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domingo, 27 de novembro de 2016
O BRILHO DE ETERNIDADE EM NOSSO OLHAR
Como é estranho que um rosto desfigurado possa atrair. Para aqueles para quem o amor é uma questão de visão, de toque, de presença, isso pode parecer loucura. Talvez eu seja louco. Mas o fato é que amo pessoas que nunca vi, pois já morreram, e pessoas que nunca vi porque não nasceram. Amo os precursores, pioneiros da Utopia, que andaram pela primeira vez pelos caminhos que hoje ando, e deixaram suas marcas indeléveis. Amo, por outro lado, aqueles para quem espero ser um precursor, e em cada gesto, podem crer, existe um pouco de amor por aqueles que virão. O que está em jogo é o sentido da vida. A vida vale a pena? Para quê? Estas são questões que todos nos colocamos. Mas as colocamos covardemente, com medo, e as sufocamos debaixo do trabalho, da conta bancária, da TV, da tecnologia que desumaniza, da religião que escraviza. Como você, todos tememos e todos nos perguntamos se vale a pena viver – num sussurro. Eu gostaria de ter me permitido ser seu companheiro na sua Dor. Talvez você tenha mergulhado no mar por não ter sido possível mergulhar no amor. A solidão, o silêncio, a palavra sem volta – e a gente olha e vê as máscaras e as pedras. Por que será necessário olhar primeiro atrás das estrelas para só depois viver a vida? É necessário não pedir da vida o que ela não pode dar. Somos amados pelo brilho de eternidade em nosso olhar. Pode ser então que, olhando dentro dos meus olhos, se possa ver um mineiro-menino brincar... Quando me perguntaram que caminho a minha sabedoria diz que devemos seguir, respondi: Não importa. Todos os caminhos conduzem ao mesmo lugar. Escolhe, portanto, o caminho do amor. Você já chegou a este mesmo lugar. Aqui fica o meu toque e, quem sabe, ele ensinará mais amor a alguém?!... (EUGENIO SANTANA é Jornalista, Escritor, Ensaísta, Redator publicitário, Copidesque e Revisor de textos – Autor de nove livros publicados)
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