BLUE FISH (*)
- Eugenio Santana
O peixe Azul e cego
nada nas águas escuras
do Oceano.
Refém de si mesmo.
Sabe que o êxtase existe,
mas é melhor apreciá-lo
após intermináveis vivências
com a Dor.
O peixe azul e cego
nada, rumo ao nada.
Vive fragmentado, ameaçado, acossado.
Mapas e bússolas
são indicadores de seguras rotas?
Inúteis para os peixes
Azuis e cegos.
Embora roteiro de navegação
não garante travessia
de luz ou sombra.
Ainda que o remédio seja amargo,
a aceitação do sabor
é a lição do amor.
E o peixe Azul?
NADA...
(*) Extraído do meu livro “FLORESTRELA”.
Hórus/9 Editora, Goiânia-GO, 2002, página 20.