segunda-feira, 26 de setembro de 2016

ROSAS-VERMELHAS PARA BÁRBARA - A MULHER (*)

“... Onde está ela? Onde está aquela que viverá comigo todas as aventuras do corpo e do coração? E também da alma. Aquela que comigo construirá a alta torre da vida partilhada? Há entre vós quem não atravesse mares, desertos, montanhas e vales para encontrar-se com a mulher que sua alma escolheu”? Cogito na possibilidade de todas as mulheres do mundo amalgamadas numa só expressão feminina. Pelo menos há três décadas iniciou-se de vez a impressão gráfica em cores nas revistas brasileiras. Descobri ao acaso este sugestivo título, acima epigrafado, numa publicação muito lida dos velhos tempos. Desde então, volta e meia, essa frase platonicamente romântica adeja minha cabeça, instigando uma lacônica crônica. Vasta experiência concernente a tão decantada alma feminina – expressão de Lilith-Eva, sabe lá... Não sei porquê nesse momento aflora-me a “Crônica do Amor Louco”; efêmeros passeios sobre as memórias de Casanova me alegram a alma e numa perplexidade de Adônis de Paracatu, um Alain Delon revigorado, e com o olho de Hórus, me lembro de um comentário pleno de conteúdo de uma amiga que se referiu a mim dizendo: “você me lembra o personagem Dom Juan – interessante filme estrelado por Johnny Deep e Marlon Brando”. E o meu Diretor de RH, em uma Empresa em que atuei como seu Assistente, em Brasília, extrapolou: “Você, Eugenio, me faz lembrar aquela música do Martinho da Vila: “já tive mulheres...”. Inefáveis lembranças... Cada experiência traz em si o sabor singular do verdadeiro conhecimento. E conhecer é saborear. Insofismável iniciação: compartilhei romances via corpo, alma e coração com um número razoável de mulheres especiais que cruzaram os meus caminhos. Delas recebi lições inesquecíveis de vida, luz e amor e o aperfeiçoamento da libido, o despertar da kundalini fez a serpente emplumada levitar e, de quebra, algumas performances básicas do Kama-Sutra foram incorporadas. E quanto mais as conheço e vivencio, mais as considero um planeta inexplorado de seres mutantes. Muito embora, um famigerado poeta disse antes: “as mulheres foram feitas para serem amadas e não para serem compreendidas”. Sinceramente, faz sentido. Aqueles ou aquelas que insistirem em ir mais fundo no tema, sugiro a leitura do ensaio para as mulheres, escrito por mim, em 9/9/1999. História completa com riqueza de detalhes e comprovados dados científicos consta do insólito romance autobiográfico “Os Pessegueiros Florescem no Outono”, de nossa autoria, a ser publicado brevemente. Aguardem-me, adoráveis leitores... Reflito: qual dessas protagonistas de minha vida, mais se aproximou de constituir-se em minha alma-irmã? Humano, demasiadamente humano, tenho minhas dúvidas cruciais, inseguranças e incertezas, quero ter à disposição um leitmotiv e uma nova utopia, porque carrego comigo, na bagagem do coração, idêntica filosofia de um amigo dos velhos tempos, que sempre me repetia esse surrado lugar-comum: “sou movido a estímulo”. Certeza, uma única: O Amor é o Caminho. E o seu poder, absoluto. O amor é a Perfeição. Não precisamos de milenares gurus para absorver essa conclusão definitiva. O Mestre da Luz e Sol do Verbo: Jesus – O Cristo Cósmico nos legou esse fundamental e maravilhoso ensinamento. Em “A Ponte para o Sempre”, meu querido autor e confrade Richard Bach, encontrou seu par ideal. A busca obstinada teve um final feliz: o encontro com sua alma-irmã Leslie Parrish. Apesar das críticas irrelevantes, estou seguindo suas pegadas, meu caro Richard. Só posso dizer que só me arrependo daquilo que não fiz. A vida é muito breve para atos mesquinhos, hipocrisia, mediocridade e falso moralismo. Nas asas da memória arquivei o recado especial do Holandês Voador: “aqueles que mais procuram o AMOR já estão plenos dele”. Não procuro uma mulher “bárbara”, mas Bárbara – a mulher. Sei que toda luta é vã mal começa a manhã. E a guerra só está perdida quando rompemos o último fio de prata do invólucro material ou corpo físico. Enquanto a vida ávida e a fome de viver estiverem impulsionando o coração partido, estarei na estrada – como diria Bob Dylan - à sua procura flor-estrela, Asa guardiã; Vênus-Afrodite. Leal e única companheira da última jornada. Gostaria, sinceramente, de apostar, hoje, todas as minhas fichas em um novo amor platônico. Rosas-rúbidas para "Bárbara"... Impressões da infância e do início da adolescência de um mineiro-menino. Sinais vitais de êxtase nos complexos caminhos de Eros. Não sei ao certo, em que ano o episódio aconteceu. Só posso afirmar que ao folhear aleatoriamente aquela romântica revista de fotonovelas, deparei com uma estória que marcou a minha vida: uma jornada do ser à procura do par ideal. Hoje quero despertar e acreditar que é possível encontrar “Bárbara” – a mulher. E viver plenamente (asa de um sonho?) os altos e baixos de um grande, único, verdadeiro e definitivo amor. Quem é essa "Vênus-Afrodite", singular mulher, disposta a receber o meu buquê de rosas-vermelhas e ser feliz até que outra vida nos espere?... Finalizo com as belas palavras de Rilke: “Ainda não sabias? Lança o vazio aprisionado nos braços para os espaços que respiramos! Talvez os pássaros sintam, num vôo de maior intimidade, o ar mais amplo. As primaveras se valem de ti. Muitas estrelas te dão a coragem para percebê-las. Ao passares por uma janela aberta, um violino se entregou a ti. Será que respondeste? Não estavas sempre distraído à espera, como se tudo anunciasse uma amada?”
(*) EUGENIO SANTANA é jornalista, ensaísta e escritor. Redator chefe da Revista Cenário Goiano, Revisor de textos do jornal Diário da Manhã, Editor-geral do Blog Guardião da Palavra. Foi Superintendente de Comunicação no Governo do Rio de Janeiro

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