sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

VOCÊ ESCOLHE: POLTRONA DE AVIÃO OU CADEIRA DE DENTISTA?


Há duas poltronas que se parecem tanto que quando me sento numa imediatamente me ocorre a lembrança da outra: cadeira de dentista e poltrona de avião. Igual o constrangimento, a má vontade quando me dirijo a elas – vontade de adiar a hora. E a partida. A ânsia no peito, o frio nas mãos. No bolso, o cartão do dentista com a hora marcada. No bolso, o cartão do dentista com a hora marcada. No bolso, a passagem aérea, pessoal e intransferível. Vi certa manhã um gato com seu andar de veludo rondando a gaiola do pássaro. Com esse mesmo andar o medo se aproxima de mim, sinto seu cheiro em ambos os ambientes anti-sépticos, fechados. Cores neutras, luz fria incidindo nos metais reluzentes que lembram farmácia. Hospital. Há sempre uma música suave no rádio. O locutor de voz velada faz o anúncio no mesmo tom impessoal com que o jovem de bordo anuncia pelo microfone as condições atmosféricas em meio das recomendações de praxe.
A enfermeira tão limpa de avental branco não tem qualquer coisa de aeromoça tão gentil que oferece revistas, caramelos e protetor auricular para os tímpanos? O guardanapo é preso ao pescoço com aqueles mesmos gestos mecânicos com que a aeromoça vem nos auxiliar a fechar o cinto de segurança. “Deseja mais alguma coisa?” – pergunta ela com uma amabilidade artificial. Desejaria descer – seria a resposta exata, inequívoca. Vontade de fugir da poltrona de couro tão confortável, a almofadinha na altura da nuca, o assento anatômico, perfeito. Perfeito? Perfeição um tanto suspeita: depois de tantas inovações, por que o avião ainda cai? Por que o dentista ainda dói? Tão fundamental essa conquista da tecnologia com raízes norte-americanas, último tipo,precisão. Invulnerabilidade. A aeromoça se afasta com o sorriso igual ao da chegada. A enfermeira se afasta e as solas de seus sapatos parecem grudar no oleado do chão. O ronco do avião no ensaio da decolagem. O motor do dentista provando uma, duas vezes antes de nele ser atarraxada a agulha. A boca aberta como uma oferenda. O corpo encolhido, o peito fechado, tenso. Entrelaçadas no colo as mãos duras, viscosas. A doce musiquinha do rádio parece vir de muito longe – de que mundo? Acelera-se o motor. O corpo se agarra à cadeira, ambos integrados, formando uma peça só. Curta a respiração. Os olhos apertados. O pedal invisível é acionado e a poltrona com o corpo vai se erguendo no ar. Os motores do avião sopram com mais força, vai levantando vôo. “Senhores passageiros, por favor, desliguem celulares e computadores portáteis, por favor!”. A pata do gato alcança o pássaro...

(copy-desk by Eugenio Santana – cronista, contista, jornalista e poetalado. Autor de livros publicados.)

sábado, 11 de dezembro de 2010

CADA DIA É UMA NOVA CHANCE PARA VOCÊ TRANSFORMAR A SUA VIDA


Perceba a noite como uma borracha mágica que tem o poder de apagar todos os erros do seu dia. Pensando assim, você verá cada novo dia como uma oportunidade de recomeçar. Faça, portanto, de cada dia uma vida inteira.
Não importa quantos erros você cometeu, não interessa se você tropeçou, chorou ou quase desistiu. Assim que o sol brilha, todo o dia anterior já é um passado distante. Não permita que as sombras do "antes" escureçam o sol do presente.
O começo de cada dia deve ser entendido como um renascimento - uma espécie de ressurreição.

(copy-desk by Eugenio Santana - Escritor, Jornalista e Poetalado)

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

The Secret of Staying In Love


Responder ao chamado do amor requer muita coragem e determinação, porque expor-se sempre envolve o risco de ser gravemente ferido. Mas sem transparência o amor é impossível, e sem amor a vida humana é terrivelmente incompleta.
Os que estão dispostos a amar acabarão encontrando o amor. E então o espelho estará ali, o espelho que reflete a imagem de uma pessoa amorosa: esse é o começo da verdadeira auto-estima e da autocelebração. É por isso que Viktor Frankl diz que a origem da verdadeira auto-estima encontra-se no “reflexo do apreço daqueles a quem amamos”.
A melhor maneira de descrever o amor é dizer que se trata de um processo gradual, um longo movimento circular que precisa ser cuidadosamente negociado, não um ângulo reto que se faz num instante, de uma vez por todas. Um homem e uma mulher precisam começar uma longa viagem e andar muitos quilômetros antes de encontrar as alegrias do amor. Terão de atravessar florestas profundas e sombrias, e haverá muitos perigos. Terão de ser muito cuidadosos com o amor do que com as outras coisas. O amor requer abstinência de tudo quanto pode mostrar-se venenoso para ele.
Requer muita coragem, persistência e autodisciplina.
Mas a viagem para o amor é a viagem para a plenitude da vida, pois é somente na experiência do amor que os seres humanos podem conhecer a si mesmos.

(copy-desk by Eugenio Santana, FRC – jornalista e escritor. E-mail: autor-e.santana@bol.com.br / MSN: esantanafrc@hotmail.com (21) 7177-6359.)

domingo, 14 de novembro de 2010

ARTHUR RIMBAUD RETIRA QUEIXA CONTRA PAUL VERLAINE


Eu, abaixo-assinado, Arthur Rimbaud, 19 anos, homem de letras, com endereço fixo em Charleville (Ardennes, França), declaro, em nome da verdade, que na quinta-feira, dia 10 do presente mês, por volta das 2 horas, no momento em que o Sr. Paul Verlaine, no quarto de sua mãe, deu, com seu revólver, um tiro que me feriu levemente o punho esquerdo, o Sr. Verlaine se encontrava em um estado tal de embriaguez que não tinha consciência de seus atos.
Que estou intimamente convencido que, ao comprar esta arma, o Sr. Verlaine não tinha nenhuma intenção hostil contra mim e que não houve nenhuma intenção criminosa no ato de trancar a porta sobre nós.
Declaro também propor, de espontânea vontade, e consentir na minha desistência pura e simples de toda ação criminal, correcional e civil e desisto, a partir de hoje, dos benefícios de toda demanda judicial que possa vir a ser feita pelo Ministério Público contra o Sr. Verlaine pelo fato do que aqui se trata.
Arthur RIMBAUD
Sábado, 19 de julho de 1873.

RIMBAUD está vivo. Rimbaud é um fenômeno literário que não morrerá em nossa memória.
Rimbaud é um marco zero na História da Literatura.
Sua radicalidade, que o levou à renúncia e ao silêncio, merece um tributo especial e uma reflexão permanente.
Os poetas e os escritores do século XX, os surrealistas, os “beatniks”, os “hippies”, os jovens rebeldes – todos lhe são devedores.
A influência de Rimbaud sobre cantores de rock como Jim Morrison é inegável. Até no cinema, o polêmico personagem da série "Rambo" tem seu nome nele inspirado. Cultuado pelos decadentes, simbolistas, existencialistas, beatniks, hippies, punks, revoltados de maio de 1968 e hardcores, sua poesia adquire cada vez maior modernidade. No ano de 1905, foi inaugurado na Praça da Estação, em Charleville, um busto de Rimbaud.
Em Harrar encontra-se uma rua com seu nome e todo ano um "Safári Rimbaud" é organizado por um grupo de turístico belga. No golfo de Aden, uma curiosa embarcação pode ser avistada singrando livremente o mar Vermelho: É o rebocador Arthur Rimbaud! Ele com certeza teria gostado desta última homenagem.
Vítima de um câncer na perna que foi amputada, devido aos sofrimentos que vivenciou na Abissínia, Rimbaud morreu nos braços de sua irmã Isabelle, quem mais o amou, e suas derradeiras palavras proferidas: "Me digam a que horas vão me levar para o navio".

(Copy-Desk by EUGENIO SANTANA, FRC – poeta, escritor, jornalista, ensaísta literário e, sobretudo, alter-ego de Arthur RIMBAUD, Drummond e Fernando Pessoa. Após participar da primeira sessão do Santo-Daime, a convite do meu padrinho literário Paulo Nunes Batista, ele me confidenciou que, em Vidas Passados, fomos amigos e companheiros de Jean-Nicolas Arthur RIMBAUD, em Paris, na França. Mais um mistério a ser desvendado em minha vida...)

