quarta-feira, 27 de julho de 2016

VENTOS FORTES, RAÍZES PROFUNDAS: A ALMA DO LIVRO...

As pessoas normais trazem filhos ao mundo; os escritores trazem livros. Cada livro tem uma alma, a alma de quem o escreve e a alma de quem o lê. O bom livro quando se apresenta não fica vermelho; se é desprezado, não se importa; lido, ensina a verdade com calma; ofendido, não se lamenta e provoca o remorso que talvez desperta o desejo de conhecer a verdade, pois está sempre pronto a ensiná-la. Às vezes fica empoeirado em cima de uma mesinha ou em uma biblioteca. Ninguém pensa nele, mas chega a hora da solidão ou da tristeza, ou da dor, ou da rotina, ou da necessidade de descanso, ou da espera ansiosa pelo futuro; e este amigo fiel sacode a poeira, abre suas folhas aladas, e acontecem admiráveis insights de sabedoria e uma imarcescível compulsão de reinventar a vida. “VENTOS FORTES, RAÍZES PROFUNDAS”, ousa sintetizar, um pouquinho, o aprendizado milenar do homem no ato continuado de pensar, falar, gritar, refletir, meditar, gravar o seu espanto de estar no mundo. E cultivar – na alma e no coração – a paixão pelas palavras. (EUGENIO SANTANA é jornalista, escritor, ensaísta e consultor em gestão de pessoas. Membro efetivo da ALNM – Academia de Letras do Noroeste de Minas, cadeira 2. Sócio-correspondente do Centro Artístico e Literário de Portugal; Autor da Biografia de João de Deus – o médium de Abadiânia)

sábado, 23 de julho de 2016

CENÁRIO PARA O LEITOR NA CONTEMPORANEIDADE

É plausível, de outra maneira, indagar se a velocidade, a fugacidade, a situacionalidade e a opacidade da “era contemporânea”, ou, em melhor expressão, da contemporaneidade, permitem, ainda, as virtudes da calma, da paciência, da iniciação a textos de nível mais elevado, da busca de experimentalismos no estilo ou de uma abstração mais profunda e simbólica. É pertinente, até, perguntar se a universalidade da palavra e do texto escrito mantém o mesmo sentido, tanto para o prazer quanto para a instrumentalização da necessidade. E, mesmo assim, se crianças, adolescentes e pais querem ainda a busca de uma educação clássica ou vernácula, de iniciações no noviciado das letras e a eterna busca do imperativo kantiano do “ousar saber” e da “saída da menoridade”. Para o prazer ou para o entretenimento, o inimigo declarado do lema “deixar de ser menor” é a resignação. Uma resignação aparentemente sem culpas, que é madrasta do individualismo consumista e caminha na contramão do agenciamento coletivo, de liderança e da cooperação. Ser leitor na contemporaneidade é ser um agente de comunicação. Infância e maturidade dos intelectuais. Ao invés de mero consumidor, o leitor é, simultaneamente, um agente cultural e comunicacional com grandes possibilidades de exercício de suas “vontades de potência”. Sua volição é mudar a si mesmo e mudar o mundo. Sua voluntariedade oscila entre a competição e a cooperação. A leitura é, outrossim, agenciamento e enfrentamento político. Como atitude, enfrentar um texto escrito é ação serigráfica: marca superfícies reais e simbólicas. Marca o papel, marca a página, risca a dobra do livro, marca a memória e risca a imaginação. Como enfrentamento do mundo, a leitura não é uma boa amiga da resignação. Abraçar a leitura, hoje, é ato de coragem e escolha. A passividade é outra inimiga do leitor e da leitura. Verdade que aceitá-la é resignar-se aos possíveis frutos da perdição. O caminho da leitura é da atividade e do enfrentamento. A estrada do leitor, que lê por prazer ou por necessidade, por fantasia ou instrumento, é de tomada de posição, afirmação de palavra, vocativo da imaginação. Não importa – e não importará tanto – se as narrativas serão ágeis ou lentas, descritivas ou dialogais, lineares ou não-lineares. Importa que o leitor, como produtor ou co-produtor, associado ou não às pautas do mercado editorial, precisa, necessária e inevitavelmente, de realizar o imperativo da escolha. As implicações da escolha são, decerto, mais que culturais, científicas, artísticas, sociais, psíquicas, estéticas ou comunicacionais: são políticas e ideológicas. A humanização do leitr se dá, de fato, pela hesitação diante da pluralidade de possibilidades. No limite, conformam “muitos mundos” (pluriversos), para intercambiar sua identidade. O bom leitor sabe que, pela leitura, pode obter “acesso” a processos simbólicos que o auxiliem a escolher o que almeja da vida e até a alteração de rotas e trajetos efetuados. (EUGENIO SANTANA é jornalista, escritor e ensaísta. Autor da biografia de João de Deus – o médium de Abadiânia) WhatsApp (61) 99581-4765

domingo, 17 de julho de 2016

CON-VIVÊNCIA ENTRE HOMENS E MULHERES...

