor é uma das grandes forças psicológicas que têm o poder de transformar o ego, de despertá-lo para a existência de algo fora dele mesmo, fora de seus planos, de seu império, fora de sua habitual segurança. O amor liga o ego não somente ao resto da raça humana, como também à alma e a todos os deuses do mundo interior. O amor é, por sua própria natureza, o oposto do egocentrismo. Usamos a palavra amor de maneira muito vaga, nós a usamos para dar dignidade às formas de conseguir poder, atenção, segurança e aceitação por parte de outras pessoas. Quando, porém, nos preocupamos com as “necessidades” criadas por nós, com os nossos desejos, sonhos, com o poder que exercemos sobre as pessoas, isto não é amor. O amor é algo totalmente distinto dos desejos do ego e de seus jogos de poder. Ele leva a outra direção, ou seja, em direção à bondade, ao respeito, às necessidades das pessoas que nos cercam. Em sua própria essência, o amor é uma “apreciação”, um reconhecimento do valor do outro. Ele leva o homem a honrar a mulher, ao invés de usá-la, faz com que ele se pergunte sobre a melhor forma de servi-la. E se a mulher estiver ligada a ele pelos laços do amor, terá essa mesma atitude com relação a ele. A natureza arquetípica do amor talvez jamais tenha sido melhor descrita que nas palavras simples da carta de São Paulo, aos Coríntios: O amor é paciente, é bom; o amor não inveja; o amor não se vangloria e não se envaidece... O amor não procura seus próprios interesses, não se irrita, não folga com a injustiça... Suporta todas as coisas, resiste a todas as coisas. As profecias falharão, as línguas se calarão, a ciência desaparecerá. Mas o amor jamais há de falhar.
(*) EUGENIO SANTANA é escritor e jornalista. Nove livros publicados. Membro da Academia Cachoeirense de Letras (ACL), da Associação Uruguaianense de Escritores e Editores e do Centro Cultural, Literário e Artístico de Portugal; sócio da ACI - Associação Catarinense de Imprensa e da UBE/SC - União Brasileira de Escritores. email: autoreugeniosantana11.11@gmail.com e WhatsApp (41) 99547-0100