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

TRISTEZA


Ficamos tão mais tristes quanto maior for o grau de envolvimento afetivo com a pessoa ou o objeto que perdemos – e mais definitiva for essa perda. Por tal raciocínio, é possível entender por que uma mãe em luto pela morte de um filho dificilmente sai do buraco, enquanto outra cujo primogênito foi à guerra ainda consegue esboçar um sorriso de vez em quando. Não importa o grau, a tristeza é sempre determinada quimicamente por uma redução nos níveis de serotonina. É o que evidenciam os quadros de depressão, o extremo patológico da tristeza. Enquanto a tristeza do dia a dia afeta a química cerebral de maneira transitória, a depressão pode trazer comprometimentos profundos. Uma pessoa deprimida precisa da ajuda de um psicoterapeuta, e, não raro, de medicamentos antidepressivos para se reerguer. A tristeza, decorrente de uma afecção mental, inclui em seu pacote sintomas como distúrbios de sono, problemas de peso, fadiga, irritação, apatia, estados de lentidão física e intelectual. Ou seja, desregula uma série de outros circuitos cerebrais.

(Eugenio Santana, FRC – Fragmento/Copidesque.)

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

VÊNUS E ADÔNIS


Brincando, certo dia, com seu filho Cupido, Vênus feriu o peito em uma de suas setas. Afastou a criança, mas a ferida era mais profunda do que pensara. Antes de curá-la, Vênus viu Adônis, e apaixonou-se por ele. Já não se interessava por seus lugares favoritos: Pafos, Cnidos e Amatos, ricos em metais. Afastava-se mesmo do céu, pois Adônis lhe era mais caro. Seguiu-o, fez-lhe companhia. Ela, que gostava de se reclinar à sombra, sem outras preocupações a não ser a de cultivar seus encantos, anda pelos bosques e pelos montes, vestida como a caçadora Diana; chama seus cães e caça lebres e cervos, ou outros animais fáceis de caçar, abstendo-se, porém, de perseguir os lobos e os ursos, recendendo ao sangue dos rebanhos. Também recomenda a Adônis que tenha cuidado com tão perigosos animais:
- Sê bravo com os tímidos. A coragem contra os corajosos não é segura. Evita expor-te ao perigo e ameaçar minha felicidade. Não ataques os animais que a natureza armou. Não aprecio tua glória ao ponto de consentir que a conquistes expondo-te assim. Tua juventude e a beleza que encanta Vênus não enternecerão os corações dos leões e dos rudes javalis. Pensa em suas terríveis garras e em sua força prodigiosa! Odeio toda a raça deles. Queres saber por quê?
E, então, contou a história de Atalanta e Hipómenes, que ela transformara em leões, para castigo da ingratidão que lhe fizeram.
Tendo feito essa advertência, Vênus subiu ao seu carro, puxado por cisnes, e partiu, através dos ares. Adônis, porém, era demasiadamente altivo para seguir tais conselhos. Os cães haviam expulsado um javali de seu covil, e o jovem lançou seu dardo, ferindo o animal de lado. A fera arrancou o dardo com os dentes e investiu contra Adônis, que virou as costas e correu; o javali, porém, alcançou-o, cravou-lhe os dentes no flanco e deixou-o moribundo na planície.
Vênus, em seu carro puxado por cisnes, ainda não chegara a Chipre, quando ouviu, cortando o ar, os gemidos de seu amado, e fez voltar para a terra os corcéis de brancas asas. Quando se aproximou e viu, do alto, o corpo sem vida de Adônis, coberto de sangue, desceu e, curvando-se sobre ele, esmurrou o peito e arrancou os cabelos. Acusando as Parcas, exclamou:
- Sua ação, porém, constituiu um triunfo parcial. A memória de meu sofrimento perdurará, e o espetáculo de tua morte e de tuas lamentações, meu Adônis, será anualmente renovado. Teu sangue será mudado numa flor; este consolo ninguém pode negar-me.
Assim falando, espalhou néctar sobre o sangue e, ao se misturarem os dois líquidos, levantaram-se bolhas, como numa lagoa quando cai a chuva, e, no espaço de uma hora, nasceu uma flor cor de sangue, como a da romã. Uma flor de vida curta, contudo.
Dizem que o vento lhe abre os botões e depois arranca e dispersa as pétalas; assim, é chamada de anêmona, ou flor-do-vento, pois o vento é a causa tanto de seu nascimento como de sua morte.

Milton faz alusão ao episódio de Vênus e Adônis, em “Comus”:

Entre arbustos de rosas e jacintos,
Muitas vezes repousa o jovem Adônis
Amortecida a dor, e a seu lado
Jaz a triste rainha dos assírios...

(Eugenio Santana é um “imortal” da ALNM – Academia de Letras do Noroeste de Minas Gerais, aonde ocupa a cadeira número 2. É detentor de 18 prêmios literários, em âmbito nacional. Livros publicados. Crítico literário. Jornalista profissional – Superintendente de Imprensa de uma instituição Municipal do Rio de Janeiro. Revisor e Copy-Desk; publicitário com curso da ESPM.)

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

SACRIFÍCIO


Sacrifico-te e ofereço-te
o meu amor.
Misteriosa pérola
no fundo profundo
oceano de nossas vidas.

Viver é partilhar o amor ágape-eros.
Diamante azul lapidado na epiderme
Química do beijo - do corpo e da alma.

Ainda que efêmero
use o rubi-talismã
no ritual do coração de romã.
Não é anônimo
não é invisível - não é risível
não é clandestino o nosso amor.
Karma - dharma, destino ou...
almas-irmãs?!

Dor do amor
que imprime sua identidade.
Dor de parto - lábios fartos.
Não parto para uma viagem
sem teus molhados beijos.
Um pacto com o silêncio
sinto convidativos odores,
no azul do lençol, oh, dores!

Murmúrios, urros, gemidos.
Uivos lascivos, lancinantes.
O luar de outono fascinante
desenha em nossa pele
a tatuagem pluriamar.

O amor e o grito
Rio frenético e dionisíaco
de águas calmo-turbulentas.
O paroxismo e o êxtase
o frêmito-frenesi - a volúpia.
A visão da rosa - lírio lilás.

No cavalgar deste rito inicial
não evito - não hesito
não é mito, não é profano
apenas me ufano
infinito sentimento.

(Eugenio Santana, FRC)

(*)Fonte: extraído do meu livro "Crepúsculo e Aurora"
Hórus/9 Editora, Goiânia-GO, 2006, página 81)

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

A VITRINE DO SHOPPING


Ante a vitrine bem iluminada de um shopping pararam em meio a muito mais. Por acaso, os seus olhares se encontraram e o ilegal desejo da carne se revelou timidamente, irrresolutamente. Depois, alguns passos ansiosos pela calçada afora – até que, sem sorrir, acenaram-se de leve.
E então, dentro do carro fechado... a sensual aproximação dos corpos; as mãos unidas, os dois lábios colados.

(Eugenio Santana, FRC – copy-desk.)

RUMO A ÍTACA


Se partires um dia rumo a Ítaca, faz votos de que o caminho seja longo, repleto de aventuras, repleto de saber. Nem Lestrigões nem os Ciclopes nem o colérico Posídon te intimidem; eles no teu caminho jamais encontrarás se altivo for teu pensamento, se sutil emoção teu corpo e teu espírito tocar. Nem Lestrigões nem os Ciclopes nem o bravio Posídon hás de ver, se tu mesmo não os levares dentro da alma, se tua alma não os puser diante de ti.
Faz votos de que o caminho seja longo. Numerosas serão as manhãs de verão nas quais, com que prazer, com que alegria, tu hás de entrar pela primeira vez um porto para correr as lojas dos fenícios e belas mercancias adquirir: madrepérolas, corais, âmbares, ébanos, e perfumes sensuais de toda espécie, quanto houver de aromas deleitosos. A muitas cidades do Egito peregrina para aprender, para aprender dos doutos.
Tem todo o tempo Ítaca na mente. Estás predestinado a ali chegar. Mas não apresses a viagem nunca. Melhor muitos anos levares de jornada e fundeares na ilha velho enfim, rico de quanto ganhaste no caminho, sem esperar riquezas que Ítaca te desse. Uma bela viagem deu-te Ítaca. Sem ela não te ponhas a caminho. Mais do que isso não lhe cumpre dar-te.
Ítaca não te iludiu, se a achas pobre. Tu te tornaste sábio, um homem de experiência, e agora sabes o que significam Ítacas.