Dentro do que o psicanalista Gustav Jung denominou de Inconsciente Coletivo, podem ser encontradas muitas das características psicológicas que moldaram a mente da espécie humana e que, de certa forma, explicam nosso comportamento, mesmo aqueles mais desprezíveis. Por razões que remontam à pré-história e aos primeiros hominídeos, alguns comportamentos do tipo oculto e inato foram sendo transmitidos às gerações futuras, por necessidade de sobrevivência, frente a um mundo hostil e inóspito. O machismo é uma dessas heranças ocultas. Trata-se, segundo especialistas no assunto, de uma força arquetípica. Como tal se fincou no inconsciente de todos. Em outras palavras, nascemos machistas, homens e mulheres, sendo que esse comportamento é mais ou menos reforçado ao longo da vida, de acordo com cada sociedade em que o indivíduo está inserido. Obviamente esse comportamento primitivo não isenta ninguém de cometer verdadeiras atrocidades contra o sexo oposto. No Brasil, de formação histórica patriarcalista, fincada na desigualdade patente de classes, esse comportamento encontrou ambiente amplamente favorável, dentro e fora de casa, para florescer e se multiplicar. Isso não quer dizer que em outras partes do mundo o problema não ocorra. Pesquisas indicam ainda que o álcool, as drogas e o mais antigo e nefasto dos vícios humanos, o ciúme, respondem pela maioria das causas da violência contra as mulheres. Como sempre, o caminho mais curto e recomendado pelos estudiosos para se chegar a uma convivência de paz entre homens e mulheres ainda parece ser a EDUCAÇÃO. (Copydesk/fragment by EUGENIO SANTANA, jornalista, escritor, redator publicitário e ensaísta. Membro efetivo da Academia de Letras do Noroeste de Minas – ALNM. Cadeira número 2)

domingo, 10 de julho de 2016

IDÉIAS AVANÇADAS E CRIATIVAS

Atualmente, qualquer computador, por mais lento que seja, tem capacidade de “armazenar” e resgatar mais dados que os cérebros mais geniais. Mas não é a quantidade de dados que dá relevância da criatividade e da eficiência intelectual. Estou convicto de que a ousadia, a autocrítica, a resiliência, a empatia, a autoconfiança, a autoestima, a imaginação são mais importantes para a produção de novas soluções, de inovação, de respostas brilhantes do que uma supermemória saturada de dados. Computadores se formam com um excelente programa e um superbanco de dados; pensadores se formam com um bom banco de dados e com doses elevadas das funções mais complexas da inteligência. Quem não seleciona livros, textos, técnicas, cursos, artigos tem potencial para bloquear sua criatividade. Lembre-se de que Einstein, Freud e tantos outros produtores de conhecimento tinham menos dados em sua memória do que a maioria de seus discípulos das gerações seguintes. Então como foram tão longe? Eles reciclaram suas falsas crenças e seu sentimento de incapacidade. Eram inquiridores, críticos, determinados e, além disso, foram destemidos, intuitivos, imaginativos, sensitivos, mentalmente livres. Claro que falharam muito, tiveram intermináveis noites de insônia, foram zombados, excluídos, desacreditados. Apesar dos percalços enfrentados, venceram com meritocracia. Resilientes, eles jamais desistiram de suas idéias avançadas e criativas. (EUGENIO SANTANA é jornalista, ensaísta, escritor e redator publicitário. Editor executivo da “Revista Cenário Goiano”, foi Revisor de textos do jornal “Diário da Manhã”, fundador do blog “Guardião da Palavra”. Ex-Superintendente de Imprensa no Governo do Rio de Janeiro)

HORA DE TIRAR A MÁSCARA...

As pessoas, de um modo geral, teimam em ser otimistas. Na maioria dos textos que leio sobre o país e a crise, apesar de análises realistas diante de um cenário pouquíssimo promissor, resvalam doses de esperança. Seria porque o Brasil é uma potência, em termos de recursos naturais e riquezas? Seria porque somos um país resiliente, que se adapta, agüenta o tranco e retoma o rumo? Seria porque, nosso povo trabalhador e festivo é capaz de segurar o leme na tempestade? Não sei. E a primeira razão pelas quais digo “não sei” é porque duvido dos clichês que nos definem há tanto tempo. Esse país não existe, a não ser na nossa infinita ignorância a respeito do que somos, de onde viemos e para onde vamos. Continuamos existindo, mas perdemos sentido. Precisamos encontrá-lo. Lá no futuro, vamos agradecer por tudo o que vivemos. E olhar para aquele fundo do poço com mais simpatia, enxergando luz onde só havia escuridão. Então me perguntei: de certa forma será que isso se aplicaria ao Brasil? Creio que sim. Se desconstruirmos uma imagem mentirosa de nós mesmos, talvez consigamos construir uma nova identidade depois dessa crise. Não somos um país pacífico. Isso é uma mentira. Vivemos em guerra. Maltratamos os velhos, batemos nas mulheres, matamos os negros e pobres, somos selvagens no trânsito. Não “estamos” corruptos; somos corruptos, desde o cara que enforca a sexta-feira até o político que faz casamento de luxo, sustenta amante, compra votos e se elege com dinheiro público roubado. E a crise de identidade? Que país queremos ser, o que ainda vive de uma imagem mentirosa? Eu confio que não. A despeito de tanta intolerância vindo à tona, tenho visto tantos movimentos por um novo Brasil que só posso acreditar em mudança. Sigo otimista. (EUGENIO SANTANA é jornalista, escritor, ensaísta, consultor e redator publicitário. 8 livros publicados. 18 prêmios literários. Editor do blog “Guardião da Palavra”.)

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

A MEMÓRIA É A MÃE DA SABEDORIA (*)

