quinta-feira, 10 de março de 2011

NÃO HÁ POESIA SEM MISTICISMO. NÃO HÁ MISTICISMO SEM POESIA




A POESIA só acontece quando me deixo, quando me deito, quando me vejo e quando me mexo. Sem Poesia não há verdadeiramente a prática do misticismo. Fernando Pessoa, Rumi, Tagore, Gibran, Hermann Hesse e o meu Eu-Lírico expressaram amplamente isto. Ousamos dizer também que a poesia, inevitavelmente, seja de que tipo for, ou como seja denominada, está impregnada de misticismo. Sem misticismo não pode haver poesia. Assim, todo místico há de ser poeta, bem como todo poeta há de ser místico (mesmo que não saiba disto).
Toda poesia reside na harmonia. É na apreensão da harmonia que a beleza aparece. Se pensarmos que beleza é harmonia, a poesia, consequentemente, está na apreensão da beleza, ou seja, da harmonia.
O místico, portanto, é aquele que capta a harmonia, a beleza nas coisas. Para que isto ocorra, ele mesmo precisa estar harmonizado. Se alguém não consegue se harmonizar,então, não consegue praticar o misticismo e apreender a beleza e a poesia da vida.
BELEZA é Poesia. POESIA é Beleza. Colocar-se como POETA é se despir, é se desvencilhar de pré-conceitos (de conceitos estabelecidos.) Há de existir revisão de conceitos, quebras de conceitos, re-avaliação de conceitos para que a poesia apareça na vida, na arte, na visão do poeta/místico.
Não é à toa que as terapias ocupacionais utilizam música, dança, pintura, e todas as formas de artes para conseguir um grau mínimo de harmonia naqueles que sofrem graves desajustes mentais.
Justamente a espiritualidade cumpre o papel de resgatar a visão sadia de enxergar o mundo. O misticismo tem uma importância fundamental no equilíbrio do ser humano, ajudando-o a se livrar de preocupações que distorcem a beleza da vida, devolvendo a poesia em sua vida.
Mas, o que é poesia?
Quando falamos de poesia não a estamos colocando naquelas formas escritas e faladas através de poemas e versos tão-somente. Captamos poesia quando apreendemos BELEZA nas coisas.
Alguém pode passar por uma certa rua, por exemplo, e ficar embevecido com sua beleza. Daí pode tentar transmitir o que sentiu através de uma música, de um quadro, de um poema.
Ou seja, quando falamos em poesia aqui não estamos nos restringindo à conhecida forma LITERÁRIA de fazer poemas. Desta forma, toda vez que nos sentimos extasiados, encantados, deslumbrados com uma cena, uma paisagem, um rosto, um gesto, estamos "sentindo poesia". Podemos transformar este sentimento em nenhuma expressão artística (um poema, uma pintura, uma música), contudo estamos num estado de poetas, de artistas.
Assim como o místico, o poeta é um ALQUIMISTA.
O Artista precisa sempre estar mudando de visão, tentando captar coisas de outra forma, de uma forma não convencional. Assim, estes estados interiores, estas visões sublimes, cósmicas, provocam transformações no estado mental do poeta.
O POETA é aquele que está despertando ou desperto. A consciência do poeta, sua sensibilidade, o faz colocar no mesmo patamar do místico. Não é à toa que os poetas se tornam místicos e que místicos se tornam POETAS.

(Copy-Desk By EUGENIO SANTANA, FRC - Escritor com obras publicadas, Jornalista profissional de mídia impressa, Publicitário, Editor, Poeta, Relações Públicas, Coordenador de RH, Consultor de negócios, Ensaísta literário e Místico Rosacruz desde 1983.)

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