(Eugenio Santana, FRC – copy-desk.)

terça-feira, 3 de agosto de 2010

AS CHAVES DO CORAÇÃO


Bem-vindos a esta nova fase do amor – consciente, vivido, revivido, buscado, explorado, descoberto ou redescoberto, do amor que está no ar, na Terra, na ação. Ele passou pelo fogo das paixões, das dores, do medo, da ilusão, das simples constatações, das grandes descobertas, das profundas explosões – e foi transmutado, transcendeu; passou pela água de suas emoções – se purificou – e agora permanece sustentado pela força da energia da Terra, mas conectado ao ar, ao céu, ao Cosmo, a toda a energia em movimento que ajuda, puxa, repuxa e impulsiona.

Mais do que um símbolo dos namorados, dos amantes, dos grandes amores, o coração também é o verdadeiro símbolo do amor, porque o amor irradia através dele. O coração recebe todas as informações das emoções, das forças da Terra, dos descontroles, das alegrias, mas também o amor divino, a inspiração, que se expressa através da comunicação, da arte, da criação.

Lembrem-se das luzinhas que se acendem dentro de vocês, e não se frustrem mais em busca de finais felizes. Aprendam a eternizar seus momentos. Não é tão complicado assim. Congelem as experiências que criaram ótimas lembranças para a sua alma, e daqui a um tempo, nesta ou em outra vida, lembrarão desses momentos maravilhosos, acionarão esses códigos, e as luzinhas acenderão porque valorizaram as coisas simples da vida.

Sabemos que é a energia do amor que rege o mundo, mas vocês, que vivem no mundo das polaridades, dos opostos, muitas vezes não deixam que ela domine. É uma pena, mas faz parte do aprendizado. Esse é o caminho e não importa quanto tempo vão levar para percorrê-lo, porque é uma fantástica, o começo de um novo, de uma nova consciência.

O filósofo Sócrates já dizia: “Conhece-te a ti mesmo”. Era um código. Essa é uma das frases-chave da humanidade.
O corpo é um presente. Abram esse presente, explorem-no, amem-se. Abram seus corpos, suas mentes e seus corações, sem preconceitos. Abram suas almas, emanem amor, contaminem, pulsem, repulsem.
Liberem a mente, deixem o amor fluir no seu corpo, libertem as emoções, quebrem os preconceitos e se abram. Mas, principalmente, não se esqueçam de encontrar as chaves do coração. Porque ele é o centro de tudo. Nele está contido o grande código da vida, o código do amor.

(Eugenio Santana, FRC – fragmento/copy-desk.)

A SABEDORIA DOS GIRASSÓIS


Os girassóis são muito sábios; quando o sol se esconde eles ficam parados, mas não murcham porque armazenaram a energia que captaram ao longo do dia. Ficar no escuro não os afeta porque adquiriram poder e confiança. E mesmo quando são fustigados pelos ventos de forma agressiva as suas raízes permanecem firmes, e eles são hidratados pelas chuvas e consolidam seu crescimento com o sol e a grande força da luz. Assim são vocês quando se deixam iluminar e acreditam no seu potencial. O girassol é o símbolo da força da energia e da beleza que vem da luz -, ao se deixar conduzir por ela fica cada vez mais forte, vigoroso e cheio de vitalidade.

Sempre que sentirem o chamado da luz – e ela se apresenta de diversas formas – lembrem-se dos girassóis, e deixem-se levar pela força de atração. Este é um trajeto grande e promissor. E quando o inverno chegar saberão que ele fará somente parte de um ciclo. O sol sempre aparece para atrair aqueles que perderam o medo de olhar para o céu. Quanto mais compartilharem esta luz, que é sabedoria, mais raios de informações receberão. É a luz em expansão, a constelação se formando no céu. Na outra polaridade, quanto mais retiverem o conhecimento que lhes é dado, mais rapidamente o perderão. “Compartilhar” é a palavra-chave.

É hora de abrir as mãos e deixar a sabedoria voar como um beija-flor, para que novos pássaros possam pousar e atrair milhares de outros, de muitas cores, muitos nomes e muitos lugares.

(Eugenio Santana, FRC – fragmento/copy-desk.)

sábado, 31 de julho de 2010

BLUE BIRD (*)


Hoje estamos grávidos – inflados.
Estamos informatizados, coisificados, robotizados.
Não temos culpa – nascemos sob o signo da incerteza:
Geração James Dean, Elvis, Elis, Vandré, Alex Polari,
Chico Buarque, Joplin, Hendrix, Bob Marley, Lennon;
Gláuber, Pasolini, Wim Wenders, Vinícius e Drummond.
Transpomos os portais desses anos amorais
E sobrevivemos – caminhando na contramão,
Trilhando o caminho inverso – entre mortos e feridos.
Pacientes terminais e os cientistas
Que tentam inutilmente legalizar a eutanásia
E manter os mortos – vivos...
A vida e suas flores, folhas, frutos, contradições
E frustrações – continua a mesma:
Neomodernismo, miséria, impunidade, exclusão;
arrogância, oportunismo, prepotência e pose.
E nós – os restantes? Continuamos a luta vã
Sem hipocrisia. Ilesos da mediocridade. Diáfanos.
Buscamos incessantemente o amor
Que, muitas vezes, agride, dissimula, estertora, devora;
Vampiriza, surpreende e desfigura.
Hoje, afastados do que fomos
Estamos mergulhados no profundo poço
Dessa abominável realidade.
Um ano, dois, cinco, dez, cem – cem anos de decepção?
Nós os 5% por cento, estamos fraternos, visionários,
Utopistas, holísticos e planetários,
Buscando a MontanhAzul
Onde mora o Pássaro da mesma cor...

(EUGENIO SANTANA, FRC – Escritor, jornalista, poeta, publicitário e copy-desk.)

(*) Fonte: extraído do meu livro “ASAS DA UTOPIA”
Santana Edições, Brasília-DF, 1993, página 85.

VOZES DO VENTO NO DESERTO SEM OÁSIS (*)


Líderes de isopor
Mostrai o vosso amor.
Dirigentes do mundo
Cantai o amor, verbo-de-luz.
Curem as feridas, vidas falidas, excluídas e corrompidas.
Esquecei-vos da flor sintética, cibernética;
Do computador.
Olhai sim a Humana Dor.

Olhai a maioria esquecida, maltratada, discriminada;
Anônima, desempregada, torturada, beijando seus pés.
Líderes e governantes
A humanidade necessita de um brilho novo,
Uma nova face, nova identidade social,
Plena justiça e solidariedade.

(EUGENIO SANTANA, FRC – é escritor, jornalista, poeta, copy-desk e ensaísta literário. Mineiro de Paracatu está radicado no Rio de Janeiro há dois meses, e reside em Madureira.)

(*)Fonte: do meu livro "ASAS DA UTOPIA" - Santana Edições, Brasília, 1993.

domingo, 18 de julho de 2010

PREGANDO NO DESERTO...


Cada vez mais me convenço de que estamos criando pessoas fracas. Estamos diante do mundo com as novas tecnologias que são rápidas demais, você aperta um botão e resolve. No carro, você aperta um botão e o vidro sobe. O fogão não precisa mais de fósforo porque acende sozinho. O microondas esquenta em segundos a podre comida congelada; os celulares e seus atributos, recursos e componentes dispensáveis. Tudo fácil. Há, também, o “miojo” aquele alimento das mulheres de vida questionável – pseudocozinheiras preguiçosas – que preparam este alimento em três minutos.

Os pais se esforçam para dar tudo o que o jovem filho reivindica; quando não conseguem, o filho foge para as drogas. Muitos adultos, diante dos problemas, o que fazem? Vão beber. As pessoas buscam ansiolíticos e antidepressivos. É preciso chorar, sofrer, viver, experimentar. Parece que estamos anestesiando as pessoas, e por isso não encontramos a paz verdadeira.

Você precisa ter uma missão, ser construtor da paz. E o que é construir a paz? Essa paz se constrói no dia-a-dia sem perder o alvo. Isso significa que vamos passar por situações difíceis, de mágoa, ressentimento, ódio, frustração, principalmente em nossos relacionamentos. A propósito, os relacionamentos que mais nos machucam são aqueles que envolvem as pessoas com que temos maior proximidade. Uma pessoa distante de mim não me machuca, mas aquele que convive comigo me fere, dificulta minha caminhada e deixa marcas profundas e negativas. Cicatrizes na alma.
Existe uma pessoa no mundo com quem precisamos ter tolerância e paciência: nós mesmos. Se você criar um mundo ideal, um mundo de sonhos, esse mundo não existe. É alienação, fuga.