Permita sua mente diáfana como as águas de um lago na floresta te conduzir à reflexão profunda. Muitas pessoas deixam de se tornar pensadores e formadores de opinião porque não têm boa memória. Toda a nossa evolução é um desabrochar semelhante ao desabrochar de uma planta. Temos primeiro um instinto, depois uma opinião, a seguir um conhecimento, como a planta tem raiz, broto e fruto. Confie em sua intuição até o final, mesmo que não pareça haver uma razão. O conhecimento é apenas o brilho da organização das ideias. Não é sabedoria verdadeira. O verdadeiro sábio vai além do conhecimento. Não adianta lutar contra o inevitável. A única coisa a fazer contra o vento sul é vestir o blusão de couro. Em filosofia, os axiomas não são axiomas até terem sido provados: lemos coisas lindas, mas não entendemos totalmente o seu sentido até termos repetido os mesmos passos do autor. Os sábios aprendem muita coisa com os desafetos. A experiência é o pente que a natureza nos dá quando ficamos calvos. Os sábios dizem que o caminho da sabedoria é difícil como um labirinto e estreito como o fio de uma navalha. A boa filosofia não é aquela que faz um julgamento final e estabelece a verdade absoluta, mas aquela que causa desconforto e gera comoção. Entender a realidade não é o mesmo que ter ciência de acontecimentos exteriores, mas perceber a natureza fundamental das coisas. O homem mais bem informado não é necessariamente o mais sábio. Na verdade, existe o perigo de que, exatamente por causa de seu conhecimento múltiplo, ele perca de vista o essencial. Por outro lado, o conhecimento de um detalhe aparentemente fútil com frequência possibilita que se enxergue as coisas com profundidade. Assim, o homem sábio busca saber o máximo sem se tornar dependente desse conhecimento. Sábio é reconhecer o elemento expressivo em meio aos acontecimentos concretos. O caminho do céu é nutrir e não ferir. O caminho do sábio é lutar e não competir. Contemple as obras deste mundo, ouça as palavras do sábio, tome para si tudo o que é bom. Com essa base, abra suas portas para a verdade. Não deixe passar a verdade que está diante dos seus olhos. Observe como o riacho flui suave e livremente por entre as pedras. Aprenda também com os livros sagrados e as pessoas sábias. O mundo – inclusive as montanhas, os rios, as plantas e as árvores – é seu mestre. (*) EUGENIO SANTANA é jornalista, escritor, ensaísta, publicitário, relações públicas, copidesque e revisor de textos. Autor de seis livros publicados. Articulista do jornal Diário da Manhã. Ex-Superintendente de Imprensa no Governo do Rio de Janeiro. E-mail: es.journalist.copydesk@gmail.com e WhatsApp: (34) 9241-3331

quarta-feira, 29 de abril de 2015

SABEDORIA: CAPACIDADE DE SABOREAR O MUNDO (*)

Conheço muitos testes de inteligência. Não conheço nenhum teste de sabedoria. É fundamental saber a diferença entre essas duas, inteligência e sabedoria, frequentemente confundidas. A inteligência é a nossa capacidade de conhecer e dominar o mundo. Ela tem a ver com o poder. A sabedoria é o êxtase de saborear o mundo. Ela tem a ver com a felicidade. As escolas se dedicam a desenvolver e avaliar a inteligência. Para isso desenvolveram testes. Os testes avaliam a inteligência dos alunos por meio de números. Mas elas nada sabem sobre a sabedoria, e nem elaboram testes para avaliá-la. Nas escolas e universidades, muitos idiotas são aprovados. A inteligência é muito importante. Ela nos dá os “meios para viver”. Mas somente a sabedoria é capaz de nos dar “razões para viver”. Muitas pessoas se suicidam porque, tendo todos os “meios para viver”, não tinham as “razões para viver”. Proponho-lhe um teste de sabedoria. Ele é muito simples. O seu aniversário está chegando. Você já não é mais jovem. O espelho lhe revela coisas que você não gostaria de saber. Diante de sua imagem no espelho existe sempre o perigo de que uma magia perversa aconteça, e você seja repentinamente transformado em bruxa ou ogro – tal como aconteceu com a madrasta de Branca de Neve. Em desespero, você invoca os deuses. Eles vêm em seu auxílio e lhe dizem que atenderão a um desejo seu, a um único desejo. Que súplica você lhes faria? Digo-lhe que essa seria a hora da pureza de coração, quando todos os supérfluos têm de ser deixados de lado. “Pureza de coração” – assim disse Kierkegaard, meu querido filósofo solitário, companheiro já morto; por vezes os mortos são companhia melhor que os vivos, porque falam menos e ouvem mais – pureza de coração, ele disse, “é desejar uma só coisa”. Digo que isso é sabedoria, mas pode parecer mais coisa de neurótico obsessivo, ficar querendo uma coisa só, o tempo todo. Você entenderá o que digo se você prestar atenção no voo dos pássaros. E, para ajudá-lo nesse dever de casa, transcrevo o que Camus pensou, ao observá-los. “Se durante o dia o voo dos pássaros parece sempre sem destino, à noite, dir-se-ia reencontrar sempre uma finalidade. Voam para alguma coisa. Assim talvez, na noite da vida...” O texto termina assim, com essas reticências que, segundo Mario Quintana, são o caminho que o pensamento deve continuar a seguir. Assim é o coração. Há momentos na vida em que ele é como o voo dos pássaros durante o dia: oscila em todas as direções, sem saber direito o que quer, ao sabor das dez mil coisas que o fascinam, tão desejáveis, cada uma delas uma taça de êxtase supremo. Chega um momento, entretanto, em que é necessário escolher uma direção – é preciso descobrir aquela palavra, aquela única palavra que dá nome ao nosso sofrimento, que nomeia a nossa nostalgia, para que saibamos para onde ir. Há um ditado que diz que a melhor comida é angu com fome. Que adianta o bufê servido com dez mil pratos se o corpo não deseja nenhum? Mas se existe a fome, feijão com arroz é uma alegria incontida. Felizes os que têm fome... Os poetas rezam sempre. Rezam porque a poesia é coisa que se escreve diante do vazio, mínima refeição de palavras para matar uma fome que não pode ser matada: A fome de viver. Os poetas sabem que é inútil que se comprem todas as coisas. Diferentemente daqueles que rezam para que Deus lhes encha a barriga, eles rezam para que nunca deixem de ter fome. Porque, se deixarem de ter fome, eles deixarão de ser poetas. Nada mais triste que um corpo sem desejo. Disso sabem muito bem os que amam. Vejam essa terrível oração de T.S. Eliot: “Salva-me, ó Deus, da dor do amor não correspondido, e da dor muito maior do amor correspondido”. (*) Jornalista e Escritor EUGENIO SANTANA – Registro MTb 1319/JP. Autor de seis livros publicados – O encantador de leitores vorazes, estrelas, celebridades, pérolas, esmeraldas, rubis e diamantes...

