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segunda-feira, 20 de setembro de 2010
SACRIFÍCIO
Sacrifico-te e ofereço-te
o meu amor.
Misteriosa pérola
no fundo profundo
oceano de nossas vidas.
Viver é partilhar o amor ágape-eros.
Diamante azul lapidado na epiderme
Química do beijo - do corpo e da alma.
Ainda que efêmero
use o rubi-talismã
no ritual do coração de romã.
Não é anônimo
não é invisível - não é risível
não é clandestino o nosso amor.
Karma - dharma, destino ou...
almas-irmãs?!
Dor do amor
que imprime sua identidade.
Dor de parto - lábios fartos.
Não parto para uma viagem
sem teus molhados beijos.
Um pacto com o silêncio
sinto convidativos odores,
no azul do lençol, oh, dores!
Murmúrios, urros, gemidos.
Uivos lascivos, lancinantes.
O luar de outono fascinante
desenha em nossa pele
a tatuagem pluriamar.
O amor e o grito
Rio frenético e dionisíaco
de águas calmo-turbulentas.
O paroxismo e o êxtase
o frêmito-frenesi - a volúpia.
A visão da rosa - lírio lilás.
No cavalgar deste rito inicial
não evito - não hesito
não é mito, não é profano
apenas me ufano
infinito sentimento.
(Eugenio Santana, FRC)
(*)Fonte: extraído do meu livro "Crepúsculo e Aurora"
Hórus/9 Editora, Goiânia-GO, 2006, página 81)
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