Sempre é mais fácil achar um culpado para nossos conflitos, para nossas derrotas, para nossos obstáculos, não queremos assumir que o problema está em nós, e passamos a buscar culpados. A falácia dos fracassados é aquela que tenta justificar todos os erros cometidos encontrando o erro dos outros. Por que as pessoas gostam de mostrar os erros dos outros? É para ver se desviam a atenção do seu próprio erro.

Por que o mundo aprecia tanto notícia ruim? Porque você já se acostumou com as coisas erradas do mundo. Por que o mundo gosta de revelar os defeitos e fraquezas dos outros? Existem pessoas que sentem alegria, um prazer mórbido para descobrir defeitos nos outros.
Ser inteiro, íntegro. Íntegro significa que não estou fragmentado nem por fora, nem por dentro.

A dor maior que sentimos em nossas perdas é exatamente a dor do apego. Achamos que tudo é nosso e vivemos na ilusão de que tudo depende da gente. Quando nos apegamos a coisas e pessoas, a cargos e funções, passamos a ter objetivos pequenos demais. Quando temos muita coisa para olhar e para cuidar, não olhamos o essencial, aquilo que está além do óbvio.

Cada vez mais o mundo se especializa em criar necessidades. Antigamente comprava-se o que realmente era necessário. Hoje acabamos necessitando de muita coisa. Parece que sem aquilo que foi lançado recentemente a gente é um eterno infeliz. Primeiro vem a tentação de comprar, consumir e depois trocar. Nunca estamos satisfeitos. Esse é o sutil e grande segredo da propaganda e do marketing desenfreado: demonstrar que você é infeliz e que poderá ser feliz quando adquirir esse ou aquele produto. E os publicitários arrivistas fazem isso de modo extremamente atraente, tentador. Investem-se milhões em propaganda. O governo federal parece gastar mais em propaganda do que em saúde e educação.

Você pode colocar próteses e silicone, fazer cirurgias plásticas, fazer lipoaspiração, pode fazer tudo por fora, mas não existe ainda, e jamais existirá, nenhum silicone, nenhuma cirurgia reparadora capaz de preencher um coração vazio, frio e ferido. Não resolve mudar a carcaça, porque isso apodrece.

(EUGENIO SANTANA, FRC – místico Rosacruz grau Iluminati, católico praticante e devoto de São Judas Tadeu. É escritor premiado, verse-maker, copy-desk, jornalista cultural e investigativo, adesguiano, Comendador da Ordem Ka-huna do poder mental, supervisor de RH, crítico literário, fundador da Hórus/9 Editora e consultor editorial.)

terça-feira, 13 de julho de 2010

A VIDA É UM CÍRCULO - ONDE TUDO COMEÇA E TUDO TERMINA


Precisamos ajustar – ou mudar – nossas freqüências para ouvirmos a melhor música, a grande sinfonia que sopra de um ponto distante do Universo e apurar nossos ouvidos, pois há muita informação solta no ar.

O mundo está globalizado e interconectado. Conceitos novos modificam velhas estruturas. Máscaras caem. Muros de preconceitos desabam. O planeta está em movimento e as pessoas estão em processos infinitos de busca, onde prevalecem os desencontros. Há quebras de relacionamentos que pareciam inabaláveis. Há solidão, desespero e desistências. Mas também há muita coisa boa a ser vivida, redescoberta. É um novo tempo. E hoje, neste aqui/agora, é um bom momento para começar. Ou recomeçar.

A vida é um círculo, onde tudo começa e tudo termina. E a energia da criação é o amor, onde tudo começou e nada termina – apenas continua e compartilha todas as experiências. E o ciclo da vida anda, corre, para retornar onde tudo começou: na energia primordial.

(EUGENIO SANTANA, FRC - fragmento/copidesque - livro inédito do bardo mineiro)

segunda-feira, 5 de julho de 2010

RENASCIMENTO


Almalada
Cinzas pó pós-queimada
Neblina fumaça sinais
Lobeira cheiro de cachaça
Lobby e lábia

Pássaro? sinto teu vôo
Contemplo magnífico céu-altar
Absinto teus abismos
Pressinto o labirinto
Teu olhar
Libélula sobrevoando a Lua
Crisálida
silente brisa
Mar Marisa maresia hipocrisia
Onda e poesia
Navegar teu corpo – luz musa
Irisa energiza

Fênix mito?
Vôo rito
Mergulho
Renascer infinito

Redivivave – nem Eva ou Lilith
Phoenix flor do tempo
Abre as Asas Cinzas
E bombardeia o Vento!

(Eugenio Santana, FRC)

(*) fonte: do livro “FLORESTRELA”
- Hórus Nove Editora, Goiânia/GO,
Página 84, 2002.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

ASAS DA MEMÓRIA (*)


Arquétipos que se perderam
na poeira cósmica do tempo.
Tipos que ficam e não crescem,
perdem-se no seu próprio rastejar.

Aqui estou – outra vez,
entre as asas da luz
e da sombra.
Entre o passo, o pássaro,
o impacto, o pacto, o parto
e a dor do amor.
Folhas de plátano
dançam ao sabor do vento.

Aqui estou
entre a espada e a cruz,
ritos e mitos, arte e poesia.
Brilho sinistro – o sucesso;
palidez mortal – os mistérios.

Na asa do tempo,
cálido dedo não se omite.
Obstinado, gesticula, grita.

Não obstante, verbo de luz difusa,
lanço essas asas da memória
ao abismo oceânico em que navego.

(Eugenio Santana)

(*) Extraído do livro “FLORESTRELA”.
Hórus/9 editora, Goiânia, pág. 56, 2002

terça-feira, 22 de junho de 2010

BATE, A PORTA SE ABRIRÁ


Melhor que, em vez de mil palavras
Houvesse apenas uma, mas que trouxesse a Paz.
Melhor que, em vez de mil versos
Houvesse apenas um, mas que mostrasse o Belo.
Melhor que, em vez de mil canções,
Houvesse apenas uma, que espalhasse alegria.

Para haver paz no mundo, é necessário que as nações vivam em paz.
Para haver paz entre as nações, as cidades não devem se levantar umas contra as outras.
Para haver paz nas cidades, os vizinhos precisam se entender.
Para haver paz entre os vizinhos, é preciso que reine harmonia no lar.
Para haver paz em casa, é preciso encontrá-la em seu próprio coração.

“Pedi, e receberás.
Procure, e encontrarás.
Bate, e a porta se abrirá.
Porque quem pede, recebe; quem procura, acha; quem bate, a porta se abre.” (Jesus de Nazaré)

(Eugenio Santana, FRC – fragmento/copidesque.)

sexta-feira, 11 de junho de 2010

FÊNIX - RENASCIMENTO


No dia 29 de janeiro de 1996, uma labareda tomou conta de uma das construções mais valiosas de Veneza: a casa de ópera La Fenice, de 204 anos de idade. Centenas de pessoas viram o edifício ser consumido pelas chamas.

Isso causou tristeza? Sem dúvida. Causou desespero? Não. A construção da La Fenice já havia sido retardada em 1792 por causa de um incêndio. Outro incêndio, em 1836, obrigou a população a reconstruir a casa de ópera. Também, após o incêndio de 1996, os venezianos começaram a reconstruí-la.

Por coincidência, La Fenice significa "a Fênix", referindo-se à ave mitológica de grande porte que merecia o título de animal mais raro da face da terra, simplesmente por ser a única de sua espécie.

A Fênix possuía uma parte da plumagem feita de ouro e a outra colorida de um vermelho incomparável. A isso ainda aliava uma longevidade jamais observada em nenhum outro animal. Seu habitat era os desertos escaldantes e inóspitos da Arábia, o que justifica sua fama de quase nunca ter sido vista por ninguém.

Quando a Fênix percebia que sua vida secular estava chegando ao fim, fazia um ninho com ervas aromáticas, que entrava em combustão ao ser exposto aos raios do Sol. Em seguida atirava-se em meio às chamas para ser consumida até quase não deixar vestígios. Do pouco que sobrava de seus restos mortais, arrastava-se milagrosamente uma espécie de verme que se desenvolvia de maneira rápida para se transformar em uma nova ave, idêntica à que havia morrido.