segunda-feira, 6 de abril de 2015

AS RAÍZES CRESCEM PROFUNDAMENTE QUANDO OS VENTOS SÃO FORTES (*)

Uma breve seca pode ter um efeito devastador em uma safra de brotos que recebeu muita chuva. Porque durante as chuvas freqüentes, os brotos da plantação não precisam lançar raízes profundas no solo em busca de água. Se mais tarde ocorrer uma seca, as plantas com raízes curtas logo vão morrer. Não tente dar um jeito no sofrimento de todas as pessoas. Para alguns, esta é uma ordem difícil de obedecer, porque somos inclinados a tentar dar um jeito em tudo. Gostamos de tornar as coisas mais fáceis para os outros, principalmente para aqueles que amamos, como nossos filhos. Queremos protegê-los e resguardá-los e, se possível, poupá-los da dor. Se existir uma maneira de sofrermos no lugar deles, nós o faremos, com alegria. Mas, se tentarmos fazer isso, eles aprenderão cada vez menos. Não devemos poupá-los das lições que a vida oferece. Deixe que aconteça. Deixe fluir. Com certeza, precisamos apoiá-los e permanecer ao lado deles, mas não tentar resolver os problemas deles. Como o título deste livro diz: “Ventos fortes, raízes profundas”. Ensurdeça um gênio compositor, e você tem um Ludwig Van Beethoven. Chame-o de alguém com dificuldade de aprendizado, “retardado” e rotule-o como incapaz, e você tem um Albert Einstein. Eduque-o em uma situação miserável, e você tem um Abraham Lincoln. Derrube-o com paralisia infantil e ele se torna Franklin Roosevelt. Enterre-o na neve de Valley Forge, e você tem um George Washington. Todas essas situações se incluem na categoria das lições duramente ensinadas nas salas de aula da dor. Devemos aprender a respeitar as lições duramente ensinadas porque descobriremos que é na bigorna da dor e da enfermidade, do sofrimento e da injustiça que se forja o caráter. Somente os que têm raízes profundas são capazes de suportar os ventos fortes. (*) por EUGENIO SANTANA, Escritor, Jornalista, Ensaísta, Copidesque, Revisor de textos, Relações públicas e Analista de Marketing. Autor de seis livros publicados. Sócio efetivo da Academia Cachoeirense de Letras (ACL) e da União Brasileira de Escritores (UBE). E-mail: eugeniosantana9@gmail.com – WhatSapp: (34) 9241-3331

domingo, 11 de janeiro de 2015

AS MULHERES SÓ QUEREM TER RAZÃO (*)

“Precisamos conversar. Quero falar e você vai me escutar: Você tem medo de quê?”– questionam as mulheres. E o homem sabe que é inocente, que não fez nada de errado – pelo menos não tão errado assim – mas ainda assim recua. E a hesitação é a sua perdição. O poder de argumentação de uma mulher parece infindável, até porque é um novelo. O fio é conhecido, já foi todo mostrado, mas é outra vez desenrolado como se tudo ali fosse novo; assuntos dados como resolvidos voltam com a força de um titã, como revelações avassaladoras gravadas em pedra e os golpes são dados com a precisão de esgrimista. Você tem medo de quê? A pergunta sempre volta, reforçando os golpes, mantendo o homem nas cordas, acuado. Toda mulher tem uma certeza na vida: alguma culpa ele tem, mesmo que ela não saiba, muito menos ele. A elas não interessa o nocaute, a capitulação final. As mulheres só querem ter razão. São elas que determinam o fim da discussão, mas sempre depois de exauridas as forças do parceiro que concorda ainda atordoado. Também são elas que propõem as inegociáveis condições para a paz entre o casal.
No final de tudo, a gente não sabe por que a discussão começou, nem ao que levou. Mas sabe que vai ter mais. Sempre tem. (*) Jornalista/Escritor EUGENIO SANTANA, FRC – Registro MTb 1319/JP – O encantador de pérolas, esmeraldas e diamantes...

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

NÃO TENHA MEDO DE SE ENTREGAR AO AMOR. DESTRUA AS BARREIRAS DA OPINIÃO ALHEIA (*)

Exercite a arte de fazer bonito o seu amor ou fazer o seu amor ficar bonito. Aprenda, apenas, a tão complexa missão de amar bonito. Gostar é tão fácil que ninguém aceita aprender... Por meio de minha longa caminhada, tenho deparado com muitas fórmulas e formas de amor: Amores bravios, heróicos, platônicos, românticos, racionais, descomunais, profundos, sinceros, cheios de entrega, leveza, dádiva e doação. Amores conduzidos com arte e ternura pelas mãos de luz entrelaçadas com os olhos cravados na mesma direção... Esses amores que são verdadeiros, eternos e descomunais, de repente se percebem ameaçados e tão somente porque não sabem ser bonitos: cobram, exigem, rotinizam, descuidam, robotizam, reclamam, deixam de compreender, necessitam mais do que oferecem, precisam mais do que atendem, enchem-se de razões. Sim, de razões. Ter razão é o maior perigo no amor. Quem tem razão sempre se sente no direito (e o tem) de reivindicar, de exigir justiça, equidade, equiparação, sem perceber que o que está sem razão talvez passe por um momento de sua vida no qual não possa ter razão. Amar bonito é saber a hora de ter razão. Coloque a mão na consciência. Você tem certeza de que está fazendo o seu amor bonito? De que está tirando do gesto, da ação, da reação, da saudade, da alegria do encontro, da dor do desencontro a maior beleza possível? Talvez não. Cheio ou cheia de razões, você separa do amor apenas aquilo que é exigido por suas partes necessitadas, quando talvez dele devesse pouco esperar, para valorizar melhor tudo de bom que de vez em quando ele pode trazer. Quem espera mais do que isso sofre e, sofrendo, deixa de ser alegre, entusiasmado, otimista, igual, irmão, criança. E sem soltar a criança latente, nenhum amor é bonito. Não tema o romantismo. Derrube as cercas da opinião alheia. Não teorize sobre o amor, ame. Siga o destino dos sentimentos aqui e agora. Jogue pro alto todas as jogadas, estratégias, golpes, perspicácias, atitudes sabiamente eficazes: seja apenas você no apogeu de sua emoção e carência, exatamente aquele você que a vida impede de ser. Deixe o seu amor ser a mais verdadeira expressão de tudo que você é. Se o amor existe, seu conteúdo já é manifesto, intrínseco; inescapável. Não se preocupe mais com ele e suas multiformes definições. Cuide agora da forma de amar. Ame-se o suficiente para ser capaz de gostar do amor e só assim poder começar a tentar fazer o outro feliz. (*) EUGENIO SANTANA é jornalista, escritor, ensaísta, consultor e relações públicas – Encantador de pérolas, esmeraldas e diamantes... Dedicado especialmente à minha musa-mulher TATIANA MORAES.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

