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sexta-feira, 6 de julho de 2012
PÁSSAROS DO VENTO
Há pássaros no ar, voando, voando, fugindo dos homens.
Há pássaros no ar, ignorando colisões do vácuo e do silêncio, marcando correnteza no céu, subindo, descendo, ziguezagueando, fugindo dos homens.
Lá, pássaros brancos, do branco das nuvens, vencem rápidos a dança da chuva e do vento. São pássaros estranhos, voando, brincando com as setas do firmamento.
Há pássaros no ar, logrando o tempo. Dos ares fazem caminhos, dos caminhos fazem horizontes; só os pássaros sabem para que e por que voam.
Há pássaros no ar, voando, voando, fugindo dos homens.
Pássaros do espaço conhecem o céu profundamente; não conhecem os homens, as armas dos homens, as armadilhas dos homens.
Há pássaros no ar, voando, voando. Há pássaros no chão, sangrando, sangrando.
(Eugenio Santana – O Poetalado – para Nathan de Castro)