A crença nessa ave lendária figura na mitologia de vários e diferentes povos antigos, tais como gregos, egípcios e chineses. Apesar disso, em todas essas civilizações, seu mito preserva o mesmo significado simbólico: o renascer das próprias cinzas.

Até hoje, essa idéia é bastante conhecida e explorada simbolicamente.

Podemos restaurar o que os incêndios destroem em nossa vida? Às vezes. Em outras circunstâncias é melhor que as cinzas sejam esquecidas, para que algo completamente novo seja construido.

Renascer é o processo através do qual você lamenta sua perda e depois se levanta e começa tudo de novo. É um dos principais segredos para alcançar o sucesso. As pessoas realizadas são aquelas que nunca desistiram de tentar ser assim.

Enquanto você está processando integralmente os aspectos fisico, psicológico e emocional da decepção, vai começar a notar que continua vivo. Algumas pessoas pensam que não podem suportar aquela crise de jeito nenhum porque é demais para elas. Conscientizar-se de que você é um sobrevivente daquela experiência ruim é muito importante. Isso é chamado de viver o tempo presente.

Você não está mais revivendo repetidamente o passado na sua cabeça. Está pronto para viver o presente, aqui e agora.

O que aflora em seguida é a noção de que pode existir um futuro. Considerar um futuro significa preparar-se para olhar para frente e imaginar que existem opções.

A criatividade entra no quadro quando você acredita que na verdade poderia visualizar uma vida, elaborar um plano para concretizá-la e então resolver avançar passo a passo. Você considera as possibilidades que nunca imaginou e começa a estabelecer objetivos, atividades que o colocam mais uma vez no tabuleiro do jogo da vida.

Será preciso avaliar se é mais sensato continuar a batalhar pelo mesmo objetivo que perseguia antes, ou se é melhor formular uma nova meta. Também terá de determinar um novo curso de ação, construído sobre as lições que aprendeu com a crise, revisando seus planos em tudo que for necessário.

Depois de uma decepção, seus objetivos iniciais não serão monumentais. Serão passos minúsculos de bebê que vão aumentando aos poucos. Não serão passos para trás, retrocendo aos velhos e bons tempos, nem farão com que você ande em círculos, sem saber direito o que fazer com sua vida. Esses novos passos serão dados para frente, na direção do seu futuro. Seu novo futuro pode até ser semelhante ao passado, antes da crise, mas agora você pode abordá-lo com olhos mais abertos e com a vantagem do conhecimento que adquiriu.

Apesar de não serem passos gigantescos associados a conquistas significativas, seus objetivos novos o levarão na direção certa. Não deixe de reconhecê-los. Tenha o cuidado de não menosprezá-los, desacreditá-los ou desqualificá-los por não estarem no mesmo nivel de realizações anteriores. Parte desse processo de andar para frente é dar-se permissão para estar em um nivel diferente, apesar de novo, de realização. Como diz o ditado, as vezes você precisa "ir mais devagar para ir mais depressa".

Algumas vezes, como a Fênix, temos de renascer das cinzas, devemos passar pelo fogo e sair fortalecidos, renovados e renascidos.

(EUGENIO SANTANA, FRC - Jornalista, escritor; livros publicados; da UBE/GO-SC; Da ALNM - Academia de Letras do Noroeste de Minas. Foi Coordenador de RH/Gestor de Pessoas nas décadas de 80/90. Atualmente, está radicado no Rio de Janeiro.)

domingo, 6 de junho de 2010

ANÁLISE AFETIVA DO CIÚME NA RELAÇÃO AMOROSA?


Quanto ao aspecto possessivo, o ciúme tende a ser máximo. Assim, o casal apaixonado costuma se afastar de todos os amigos e da maior parte dos parentes. Isso se dá porque se sentem inteiros em virtude da fusão amorosa e também incomodados com a presença de qualquer criatura que tenha significação afetiva para o outro e vice-versa. Até aí, nada de especial, embora esteja composta uma condição ideal para que possamos refletir mais profundamente sobre a presença de um componente "egoísta", ainda que exercido a dois, no seio da fusão romântica. Eles começam a se incomodar profundamente com as pessoas que, tiveram algum tipo de importância afetiva para o parceiro.

Então, a situação se torna mais complicada, pois o ciúme nasce no meio de uma conversa ingênua, na qual um dos dois está narrando algum detalhe de sua história, contando de seus antigos amigos e namorados. De repente, o clima agradável de intimidade se interrompe, porque aquele que ouviu as confidências se cala e dá sinais claros de desagrado. Sentiu ciúme retroativo! Incomodou-se com algo que já passou, que não o ameaça em nada, e com o fato de o amado ter tido uma história que o antecedeu, de não ter saído do útero de sua mãe diretamente para seus braços. Ainda que fosse verdade, é possível que sentisse ciúme da mãe e do útero dela. O amado se irrita e se entristece ao saber que o parceiro viveu momentos de forte emoção antes dele, tanto os de alegria como os de tristeza, mas principalmente os primeiros. Fica irado ao descobrir que o parceiro já amou intensamente outra pessoa, que teve fortes sensações eróticas como parte de suas vivências anteriores, que atingiu certas posições sociais, que viveu em determinados locais etc. Seguramente, gostaria que todos os momentos importantes de sua vida tivessem sido com ele compartilhados.

É evidente que esse tipo de manifestação do ciúme, extremamente comum quando se estabelecem relacionamentos intensos, que costumam ser os de maior afinidade, não tem relação com os fatos atuais, de modo que o sentimento deriva de nossa capacidade de imaginar.

Acredito que corresponda, em grau extremo, ao mesmo mecanismo possessivo presente em todos nós, em que o desejo é o de que o outro não exista a não ser como parte de nós. Todos os indícios de que o outro tem vida própria e é mais do que nossa metade determinam a revolta e a irritação próprias do ciúme.

(Eugenio Santana, FRC - Copidesque/Fragmento - "Consultor de relacionamentos nos momentos de ócio criativo.")

terça-feira, 11 de maio de 2010

ENSAIO SOBRE A IDADE MÉDIA


O clima denso e tenso da Idade Média sempre me encantou: os contrastes sangrentos, a vida dos camponeses e dos senhores feudais, as catedrais góticas, as cruzadas, o clero, os templários, os rosacruzes, os cátaros, a sociedade occitânica, a corte, os mosteiros, a pestilência, os sacrifícios e sofrimentos, as trevas, a luz e o sangue derramados por quase mil anos.

Gosto de poemas e livros em que os costumes, as cenas criam-se com objetos, utensílios, palavras e expressões que poderiam estar ligadas à Idade Média, os filmes de época é um exemplo vivo. Pesquisei num livro de história: teares; moinhos; moringas; batedores; espadas; armaduras; hastes secas de linho; rebanhos e pastores; pátios de castelo; ervilhas, lentilhas e feijões; arado; “chuvas de abril”; falcões; panos de lã; couro de Córdova; pastéis de cotovia; alfaiates; boticários, ourives e monges.

Sinto um clima assim no poema “A Hóspede”:

Não precisa bater quando chegares.
Toma a chave de ferro que encontrares
sobre o pilar, ao lado da cancela,
e abre com ela
a porta baixa, antiga e silenciosa.
Entra. Aí tens a poltrona, o livro, a rosa,
o cântaro de barro e o pão de trigo.
O cão amigo
pousará nos teus joelhos a cabeça.
Deixa que a noite, vagarosa, desça.
Cheiram a relva e sol, na arca e nos quartos,
os linhos fartos,
e cheira a lar o azeite da candeia.
Dorme. Sonha. Desperta. Da colméia
nasce a manhã de mel contra a janela.
Fecha a cancela
e vai. Há sol nos frutos dos pomares.
Não olhes para trás quando tomares
o caminho sonâmbulo que desce.
Caminha – e esquece.

Mas o que mais me atrai na Idade Média é a visão mística da natureza humana e do seu lugar no cosmo, a vida terrena concebida como uma perigosa viagem da alma, o mundo anímico tão real quanto o mundo físico, a luta de cada dia para se preparar o destino da alma. Esse sentido maior de que nossa vida aqui é uma peregrinação num vale de lágrimas, onde somos assaltados por demônios tentadores, inimigos terríveis de enfrentar. Essa travessia só pode ser segura pela esperança e pelas orações e vigílias. Dessa forma chegaremos ao Paraíso descrito por Dante em sua “Divina Comédia”, o maior poema medieval: “Vi reunidos, ligadas pelo amor em um só volume, as folhas dispersas de todo universo” (Alighieri, 1993:331).