A SIMBOLOGIA DO RIO (*)

A SIMBOLOGIA DO RIO (*) – O NIRVANA é a união com o Absoluto. Quando deixamos o estado oposto ao nirvana, o samsara, entramos num rio de plenitude que contém todas as respostas. O rio é um elemento natural a que foi conferida uma rica simbologia. Nenhum homem pode banhar-se duas vezes no mesmo rio. E a água simboliza a existência, o fluir da vida e do mundo e, ao mesmo tempo, sua unidade. É a música da vida, que carrega em si tudo o que existe, tudo o que foi. O rio é o lugar de purificar-se, de diluir-se e desprender-se por alguns instantes do “eu”, de fazer parte da água e fluir com ela. Por meio da simbologia do rio, entende-se que o mundo é simultaneidade e totalidade, já que nos ajuda a escutar, a prestar atenção com o coração tranqüilo, de peito aberto e expectante, sem arrebatamentos, sem desejos, juízos ou opiniões. (*) EUGENIO SANTANA é jornalista, escritor, ensaísta, consultor e relações públicas – Encantador de pérolas, rubis e diamantes...

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

EMPATIA: ESTAR NA PELE DO OUTRO (*)

EMPATIA significa ser capaz de “ler” e interpretar o estado interior de outra pessoa, de uma maneira que se torne possível auxiliá-la, oferecendo-lhe apoio e desenvolvendo confiança mútua. Empatizar e compreender verdadeiramente a situação vivenciada por outra pessoa são atos intuitivos nos quais toda a sua atenção se volta para a experiência vivenciada por essa outra pessoa. Neste caso todas as suas questões pessoais ficam em segundo plano. Ter empatia significa ser capaz de fazer com que o outro se sinta seguro o suficiente para se abrir e compartilhar sua experiência. Ao se mostrar empático e compreensivo, você fará com que a outra pessoa saiba e sinta que não está completamente sozinha em sua aflição e ainda lhe oferecerá um lugar seguro em que possa se recuperar e se tornar mais forte, sabendo que podem contar com um apoiador compassivo. Vale lembrar que os sentimentos de empatia diferem um do outro. Ser simpático também implica em demonstrar apoio, todavia, essa atitude parece se basear mais em pena ou piedade. Neste caso, prevalece certo distanciamento emocional em relação aos sentimentos alheios. Enquanto isso, uma abordagem empática e compreensiva está associada à capacidade de verdadeiramente sentir e imaginar a profundidade dos sentimentos do outro – significa sentir juntamente com o outro, e não sentir pena do outro. O fato é que se rejeitarmos a habilidade da empatia estaremos também recusando a capacidade de realmente compreendermos nossos pares tão bem quanto poderíamos. Vale ressaltar que, em uma guerra, a falta de empatia pode nos levar à derrota; na justiça, à injustiça; e nos relacionamentos, ela é capaz de aniquilar o amor. Se existe um segredo para o sucesso, é ser capaz de compreender o ponto de vista do outro; é conseguir enxergar as coisas pela ótica alheia e, ao mesmo tempo, pela sua. (*) EUGENIO SANTANA é jornalista, escritor, ensaísta, consultor e relações públicas – Encantador de pérolas, rubis e diamantes...

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

MAHATMA GANDHI: SE QUERES MUDAR O MUNDO, MUDA-TE A TI MESMO (*)