Neste ponto da perigosa travessia não posso deixar de associar ao “Grande Sertão Veredas”, de Guimarães Rosa. O sertão é o mar, é o mundo, é a vida. Riobaldo, na sua longa narrativa de vaqueiro e jagunço é cada um de nós, atolado em dúvidas morais e metafísicas, lutando na própria consciência contra as forças de Deus e do Diabo. O estilo surpreendente de Guimarães Rosa misturando palavras inventadas, expressões da linguagem popular e erudita, neologismos, arcaísmos, procedimentos importados de outros idiomas recria a língua portuguesa, nesse “tom medieval” que relembra objetos e valores passados com fortes tintas poéticas como nestes trechos:

“A gente viemos do inferno – nós todos – compadre meu Quelemém instrui. Duns lugares inferiores, tão monstros-medonhos, que Cristo mesmo lá só conseguiu aprofundar por um relance a graça de uma sustância alumiável, em que as trevas de véspera para o Terceiro Dia.”

“E aquela gente gritava, exigiam saúde expedita, rezavam alto, discutiam uns com outros, desesperavam de fé sem virtude – requeriam era sarar, não desejavam Céu nenhum.”

“Deus existe mesmo quando não há. Mas o demônio não precisa de existir para haver – a gente sabendo que ele não existe, aí é que ele toma conta de tudo” (Rosa, 1983).

Das figuras medievais a que mais me toca é Joana D’Arc, heroína da resistência francesa, camponesa devota, “chefe de guerra” que intimou os ingleses a lhe entregarem as chaves de todas as cidades francesas em seu poder. Traída, foi queimada viva como herege e feiticeira.

Está claro que quando falo em “Idade Média” não estou me referindo exclusivamente a um período espacial, temporal, mas a um certo “clima”, valores, lembranças e imagens insondáveis do passado, retidos há séculos nas Asas da Memória, no inconsciente coletivo. Esse “clima”, ao contrário, faz com que não existam delimitações espaciais ou temporais, tudo poderia ter acontecido ontem ou estar acontecendo agora, em qualquer parte do universo. Nessa região de neblina mágica é que desejo entrar para revigorar o meu exercício literário.

(EUGENIO SANTANA é escritor, jornalista, poeta e ensaísta literário; copidesque e editor.)

segunda-feira, 10 de maio de 2010

PÁ/LAVRA


Uma palavra contém muitas. Há pá, instrumento de remover terra; PA, sigla do estado do Pará; e pã, divindade pastoril. Pala é leque e encerra ao menos quinze significados: peça de boné militar, parte do vestuário e do sapato. Lavra é área de mineração.

Palavra implica pal, abreviatura de “Pahse Alternate Line”, sistema de transmissão de imagens coloridas; e la, símbolo do lantânio; e va, de “volt-ampere”, e vã, o que nenhuma palavra é em si, a menos que equivocadamente verbalizada.

Palavra se faz com uma só vogal, a, primeira letra do alfabeto, e mais quatro consoantes. Há muitas palavras – a de Deus, a de honra, a do rei, que não volta atrás, e a que se dá para firmar um compromisso ou promessa.

Palavra contém ala, que tem a ver com fila ou parte de uma construção, e também ar, sem o qual não se pode respirar. E dela se obtém varal, lapa, ara, vala, para e par. E também sentidos, significados, conceitos. Palavra tem mais valor quando entremeada de silêncios. Derramada assim, de boca aberta, esvai-se. Comprida nas ânsias, é pura angústia, faz mal. De bom é o que não se fala entre uma palavra e outra. Então, sossego. Expectação. E vem a palavra, inaugurando o mundo. Plena de vida.

As palavras pesam. Talvez porque seja a mais autêntica invenção humana. Os papagaios não falam, apenas repetem. Não escapam de seus limites atávicos. O olho é a fonte da visão, como o ouvido, da audição. A língua facilita a deglutição, como a traquéia, a respiração. No entanto, a ânsia de expressar-se levou o ser humano a conjugar mente e boca, órgão da respiração e da deglutição, para proferir palavras.

“No princípio era o Verbo”, reza o prólogo do evangelho de João. Deus é Palavra e, em Jesus, ela se faz carne. Unir palavra e corpo é o profundo desafio a quem busca coerência na vida. Há quem prime pela abissal distância entre o que diz e o que faz. E há os que falam pelo que fazem.

A palavra fere, machuca, dói. Dita no calor aquecido por mágoas ou cólera, penetra como flecha envenenada. Ofusca a vista e instaura solidão. Perdura no sentimento dilacerado por um tempo que parece infinito, na mente atordoada pelo jugo que se impõe. Só o coração compassivo, o movimento anagógico e a meditação, que livram a mente de rancores, são capazes de imunizar-nos da palavra maldita.

A palavra salva. Uma expressão de carinho, alegria, acolhimento ou amor, é brisa suave a reativar nossas melhores energias. Somos convocados à reciprocidade. Essa força restauradora da palavra é tão maravilhosa que, por vezes, a tememos.
Orgulhosos, sonegamos afeto; avarentos, engolimos a expressão de ternura que traria luz; hipócritas, calamos o júbilo, como se deflagrar vida merecesse um alto preço que o outro, a nosso parco juízo, não é capaz de pagar. Assim, fazemos da palavra, que é gratuita, mercadoria pesada na balança dos sentimentos.

Vivemos cercados de palavras vãs, condenados à incivilização que teme o silêncio. Fala-se muito para se dizer bem pouco. Fazem moda músicas em que abundam palavras e carecem de melodias. Jornais, revistas, TV, outdoors, telefone, correio eletrônico – há demasiado palavrório. E sabemos todos: não se dá valor ao que se abusa.
O silêncio não é o contrário da palavra. É a matriz. Talhada pelo silêncio, mais significado ela possui. O tagarela cansa os ouvidos alheios porque seu matraquear de frases ecoa sem consistência. Já o sábio pronuncia a palavra como fonte de água viva. Não fala pela boca, e sim do mais profundo de si mesmo.

Guimarães Rosa inaugura “Grandes Sertões, Veredas” com uma palavra insólita: “Nonada.” Convite ao silêncio, à contemplação, à mente centrada no vazio, à alma despida de ilusões. Não nada. Não, nada.

Sabem os místicos que, sem dizer Não e almejar o Nada, é impossível ouvir, no segredo do coração, a palavra de Deus que, neles, se faz Sim e Tudo, expressão amorosa e ressonância criativa.

(Eugenio Santana – Copidesque.)

domingo, 2 de maio de 2010

REDE DE RELACIONAMENTOS VIRTUAIS: A IMPRESSÃO É DE QUE AMIGOS SÃO OBJETOS DESCARTÁVEIS


As redes de relacionamento são gêneros digitais criados para suprir necessidades exigidas pelas maneiras virtuais de agir. A vida torna-se impossível sem as novas tecnologias. É engraçado como esquecemos que antes vivíamos sem a comodidade proporcionada por elas. Essas novas tecnologias implicam uma necessidade antes impensada: relações virtuais tornam-se cada vez mais úteis numa realidade que exige uniões imediatas e rapidamente descartáveis. A sensação é de que amigos são objetos descartáveis, com prazo de validade. Construímos relações cada vez mais frágeis e efêmeras. A procura da felicidade e pelo bem-estar norteia a garantia individual de satisfação. O diálogo virtual adquire características semelhantes à interação face a face, real: funciona como uma atividade comunicativa diária, muitas vezes com o poder de estreitar o vínculo de intimidade, pela liberdade de tornar ausente o corpo. A linguagem é parecida com a oralidade, o que propicia liberdade de expressão, menor tensão e informalidade, como nas interações face a face.

A comodidade que se obtém com a internet facilita vínculos. Por serem fragmentados, voltados a objetivos específicos, os amigos virtuais se prestam a contatos direcionados. Podem ou não ser substituídos por outros, se uma necessidade não existe mais. Essa condição é reforçada por um cotidiano estressante, em que as pessoas estão escravizadas pelo relógio, pelo tempo. Soluções rápidas são desejadas e essas amizades virtuais são práticas. Se um amigo não está disponível quando eu necessito, outro estará. Os relacionamentos são formados pela conveniência mútua. Não há problema, hoje, em nomear como amigo um contato virtual, porque a amizade não possui um conceito único. Ela serve às demandas múltiplas e se constitui por essa variedade de interesses de ambas as partes, numa relação de troca. Os amigos virtuais são tão amigos – ou até mais – que os reais, porque não haver contato com o corpo do outro facilita a confissão de desagrados ou tabus. Amigos reais e virtuais convivem nesse território ambíguo de relações cada vez mais tênues. É fato que sair de um relacionamento virtual é mais fácil do que se desligar de um real. Higienizar relacionamentos por meio de um clique é mais simples.

A globalização aproximou as distâncias geográficas e ampliou o conceito de amizade. Amigo é provisório. Depende da utilidade que satisfaz um período de tempo. Os famosos fakes, identidades falsas e inventadas, não têm cara. Contudo, podem ser amigos, um número a mais na rede de relacionamentos. O número de amigos numa rede de relacionamentos é, para muitos, o termômetro da simpatia. Daí a justificativa para o jogo de adicionar amigos, ainda que estes desconhecidos. Um jogo de sensação de equilíbrio é desejado: se um amigo se afasta, ou se é descartado, outro é buscado, mesmo que seja para outra finalidade.

(Jornalista Eugenio Santana.)

terça-feira, 20 de abril de 2010

HOMENAGEM-DESPEDIDA AO EDE E O NOSSO PROJETO ECOLÓGICO SOLAR DOS PÁSSAROS


“É na Floresta e não nos livros que encontrarás a Vida Superior.”

A revista “PEOPLE”, de Goiânia, chegou-me às mãos através de minha caixa postal 159, na agência central dos Correios de Anápolis. Pela primeira vez esta publicação que é pura excelência - no gênero, em Goiás - não foi bem-sucedida em seu comentário pífio, em detrimento de uma personalidade tão atuante, querida e brilhante.

Encontrei perplexo, à página 44, na coluna “Caminho das pedras”, uma ínfima nota divulgando o falecimento do meu caríssimo amigo EDE - Edgar Miller - gaúcho de Novo Hamburgo e que adotou Pirenópolis, como “seu lugar no planeta blue”, há mais de 25 anos.

Ontem – à tarde chuvosa típica do período natalino - surpreendeu-me com incontidas e intermináveis lágrimas. Lá fora chovia a cântaros, numa cachoeira, transformou-se o meu rosto. Lembrei-me da figura humana expressiva e singular do EDE. Puro idealismo. O John Lennon de Pirenópolis. Fundou a sua querida Comunidade Alternativa, sonho holístico do III Milênio, que todos conhecíamos por FRATER; “FRATERUNIDADE do Vale Dourado”, um pequeno shangri-lá encantado e mágico, há exatos 7 km do centro histórico da cidade mais interessante do estado. Antes do portal de entrada a ponte sobre o Rio das Almas, contempla-se, em êxtase, as águas cristalinas e transparentes com milhares de peixinhos visíveis.

Em volta da sede principal – a casa do Ede – ele construiu umas oito casinhas pra receber os amigos que visitavam a Frater. Oportunamente, hospedei-me numa destas casinhas aconchegantes umas três vezes.
Numa dessas ocasiões tive o privilégio imperdível de ouvir o Ede tocar sua cítara, no templo ecumênico, que ele ergueu no local, e sua bela voz, infinitamente serena, cantando Mantras indianos, que tocaram fundo o meu coração...

Como Jornalista e Escritor e leal amigo, não poderia deixar de registrar este pequeno réquiem, visto que, lamentavelmente não pude ir ver o Ede pela última vez, porque só soube através da revista People, e, portanto, não fui informado - como diríamos nós, os rosacruzes – de sua transição.

Foi um dos fundadores da Rádio Clube Jornal Meia Ponte, aonde mantinha um programa semanal, e a última vez que nos vimos lá, ele disse-me cheio de orgulho: - “Eugenio, leio com freqüência seus belos textos do livro que me deste, o seu querido “Florestrela”.

Ede se foi e deixou um imenso vazio, milhares de amigos e admiradores, entre os quais me incluo humilde e solenemente.
Inesquecíveis Asas de Saudade, meu caro amigo EDE! Que a Eterna Luz da Sabedoria Cósmica o ilumine no Plano Infinito. Paz e Luz, fráter! Maktub. Namastê. Até a próxima. Até breve. Até sempre! Assim seja! ADEUS, EDE, AH, DEUS!

Meu sonho de consumo ou projeto visionário e utópico consumista é tão-somente disponibilizar de numerário suficiente, ou esperar que caia do céu, afinal sou um otimista de carteirinha e quem me conhece sabe perfeitamente que CREIO EM MILAGRES! Já que coleciono dois através da minha devoção fervorosa e convicta em SÃO JUDAS TADEU – primo de JESUS – e pra quem não sabe vai aí uma informação inédita: São Judas Tadeu é o Santo de devoção – embora místico e esotérico – do grande escritor Paulo Coelho e do C.R. FLAMENGO!...

Voltando ao tema: meu único e magnífico e ecológico sonho de consumo é: pura e simplesmente adquirir um sítio – que por sinal já tem nome – “SOLAR DOS PÁSSAROS” cuja localização deverá ser no interior de Minas Gerais, Mato Grosso ou Goiás. Será como um santuário de preservação dos pássaros, visto que, desde tenra idade eu AMO OS PASSARINHOS de todas as plumagens, espécies e portes. Muito provavelmente, terei que viajar muito para adquiri-los, obviamente, com autorização do IBAMA para o interior da Bahia, Minas Gerais, Goiás, Acre, Rondônia, Amazônia etc.

Meu sítio “Solar dos Pássaros” avalio, não necessita de uma área superior a 90 hectares; imprescindível que disponha de muita árvore, uma reserva florestal de pelo menos cinco alqueires e, principalmente, muita água corrente, cristalina e pura. A propósito, por acaso algum colega escritor conhece alguma “escola técnica” formadora de “ORNITÓLOGO”? Favor informar-me via correio eletrônico, ok?

Concluo com um convite: assim que realizar concreta e efetivamente o meu SONHO AZUL DE CONSUMO, fica oficiosamente combinado que o “Solar dos Pássaros” será, doravante, o local de re (encontro) de todos os amigos amantes do belo: artistas-plásticos, escultores, músicos, filósofos, poetas, pensadores, escritores, jornalistas e ambientalistas, esses “bravos guerreiros da Luz e da Consciência Cósmica: holísticos do 3º Milênio”, companheiros do vôo-utopia rumo à renovada “alquimia do Verbo”.

(Eugenio Santana é escritor, poeta jornalista e místico Rosacruz.)

sexta-feira, 16 de abril de 2010

EU SOU UM NÚMERO 9


Sabedoria. O 9 é o Número da compaixão. É o último dos Números e acumula a experiência de todos os outros. Idéias novas sempre brotam na cabeça das pessoas que estão sob a vibração dele. São idéias voltadas o Bem, em especial dos outros. O 9 é assim: trabalha, trabalha, realiza, e no final dá tudo para os outros. Bobo? Mas, afinal, o que é ser bobo? O 9 se realiza ao saber que está fazendo alguém feliz.
Sua Sabedoria faz deste “bobo” um nobre na arte de viver. Sente-se motivado com o êxito dos seus feitos, contudo não se importa se não é elogiado, pois a gratidão pode estar por trás de um simples olhar ou do mais inocente sorriso.

Um amigo está com problema e não tem dinheiro? Há uma creche precisando arrecadar fundos? Quando tudo parece perdido, o 9 surge e cria uma solução que ninguém imaginou. Suas idéias acabam vingando e dando certo. É o salvador da pátria. E tem mais um detalhe que torna o 9 definitivamente diferente dos números anteriores: faz tudo por AMOR, sem esperar nada em troca. Mas se não tomar cuidado o 9 pode se envolver tanto na solução dos problemas dos outros que acabará deixando a si próprio e sua família em segundo plano. Portanto, suas principais características são o Amor pelo próximo, compaixão, sabedoria, espiritualidade, altruísmo, desapego a bens materiais, criatividade, solidariedade.

O 9 traz a generosidade e o espírito humanitário desenvolvidos ao longo das suas vidas passadas. Ficou sempre à disposição dos outros, colocando seus próprios assuntos em segundo plano. Aprendeu a se doar em favor da comunidade ou daqueles que mais estima. Abraça uma causa humanitária, dando não só seu afeto como também seu conhecimento e experiência. Explora sua capacidade em circunstâncias onde pode ser generoso e onde pode usar os seus talentos criativos.