MAHATMA GANDHI NASCEU NO DIA 2 de outubro de 1869 na cidade litorânea de Porbandar, na Índia. Filho do primeiro-ministro local e de uma mãe que a família como principal ocupação, Gandhi herdou dela a extrema religiosidade. Essa fé iria permitir que ele alcançasse conquistas sociais que ninguém jamais havia imaginado. Gandhi se tornou um caso único entre os revolucionários de todo o mundo. Influenciado por Leon Tolstói e pelos jainistas – que defendiam o pacifismo para todos os seres vivos – seus princípios tinham como fundamento a não violência. Foi um estudante medíocre. Aos 13 anos, seguindo a tradição hinduísta, casou-se com uma menina de 14. Aos 19 já era pai de um filho e foi estudar em Londres, onde começou a se interessar pelo cristianismo e sintetizou os preceitos do budismo, do cristianismo, do islamismo e do hinduísmo. O retorno para a Índia não foi nada fácil. Em 1893, uma empresa muçulmana lhe ofereceu um emprego em Durban, na África do Sul. Lá, Gandhi descobriu como a comunidade hindu era subordinada e maltratada pelos ingleses, que visavam tirar deles até o direito ao voto. Diante desta ameaça, Gandhi organizou um movimento de resistência de seus compatriotas. A luta que empreendeu na África do Sul serviria de modelo para o que viria a fazer anos depois em seu país de origem. Sem deixar de sonhar com um mundo mais justo, em 1904 Gandhi mudou seu modo de agir: passou a levar uma vida austera, baseada na ação não violenta. Instaurou novos métodos de lutas (greves de fome), ainda rejeitando a luta armada e pregando a não violência como meio de resistência ao domínio britânico. Como ele mesmo defendia: “Não existe caminho para a paz; a paz é o caminho”. Após grandes conquistas que obteve na África do Sul em prol dos direitos dos cidadãos, Gandhi voltou para a Índia em 1915 como herói. Começava ali uma luta que ele sustentaria por toda a sua vida: a batalha contra as injustiças do hinduísmo e a favor dos intocáveis, o grupo dos trabalhadores braçais. O ano de 1919 marcou sua entrada para a política. Foi o início da greve geral terminou com um massacre cometido pelos ingleses. A tenacidade e o otimismo de Gandhi em relação ao futuro o transformaram em um líder poderoso e o levaram à presidência do Congresso Nacional Indiano, partido ligado ao movimento a favor da independência. Sua capacidade de mobilizar as massas o ajudou a organizar campanhas de desobediência civil, como a recusa ao pagamento de impostos e o boicote às autoridades – atos que acabaram provocando sua prisão. A partir desse momento, ele abandonou a política para se tornar um líder espiritual. Esta é a outra capacidade dos otimistas: saber reinventar-se para conquistar objetivos cada vez mais ambiciosos. No dia 26 de janeiro de 1930, Gandhi assumiu a direção da campanha de não violência para a independência da Índia, após uma greve geral bem-sucedida. A reivindicação era o não pagamento de impostos, depois que o governo britânico nomeou uma comissão encarregada de reformar a Constituição, na qual não havia nenhum indiano. Pouco depois, Gandhi deu início ao que ficou conhecido como a Marcha do Sal. Ele e mais 79 pessoas caminharam cerca de quatrocentos quilômetros em protesto contra a proibição inglesa de extração de sal no território indiano. Chegando à beira do mar, 25 dias depois, pegou um punhado de sal para si, gesto repetido por todos os seus seguidores. A notícia da Marcha deu a volta ao mundo como a maior manifestação pacífica contra os impostos que eram aplicados a esse produto. Durante a Segunda Guerra Mundial, Gandhi ressurgiu no cenário político para exigir novamente a independência da Índia. Mais uma vez, ele acabou na prisão, de onde saiu em 1944. Depois que a independência indiana finalmente foi alcançada, Gandhi tentou reformar a sociedade, apostando na integração das castas consideradas inferiores. Ao longo da vida, Gandhi recorreu diversas vezes à greve de fome como forma de pressionar o poder político, deter a violência ou chamar a atenção das massas. A falta de humanidade do sistema social, que condenava certas camadas da população à indigência absoluta, fez com que a abolição das castas se tornasse uma meta fundamental dos esforços desse notório pacifista. Seu otimismo em fazer um mundo melhor nunca o abandonou: “Não existem limites quando sabemos o que devemos fazer e estamos dispostos a dar o que temos de melhor”.
(*) EUGENIO SANTANA é escritor, jornalista, ensaísta, publicitário, relações públicas, copidesque e revisor de textos. Membro efetivo da ALNM – Academia de Letras do Noroeste de Minas, ocupante da cadeira número 2, e, desde 1989 é sócio da UBE – União Brasileira de Escritores. Mantém em seu portfólio mais de dezoito prêmios literários, em âmbito nacional. Autor de livros publicados, entre os quais um de autoajuda, autoconhecimento e autorrealização. Mineiro de Paracatu. Radicado em Brasília-DF. Contato: autoreugeniosantana9@gmail.com e Smartphone/Whatsapp: (61) 8212-3275 (TIM) e 9995-5412 (Vivo)

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

AMIZADE SELETIVA (*)

Afaste-se dos amigos que não apóiam as mudanças positivas em sua vida. Alguns terão inveja e medo sempre que você tentar dar um salto. Verão sua motivação como uma condenação a eles próprios, que ainda não chegaram a esse nível. De formas sutis, tentarão puxá-lo para baixo, para voltar a ser quem era antes. As pessoas com quem você passa o tempo mudam sua vida de uma forma ou de outra. Se estiver sempre rodeado de cínicos, eles o colocarão para baixo. Se andar com pessoas que apóiam sua escolha de ser feliz e bem-sucedido, terá começado bem no caminho para a realização. Ao longo do dia, temos muitas oportunidades de escolher as pessoas com quem vamos estar e conversar. Não fique parado na mesa do cafezinho falando mal dos outros só porque os colegas também estão fofocando. Isso vai lhe extrair muita energia e sufocar seu otimismo. Todos sabemos quem é capaz de nos colocar para cima e quem nos deprime. Você tem todo o direito de começar a ser mais cuidadoso com as pessoas com quem convive. Faça uma lista de amigos e conhecidos em cuja companhia você se sente mais vivo, feliz e otimista. Escolha um deles e tente encontrá-lo essa semana. Quando você conversa com uma pessoa negativa, as possibilidades parecem desaparecer. Um senso de fatalismo um tanto deprimente toma conta do diálogo. Não surgem idéias novas nem um humor original. Por outro lado, o entusiasmo pela vida é algo contagiante, e conversar com uma pessoa positiva sempre nos leva a enxergar mais e mais as oportunidades da vida.
(*) EUGENIO SANTANA é escritor, jornalista, ensaísta, publicitário, relações públicas, copidesque e revisor de textos. Cinco livros publicados, incluindo de autoajuda. Imortal da ALNM – Academia de Letras do Noroeste de Minas, e, desde 1989, é sócio efetivo da UBE – União Brasileira de Escritores. Arquivado em seu portfólio mais de dezoito prêmios literários, em âmbito nacional. Mineiro de Paracatu. Radicado em Brasília. Contato: autoreugeniosantana9@gmail.com e Smartphone/WhatsApp: (61) 8212-3275 (TIM) e 9995-5412 (Vivo)