É visto como alguém com talento especial, com um desejo de ajudar todos sem esperar nenhuma recompensa. É desprovido de qualquer pré-conceito. As pessoas o reconhecem pelo seu espírito solidário e afetuoso; luta não só pelos seus ideais, mas também pelo dos outros. É persistente, energético e determinado. A sua MISSÃO estará focada na transmissão de sabedoria.

Terá sucesso se aproveitar as oportunidades que surgirem, atuando em organizações de proteção ao Meio Ambiente ou como professor, líder religioso, veterinário, jornalista, escritor, enfim, você possui muitos talentos nas mais diversas áreas.

*(Eugenio Santana, FRC – escritor Rosacruz; numerólogo, místico Iniciado 9º G, Editor, Publicitário, Copy-Desk, Jornalista e Relações Públicas; fundador do jornal “Verbo-Pássaro”, colaborador/cronista de jornais de Goiânia e Anápolis, tais como: “ANNAFOLHA”, “TRIBUNA DE ANÁPOLIS” e “JORNAL OPÇÃO”, entre outros.)

sábado, 10 de abril de 2010

COMO A FILOSOFIA MUDOU A MINHA VIDA?


Como a filosofia mudou a minha vida? Não sei, visto que, estou ligado à Ordem Rosacruz, AMORC, a partir dos 22 anos. Confesso que eu não conheci outros caminhos, exceto quando li, aos 11 anos, Platão, Sócrates, Aristóteles, Spinoza, Nietzsche e Cioran, entre outros. Reconheço que os estudos das monografias iluminaram minha vida, que pautada pelo Código de Ética Rosacruz, jamais precisei apresentar justificativas, mormente quando me apresentava no Sanctum Celestial ou Shekhinah.
Continuo auxiliando na luta contra os tradicionais inimigos da Ordem: o fanatismo, a ignorância o pré-conceito e a superstição. Utilizo um dos predicados que o Criador concedeu-me, junto com todos os seres humanos, o livre-arbítrio, não só para ter alegria no viver, mas também para, espontaneamente, agilitar meu autoconhecimento e, assim, poder ser útil na evolução da humanidade. Enfim, sou e espero continuar a merecer o privilégio de permanecer como um leal soldado da Ordem Rosacruz, AMORC. (Eugenio Santana, FRC.)

sexta-feira, 12 de março de 2010

RAMEFLETELUZ...


Esta chave abre Rama e com ela você penetra nos segredos de Rama, que são infinitos. E, de acordo com sua evolução, você colhe os seus conhecimentos e alivia suas vidas futuras e, assim, sobe na escala da evolução do ser em si com maior facilidade, visto que, como estamos aqui neste planeta-escola para aprender com esta chave que abre o mundo mental, entramos nele e aprendemos através da viagem Astral, sem ser preciso vivenciar no mundo material para aprendermos e subir em nossa escalada evolutiva.
Por isto é que só uma porcentagem pequena toma contato com esta chave e penetra realmente em Rama, pois a porcentagem maior ainda não está preparada para este conhecimento, e se distrai vendo miragem à sua própria volta e no seu dia-a-dia. Mas fizeram contato e sabem que a chave existe, contudo ainda não estão à altura de pô-la na fechadura e ter a força necessária para fazê-la girar e abrir Rama. (Místico Rosacruz, jornalista e escritor EUGENIO SANTANA, FRC – Fragmento/Copy-Desk.)

domingo, 7 de março de 2010

UM POEMA PARA INGRID (*)


Espaços, Ingrid.
Enormes espaços do coração.
Uma vontade louca e desesperada
de abraçar a vida,
e a vida não é vida
sem ti, Ingrid.
Minha vida é órfã;
é fruto perecível
sem ti, Ingrid.
Sou a quimera
de sonhos dispersos e alados,
primavera sem cor,
sem flor, sem festa de beleza para os olhos.
O tempo insaciável e inexorável,
fluir inútil desses anos, abandonado.
Resta-me o imenso espaço vazio.
O cósmico pensamento voa célere,
rumo às estrelas, à Lua, ao Sol;
à Vênus – ao infinito de mim mesmo.
Onde estiveres e andares
estarei dentro de ti.
Estarei em nossa janela,
estarei em nosso jardim:
espelho vibratório de nossas almas azuis,
de nossas vidas ávidas.
Onde estiveres:
estarei em teu sorriso,
e no teu coração, Ingrid.

(Eugenio Santana, FRC.)

(*) Fonte: extraído do livro “ASAS DA UTOPIA.”
- Santana Edições, Brasília-DF, 1993, página 81.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

DAS FLORES




Sinto muito pelas flores
que nunca lhe dei, mãe.
Guardo apenas nas asas do coração
o perfume inigualável
dos seus cabelos grisalhos.
O beijo na testa
a bênção diária
seus cuidados;
seus passos pássaros
e o extremado zelo
pelo jardim.
Rastro de astro e o espaço
do beija-flor;
o cheiro da madressilva em minha janela
e a exótica flor-estrela no alpendre,
saudando os mistérios da noite.
Perdoe-me, mãe, por te amar tanto assim...
asas do infinito preenchendo minhalmalada.
Na voragem da distância, mãe, essa saudade tem nome:
Amor.

(Eugenio Santana)

Rio, 08/09/09 – Largo da carioca.
(para Adília Santana “das flores”)

BREVE SUSSURRO DO VENTO




A renúncia, a resignação e a tolerância ante fatos e acontecimentos surpreendentes que contrariam nossos objetivos e aspirações também são, no espaço e no tempo, um Gesto de Amor.
As flores que a vida se incumbiu de esculpir em nosso rosto desfigurado, florescem como pétalas de rosas-vermelhas em nosso eu interior. Coração e alma fundem-se no mesmo regozijo.
Ao longo das vivências nos caminhos da vida, viajante no tempo, não consegui, ainda, detectar nenhum cirurgião-plástico das cicatrizes da alma e do coração.
O homem é um ser dual. A condição humana é frágil e mutante. E, maravilhosamente cósmica. Existe a polaridade intercalada de luminosidade e escuridão. Há espaços para o paradoxal. Discernimento é o ponto de mutação, o divisor de águas. O encontro de idéias, a revelação de metas.
O yin e o yang coexistem pacificamente. São imprescindíveis entre si; interligam-se, polarizam-se, completam-se em opostos ângulos.
A vastidão do mar em sua beleza transcendental nos proporciona uma aprazível sensação de quietude, paz e serenidade. Não raro, aguçamos vivamente nossos sentidos objetivos e nos comunicamos com o Ser Supremo, através da sinfonia sussurrante, mistura de sal, água, espuma, brisa, vento e maresia.
A experiência humana consiste, essencialmente, na dualidade onipresente na natureza do ser, nas coisas imutáveis e imperecíveis. Não existe perfeição e plenitude entre o céu e a terra. É necessário estarmos preparados para a aceitação dos focos de luz e do negro véu das sombras para atingirmos uma etapa mais elevada de sabedoria e amor que resulta na paz profunda.
O ser humano vive um espaço-tempo mínimo, nele questiona e absorve experiências vitais ou não... E não há regra geral de princípio, meio e fim, ao longo do aprendizado. Às vezes retrocedemos, outras avançamos na escalada da incerteza e da purificação. Ninguém, até hoje, teve convicção de tudo que nos cerca, deprime, surpreende e angustia, definitiva e verdadeiramente.
Somos, portanto, buscadores atemporais e seguidores eventuais de uma suposta felicidade plena. Alguma dúvida, sem sombra de dúvida, há de acompanhar nossos rastros no tempo em todas as estradas, até a última morada: refúgio definitivo e insofismável de cicatrizes e ossos e, depois, cinzas na dança ao vento...
Crescemos psíquica e fisicamente. Encontramos o caminho da mesma maneira que o perdemos quase inteiramente. Necessário se faz acreditar nos raios bruxuleantes da aura que envolve e une os seres, viabilizando insólitos contatos. Chegadas e partidas...
Em qualquer altiplano a nossa personalidade-alma encontra eco e obtém sinais reveladores. Impregnados da essência da realidade somos conduzidos para a mística que visualiza os fragmentos da utopia que compõem a valsa da vida, a dança ao vento, e a face silente e diáfana do "viver em harmonia na fonte da Luz", que expulsa e elimina qualquer resquício de sombra.

(Eugenio Santana, FRC.)