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

A DOR É INEVITÁVEL. O SOFRIMENTO É OPCIONAL (*)

Se o sofrimento chega à sua vida, você deve olhá-lo no olho e com a cabeça erguida. No filme “Gladiador”, o personagem interpretado por Russell Crowe, dizia algo parecido ao falar da morte: “Se a morte sorri para você, devolva o sorriso”. Diante da adversidade, ficar parado é submeter-se a ela. Se agirmos, em contrapartida, descobriremos que os obstáculos e os conflitos são, na realidade, trampolins que permitem que nos elevemos acima do nosso nível. Nunca nos conhecemos tão bem como quando enfrentamos problemas. Como disse Buda, “a dor é inevitável, mas o sofrimento é opcional”. Não podemos evitar a dor, mas podemos decidir o que fazer com ela. Quando passamos por um momento de grande sofrimento podemos nos consolar tomando consciência de que a dor é temporária e que os bons tempos voltarão. Nos momentos críticos, é importante lembrar as épocas de serenidade, quando a vida parecia mais fácil. Depois da crise, às vezes despertar para uma nova vida é regressar àquilo que deixamos para trás e que nos trazia tranqüilidade e realização. Quando nos encontrarmos em meio a um naufrágio, vale a pena repensar naquilo que fomos para reencontrar os instrumentos que, em outras ocasiões, já nos salvaram e nos permitiram pisar em terra firme.
(*) EUGENIO SANTANA é escritor, jornalista, ensaísta, publicitário, relações públicas, copidesque e revisor de textos. Membro efetivo da ALNM – Academia de Letras do Noroeste de Minas, ocupante da cadeira número 2, e, desde 1989 é sócio da UBE – União Brasileira de Escritores. Mantém em seu portfólio mais de dezoito prêmios literários, em âmbito nacional. Autor de livros publicados, entre os quais um de autoajuda, autoconhecimento e autorrealização. Mineiro de Paracatu. Radicado em Brasília-DF. Contato: autoreugeniosantana9@gmail.com e Smartphone/Whatsapp: (61) 8212-3275 (TIM) e 9995-5412 (Vivo)

domingo, 26 de outubro de 2014

O SEGREDO DOS CASAIS FELIZES: RESPEITO MÚTUO E CONFIANÇA (*)

AS PESSOAS FLEXÍVEIS TÊM A CAPACIDADE de se adaptar ao meio, mas conseguem manipular as circunstâncias para ajudá-las a atingir suas metas, como o lutador de judô que utiliza a força do adversário em seu próprio benefício. Ser água é se adaptar à realidade mutável e aprender a arte da paciência. Ou ciência da Paz. A espada e a rocha se consideram superiores: a espada acredita que pode ferir a água, pois a parte ao meio como parte qualquer outra coisa. E a rocha, por sua vez, acha que pode cair sobre a água e danificá-la. No entanto, a rocha não danifica a água; simplesmente faz com que ela desvie o seu curso. A espada, por mais que afunde seu fio na água, não pode parti-la. A água se adapta, a rodeia, mas não deixa de fluir. Em compensação, a água pode desgastar a rocha e oxidar a espada até que seu fio não mais corte. A paciência, a calma e a capacidade de adaptação são armas mais poderosas. O brando – a água – acolhe, enquanto o duro – a rocha – repele. Uma pedra pontiaguda é ameaçadora, mas pode ser destruída pela água, que penetra em suas fendas e, ao congelar, é capaz de parti-la, por mais dura que seja. Nosso caminho pode nos levar a muitos lugares, e, para aprender sobre eles, é preciso ser como a água e nos adaptarmos ao curso dos acontecimentos. Como o mundo nunca se adaptará a nós, devemos ser flexíveis como o bambu, que balança com o vento mas não se quebra. Um rio, em cada local que ele passa, recolhe em sua corrente fragmentos desse lugar, de tudo o que aconteceu ali. Isso enriquece o rio. Da mesma maneira, o que encontramos em nosso caminho nos nutre e nos dá sabedoria sempre que não desprezamos esse conhecimento. Em muitos relacionamentos, um dos membros do casal, ou ambos, tenta mudar o outro, moldá-lo para que seja como gostaria que fosse. Força o outro a ser o que não é. O segredo dos casais felizes, como em qualquer tipo de relação interpessoal, é o respeito mútuo e a confiança. Com nossa imaginação e iniciativas, produzimos nosso destino, mas cada ato precisa ser um traje sob medida para as situações mutáveis. (*) EUGENIO SANTANA é escritor, autor de livros publicados e jornalista de mídia impressa. Membro efetivo da ALNM - Academia de Letras do Noroeste de Minas, sócio efetivo da UBE – União Brasileira de Escritores. Aos 11 anos comecei a ler Aristóteles, Spinoza, Platão, Schopenhauer, Freud, Jung, Gibran, Nietzsche, Hermann Hesse, Krishnamurti, Shakespeare e Rousseau. Escrevo e publico objetivando a auto-realização dos meus leitores. Busco a Transcendência por meio da Literatura. Escrever é a minha Missão. Contato: via e-mail autoreugeniosantana9@gmail.com e Smartphone/WhatSapp: (61) 8212-3275 (TIM) e 9995-5412 (Vivo)

sábado, 25 de outubro de 2014

EU SOU SENSITIVO. E VOCÊ? (*)

Uma das características marcantes a nessas pessoas é a dificuldade em assistir os trágicos noticiários veiculados na TV. E sentem as dores do mundo com maior profundidade. Freqüentar lugares cheios como estádios de futebol, shopping e shows de rock pode ser muito desagradável, a grande mistura de energias lhes causa mal-estar. Comprar objetos usados em locais como brechós e sebos não é nenhum pouco tolerável, pois sentem a energia do antigo dono. A bagunça no lar incomoda, ela traz uma sensação de peso e bloqueia sua energia que também fica desordenada. Muitos sensitivos não comem carne, não por considerarem o sabor desagradável, essa escolha se deve à capacidade de sentir a energia dos alimentos, captam o sofrimento do animal abatido que fica impregnado na carne. Na tentativa de aliviar o desconforto causado pela sua hiper sensibilidade, alguns desses paranormais acabam se entregando aos vícios, usando drogas e ingerindo bebidas alcoólicas em excesso, trata-se de uma forma inconsciente de autoproteção das desagradáveis sensações captadas. Essas pessoas precisam de momentos de solidão para se interiorizar, ficando livres de influências externas e reencontrando seu centro. O contato direto com a natureza também são por eles valorizados, pois mesmo de forma inconsciente, purificam-se nestes locais sentindo-se revigorados. O
s sensitivos não convivem apenas com os aspectos negativos de sua natureza. Essa sensibilidade tem o poder de guiá-los por entre as falsidades do mundo em direção à verdade. Uma vantagem inigualável é conseguir enxergar além das aparências logo à primeira vista, é impossível mentir para eles. Identificam quais são as pessoas perigosas, assim como, as pessoas de bom coração, selecionando com qualidade seus relacionamentos íntimos. Sabem de coisas que nunca lhes foram ditas, ou estudadas. Sempre que estão em equilíbrio, usam intuitivamente sua capacidade optando pelas melhores decisões de vida. Percebem com facilidade a presença de seu anjo de guarda e as vibrações divinas, absorvendo-as intensamente. Bem utilizado esse dom funciona como um verdadeiro guia de vida, uma proteção permanente. (*) EUGENIO SANTANA é escritor, autor de livros publicados e jornalista de mídia impressa. Membro efetivo da ALNM - Academia de Letras do Noroeste de Minas, sócio efetivo da UBE – União Brasileira de Escritores. Aos 11 anos comecei a ler Aristóteles, Spinoza, Platão, Schopenhauer, Freud, Jung, Gibran, Nietzsche, Hermann Hesse, Krishnamurti, Shakespeare e Rousseau. Escrevo e publico objetivando a auto-realização dos meus leitores. Busco a Transcendência por meio da Literatura. Escrever é a minha Missão. Contato: via e-mail autoreugeniosantana9@gmail.com e Smartphone/WhatSapp: (61) 8212-3275 (TIM) e 9995-5412 (Vivo)

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

A DOR DO AMOR. PAIXÃO E LUTO... (*)

JAMAIS vivenciei um acidente aéreo, mas já ouvi narrativas – com riquezas de detalhes mórbidos – de sobreviventes. Eles percebem a perda de altitude, a potência fragilizada das turbinas, o desastre à vista, até que ocorre a parada definitiva do avião e ouve-se um barulho ensurdecedor, lancinante. Alvo efetivamente assustador e inominável. Ou abominável? Depois, o estrondo – como o trovão – sobe do chão um silêncio aterrador. Por alguns átimos de segundos, ninguém fala – mutismo total – e ninguém se move. Todos em choque. Ou mutilados? Não se sabe exatamente o que aconteceu, mas sabe-se que é grave. Gravíssimo. Algo de sólido e consistente que existia não existe mais. Inapelavelmente... Eu sabia que terminaríamos, eu sabia que era uma viagem sem destino, sabia desde o início e não sabia, não sabia que doeria tanto, que era tanto e intenso, que era muito mais do que se pode saber, ninguém pode saber um amor, entender um amor, tanto que terminou sem muito discurso, economia verbal é bom e eu gosto. Foi uma noite fatídica em que você quase pediu – trejeito de Lilith, Afrodite ou Cleópatra? – me deixe. Ora, ora, pra que me enganar: você realmente pediu, sem balbuciar palavra, você vinha pedindo, me deixe, olhe o jeito que te trato, repare em como não te quero mais, me deixe, e eu, de repente, naquela noite que poderia ter sido amena, me vi desistindo de um jantar – regado a vinho – e de nós dois em menos de quinze minutos, a decisão mais célere da minha vida, e a mais longa, começou a ser amadurecida – como espera em UTI – desde o dia em que falei com você pela primeira vez, desde uma tarde em que ainda nem tínhamos iniciado nada e eu já amadurecia o fim, e assim foi durante os dois anos em que estivemos tão juntos e tão separados, eu em permanente estado de paixão e luto me projetando para o amor e a dor simultaneamente.
Você não ligaria no dia seguinte, era domingo. O que eu fazia aos domingos de manhã? Caminhava – com Simurgh – o cachorrinho de estimação, em volta do shopping, então caminharei, mas falta você, coloquei o tênis confortável, saí a pé do meu tugúrio, falta você e não falta, o estrondo está diminuindo – cessando o impacto profundo – o barulho acabou, será que eu já percebi o acidente? Dou uma volta em torno do Shopping, duas voltas, três voltas, você não virá aqui me ver? Volto. Telefono para o melhor amigo Paulo, não telefono pra você, conto pra ele que terminamos, meu relato é muito coerente e sucinto, ele lamenta mais ou menos, já ouviu contar essa história anteriormente, somos reincidentes em finais, mas agora é pra valer, quem me acredita? (*) EUGENIO SANTANA é escritor, autor de livros publicados e jornalista de mídia impressa. Membro efetivo da ALNM - Academia de Letras do Noroeste de Minas, sócio efetivo da UBE – União Brasileira de Escritores. Aos 11 anos comecei a ler Aristóteles, Spinoza, Platão, Schopenhauer, Freud, Jung, Gibran, Nietzsche, Hermann Hesse, Krishnamurti, Shakespeare e Rousseau. Escrevo e publico objetivando a auto-realização dos meus leitores. Busco a Transcendência por meio da Literatura. Escrever é a minha Missão. Contato: via e-mail autoreugeniosantana9@gmail.com e Smartphone/WhatSapp: (61) 8212-3275 (TIM) e 9995-5412 (Vivo)